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terça-feira, 22 de maio de 2012

LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE


Convite

O escritor Archimedes Marques, tem o prazer de convidar Vossa Senhoria e família, para o Coquetel de lançamento de seu livro “Lampião Contra O Mata Sete”.
Local: Sociedade Semear 
Rua Vila Cristina, 148
Aracaju - Se
Horário: 19h
Data: 02 / 06 / 2012
SINOPSE
LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE

A história nua e crua narrada com a veracidade que ela merece.

Archimedes Marque (*)
Participante do maior movimento pertinente que há no Brasil, o CARIRI CANGAÇO, evento que reúne anualmente as maiores autoridades nacionais e internacionais sobre o tema e que é realizado na cidade do Crato e região do Cariri cearense adjacente, o autor Archimedes Marques em nome da VERDADEIRA HISTÓRIA QUE FOI VILIPENDIADA com o livro “Lampião, o Mata Sete” resolveu escrever a sua contestação: LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE.

Trata-se do primeiro livro oposição dentro do assunto cangaço. LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE, procura refutar tudo que está errado no seu livro opositor, pois essa obra é eivada de vícios do início ao fim. Todas as alegações contidas no livro “Lampião, o Mata Sete” referentes às honras sexuais de 



Lampião e Maria Bonita são levianas e sem provas algumas por menor que sejam e até mesmo desprovidas sequer de indícios de veracidades, como se a história fosse feita de insinuações vindas do nada, provindas de uma mente criativa sem apresentar fatos alguns que pelo menos deixem dúvidas quanto ao alegado.

Da citada obra contestada, de todas as aleivosias existentes ainda há muita coisa errada, tais como troca de datas, de nomes de pessoas, de fatos, de passagens, além das constantes tentativas de levar o leitor a erro. Enfim o livro “Lampião, o Mata Sete” é de PÉSSIMO GOSTO EM TODOS OS SENTIDOS, jamais é um livro histórico. Trata-se sim, de um livro FICTÍCIO além de muito mal informativo, muito mal pesquisado.


Até os dizeres do escritor Oleone Coelho Fontes que fez a introdução do livro refutado, e que por sinal escreveu o excelente livro "Lampião na Bahia", em muitas vezes se esbarram em situações totalmente adversas ao pensamento contido no livro “Lampião, o Mata Sete”, em comprovação que de tudo nessa obra há somente aleivosias improváveis.

(*) Archimedes Marques (Delegado de Policia Civil no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br

Conhecedores da Nossa História

Por: Aderbal Nogueira

Amigos, segue o último capítulo do polêmico "Padre Cícero e Lampião", com o Professor Renato Casimiro.
Espero tirarmos algumas conclusões que venham a nos ajudar no entendimento da nossa história.
No próximo CONHECEDORES DA NOSSA HISTÓRIA, Auschwitz, Treblinka, Dachau, Buchenwald, Sobibor, Dublin...
Nada disso. Crato, Cariús, Ipu, Quixeramobim, Senador Pompeu e Fortaleza.
Pois é. Nós também tivemos disso. CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO DO CEARÁ.

No próximo Conhecedores da Nossa História.

Aderbal Nogueira

Clique no link para assistir no YouTube

http://www.youtube.com/watch?v=CT1SQ7xXI8U

Enviado pelo cineasta e pesquisador do cangaço:
Aderbal Nogueira

Faroeste Caboclo, 70 anos da Morte de Lampião


A força volante não possuía muita experiência, porém, contava com um elemento que foi decisivo: o fator surpresa. O número de homens envolvidos, era relativamente pequeno, diante do tamanho do desafio que estava por vir. A missão era o sonho de diversos governos, coronéis e outros: prender ou executar Virgulino Ferreira, Lampião.

Naquela manhã de 28 de julho de 1938, o bando do maior líder do cangaço que o Nordeste conheceu, descansava tranqüilamente no seu esconderijo favorito – a gruta de Angicos - Sergipe. De repente um saraivada de balas e em pouco tempo tudo estava terminado. Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros mortos, outros fugiram e procuraram reorgarnizar o bando sob o comando de Corisco.

O ataque durou uns vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos 34 cangaceiros presentes, 11 morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais saquearam e mutilaram os mortos. Roubaram todo o dinheiro, o ouro, e as jóias.

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O Mito e a Cultura Popular

Com a morte Lampião e Maria Bonita terminava uma era. Durante cerca de vinte anos, este cangaceiro praticou os mais diversos tipos de crimes como saques, extorsões e assassinatos, também foi capaz de atos de generosidade e bondade para com os companheiros e pessoas humildes.

O homem se foi; o mito, que já existia antes mesmo da morte permanece. A figura daquele sertanejo nascido em Serra Talhada – PE ainda hoje é fruto de estudos sendo talvez, o personagem mais biografado da História do Brasil. Diversas são as teorias a respeito deste homem e do movimento do cangaço, do qual Lampião tornou-se um ícone. Lampião já foi tratado como herói, como bandido e até como lenda.

Polêmicas não faltam nas narrativas e pesquisas sobre o fenômeno social do cangaço e Lampião. Há quem o compare com os atuais traficantes de drogas presentes nos grandes centros urbanos, outros tratam de Lampião de modo romântico vendo nele a figura de um“Robin Hood das Caatingas”, fato que deve-se a passagens pitorescas da vida do cangaceiro como o caso do assalto à casa da Baronesa de Água Branca - onde após o saque, Lampião e seu bando distribuíram o butim com diversas pessoas da comunidade - e há ainda, os que analisam os cangaceiros e Lampião como homens típicos do sertão de seu tempo que buscavam através da ação violenta, realizar seus objetivos de vingança pessoal ou de enriquecimento e alcançar uma espécie de status.

Há 70 anos, polêmicas são levantadas e discutidas, novos estudos e interpretações são feitas o que não muda é a força que a figura do cangaceiro possui no imaginário popular refletida em versos, músicas e xilogravuras.

Passados 70 anos da morte do mais famoso de todos cangaceiros o movimento do Cangaço e a figura de Lampião ainda permeiam a arte do nordestino e servem de mote para pesquisas e discussões, revelando a grandiosidade do tema. Acreditamos ser importante repensar o movimento do cangaço buscando interpretar suas raízes e conseqüências, bem como analisar o papel que este movimento desperta no imaginário popular nordestino.

Mais

DÓRIA, Carlos Alberto O Cangaço. S. Paulo: Brasiliense, 1981 (Tudo É História, 6).
FACÓ, Rui. Cangaceiros e Fanáticos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.
MACIEL, Frederico Bezerra. Lampião, seu tempo e seu reinado. Rio de Janeiro: Vozes Petrópolis, 1980. v.1 e v.2.
MELLO, Frederico Pernambuco. Guerreiros do sol: o banditismo no Nordeste do Brasil.Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1985.
MONTE NEGRO, Aberlardo F. Fanáticos e Cangaceiros. Fortaleza: Henriqueta Galeno, 1973. Filmografia
O Cangaceiro (Brasil, 1953)
Direção: Lima Barreto Elenco: Vanja Orico, Ricardo Campos, Adoniran Barbosa
Jesuino Brilhante , o Cangaceiro (Brasil, 1962)
Direção: William Gobert.
Lampião, o Rei do Cangaço (Brasil, 1963)
Direção: Carlos Coimbra. Elenco: Vanja Orico, Leonardo Villar, Dionísio Azevedo.
Maria Bonita, Rainha do Cangaço (Brasil, 1968) Direção: Miguel Borges. Elenco: Sônia Dutra, Milton Moraes, Jofre Soares.
Postado por Jorge Dantas

A memória da juventude no cangaço - Sila, a cangaceira

Por: Eleuda de Carvalho
A cangaceira Sila (1919-2005) e Daniel Lins, psicanalista, sociólogo e psicólogo: livro escrito escrito a dois

NordesteWeb.Com 1998-2005

A memória da juventude no cangaço. O balanço de uma vida. Sila, comadre de Lampião e Maria Bonita, contou sua história ao filósofo Daniel Lins

A mulher alta e elegante acomodou-se na cadeira de balanço. Pediu para fechar os olhos e abriu o coração. Despejou, por dias a fio, nos ouvidos atentos do confidente, o rosário de sua história. Uma epopéia de sangue, morte, coragem e sobrevivência na caatinga áspera e empedrada que cruza as fronteiras do Nordeste, a terra onde reinou, um dia, o bando de Lampião e Maria Bonita. A narrativa, pontuada pelo filósofo, sociólogo e psicanalista Daniel Lins, resultou no livro Sila, uma cangaceira no divã, que será lançado no próximo dia 7, no Teatro Boca Rica, com exibição de vídeos e exposições temáticas.

Ilda Ribeiro de Souza nasceu no dia 26 de outubro de 1919 na localidade de Poço Redondo, Sergipe. Viveu dois anos no cangaço, ao lado de Zé Sereno, com quem teve quatro filhos. Durante muitos anos, já em São Paulo, Sila - como era chamada desde a infância - trabalhou de costureira na TV Bandeirantes (e fez até figuração, na novela ''Os Imigrantes'', da emissora), costurou roupas para as dançarinas do Chacrinha, foi camareira das atrizes Regina Duarte e Fernanda Montenegro. Desde as filmagens da minissérie Lampião, da Globo, anos 80, que a fez regressar ao palco de sua tragédia, Sila começou a viajar, dar palestras e resgatar a epopéia do cangaço, que ela viveu na carne.

Sila morreu em 15 de fevereiro deste ano, sem ver o livro pronto. Mas ouviu-o, no leito do hospital. ''Confesso, não tive coragem de ver aquela mulher linda, cheirosa, elegante, forte, morrendo. Maria da Glória Feitosa Freitas, uma aluna minha, foi lá e leu o livro todinho pra ela'', conta, emocionado, Daniel Lins. ''Este é um livro escrito por nós dois. Começamos no ano 2000 e terminamos em 2002. Ela me obrigou a entrar na história dela'', conta Daniel Lins, pernambucano de Canhotinho, casado com a francesa Sylvie Delacours, pai de Fabien e Térence. Lins conheceu a cangaceira Sila há dez anos, quando seus estudos e pesquisas sobre o tema amiudaram.

Parte substancial do livro foi feita durante os três meses em que a cangaceira viveu com os Lins. Ela mesma deu fé na cadeira de balanço, fez dela o divã. Disse ao interlocutor: ''Eu queria que você não me visse... Posso fechar os olhos? Ela fechava os olhos e ia embora'', relembra Daniel. ''Ela transformou a coisa numa relação intimista, mas guardando a devida distância''.

O livro está organizado em duas partes. A primeira, diz Lins, é ''muito intimista. Ela vai falar de coisas que nunca falou antes''. A segunda parte é um ''abecedário'', uma das formas poéticas populares mais conhecidas dos folhetos e cantorias, na qual se cantam temas iniciados pelas letras do alfabeto. Algumas escolhidas por Sila foram descobertas recentes, da convivência com a família de intelectuais. ''Utopia. Ela achava linda, esta palavra. Outra que ela gostava muito era parênteses''.

Durante a estada, Sila, setentã, viveu um derradeiro amor. ''Um jovem, que ficará anônimo, me telefonou. O sonho dele era conhecer uma cangaceira. E aí começou o inferno, esta mulher a tremer de paixão. O menino sumiu... Ela não admitia ser infeliz. Me dizia, infelicidade é coisa de gente preguiçosa''. As conversas no divã improvisado eram costuradas por música. Uma, virou obsessão de Sila, instigava seus sentimentos eróticos. ''Escutava direto L' Aventura, de Renato Russo, dia e noite, da gente ficar louco! Um dia, ela ouviu 22 vezes seguidas''. Também gostou de ouvir Lobão, e se emocionou deveras com a cantora lírica Maria Callas. Criou intimidades, lembra Daniel Lins: ''Bota aí a música da Maria, a 3!'' - era a ária da ópera Norma, de Bellini.

Nunca uma mulher mansa. ''Ela nos dava ordens. Esta casa ficou uma doideira'', ri-se o anfitrião. ''Ela não pedia. Dava ordens. Cangaceiro uma vez, cangaceiro pra sempre''. Senhora luxenta. ''Todo dia tinha que ter um prato diferente, e francês! Mas queria também feijão. Ela impôs o feijão aqui em casa. Dizia pra mim, venha cá - olha o dedo - que história é essa de não comer feijão?''. Dava falta de outro ingrediente familiar. ''Gente, não tem uma farinhazinha aí não? Ô, povo ingrato!''.

Daniel Lins extravasa paixão quando relembra a amiga. Uma mulher corajosa, elegante, consciente de sua importância na história do país, que manteve até o final da vida os códigos de ética aprendidos no sertão e amolados no cangaço. ''É ótimo visitar as pessoas, sobretudo quando se tem uma casa para voltar. Voltar pra nossa casa é o que há de melhor'', dizia Sila. Por isso, partiu. 

UM HOMEM SEM FRONTEIRAS

Por: Rostand Medeiros

Benjamin Abrahão em fotografia realizada em um estúdio fotográfico pernambucano. A partir do livro “Lampião o mito”, autoria de Roberto Tapioca, 9ª edição, página 50.

Segundo o pesquisador Frederico Pernambucano de Mello (in “Guerreiros do sol, 2ª edição”, págs. 313 a 317), seu nome completo era Benjamin Abrahão Calil Botto, sendo originário do Líbano.

Foto atual da cidade de Zahle, Líbano. Com uma população em torno de 100.000 habitantes, é a terceira maior cidade deste país, sendo bastante conhecida pela qualidade do vinho aí produzido. Coleção do autor.

Sua terra natal era Zahle, uma cidade situada na parte central deste país, no chamado Vale do Bekaa, próxima a cadeia de montanhas do Monte Líbano, em uma área extremamente fértil para agricultura e onde até hoje predomina uma população cristã.

Para alguns estudiosos ele teria vindo para o Brasil em 1910 e para outros ele aqui chegou em 1915. A razão de sua saída seria a ideia de buscar novas paragens para progredir na vida e deixar uma região então dominada pelo Império Turco Otomano desde 1517. Outra teoria aponta que a vinda de Abrahão seria uma fuga da convocação do exército que ocupava sua terra, para combater na Primeira Guerra Mundial.
Nesta época a nação libanesa ainda não havia sido oficialmente criada e os imigrantes que deixavam esta região e se dirigiam para o Brasil, eram normalmente conhecidos como “Turcos” ou “Sírios”. Apenas em 1926 foi oficialmente criada à República do Líbano, por interesses dos franceses.

Este Material pertence ao acervo do historiógrafo e pesquiador do cangaço:
Rostand Medeiros

Se você quiser ler o artigo completo clique neste link:

Nas Trilhas do Cangaço

Por: João de Sousa Lima

Imagens que farão parte do dcumentário nas trilhas do cangaço.

Na foto Manuca (ele, o pai e os irmãos enterraram o cangaceiro Sabiá), João, Arlindo Grande (coiteiro) e Nina (irmã do cangaceiro Bananeira).
povoado Várzea, Paulo Afonso, Bahia. 


Adquiri no blog do Neto

Sá Ana - Por: Dalinha Catunda


SÁ ANA
 

Com sua saia rodada,
Sua passada ligeira.
Sua blusa desbotada,
ia e vinha à lavadeira.

Era Sá Ana outra vez,
rumo à casa de Sinhá.
Para pegar roupa suja,
seu ofício era lavar.

Sá Ana pegava Anil.
Sá Ana pegava sabão.
Com a trouxa na cabeça,
voltava pro Lamarão.

Acocorada no açude,
cumpria sua missão.
Batia a roupa na pedra,
depois de passar sabão.

Dava gosto de se ver,
as lavadeiras antigas.
Batendo a roupa na pedra,
entoando velhas cantigas.

*

Texto de Dalinha Catunda em homenagem a Sá Ana
uma antiga lavadeira da cidade de Ipueiras no Ceará.

Tela do talentoso artista plástico Demócrito Borges.

Banditismo Social ?

Por: Narciso Dias
Narciso Dias

Diariamente,quando abrimos o jornal,ficamos escandalizados com a onda de criminalidade que toma conta da sociedade,em especial dos grandes centros urbanos. As pessoas que não compreendem a origem social desta criminalidade anonima,ao mesmo tempo em que se horrorizam com os requintes de crueldade e violência aos furtos mais insignificantes,sentem-se vítimas potenciais e clamam por mais policiamento e mais verbas para a "segurança",na vã esperança de assim viverem com tranquilidade. Os mais radicais chegam,inclusive,a pregar abertamente a adoção da pena de morte. No entanto nem sempre foi assim. Houve um tempo em que a maioria das pessoas torcia pelos bandidos em luta constante com a polícia. Um tempo em que parcela significativa da sociedade não contrapunha ao crime a necessidade de mais repressão,embora este pudesse ser o ponto de vista dos governantes.

O bandido social é, em geral,membro de uma socidade rural e,por razões várias,encarado como proscrito ou criminoso pelo Estado e pelos grandes proprietários. Apesar disso,continua a fazer parte da sociedade camponesa de que é originário e é considerado como herói por sua gente,seja ele um"justiceiro",ou um "vingador" ou alguém que "rouba aos ricos". Quer dizer,na prática os membros da sociedade não reconhecem no Estado e na classe dominante a legitimidade para dizer quem está ou não agindo segundo a "lei" e os costumes reconhecidos peo povo simples. Este tipo de bandido nada tem a ver com o "bandido comum",isto é,com aquele tipo de criminoso que a própria comunidade se esforça por entregar à polícia. Pelo contrário,é um camponês que por algum motivo "caiu em desgraça" perante os poderosos locais. Este tipo de "banditismo social" é um dos fenomenos mais universais da História. Existiu na China,no Peru,na Sicília,no Nordeste brasileiro,na Ucrânia,na Espanha,na Indonésia etc.

Do ponto de vista organizacional,as sociedades onde ele surge posuem alguns traços comuns: São sociedades rurais que vivem a transição entre a organização tribal e o clã (onde o principal laço de solidariedade social é a família extensa) e a moderna sociedade capitalista em fase de industrialização,quando o avanço do capitalismo no campo destroi a predominância dos laços de família. Nesta sociedade, portanto, será perfeitamente compreensível se um camponês pegar em armas para "vingar a honra" de sua irmã,violentada pelo filho de um proprietário,ou se rebelar e defender os seus parentes que se recusam a pagar os impostos e tributos devidos às autoridades.

Lampião e o árabe Abrahão Benjamin

Lampião,quando castrava o filho de um coronel que havia deflorado uma moça,ou quando incendiava uma fazenda,era profundamente admirado pela coragem de pegar em armas e realizar "com as próprias mãos"a justiça que o Estado negava ao homem pobre do sertão nordestino. Se sua ação provocava horror e indignação era principalmente entre suas vítimas potenciais,isto é,entre a pequena parcela de opressores do povo.Mas Lampião está longe de ser um "modelo" de bandido social,muito embora tenha sido o mais famoso cangaceiro. Um estudo aprofundado do banditismo permite indentificar dois tipos principais de "fora da lei": o ladrão nobre,com o qual estamos familiarizados graças a figuras populares como Robin Hood, "que rouba aos ricos para dar aos pobres", e o vingador,ou justiceiro,que ao procurar reparar uma grave injustiça semeia o terror entre os opressores. 

Os principais surtos de banditismo ocorreram na segunda metade do século XIX - período de franca expansão do capitalismo sobre o mundo rural,em especial graças à introdução das ferrovias em largas parcelas de território antes só alcançadas por tração animal. No Brasil ,por exemplo,apesar de o surto do cangaço ter ocorrido em fins do do século XIX e começo do XX,se conhecem casos que remontam a primeira metade do século XVIII.

Robin Hood

Desta forma o banditismo se torna,em certas ocasiões,um verdadeiro modo de vida,que pode inclusive,sofrer modificações significativas. Não raro esta forma de marginalidade social acaba por desembocarem convulsões sociais maiores,como uma revolução,a que o bandido se vincula em defesa da causa do seu povo.Mas,via de regra,não se pode dizer que o bandido social lute pela revolução. Ele é basicamente um homem que procura "se fazer respeitar" a qualquer preço. Por isso é admirado.

Narciso Dias
Sargento da PMPB
Conselheiro do Cariri Cangaço

*Fonte: "O Cangaço"
Carlos Alberto Dória

Fonte:

A Festa do Distrito de Caiçara – 22 de maio de 2012

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Cruz. O Distrito de Caiçara foi criado pela Lei Nº 11.323, de 22 de maio de 1987. Em homenagem a esta data, uma das ruas da sede do distrito recebeu o nome de Rua 22 de Maio. Todos os anos esta data é comemorada com uma intensa programação festiva. Caiçara é um dos lugares mais antigos de nossa região, situada as margens da Lagoa de Jijoca, há 5 km da Praia do Preá. É um dos corredores de turismo para Jericoacoara.
Caiçara já elegeu os vereadores Benedito Edson Pinto e Raimundo Brandão de Sousa e um Vice-Prefeito de Acaraú João Paulo Magalhães.

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O primeiro prédio escolar foi transformado em creche e outro maior foi construído por Antônio Raimundo, Prefeito de Cruz, e a energia elétrica foi inaugurada em 1988 pelo Prefeito Jonas Muniz.
São denominações de ruas da Vila de Caiçara: Pe. Valdery, Professora Fransquinha, José João, Afonso Fontes, Mons. Sabino e João Muniz. Há muitas ruas sem denominação oficial.
A estrada de acesso é com piçarra motivo de indignação da população da região que reclama das péssimas condições de transito.
O Poeta João Martins dos Santos assim se expressou sobre a Festa do Distrito: “Quero que Deus me dê força/Pelo poder infinito/Para relembrar agora/A Festa do meu Distrito/Que dos lugares que eu conheço/O nosso é o mais bonito”.
Este ano, a Festa do Distrito de Caiçara, foi realizada dia 19, teve várias atrações, banda de forró e um bolo de 25m.

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A presença da Empresa M. Machado Florestal Ltda. na década de 80 movimentou a comunidade, introduziu novos costumes e gerou emprego e renda para dezenas de pessoas.

Religião

A Igreja de São Francisco de Caiçara foi construída em 1888, ainda durante o período em que o Império Português governava o Brasil. O Santo Cruzeiro, construído para realização das Santas Missões, foi inaugurado em 19 de novembro de 1939, pelo Pe. Pedro e exaltado pelo poeta repentista.

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João Martins dos Santos.

“Tem o Cruzeiro em lembrança do Pe. Pedro/Que encima do penedo/Ele está bem colocado/Trinta e nove a dezenove de novembro/ Ainda hoje eu me lembro/ quando foi inaugurado”. Em breve estará completando 75 anos quando será celebrado o seu Jubileu de Brilhante. É um marco histórico e símbolo maior da religiosidade do povo da Vila de Caiçara. Dia 9 de agosto de 2010 foi criada a Área Pastoral do Distrito de Caiçara, pertencente à Paroquia de Santa Luzia de Jijoca de Jericoacoara, com o objetivo de melhor assistir aos paroquianos das comunidades de Formosa, Preá, Cavalo Bravo, Córrego dos Ana, Sambaíba, Paraguai e Solidão. O Padre Maílson foi o primeiro administrador da Área Pastoral, sendo seu sucessor o atual administrador Pe. José Marcone Martins. Antes, a Capela de Caiçara já havia pertencido às Paróquias de Acaraú e Cruz cujos Padres foram José Arteiro, Monsenhor Sabino, Monsenhor Edson e Monsenhor Manoel Valdery. Quando passou a pertencer à Paroquia de Santa Luzia, estiveram atuando na capela o Pe. Edmilson, Pe. Raimundo, Pe. Eudes Cruz e Pe. Lindomar.

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A Tradicional Festa de São Francisco é celebrada no mês de setembro, quando seus filhos ausentes procuram visitar a Terra Natal para rever amigos e familiares e participarem dos festejos à São Francisco. Inicialmente, as festas eram coordenadas pelo saudoso José João de Araújo, hoje, nome de Rua na Vila de Caiçara e seguido por Luís Jacinto. O coral é bem animado, constituído de lindas garotas e é um dos melhores da região. A religião predominante é a Católica, mas já há duas igrejas protestantes na Vila de Caiçara: As Igrejas Bíblica e Comunidade Cristã Jericó. A Igreja de São Francisco já esteve rodeada de água com o transbordo da Lagoa de Jijoca. Também teve a frente virada para o Nascente e já passou por várias reformas em sua estrutura física, estando bem diferente de sua forma original.

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Infraestrutura

A Vila de Caiçara tem uma escola construída pelo Prefeito Antônio Raimundo de Araújo Neto em 1989, denominada de João Ladislau de Paulo Magalhães, cuja diretora e a Senhora Érica Pereira Queiroz Albuquerque.
Quando ainda pertencia ao município de Acaraú, Caiçara teve a alegria de eleger um vice-prefeito: João Ladislau de Paulo Magalhães, que foi eleito junto com Adenor Martins (1967/1971). Nesse período foi construído o primeiro prédio escolar na comunidade onde funciona uma Creche. Uma quadra poliesportiva coberta foi construída na administração de Manoel Nelson Silveira e coberta na administração do Prefeito Jonas Muniz. Tem arquibancada, banheiros, palco, vestiários e foi denominada Francisco Antônio Costa Moura, numa justa homenagem ao maior jogador de futebol de Caiçara. Falecido em 2006 em Fortaleza durante uma partida de futebol vitima de ataque cardíaco.

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Tem uma praça, construída em 1987 na primeira administração Jonas Muniz, ruas calçadas, um Posto de Saúde da Família, uma creche, telefones fixos públicos e residenciais, Sistema de abastecimento de água comunitário que atende a 192 famílias.

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Tem um conjunto habitacional, Cemitério Comunitário que inicialmente era cercado de madeira, mas foi murado por determinação do Senhor João Galdino com a participação da comunidade e ampliado em 1987. Um posto de atendimento dos Correios, padaria, internet, salão de cabeleireiro, lanchonetes, churrascaria e a rádio FM Comunitária Marazul 98,7 MHZ legalizada junto ao Ministério das Comunicações e pertencente à Associação de Desenvolvimento Social e Comunicação de Caiçara são fatores de desenvolvimento da Vila. Tem lojas de eletrodomésticos e várias casas comerciais, onde quase de tudo tem pra vender. Oficinas de carros e motos, bares e restaurantes e um Cartório de Registro Civil, sendo tabelião José Arteiro Cruz.
Atualmente, a Vila de Caiçara está lutando pelo seu crescimento. Está sendo feito calçamento de algumas ruas e abertura de outras na periferia. Várias casas têm sido construídas, inclusive pelo programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida.
Curiosidades.
A primeira professora da comunidade foi Francisca Maria de Sousa (Fransquinha) que também é nome de rua, e depois Francisco das Chagas Rocha. Caiçara sempre foi conhecida pela produção artesanal de esteiras de junco, cordas e redes de tucum que também eram usadas para currais de pesca no mar. A população mais velha ainda se lembra das parteiras Margarida e Maria Martins e das rezadeiras Julieta e Izabel Pires. Os tabeliões foram Manoel Marques de Sousa, Francisco Menezes, João Paulo Magalhães e José Arteiro Cruz. Já houve em Caiçara um trabalho da igreja chamado de Ciclo Operário que consistia em visitar as casas, fazer reuniões e ler a Bíblia sob a orientação do Senhor Chico Gomes. O poeta João Martins assim descreveu o Ciclo Operário: “Neste lugar, tem o Ciclo Operário/ Foi feito pelo Vigário/ Para entrar quem quiser/ Se pagará dez Cruzeiros de uma vez/ E dois Cruzeiros por mês/ Cada sessão que houver”.

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Também os trabalhadores tinham onde recuperar suas ferramentas com os ferreiros Chagas Ferreira e Francisco Antero. Mas, se o caso era couro tinha o soleiro José Joaquim e o sapateiro Toca Lima. Os carpinteiros Tiago e Antônio Lima fabricavam móveis para todas as famílias, principalmente para os recém casados que pretendiam mobilhar as casas. A primeira padaria instalada na comunidade pertencia ao Senhor José Filenom natural da cidade de Morrinhos. As construções ficavam a cargo dos pedreiros Luís João e Geraldo Muniz. As costureiras Ângela Marta da Silva, Antônia Maria da Silveira e Rita Pereira de Sousa cuidavam da confecção e remendo das roupas usadas na comunidade e preparavam os noivos para os matrimônios.As famílias mais numerosas da comunidade são a dos Jacinto e Pereira. A origem das famílias residentes em Caiçara é muito diversificada. São procedentes de Uruoca, Uruburetama, Camocim, Jijoca, Aranaú, Serra de Tianguá e até de outros estados.
Um senhor por nome de Abdom, ao se aproximar de uma arvore conhecida por mungubeira, em Caiçara, disse: “Eu queria viver do tanto desta mungubeira”. Certa noite, a mungubeira tombou. No dia seguinte, chegou a notícia de que Abdom havia sido assassinado no mesmo horário em sua própria residência na zona rural do atual município de Jijoca.

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O último crime de morte em Caiçara foi registrado em 1957, quando o Delegado de Policia Pedro Raimundo assassinou Raimundo Ernesto. Antes tinha havido uma discursão entre eles. O número de afogamento na Lagoa de Jijoca é preocupante, pois já foram registradas mais de uma dezena de afogamentos de homens, mulheres e crianças.
A Vila de Caiçara ainda conserva as características de um lugar tranquilo, onde as pessoas podem ficar nas calçadas para um dedo de prosa sem serem incomodadas. A amizade é o ponto forte da comunidade. Intrigas não existem e as mulheres gostam de trabalhar e viajar em grupos. A juventude é bastante atuante e as moças são de boa aparência e muito simpáticas. A presença de drogas tem sido o principal motivo de preocupação dos pais de família.
A falta de emprego tem sido motivo de muitos jovens migrarem para os grandes centros, principalmente Fortaleza e São Paulo.
Os criadores de gado fazem uma festa todo ano que já tem mais de meio século de tradição.
A Vila de Caiçara é um lugar onde o índice de analfabetismo praticamente não existe. Pouco ou muito, mas todos sabem ler e escrever.
O nosso proposito é prestar uma homenagem ao Distrito de Caiçara por ocasião de seu Jubileu de Prata e resgatar a memória dos nossos antepassados que, com dedicação e trabalho, construíram as nossas riquezas materiais e imateriais.

Dr. Lima

Enviado pelo Engenheiro Agrônomo:
 Dr. Lima - Cruz - Ceará

O GATO BRANCO (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

O GATO BRANCO

Citei gato branco, mas vou falar mesmo é sobre gato preto. Não disse logo a cor do felino porque sei que muito leitor imediatamente desprezaria o meu texto. E haja esconjuramento!

E não por outra coisa senão pelo medo e temor que o bichano causa, principalmente se de repente surge para atravessar o caminho de quem vai passar. E haja benzimento e rogação aos santos!

Baseando-se na crendice e na superstição popular, chegam a acreditar que o gato preto traz consigo mau agouro, dá azar, é um atraso de vida, atravessado sortilégio. E se o bichano for avistado cruzando uma estrada é bom nem seguir adiante.

Tudo começou há muito tempo atrás, em períodos de obscuridade em que o hábito noturno do felino serviu como desculpa para associá-lo aos seres da noite, aos maus espíritos e às bruxarias.

Mas prefiro um gato preto na noite mais escura, cruzando num repente minha estrada, do que um branco, que se diz ser humano, estando escondido pelas esquinas ou becos e pronto para o ataque.

Prefiro um gato preto, do mais negro retinto, e vindo da direção de uma escada que passou por baixo, a sentir que adiante vem vindo aquele que tudo fará para tirar os meus bens, ameaçar minha vida, me deixar impotente. Este não arranha, não azunha, simplesmente irrompe pela alma adentro.

Prefiro o gato preto surgindo do nada, parecendo ameaçador, com seus olhos brilhantes e seu miado disforme, ao medo de caminhar por estradas que as pessoas de bem estavam acostumadas a passar sem temer pela vida. Nunca vi um gato de arma em punho.

O gato preto é apenas um gato, só que na cor preta. Apenas a cor do pelo o diferencia do gato branco, do gato malhado, do gato amarelo, do gato sem cor. Sendo apenas um gato, pode ser de qualquer cor. Meus olhos é que pintam o medo e a superstição que quero ter.

Na minha rua tem um gato preto, acho até que mais de um. Pode ser até vários, pois é costumeiro encontrar algum assim que vou dobrando a esquina. Tranquilo, mansamente calmo, vai seguindo seu traçado enquanto sigo com o meu. Olho pra ele, mas ele nem olha pra mim. Apenas segue sem ronronar maldizendo meu destino.

Tem um gato preto também no meu telhado. Só sei que é um gato preto porque tenho uma gata branca que também sobe no telhado ao anoitecer. Vou procurá-la, olho por cima da telha, mas na noite escura só enxergo o pelo branco. Mas sei que o gato preto está lá. E que amor agataiado!

Tenho cisma do uivo do lobo lá por cima dos montes, do choro solitário dos cães, do grilo que chora pertinho de mim e nunca o vejo, das vozes humanas que ecoam apavoradamente noite adentro. De tudo isso tenho cisma, medo não; apenas não me sinto bem ouvindo tanto piedoso lamento.

Mas o gato preto pode miar, gritar, grunhir, ronronar, fazer o quiser, na maior altura que for e no lugar onde estiver que não estarei nem aí. Não me espanto nem me assusto, nem vou atirar pau nem pedra para que silencie ou desapareça. Ele certamente tem seus motivos. Também tenho os meus para me preocupar com outras coisas.

Conheço gato preto que não azunha ninguém, não estraçalha ratos para comer, não traz pra casa o pelo cheio de imundícies ou doenças. Igualmente ao gato branco e de outras cores não gosta de tomar banho, isso é verdade. Mas mantém a língua sempre limpa pra com ela manter o asseio do corpo.

Certa noite, de plena escuridão por falta de energia, ao acender uma vela me deparei com um gato preto de olhos brilhantes bem na minha janela. Soltou um miado estranho, entrecortadamente fino e eriçou todos os pelos. E em seguida pulou em minha direção, caindo nos meus braços e derrubando a vela.

Aí ficou mansinho, apenas um tanto assustado. E foi então que descobri que o bichano estava com mais medo da escuridão do que eu. E adormeci ao lado do gato preto, sonhando com a perpétua ignorância do homem.

Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com
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Sede (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa 

Sede


Caminho deserto
sol escaldante
ao pé do vulcão
mordo a pedra de sal
e depois corro
perdidamente aflito
em busca do oásis
que o sonho
esqueceu de mostrar

e a sede me chega
com secura na boca
me viro na cama
e encontro o teu sono
a face pulsando
a pele sorrindo
e encosto o lábio
no lábio sonhando
e beijo a boca
que se abre sedenta
catando ao redor
meu copo de água
e os dois tuaregues
sequiosos se abraçam
para saciar o desejo
no oceano da noite.


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