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quarta-feira, 15 de junho de 2016

CONHEÇA SEU ESTADO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 15 de junho de 2016 - Crônica Nº 1.533

Você sabia que Maragogi já foi capital de Pernambuco?

“REVOLUÇÃO PRAIEIRA EM ALAGOAS

Os grandes acontecimentos da Praieira em Alagoas foi a invasão do nosso território por tropas praieiras comandadas por Pedro Ivo, quase todas formadas por índios. Foi nas matas de Alagoas que se deu o encontro de Pedro Ivo com as tropas de Vicente de Paula, líder dos Cabanos. O ponto alto da Revolução Praieira em Alagoas foram os ataques das tropas legalistas à região do atual município de Maragogi, onde se feriram grandes combates em terras do engenho Utinga, Barra de Piabas, Ferricosa, Marrecas, Brejo de Embiras e Manjebura. Por esta ocasião houve um fato histórico de relevância: a instalação da Junta Governativa Praieira, formada pelo Dr. José Luís Beltrão Mavignier, Peixoto de Brito, Jerônimo Vilela de Castro Tavares e Nunes Machado. No dia 3 de janeiro de 1849 foi redigida a ‘Proclamação do engenho Utinga’, assinado pelo Dr. José Luís Beltrão Mavignier, no qual se declarava o povoado do Gamela da Barra Grande, hoje cidade de Maragogi, capital da Revolução Praieira. O doutor José Luís Beltrão Mavignier era alagoano, dono do engenho Utinga, de ilustra família tutelar do norte de Alagoas, formado em medicina pela universidade Montipilier, na Franca, e que pertenceu ao grupo dos fundadores de faculdade de Medicina do Recife.


Outro fato ilustre foi a posse de Francisco Paes Barreto no cargo de presidente da província de Pernambuco no povoado da barra Grande, no município de Maragogi, por o então presidente de Pernambuco, destituído por D. Pedro I, Manoel de Carvalho impedi-lo de tomar posse. Paes Barreto declarou-se empossado, e transferiu provisoriamente a capital de Pernambuco para o povoado de Barra Grande”.

·        Publicado no Jornal Gazeta de Alagoas, em 20 de março de 2.000.
  


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LÁ NO MEU SERTÃO...

Por Rangel Alves da Costa

Nunca me sacrifiquei tanto para conseguir apoio/colaboração/patrocínio para a realização do 1º ENCONTRO DE DESCENDÊNCIA DO CANGAÇO, que acontecerá na próxima sexta-feira, 17, em Poço Redondo. O Banese negou, a Unit negou, o Colégio Purificação negou, muito órgão e muita gente que eu não esperava que negasse, acabou negando. O grande comércio de Poço Redondo também negou. Mas será realizado, e com uma beleza sem igual, pois não nego meu compromisso com a história sertaneja e com a cultura do meu Poço Redondo. Como disse o poeta, eles passam, e eu passarinho...



 Escritor
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A IMPORTÂNCIA DA PECHINCHA EM FEIRAS LIVRES

Por José Romero Araújo Cardoso

O ato de pechinchar, regatear, haggling, em inglês, tornou-se condição sine qua non do próprio processo de interação que rege as relações humanas que caracterizam as feiras livres espalhadas por todas as partes do planeta.
          
O ato de fixar de forma intransigente o preço das mercadorias, como nos circuitos superiores, inexiste literalmente, pois discutir a melhor forma de pagamento é algo presente e necessário nos espaços de comercialização das feiras livres.
          
Comerciantes e fregueses discutem, na maioria das vezes de forma harmoniosa, como as mercadorias expostas devem ser adquiridas e quais os preços mais atraentes para ambas as partes.
          
A relação de amizade entre agentes econômicos, entre atores sociais, em uma feira livre, tangencia-se com a familiaridade, pois, frequentemente, há toda uma história envolvendo as partes, a qual, marcada, no geral, pela afetividade, não raro tratam-se por apelidos ou formas bem próximas do emocional, da própria subjetividade que aproxima as pessoas.
          
Ao contrário da rigidez burocrática verificada em grades estabelecimentos destinados ao abastecimento da população, verifica-se nas feiras livres democrática interação da comunidade, com a vida social sendo dinamizada de forma extraordinária.
          
Os feirantes, em geral, são bem informados de tudo que acontece, aproveitando para colocar a conversa em dia com seus fregueses no ensejo do regateamento dos preços das mercadorias que disponibiliza para compra.
          
Por esse motivo, regatear torna-se ato indispensável em feiras livres, pois consiste em fundamento à própria dinâmica das informações pertinentes à vida em sociedade. Notícias de namoros, de ganhos ou perdas, do estado de saúde dos membros da comunidade, das razões por que determinadas pessoas não estão frequentando as feiras, etc., passam necessariamente pelo processo interativo comerciante-freguês em feiras livres.
          
Há exageros em discursos inflamados quando a dinâmica da concretização do processo de globalização torna-se mais efetiva a cada momento, pois havia a perspectiva de que as feiras livres, enquanto símbolos dos circuitos inferiores, fossem evacuadas ou minimizadas em importância em prol das facilidades contidas em grandes estabelecimentos comerciais que são uma das representações da atual fase do modo de produção capitalista.
          
As feiras livres persistem e resistem, tendo em vista que personificam o modus vivendi de populações espalhadas pelo globo em seu afã de tornar concreta a indispensável interação enquanto sinônimo da necessária vida em sociedade.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial e em Organização de Arquivos. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).

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SEBASTIÃO PEREIRA DA SILVA. (SINHÔ PEREIRA), COMANDOU LAMPIÃO.

Por Sérgio Elias Wanderley

Nascimento: 20-01-1896 em: Vila Bela, PE

Falecimento: 21-08-1979 em: Lagoa Grande, MG
Pai: Manoel Pereira da Silva, Manoel da Passagem do Meio.
Mãe: Constância Pereira da Silva

Notas: (Sinhô Pereira). O caçula de 22 irmãos. Entrou para o cangaço, com a aquiescência da família, no ano de 1916, após a morte do irmão NÉ DADU. Formou bando para executar vindita contra alguns membros da família Carvalho. Foi um dos maiores expoentes na história do cangaço. Abandonou a luta no ano de 1922, indo para Goiás, deixando o bando na chefia de Lampião. (por Jorge Remígio). Em entrevista dada a Luiz Conrado de Lorena e Sá, em 1971, respondendo à pergunta "Por que Virgulino Ferreira da Silva ganhou o apelido de Lampião?", Sinhô Pereira respondeu: "Num combate, à noite, na fazenda Quixaba, o nosso companheiro Dé Araújo comentou que a boca do rifle de Virgulino mais parecia um lampião. Eu reclamei, dizendo que munição era adquirida a duras penas. Desse episódio resultou o Lampião que aterrorizou o Nordeste.". Dé Araújo era tio e padrinho de José Firmo de Araújo, pai de Magno José de Sá Araújo. Seu nome completo era Manoel Cavalcanti de Araújo (ou Rodrigo de Souza Nogueira, nome que adotou ao sair do cangaço), pessoa de número #1514 deste site. Genealogia pernambucana.

Luís Pereira da Silva (LUIZ PADRE)

Nascimento: 1891 

Falecimento: 06-04-1965 em: Anápolis, GO
Idade: Aproximadamente 74 anos, em 1965.
Pai: Manoel Pereira da Silva Jacobina, Padre Pereira.
Mãe: Francisca Pereira da Silva, Dona Chiquinha.
Notas: (Luís Padre).


Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Link:https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts

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O SEMIÁRIDO QUE EMOCIONA!

https://m.youtube.com/watch?v=r0D4TUEcNgQ

Meus Prezados,

esse é um vídeo institucional sobre a Fazenda Carnaúba, suas plantações e suas criações junto com a história da formação ao longo de gerações da própria carnaúba. Conceitua de forma clara a produção no semiárido, muito rico e conciso. Toda e qualquer discussão sobre o Semiárido, tem que começar, necessariamente, por aqui.

Abraço

João Suassuna

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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CAUSAS, PERCURSO E CONSEQUÊNCIAS DO CANGAÇO

Por: Antonio José de Oliveira

O cangaço foi sem sombra de dúvida um fenômeno nordestino que teve as diversas motivações para sua origem, sendo, portanto, um conjunto de fatores que conduziram os nossos jovens sertanejos às perigosas aventuras.

E, por certo é um fenômeno ocorrido, praticamente em uma única região do nosso vasto país: o Nordeste. Procurei pesquisar nas outras quatro regiões, se encontrava vestígios do cangaço e, apenas encontrei um episódio – que o tenho por isolado -, de um cidadão de nome

Januário Garcia Leal - redescobrimento.com.br

Januário Garcia Leal, de uma família renomada, que, revoltado com o assassinato trágico de seu irmão, por sete indivíduos, que o ataram a uma árvore e lhe arrancaram a pele até a morte, ingressou na vida do crime, juntamente a outros familiares, e não deu trégua até matar todos os assassinos de seu irmão.

Informa a Wikipédia em data de 21.03.2013, que Januário, antes do crime havia sido nomeado Capitão de Ordenança do Distrito de São José de Nossa Senhora das Dores, hoje Alfenas-MG. Portanto, cidadão de uma família de posição social elevada.


“A Justiça colonial não tomou providências, deixando impunes os sete irmãos que havia perpetrado a revoltante barbárie” – informação da supramencionada fonte.

As centenas de cangaceiros dos relatos da história do cangaço são filhos dos sofridos sertões nordestinos, especialmente nos idos anos VINTE e TRINTA do século passado.

Mesmo assim, há mais de cento e quarenta anos antes do ingresso de Virgolino na senda do cangaço, morria na forca em Recife, o

José Gomes, O Cabeleira - www.onordeste.com

Cangaceiro José Gomes - O Cabeleira, que tinha como companheiros de infortúnio, seu próprio pai Joaquim Gomes (que o ensinou a ser cruel) e Teodósio. Informa o escritor Franklin Távora em seu romance O CABELEIRA.


Lucas da Feira - Há um consenso entretanto que ele ajudou a formar um dos primeiros grupos considerados como cangaço na primeira metade do século XIX. - depressaoepoesia.ning.com

“Em 25 de setembro de 1849, Lucas da Feira, o mais célebre bandido de seu tempo, foi enforcado num patíbulo erguido no Campo do Gado de Feira de Santana” – Informa o escritor Nelson Cadena em Memórias da Bahia.

Assim entendemos que, setenta anos, antes de Virgolino entrar no cangaço, morria na forca, um indivíduo que era tratado como cangaceiro. Lucas era tão perverso que a tradição relata que o
Dom Pedro II - www.diariodorio.com

D. Pedro II, em retrato do pintor Delfim da Câmara em 1875 - Carioca - educacao.uol.com.br

Imperador D. Pedro II, solicitou que o mesmo fosse conduzido a sua presença para que ele conhecesse a fisionomia de alguém que era tão cruel.

Capitão Lampião - Pernambucano

Antes de Virgolino virar Lampião, existia o cangaceiro romântico, Jesuíno Alves de Melo Calado, ou simplesmente Jesuíno Brilhante.

Jesuíno brilhante - Uma representação artística - pt.slideshare.net

Mais tarde, comandou um grupo de cangaceiros, Manoel Batista de Morais, que passou a se chamar Antonio Silvino, apelidado de O Rifle de Ouro.

Antonio Silvino - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Silvino foi preso em 1914 quando Virgolino ainda era um adolescente de 16 anos e, pensava apenas no trabalho de almocreve junto ao pai. Informa Semira Adler Vainsencher da Fundação Joaquim Nabuco.

Semira Adler Vainsencher da Fundação Joaquim Nabuco - semiraadlervainsencher.blogspot.com


Sebastião Pereira da Silva – o Sinhô Pereira foi o chefe de cangaço que, em 1922, abandonou o cangaço e entregou o grupo a um dos seus componentes – Virgolino Ferreira da Silva, vindo a falecer em 1972.


Muitos foram os fatores que levaram os jovens nordestinos a ingressarem no cangaço, começando pela própria aridez de um sertão que, se com os recursos de hoje não propicia melhores dias para seus habitantes, diga você, há oitenta e cem anos passados!

Porém, conforme os escritos que acompanhamos, a maioria entrou no cangaço por algum tipo de vingança, principalmente vingança contra aqueles que praticaram atos violentos contra seus familiares, como foi o caso de Januário Garcia Leal, que viu seu irmão João Garcia ser assassinado sem que houvesse providência. Antonio Silvino, que teve o pai assassinado e nada aconteceu com quem cometeu o assassinato. Sinhô Pereira, que passou pela mesma situação quando assassinaram seu irmão Né Pereira. E, Virgolino, que embora já tivesse as suas desavenças com a família vizinha, mas poderia ter sido evitado o pior, que foi a morte do velho pai – José Ferreira.

José Ferreira e Maria Sulena pais de Lampião - Bico de pena de Lauro Villares com retratos da época - blogdomendesemendes.blogspot.com

Um renomado pesquisador do cangaço, cujo nome não me recordo, afirmou que “entre os sertanejos, o filho que soubesse quem assassinou o pai e nada fizesse como vingança, seria desprezado pela sociedade do seu tempo. Era tido como um covarde”.

Tantos outros cangaceiros têm a sua história de vingança.

E com essa coragem tão extremada dos nossos jovens sertanejos, as consequências foram as mais desastrosas possíveis. Foram mortes, sequestros, furtos para a sobrevivência de uma vida errante por entre as caatingas, sem falar na grande quantidade de jovens que deixaram seus familiares e ingressaram na Polícia e saíram a caçar, muitas vezes os próprios conterrâneos, como aconteceu com o Tenente Zé Rufino, que conhecia Virgolino, e ingressou na Força Policial, chegando a matar mais de vinte jovens-cangaceiros, conforme ele mesmo relatou em entrevista.

Tenente Zé Rufino - cangaconabahia.blogspot.com

Assim foi o cangaço! Repleto de lutas, vinganças e sofrimento. Só uma coisa eu digo: “Ninguém nasce cangaceiro”!

Antonio José de Oliveira
Povoado Bela Vista
Serrinha-Ba.

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SOBRE A MORTE DE LAMPEÃO NA GROTA DO ANGICO EM 1938.

Pedro Ralph Silva Melo
O coiteiro de Lampião Mané Félix - lampiaoaceso.blogspot.com

Manoel Félix foi coiteiro de Lampião, uma espécie de ajudante de ordens, e só não morreu junto com o bando, porque naquele dia, tinha ido até à cidade, e chegou depois da hora da morte.

"Mas era pra eu tá lá. Mas eu tardei um pouquinho, lá foi muito cedo, foi no clarear do dia, mas se eu tô, tinha rodado.(...) Eu viajando para Propriá, saltei em Gararu, tava com poucos dias e vi as cabeças, onze cabeças. Vi Lampião, Luiz Pedro, Quinta Feira, Elétrico, Mergulhão, Moeda, Alecrim, Marcelo, Colchete, Maria Bonita e Enedina. Eu vi. Eu conto porque eu vi." - Mané Félix.

Cangaceiros mortos na grota do Angico.

Fonte: Site tv cultura

Pedro Ralph Silva Melo (Administrador do grupo abaixo)

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JORNAL O GLOBO – 04/10/1938 PERSEGUIU “LAMPIÃO” ATÉ VENCÊ-LO!

Material do acervo do pesquisador do cangaço Antonio Corrêa Sobrinho
Imagem de João Bezerra extraída da internet.

Está no Rio o capitão José Bezerra, comandante da tropa volante que exterminou o Rei do Cangaço

- O cangaço vai acabar, dizia o capitão Bezerra ao repórter do GLOBO, a bordo do “Itaquiné”.

- Mas como, capitão?

- Com a morte da maior das suas figuras, o “Lampião”. Digo isto porque, depois dos sangrentos acontecimentos da fazenda de Angico, observou-se um abatimento moral que atingiu quase a totalidade dos cangaceiros. A “revanche” de Corisco foi um lamentável equívoco, que ele próprio reconheceu, após o bárbaro massacre.

O nosso entrevistado iniciou assim, demorada palestra revelando episódios sobremaneira impressionantes.

- Quando terminou o combate, explicara o capitão, recolhemos os corpos dos mortos e iniciamos o reconhecimento. Maria Bonita foi facilmente identificada; aliás, aproveito a oportunidade para dizer pelo GLOBO, que ao contrário do que certo jornal noticiou, ela não estava viva. Quando ordenei que a sua cabeça fosse decepada, esta estava bem morta. Tinha nas mãos um pente e estava caída em decúbito dorsal. Depois prossegue o capitão Bezerra, após ligeira pausa, foi a vez de reconhecermos José Luiz, o “Sexta-Feira”.

“É Lampião!”

- Eu estava ainda bastante cansado. Reuni o meu pessoal e perguntei por Lampião. Um deles, um soldado de nome Soares, que em outros tempos fora seu coiteiro e que depois se regenerou e passou para o lado da lei, disse-me.

- Capitão, este aqui é Lampião.

- O que estás dizendo, rapaz tem certeza?

- Absoluta, capitão, não posso me enganar. É ele, sim.

Inútil seria descrever a alegria e a satisfação de que me vi possuído. Esqueci por alguns momentos a dor que sentia no braço, causada pelo ferimento que recebi em combate e esfreguei as mãos de contentamento. Imediatamente ordenei que fossem decepadas todas as cabeças e iniciei a marcha de regresso ao mundo civilizado a fim de transmitir a todos a auspiciosa notícia: Lampião morrera!

O elogio do “rei do cangaço”

Agora o capitão Bezerra, passa a falar sobre a bravura e inteligência de Lampião.

- Em todos os combates na caatinga, que durante a minha campanha contra o cangaço tive de empreender, nenhum deles me impressionou vivamente. Com Lampião, porém, a coisa era diferente. Era ele, de fato, valente e o que mais me admirava era a facilidade com que ele fugia ao cerco. Por três vezes ele me escapou. Os seus caibras eram destemidos e tinham perfeita noção de estratégia militar.

Porque cortou as cabeças

- Houve quem condenasse a minha atitude mandando decepar as cabeças dos caibras, tachando aquele meu ato de desumano. Quem conhece, porém, a caatinga, como eu, via logo que era impossível carregar os corpos. Depois do combate, o meu pessoal, que havia caminhado dois dias sem descansar, não podia conter-se em pé. E, assim, tornou-se impossível o transporte dos corpos. As cabeças, sim, era preciso carregar, pois que somente daquela maneira poderíamos provar que Lampião, maria Bonita e alguns cabras haviam sido mortos. Sinto, entretanto não ter podido capturar um deles, para que revelasse a todos o que foi o combate de Angico.

Um livro e várias conferências

O capitão Bezerra, segundo nos declarou, está escrevendo um livro, intitulado “A morte de Lampião”. Nesse livro ele irá escrever a própria vida na caatinga e o combate que se desfechou com a morte de Lampião.

Durante a sua permanência nesta capital, o capitão Bezerra realizará uma série de conferências expondo sérios problemas relativos ao cangaço. 

Fonte: facebook
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/groups/ocangaco/permalink/1243420979004351/

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DOIS LIVROS DO ESCRITOR LUIZ RUBEN BONFIM

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Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista e Turismólogo
Pesquisador do Cangaço e Ferrovia

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FOTOGRAFIA REGISTRADA DURANTE O SEGUNDO SEMESTRE DO ANO DE 1922, NA FAZENDA PEDRA LOCALIZADA ENTRE OS MUNICÍPIOS DE TRIUNFO/PE E PRINCESA ISABEL/PB.


Fotografia registrada durante o segundo semestre do ano de 1922, na Fazenda Pedra localizada entre os municípios de Triunfo/PE e Princesa Isabel/PB. Esse foi o primeiro grupo cangaceiro que Lampião comandou e que lhe fora passado o comando pelo célebre cangaceiro Sinhô Pereira.

Geraldo Antônio de Souza Júnior 

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FUNDAMENTOS TEÓRICOS PARA A ANÁLISE GEOECOLÓGICA DE PAISAGENS REFERENTE À RESSURGÊNCIA CALCÁRIA DO POÇO FEIO (COMUNIDADE RURAL DO BONITO, MUNICÍPIO DE GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO – ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE)

Por José Romero Araújo Cardoso

A relação dialética e intercalada entre ciências naturais e sociais, enfatizada pela análise geoecológica das paisagens, permite estudos do meio físico com os sociais, econômicos e culturais, com vistas a viabilizar a melhor forma de gestão ambiental, numa tentativa de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população com necessário respeito à natureza.
         
Cavernas calcárias inundadas, sobretudo as complexas formações espeleológicas do relevo cárstico na forma de ressurgência, caracterizam-se pela heterogeneidade sistêmica de funcionamento da paisagem, dotada de sensíveis ecossistemas, sendo marcada pela peculiaridade na absorção, transformação e consumo de energia, matéria e informação.

Rodrigues, Da Silva e Cavalcanti (2007) afirmam que o conjunto de Axiomas sobre a Teoria da Paisagem, mais comumente aceito, foi elaborado por Preobazhenskii e Aleksandrova (1988).
 Os teóricos russos destacam em seu conjunto axiomático que o mundo em que vivemos é sistêmico, marcado pela existência de inter-relações, sendo ainda hierárquico.
          
O axioma temporal articula passado, presente e futuro, enquanto o planetário defende que existe manifestação da diferenciação do espaço na dimensão planetária. Conforme Preobazhenskii e Aleksandrova (1988 In Rodrigues, Da Silva e Cavalcanti (2007)) há ênfase ainda ao axioma terrestre, marcado por traços fundamentais pertinentes ao planeta Terra e, finalizando, o axioma paisagístico, o qual destaca que “a estruturação contínua da esfera geográfica da Terra, manifesta-se na presença de partes sistêmicas terrestres e aquáticas (as paisagens) qualitativamente diferenciadas umas das outra e hierarquicamente subordinadas” (RODRIGUES, DA SILVA e CAVALCANTI, 2007).
         
Troppmais e Galina (2006) referem que não devemos aplicar a Teoria dos Geossistemas a uma área de alguns decâmetros, hectares ou metros quadrados, pois quando se trata de áreas muito limitadas há necessidade de recorrermos a subdivisões como Geofáceis, Geótopos e outras unidades menores.  
          
Em razão da área a ser estudada, enquanto entorno da caverna calcária do Poço Feio, ter sua dimensão territorial reduzida, precisando ser definida com precisão posteriormente, torna-se necessário recorrer a Bertrand (1969) cuja teoria vem contribuindo significativamente para a consolidação da análise geoecológica das paisagens, cujo embrião germinou na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Várias contribuições foram dadas pelas Escolas Soviéticas. Sotchava tornou-se referência ao realizar estudos sobre a geoecologia das paisagens, tendo realce ainda sua literatura sobre a questão do método (Id. 1977). Troppmais e Galina (2006), alicerçando-se em Beroutchavilli e Bertrand (1978), destacam que dentro da geografia foi Sotchava que, em 1960, criou o termo Geossistema – Sistema Geográfico ou Complexo Natural Territorial.
          
A Taxonomia Classificatória defendida por Bertrand destaca hierarquia em que abaixo da unidade maior encontra-se ênfase à escala local, os Geofáceis, e à microescala, o Geótopo.
          
Encarando o objeto de estudo na classe inferior, pois, ainda conforme Bertrand (1969), os termos Geossistema e Geótopo equivalem-se na Ecologia aos termos Ecossistema e Ecótopo, poderemos fornecer informações com maiores detalhes a fim de que sejam conhecidos aspectos multidisciplinares contidos na análise geoecológica da paisagem proposta para o entorno da caverna calcária do Poço Feio, através da qual buscamos contribuir para a efetivação de sustentável qualidade de vida e gestão ambiental para área extremamente deprimida, localizada no conjunto das adversidades verificado no semiárido nordestino, buscando efetivar premissas definidas em leis, como as que regulamentam as unidades de conservação (BRASIL, 2000), meio ambiente (BRASIL, 1981) e, especificamente, formações espeleológicas (BRASIL, 1990), tendo em vista que o turismo ecológico quando praticado com o planejamento adequado, dentro dos princípios da sustentabilidade, possibilitará a proteção do ambiente natural onde se desenvolve e trará oportunidade de melhoria da qualidade de vida para a população local (FRAGA, 1999).      

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BEROUTCHACHVILLI, H.; BERTRAND, G. Le Geosystéme ou Systeme Territorial Naturel.Toulouse: Revue Géographique dês Pyrinées et du Ouest, 49 (2): 167-180, 1978. InTROPPMAIS, H.; GALINA, M. H. Geossistemas. Mercator.Revista de Geografia da UFC, ano 05, número 10, 2006.  P. 79-88, p. 80.
BRASIL. Lei n. 6.938. Política Nacional de Meio Ambiente. Brasília, 1981.
______. Decreto Federal n. 99.556. Brasília, 1990.
______. Lei n. 9.985. Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC. Brasília, 2000.
FRAGA, Carlos Roberto da Silva. Cabo de Santo Agostinho: Potencialidades Ecoturísticas e Degradação Ambiental. Olinda: Mimeo., 1999. 20 p.
MINAYO, M. C. de S. Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. 14 ed. Petrópolis: Vozes, 1994. 180 p.
PREOBAZHENSKII; V. S.; ALEKSANDROVA, T. D. (Eds.). Fundamentos Geoecológicos da Projeção e do Planejamento Territorial. Moscou: Editora da Academia de Ciências da URSS, 1988. 114 p. (Em Russo). In RODRIGUEZ, J. M. M; DA SILVA, E. V.; CAVALCANTI, A. P. B.Geoecologia das Paisagens: Uma Visão Geossistêmica da Análise Ambiental. 2 ed. Fortaleza: Edições UFC, 2007. 222 p.: Il.
______________. KUPRIANOVA, T. P. Fundamentos da Análise Paisagística. Moscou: Nauka, 1988. 1577 p. (Em Russo) In RODRIGUEZ, J. M. M; DA SILVA, E. V.; CAVALCANTI, A. P. B. Geoecologia das Paisagens: Uma Visão Geossistêmica da Análise Ambiental. 2 ed. Fortaleza: Edições UFC, 2007. 222 p.: Il.
RODRIGUEZ, J. M. M; DA SILVA, E. V.; CAVALCANTI, A. P. B. Geoecologia dasPaisagens: Uma Visão Geossistêmica da Análise Ambiental. 2 ed. Fortaleza: Edições UFC, 2007. 222 p.: Il.
SOTCHAVA, V. B. Estudos de Geossistemas: Método em Questão. N. 16. São Paulo: IG, USP, 1977.
TROPPMAIS, H.; GALINA, M. H. Geossistemas. Mercator. Revista de Geografia da UFC, ano 05, número 10, 2006.  p. 87.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e em Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA – UERN). Sócio do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP) e da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC).

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