Escritores de Várzea Alegre 005 - Por Magnólia
Raimundo Nonato Bezerra de Morais - Colaboração Israel Batista, Claudio Sousa e Magnólia
Mundim do Vale é o apelido que mais me identifica com as coisas do sertão, onde nasci em 13//08/1946, mais precisamente no sítio Lagoa do Arroz, a dois quilometro do centro de Várzea Alegre, hoje fazendo parte da área urbana do município.
Filho de Pedro Alves de Morais e Iraci Bezerra de Morais, o mais velho dos vivos. Fui registrado com o nome de Raimundo Nonato Bezerra de Morais.Meu pai tabelião e minha mãe professora, razão pela qual seus onze filhos tiveram oportunidades e estímulo para educação.
Tive minhas primeiras noções do alfabeto com as professoras Antônia bezerra (Toinha de Joaquim Francisco) e Luzenir Aquino. Em seguida, fui matriculado no grupo escolar José Correia Lima, que freqüentei até o quarto ano primário, não tendo chegado a concluir o curso primário, atualmente denominado primeiro grau menor.
Desde os nove anos de idade já se manifestava minha simpatia por cultura popular. Sempre me aproximava dos emboladores de feira, violeiros repentistas, vendedores de cordel, e até mesmo arriscava fazer umas quadrinhas no grupo escolar, por encomenda das professoras Maria Vieira Zélia Aguiar, que as divulgava nas festinhas da escola.
Meu tempo de criança e adolescente não foi diferente dos demais garotos criados entre cidadezinha e o campo: armando arapucas, fabricando gaiolas, andando de jegue, pescando e caçando, enfim, abusando do conforto que a natureza oferecia, apesar dos tempos de estiagens
No ano de 1968 concorri ao cargo de oficial de justiça, através de concurso público, tendo sido classificado em primeiro lugar. Em dezembro do mesmo ano fui nomeado pelo governador Plácido Castelo, sendo então secretário de justiça o Dr. José Napoleão de Araújo. No início de 1969 assinei o termo de posse no cartório de primeiro ofício da comarca de Várzea Alegre.
Em 1971 requeri licença e vim a Fortaleza, para onde já se mudara toda a minha família (pai, mãe e os dez irmãos). Nesse período instalei, com meu cunhado Joemilton Martins, a empresa Pincel- pinturas cearenses Ltda., especializada em pinturas e impressos. Em agosto de 1973 deixei a empresa com meu sócio e voltei a Várzea Alegre reassumindo o cargo.
Em janeiro de 1975 casei com Maria Gonçalves Costa de Morais (Fátima), com quem tenho dois filhos: Ilka e Diogo.
Um pouco antes em 1995, lendo alguns poemas do amigo Helder (Dedé) França, senti-me estimulado a escrever e mostrar alguns poemas, deixando fluir a inspiração. O próprio Dedé França, além dos meus familiares, foram grandes incentivadores. Essa aprovação me animou a continuar produzindo poemas de cunho popular.
Em 1998 fui convidado por meu irmão João Morais para administrar uma emissora de rádio comunitária no distrito de Pecém (São Gonçalo do Amarante), onde acumulava também o trabalho de comunicador, com os programas "Aviso aos navegantes" e "Forrozão do Mundim".
Pelas dificuldades surgidas depois do falecimento de João Morais deixei a FM com a paróquia e voltei a Fortaleza em março de 2000 onde permaneço até esta data.
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