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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

SERIA DONA LUZINETE "LUZIA" FILHA DE LAMPIÃO?

Por Geraldo júnior

Sabemos que apenas um exame de DNA nos daria essa resposta e colocaria fim na angústia dos familiares que há tempos buscam solucionar essa dúvida que tanto os atormenta.

Dona "Luzia" completou 95 anos no último dia 13 de dezembro de 2020 e em comemoração a essa data venho expressar as minhas felicitações e desejar que Deus continue dando forças, saúde e vitalidade!

Meus parabéns. Vida longa.

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HOMENAGEM PÓSTUMA – GILBERTO RODRIGUES

Por Edvaldo Morais


O anãozinho “Contra peso” do Babalu Circus.

Sepultado na manhã de 14 de dezembro/2020 em Ceará-Mirim, Gilberto Rodrigues, um dos anõezinhos do Babalu Circus. Estava com 48 anos de idade. Há três meses lutava contra uma enfermidade. Era cunhado de Noel do Salão Paulista/Ceará-Mirim. 

Aos familiares e amigos nosso sentimento de pesar. O empresário Acadias Alves Basílio (Palhaço Babalu) nos enviou alguns registros fotográficos com atuações de Gilberto em seu Circo. Interpretava os personagens: “Contra peso”; Tiazinha”; Pitibull, dentre outros. 

Descanse em paz, pequeno gigante Gilberto Rodrigues.

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ZÉ SERENO DEPOIMENTOS E RELATOS DE UM EX-CANGACEIRO DO BANDO DE LAMPIÃO.

Cópia Scâmbio

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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA

Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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O SERTÃO DOS CANGACEIROS E POLICIAIS EM IMAGENS IMPRESSIONANTES

Até os anos 1930, o nordeste estava repleto de bandidos nômades em sua constante luta contra os volantes.

ANDRÉ NOGUEIRA

Civis matam e posam com o corpo de Cirilo de Engrácia
Civis matam e posam com o corpo de Cirilo de Engrácia - Domínio Público

Os cangaceiros eram grupos de bandidos que atravessavam o sertão nordestino agindo contra a lei, saqueando cidades, assaltando comitivas e fugindo das autoridades do Estado. 

O cenário sertanejo no início do século 20 foi marcado por disputas entre os grupos marginais e os volantes, equipes de policiais ambulantes encarregadas por combater o crime organizado. 

caráter social do cangaço mudou bastante em sua consideravelmente longa vida. Desde Jesuíno Brilhante até Corisco, muitas características deste fenômeno social foram modificadas bruscamente. 

Hoje, a maioria das imagens que conhecemos do Cangaço, que, inclusive, são fortes em noso imaginário histórico, foram tiradas pelo fotógrafo libanês Benjamin Abraão Botto, um dos únicos jornalistas da História que o Capitão Virgulino permtiu acompanhar a equipe.

Confira 10 fotos do mundo cangaceiro.

1. Zé Sereno e três de seus cabras, que formavam uma das comitivas do bando de Lampião

Crédito: Benjamin Abraão

2. O Cangaceiro Barreira, que deserdou do bando, prova sua lealdade à volante posando com a cabeça decapitada do antigo companheiro de bando que matou

Crédito: Reprodução

3. Civis matam e posam com o cadáver de Cirilo de Engrácia, usado como exemplo cívico pelas volantes em Alagoas

Crédito: Domínio Público

4. Benjamin Abraão, fotógrafo libanês, tem seu primeiro encontro com o bando de Lampião e sela o acordo de confiança para acompanhar os bandidos

Crédito: Benjamin Abraão

 5. Grupo de volantes do estado da Bahia, em 1936

Crédito: Benjamin Abraão

6. Lampião posa para foto com exemplar de jornal O Globo, que lia todo dia de manhã

Crédito: Benjamin Abraão

7. Corisco (à esquerda) e a esposa Dadá, no comando de um dos principais braços do bando de Lampião

Crédito: Benjamin Abraão

8. Lampião preparando a sua faixa tranversal de peito

Crédito: Benjamin Abraão

 9. Cunhado de Lampião, Virgínio Fortunato, posa com o bando

Crédito: Benjamin Abraão

10.  Legista Charles Pittex segura as cabeças mumificadas de Lampião e Maria Bonita, um ano após suas mortes

Crédito: Faculdade de Medicina da Bahia

+ Saiba mais sobre o cangaço pelas obras abaixo:

1. Os cangaceiros: Ensaio de interpretação histórica, de Luiz Bernardo Pericás - https://amzn.to/2Ok8T84

2. Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil, de Frederico Pernambucano de Mello -  https://amzn.to/2XNsfW8

3. Estrelas de Couro: A Estética do Cangaço, de Frederico Pernambucano de Mello -  https://amzn.to/34mVhOY

4. O Cabeleira, de Franklin Távora - https://amzn.to/2XNDBcD

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/galeria/o-sertao-do-seculo-xx-em-imagens.phtml

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A INVASÃO DE SOUSA NOS GRANDES ENCONTROS CARIRI CANGAÇO...

Por Manoel Severo

"Antes do amanhecer do dia 27 de julho de 1924, os bandidos cortaram a linha do telégrafo e invadiram Sousa, cuja maioria da população foi pega totalmente desprevenida. Pequena resistência partiu da residência de Otávio Mariz, principal alvo dos atacantes. Experiente e tarimbado sertanejo, Otávio Mariz escapuliu quando viu que não poderia resistir ao implacável ataque.

Tudo em Sousa virou alvo de saque, os cangaceiros roubaram o comércio, residências, tudo, prejuízo incalculável que marcou indelevelmente a história sousense. Feras endiabradas davam vazão a todos os instintos selvagens possíveis e imagináveis. 

O destacamento local, comandado pelo então Tenente Salgado não conseguiu realizar qualquer ação de defesa em Sousa, verdadeiro suicídio se tivesse havido consumação.." 

Para contar essa história, Manoel Severo recebe os pesquisadores, BISMARCK OLIVEIRA E OTAVIO MAIA, para mais uma noite historica... é nesta sexta-feira, dia 18 de dezembro às 20h no Canal do Cariri Cangaço, no YouTube, até la !!!

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?multi_permalinks=1805343422963099%2C1804723269691781&notif_id=1607989883607123&notif_t=group_activity&ref=notif

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IVONETE DI PAULA NO ORATÓRIO DE SANTA LUZIA

 Por Edvaldo Morais

Este ano de 2020 teríamos a vigésima edição da maior encenação religiosa de nossa região. Desde a virada do milênio que a Festa de Santa Luzia ganhou um brilho especial. A cada ano uma nova montagem do Oratório vinha sendo apresentada, emocionando a todos. Era a “menina dos olhos” do saudoso Monsenhor Américo Simonetti. A imponente estrutura, luz, som, música, cenários, produção, direção, equipe técnica, além, é claro, de um grandioso, esforçado e dedicado elenco. 

No decorrer dos anos, valorosos atores e atrizes participaram da superprodução genuinamente mossoroense. Através da talentosa TONY SILVA, um ícone deste espetáculo, nossa saudação a todos. Um registro especial: nas primeiras edições, o elenco contou com a saudosa e competente atriz IVONETE DI PAULA, no papel de Dona Eutíquia, a mãe da protagonista Luzia. 

Esta imagem de Ivonete, com a caracterização da personagem no Oratório, está emoldurada, pertencendo a relíquia original ao seu filho Camilo Barros, de quem “pescamos” o registro. 

Tivemos oportunidade de acompanhar a brilhante participação da “pequena notável” neste espetáculo, como em outros nos palcos mossoroenses. 

Pra sempre, Ivonete di Paula!

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PARABÉNS, OLEONE COELHO FONTES!

 Por Simona Adivincula

Parabéns Oleone Coelho Fontes, seu livro também faz parte da minha coleção privada da minha casa em Milão. Que emoção viajar com você nessa história. Agora quanto mais leio mais adoro. Como descreveu o Sérgio SInotti: "

Oleone Coelho Fontes é um decorado pela paixão de escrever. Atualmente é um dos escritores baianos com o maior número de titulos. Ascende a mais de vinte produções editadas, participação em coletâneas, prêmios arrebatados. E menção honrosa" és o escritor meus amigos, vamos prestigiar, pois realmente vamos dá merito total. 

Obrigada, Oleone Coelho por tudo que faz no mundo literário.

https://www.facebook.com/oleonecoelhofontes.fontes

Veja se o professor Pereira tem este livro através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

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QUEM NÃO GOSTA DE LER HISTÓRIAS SOBRE SINHÔ PEREIRA E LUIZ PADRE?

 Por Marcos Oliveira Damasceno

De acordo com a maioria dos autores sobre o tema, a expressão “cangaço” deriva-se de “canga”, peça de madeira colocada sobre o pescoço dos bois de carga. Os cangaceiros usavam verdadeiras cangas no pescoço para o transporte de utensílios pessoais.

O cangaço ocorreu em vários momentos da história nordestina. Primeiro com o valente José Gomes, de alcunha “Cabeleira”. Este aterrorizava as terras do Estado do Pernambuco, por volta de 1775. Anos depois, o cangaço foi protagonizado por Jesuíno Alves de Melo Calado, apelidado de “Jesuíno Brilhante”. Nasceu em 1844 e faleceu em 1879. Era natural do Estado do Rio Grande do Norte. Este saqueava os comboios do governo, roubava alimentos e distribuía entre a população pobre das redondezas. Depois foi a vez de Antônio Silvino. Nasceu em 1875 e faleceu em 1944. Tinha o apelido de “Rifle de Ouro”. Era pernambucano.

Iniciou-se o cangaço como volante. Em 1914. O mentor e líder era Sebastião Pereira da Silva, conhecido como Sinhô Pereira. Foi o comandante de Lampião. Nasceu em Serra Talhada-PE, a 20 de janeiro de 1896. Apelidado “Demônio do Sertão” pelos populares, por ser um rei nas estratégias de guerrilhas pela caatinga. Por várias vezes foi cercado pela polícia, e conseguia escapar. Era um homem do bem, embora justiceiro popular, pela via da violência. A época era assim, a justiça era feita pelas próprias mãos.

Era sobrinho neto do coronel Andrelino Pereira da Silva, o Barão do Pajeú, primeiro intendente (prefeito) da Vila Bela (Estado do Pernambuco). Também sobrinho do Padre Pereira e filho de Manuel Pereira da Silva. A tradicional família “Pereira”. A entrada do jovem Sebastião para o cangaço teve início em rixas e mortes entre “Os Pereiras” e “Os Carvalhos”. No livro “Sinhô Pereira: o comandante de Lampião”, de autoria de Nertan Macedo, publicado em 1980, a descrição:

- Manoel Pereira da Silva era irmão do Barão do Pajeú, e pai de outro Manoel – Manoel Pereira da Silva Jacobina (Padre Pereira). Manoel (pai) sempre sonhou em ver o filho padre. Mandou-o, como era de uso no tempo, estudar no Seminário de Olinda. Manoel permaneceu algum tempo de batina, derramado sobre o seu latim, mas terminou voltando para o Sertão, sem ser ordenado. Restou a Manoel o apelido de Padre Pereira.

Padre Pereira era do bem, mas por assumir a liderança política “dos Pereiras” passou a ser o mais odiado “pelos Carvalhos” (família rival). Aos 72 anos de idade, foi vítima de uma emboscada e atingido por um tiro do jagunço Luís de França, a mando da família rival. Seu filho Luís Pereira da Silva Jacobina, apelidado Luís Padre, tinha 17 anos de idade na ocasião da morte do seu pai. A esposa do Padre Pereira, Dona Chiquinha, exigiu (por questão de honra) a vingança da morte do marido. Luís Padre muito novo, não estava preparado para a missão. Pediu ajuda ao primo Né Pereira (ou Né Dadu), irmão de Sinhô Pereira. Foram escolhidos Joaquim Nogueira de Carvalho e Eustáquio Bernardino de Carvalho para serem assassinados. Assim ocorreu.

Dias depois, Né Pereira foi assassinado “pelos Carvalhos”. Aí entra na história Sinhô Pereira, que se juntou ao primo Luís Padre, no desejo de vingar a morte do seu irmão e do seu tio. Logo os dois jovens (Luís Padre com 24 anos e Sinhô Pereira com 20 anos), mataram Luís de França, assassino de Padre Pereira. E com espírito de guerra, formaram um grupo de jagunços que passou a ser volante, andando com cangas para levar utensílios. Daí o apelido cangaceiros. Guerrearam por muitos anos.

Em 1918, Sinhô Pereira e Luís Padre resolveram recomeçar a vida e deixaram o cangaço. Alguns historiadores afirmam que eles haviam atendido a um pedido de Padre Cícero, enviado numa carta endereçada ao Sinhô Pereira, em que o sacerdote pedia que os primos deixassem a região, que vivia em clima de guerra e de medo. O sacerdote cearense ao receber a resposta favorável, enviou outra carta para Padre Castro, no município de Pedro II (Estado do Piauí), pedindo ao vigário que recebesse os dois jovens e encaminhasse-os para o Maranhão, para as terras do Barão de Santa Filomena (Estado do Piauí) e do Marquês de Paranaguá (Estado do Piauí). Mas os primos escolheram o Estado de Goiás. Do município de José do Belmonte-PE vieram em direção ao Estado do Piauí. Em Simões-PI, a caminho de Pedro II-PI, foram perseguidos e mudaram de rumo. Por questões de estratégia militar se separaram. Montados a cavalos, acompanhados de seis cangaceiros.

Luís Padre ficou com dois cangaceiros e rumou Uruçuí-PI (hoje município). Já Sinhô Pereira ficou com quatro cangaceiros (“Cacheado”, “Coqueiro”, “Raimundo Morais” e “Gato”), rumou Corrente-PI. Passou por São Raimundo Nonato-PI e chegou a Caracol - PI. O próximo destino seria Parnaguá-PI. Mas foi cercado pela polícia do Piauí, em Caracol – PI. Isso em dezembro de 1918. A força policial era comandada pelo tenente Zeca Rubens. Um contingente de 20 soldados, e ainda mais de 40 populares. Sinhô Pereira, tido por alguns como “arquiduque do sertão”, e por outros o rei das guerrilhas na caatinga, mesmo com um grupo de cinco pessoas conseguiu escapar. Suas táticas de guerrilha funcionaram.

Retornou para sua terra (no Pernambuco). Desistiu da viagem para o Estado de Goiás. Alegava que eles teriam um longo trecho pelo Estado do Piauí até chegar o destino final.

Com pouca munição, com alguns dias de fome e de sede, era melhor retornar. Próximo a Remanso - BA encontraram abrigo, água e comida. Seguiu o futuro comandante de Lampião para sua terra. Chegou por lá em março de 1920. Em passagem por Serra Talhada-PE esteve com Lampião e seus irmãos Antônio e Livino. Mais tarde, outro irmão entrou para o cangaço: Ezequiel. Muitas ligações entre Lampião e Sinhô Pereira: eram vizinhos; a mãe de Lampião era afilhada do pai de Sinhô Pereira; o pai de Lampião era afilhado do Padre Pereira, tio de Sinhô Pereira; as famílias eram amigas; e com comuns inimigos: “Os Saturninos” e José Lucena.

Em Gilbués-PI (hoje município), vindo de Uruçuí-PI, Luís Padre soube do ataque ao primo. Mas seguiu pelo cerrado piauiense rumo ao Estado de Goiás. Passou em Santa Filomena-PI (hoje município). Já havia adotado um nome fajuto: José Piauí. Anos depois, já em Goiás, Luís Padre comunicou ao Sinhô Pereira o lugar onde estava. Seguro e sossegado. O cangaço na região Nordeste estava cada vez mais difícil. Sinhô Pereira resolveu ir onde estava seu primo, e comunicou ao grupo. Lampião disse que ficaria. Muitos cangaceiros ficaram com o futuro rei do cangaço, que assumiu o comando do grupo. Ao despedir-se de Lampião, disse-lhe: “Vou deixar umas brasas acesas por aí. Trate de apagá-las”.

Sinhô Pereira deixou o cangaço (definitivamente) a 08 de agosto de 1922, e foi para Minas Gerais. Anos depois se mudou para Goiás. Deu suas justificativas ao Nertan Macedo, autor do livro “Sinhô Pereira: o comandante de Lampião”, que esteve na sua casa em Minas Gerais, em 1975.

- Depois que houve outro combate na fazenda Tabuleiro, de Neco Alves, na Paraíba, fronteira com Pernambuco. De longe avistamos uns homens. Pensamos que fossem nossos companheiros. Lampião ia à frente, com Livino e “Meia Noite” (cangaceiro). Os soldados atiraram. Lampião perdeu o chapéu, ao pular para se livrar das balas. Ao voltar para apanhá-lo tomou dois tiros, um na virilha e outro acima do peito. Na hora ele saiu andando, mas não aguentou e caiu. Livino e “Meia Noite” (cangaceiro) o arrastaram até um lugar seguro. Mandei chamar o Dr. Mota, amigo da minha família, para examinar Lampião. Disse: “Nunca vi tanta sorte. Por um triz a bala pegava a bexiga e a espinha.” Fizemos um rancho, onde ficamos até Lampião poder andar. Depois do combate em que Lampião saiu ferido eu resolvi me retirar daquela vida. Saí mais por causa do reumatismo, que me atacava tanto. Tinha dia que eu não conseguia nem caminhar. Isso por causa das longas noites passadas ao relento, na friagem do sertão.

Décadas depois, Sinhô Pereira foi descoberto em Lagoa Grande, povoado de Presidente Olegário-MG, sendo dono de uma farmácia. Com nome fajuto de Chico Maranhão. O coronel Farnesi Dias Maciel foi quem deu abrigo e proteção ao ex-cangaceiro, naqueles confins de Minas Gerais. Era irmão do falecido Presidente Olegário (ex-governador mineiro), homenageado com o nome do município.

Maura Eustáquia de Oliveira escreve no Jornal “O Globo” sobre Sinhô Pereira, nos anos 70:

- De Serra Talhada, no sertão de Pernambuco, até Lagoa Grande, no sertão de Minas Gerais, há mais de mil quilômetros de distância. Mas uma distância muito maior separa o cangaceiro Sebastião Pereira, que Serra Talhada temeu em torno de 1916, do farmacêutico Chico Maranhão, que Lagoa Grande respeita e venera desde 1923.

Sebastião Pereira, ou Sinhô Pereira como era conhecido no cangaço, é sobrinho do Barão do Pajeú, um dos mais influentes políticos pernambucanos do início do século. Aderiu ao cangaço para vingar a morte de um irmão na rixa entre as famílias do sertão e “para levar justiça a um povo que só conhecia a lei da força”. Um dia recebeu entre seus homens o jovem Virgulino Ferreira – que mais tarde seria o temido Lampião – a quem ensinou todos os segredos da guerrilha da caatinga e depois fez ele seu lugar-tenente. Quando resolveu abandonar a vida de cangaceiro, convidou seu compadre para sair junto. Mas Lampião preferiu a caatinga.

Ao escritor Nertan Macedo o ex-cangaceiro disse em 1975, ao recebê-lo em sua casa, sobre a vida no cangaço:

- Era um tempo ruim. Não tinha sossego. Era só desgraça, seca e miséria. Raro o dia, na caatinga, que podíamos nos dar ao luxo de uma xícara de café. Tinha vez de nós rompermos até 12 léguas (72 km) num dia. Um estirão danado. Nessas ocasiões, a gente mal parava pra comer e descansar. Travessias fortes, perambulando de um lado para outro. Enfrentava inimigos fortes e poderosos, ainda sofria dias e dias de fome e sede. Eis a vida no cangaço. Quase todos do grupo tinham menos de 25 anos (de idade)

Em 1920, mês de junho, Virgulino Ferreira, vulgo Lampião, entra para o cangaço a convite de Sinhô Pereira. Foi seu comandante. Segundo ele próprio, sua entrada foi motivada pelo desejo de vingar a morte do seu pai. O líder Sinhô Pereira admirava-o pela sua valentia e por suas técnicas de guerras (era bom nisso). E Lampião, sempre que necessário, demonstrava idolatria ao comandante e até depois de sua saída fez tributo ao seu mestre, dizendo da sua admiração por ele. O mestre-comandante de Lampião, conta sua vida no livro “Sinhô Pereira: o comandante de Lampião”, de autoria de Nertan Macedo:

- Lampião era de uma família humilde. Ele nasceu a umas três léguas (18 km) de São Francisco, onde eu morava e seu pai fazia a feira e batizava os filhos. Conheci Lampião desde menino. Ele e seus irmãos eram independentes e muito trabalhadores. A questão dele foi de terra. Saturnino, pai de Zé Saturnino, queria tomar um pedaço de terra da fazenda Serra Vermelha, de Zé Ferreira, pai de Lampião. Houve uns tiros entre eles. Morreu um dos jagunços de Zé Saturnino, e Zé Ferreira saiu ferido. Aí “Os Ferreiras” se retiraram para Matinha de Água Branca, em Alagoas, onde ficaram sob a proteção do coronel Ulisses Lunas, em 1917. Eles estavam até destituídos de questão, quietos, trabalhando, quando em 1920 foram procurados por Antônio Matilde, casado com uma parenta deles, para juntos perseguirem Zé Saturnino. Antônio Matilde tinha um grupo de homens. Houve algumas lutas, morreu um sobrinho de Antônio Matilde e Casimiro Honório, tio de Zé Saturnino. Depois disso, Antônio Matilde desapareceu, deixando “Os Ferreiras” encrencados também com a polícia. Essa encrenca foi que provocou a morte de Zé Ferreira, pai de Lampião.

- Depois da morte de Casimiro Honório o tenente José Lucena saiu em perseguição a Antônio Matilde. Soube que Zé Ferreira estava na casa de um “Fragoso”, foi lá e matou o velho. Antes havia matado Luís Fragoso, filho do dono da casa. Dona Maria José, mãe de Lampião, morreu 19 dias depois de desgosto. 

Adendo - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

"Dona Maria Sulena morreu primeiro do que José Ferreira da Silva, segundo consta nos livros de alguns escritores famosos. Dona Maria Lopes morreu de infarto no dia 30 de abril de 1921, aos 48 anos. O José Ferreira morreu depois da morte da esposa, no dia 18 de maio de 1921".  

Depois da morte de Zé Ferreira Lampião e irmãos juntaram-se com os irmãos Porcino, Antônio, Manuel e Pedro. Mas foi por poucos dias. Então, saíram atrás de José Lucena. Tiveram um encontro com um policial num lugar por nome Espírito Santo, fronteira de Pernambuco com Alagoas. Morreu gente de parte a parte. O cabo (policial) foi confundido com José Lucena e recebeu 12 tiros. A força (policial) era muito grande. Eles não eram nem a metade. Aí, eles fugiram, achando que tinham matado José Lucena.

Pegando o gancho, farei aqui uma leitura do cangaço; numa visão social. Lampião fez história no cangaço tornando-se numa lenda. Seu nome está memorizado na memória coletiva e no panteão da imortalidade.

Segundo fontes bibliográficas, os três brasileiros mais biografados – todos com mais de 3000 livros escritos sobre eles - são: Padre Cícero, Lampião e Luiz Gonzaga. Todos nordestinos. Lampião, no caso aqui, foi a referência de mobilização para todos esses grandes líderes existentes da arena da justiça social. Certa vez, o então deputado federal Francisco Julião, representante das Ligas Camponesas e militante político pela reforma agrária, declarou: “Lampião foi o primeiro homem do Nordeste a batalhar contra o latifúndio e a arbitrariedade”. Assim como muitos outros personagens da História, foi injustiçado pela visão elitista. Os fatos históricos perderam lugar para as lendas.

O fato, é que Lampião era um jovem normal e tranquilo que trabalhava para Delmiro Gouveia, grande empresário da época. Sua revolta deu início a partir do dia em que seu pai (José Ferreira) foi assassinado (em 1920) pelo sargento de polícia José Lucena, por causa de um litígio com o vizinho José Saturnino. Naquela época a honra andava lado a lado com a vingança. Recorrer a quem? À justiça dos homens, muitas vezes manipulada pelo próprio coronelismo político? Não existia democracia. Nem diplomacia. Agir pela via da violência não era um erro de causa, era o meio mais sensato para o fim da dignidade moral.

Lampião foi um idealista, um revolucionário primitivo, insurgente contra a opressão do latifúndio e a injustiça do sertão nordestino. Um “Robin Hood”. Um justiceiro popular. Ele sempre foi um homem justo, que comungava de valores de respeito e de relacionamento social. Seu problema não era com o povo, nunca o perseguiu. E sim, com os coronéis rurais (posseiros das terras), líderes políticos e comerciantes que exploravam o povo com a carestia. Protestou contra todas as mazelas sociais existentes na região Nordeste. Ensinou o povo a se indignar, a mobilizar-se; ensinou-nos a importância da luta.

Sua imagem revolucionária começou a se desenhar em 1935, ainda vivo, quando a Aliança Nacional Libertadora – ANL citou-o como um de seus inspiradores políticos. Já nos anos 20 era a referência para essa linha de atuação pela justiça social. E provavelmente nos anos 10 o cangaço já representava o principal exemplo de mobilização social. Existiram erros de causa por parte do cangaço. Isso é inegável. Mas diante da grande obra da causa cívica e do mérito da história desses brasileiros cangaceiros, são insignificantes.

Sobre a referência social de Lampião, o historiador norte-americano Billy Jayner Chandler escreveu:

- Os ingleses vibram com os feitos de Robin Hood. Os norte-americanos contam as aventuras de Jesse James. Os mexicanos, as façanhas de Pancho Villa. E os brasileiros, as de Lampião.

O cangaço foi importante e notório na luta pela liberdade e dignidade do povo sertanejo do Brasil. Deu significativa contribuição para um país mais desenvolvido e menos desigual socialmente. Vamos nos situar na região.

Imagine a população sem renda que lhe oferecesse as mínimas condições de sobrevivência... Um povo que fazia parte apenas da estatística nacional brasileira como integrante da população. A exclusão social era total. Esses atores sociais foram ardentes defensores da causa da justiça, e os principais intérpretes das aspirações das massas. Foram líderes sociais. Heróis do povo brasileiro.

Marcos Oliveira Damasceno, 30 anos, escritor. Natural de Dom Inocêncio – PI. Doutorado em Filosofia Política. Diretor-Presidente da Produtora Sertão.

 http://blogdosanharol.blogspot.com/2017/08/quem-nao-gosta-de-ler-historias-sobre.html

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MORRE AOS 68 ANOS O CANTOR PAULINHO, DO GRUPO ROUPA NOVA

Paulinho integrante do Roupa Nova, fez um transplante de medula óssea em setembro. Contraiu covid-19 no mês seguinte

Internado com covid-19 em novembro. Teve falência de múltiplos órgãos.

O cantor Paulo César Santos o Paulinho, 68 anos, integrante do grupo Roupa Nova, morreu na noite desta 2ª feira (14. dez. 2020), na UTI do Hospital Copa D’Or, zona sul do Rio. Em setembro, ele passou por um transplante de medula óssea para tratar de um linfoma. No procedimento, foram utilizadas as próprias células do paciente.

No mês passado, Paulinho foi internado com covid-19. A morte de Paulinho foi confirmada pela banda e pelo hospital. “O Hospital Copa D’Or lamenta a morte do paciente Paulo César dos Santos na noite desta 2ª feira e informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes”, declarou o hospital em nota.

No Facebook da banda, uma publicação informa que o cantor “veio a falecer de falência de múltiplos órgãos após ser acometido pela infecção do vírus covid-19”.

As luzes do palco se apagaram. Infelizmente o nosso querido Paulinho não resistiu.

Acabamos de receber a notícia que ele veio a falecer de falência de múltiplos órgãos após ser acometido pela infecção do vírus COVID 19. Paciente decorrente de outras co-morbidades, entre elas um transplante de medula óssea devido a um linfoma, ele teve uma parada cardiorrespiratória hoje, que levou à parada dos órgãos.

Nossos sinceros agradecimentos à todos que oraram e pediram por ele.

Deus o receba de braços abertos! #Luto

TRAJETÓRIA

Além de cantor, Paulinho também tinha a função de percussionista no grupo Roupa Nova, há mais de 40 anos. Ele estava na banda desde a formação original.

Com uma voz potente e marcante, Paulinho cantava como vocalista principal em diversas músicas do grupo Roupa Nova, incluindo sucessos como Canção de Verão; Clarear; Sensual (na versão original de 1983); Volta pra Mim; Whisky a Go-Go; Linda Demais; Meu Universo É Você; Vício; De Volta pro Futuro; Chama; Asas do Prazer; Os Corações não São Iguais; Maria Maria; Felicidade, além de outras canções mais recentes.

Com o grupo o cantor recebeu em 2009 um dos maiores prêmios da indústria fonográfica, o Grammy Latino de melhor álbum pop contemporâneo brasileiro, categoria em que o Roupa Nova concorreu com nomes como Rita Lee, Ivete Sangalo, Skank e Jota Quest.

Assista abaixo uma apresentação de Whisky a Go Go, uma das músicas mais célebres do Roupa Nova (4min21s):

Com informações da Agência Brasil.

https://www.poder360.com.br/brasil/morre-aos-68-anos-o-cantor-paulinho-do-grupo-roupa-nova/#:~:text=O%20cantor%20Paulo%20C%C3%A9sar%20Santos,para%20tratar%20de%20um%20linfoma.

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ESTRELA DE ALAGOAS

 Clerisvaldo B. Chagas, 15 de dezembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.435


 Visto que todos os estados brasileiros e o Distrito Federal são representados no céu por uma estrela, Alagoas também tem a sua. Trata-se da estrela Tete, da constelação de Escorpião. Esta constelação já fazia parte do mapa do zodíaco desde os tempos antigos, quando os europeus estudavam os astros.



Mas também o estado tem sua estrela na terra. Quem ainda não ouviu falar no município de Estrela de Alagoas. Indo do Sertão para a capital, Maceió, a cidade de Estrela de Alagoas, é a primeira do agreste e fica entre os municípios de Cacimbinhas e Palmeira dos Índios para quem viaja pela BR-316.

Antigamente em suas terras havia muitos animais selvagens com destaque para o tatu-bola.  Quando se formou ali algumas casas em aglomerado, recebeu popularmente o nome de Bola, em referência ao animal tatu. E assim esse nome atravessou décadas e décadas até se tornar pejorativo. Viajantes passavam por ali e insultavam os moradores indagando das carrocerias dos caminhões embalados na rodagem: “É aqui o Bola, rebanho de peste?!” Aí a poeira cobria na estrada de terra. Os moradores ficavam fulos e ai se pegassem um daqueles engraçadinhos. Certa vez chegou por ali o Padre Ludgero, 1952, vigário da paróquia de Palmeira dos Índios e celebrou a primeira missa no povoado e trouxe também a primeira escola. O padre, diante do progresso do povoado, sugeriu que fosse mudado o nome para Estrela de Alagoas. Sua primeira feira aconteceu em 9 de janeiro de 1959. O nome de estrela se deu em 1989 e sua Emancipação Política deu-se em 5 de outubro de 1992.

Após passar a município, Estrela de Alagoas começou a dar passos fortes em direção ao progresso, conquistando o respeito e a admiração dos passantes. Foi coberto de asfalto, implantou calçamento de ruas, ampliou sua feira-livre e atraiu centenas de empreendimentos particulares e estatais. Sua fatia Agrestina possui clima agradável, terras férteis e muita arborização em sua periferia. Prédios novos e casas comerciais chegam por ali todos os dias e sua feira já faz sombra a sua antiga sede, Palmeira dos Índios que fica somente a um pulo dali.  Tem como grande atração os serrotes do Cedro e do Vento, pontos turísticos bastante visitados na Semana Santa por pesquisadores, turistas, religiosos e curiosos da região.

Bola, uma nova estrela radiosa de Alagoas.

CENTRO DE ESTRELA DE ALAGOAS (YOUTUBE).



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ALERTA AO LEITOR E LEITORA! O SUJEITO NO TRÂNSITO É BASTANTE IGNORANTE E PODERÁ CEIFAR A VIDA DE ALGUÉM EM UMA DISCUSSÃO.

 Por José Mendes Pereira

Guarda estas duas imagens na mente para lembrar delas quando você estiver no trânsito. 

Quando estiver no trânsito lembre sempre deste alerta. Cuidado, não discuta no trânsito, e não menospreze o outro com palavras de baixo escalão! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional, você poderá ser vítima. 

As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão. 

Você pode não conduzir arma, mas o outro, quem sabe! Carregará consigo uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância. E depois que a coisa arruína não tem mais como desmanchar o que disse ou matar o bicho que foi criado naquele momento.

Imagina num momento que aconteça uma arma apontada para você e não tem como se livrar dela, com certeza, irá morrer! Lembre-se que nem sempre numa  discussão aparecerá  a turma do aquieta, aquieta. A morte estará bem pertinho do sujeito.

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