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sábado, 16 de novembro de 2024

ANTÔNIO, IRMÃO DE LAMPIÃO

Por Itamar Nunes Art 

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LAMPIÃO, O TERROR DO SERTÃO

 Por Itamar Munes Art


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ESTÁCIO DE LIMA, ESCRITOR DO TEMA CANGAÇO

Por Beto Rueda

Estácio Luiz Valente de Lima nasceu na cidade de Alagoas da Lagoa do Sul, hoje Marechal Deodoro, Estado de Alagoas, a 11 de junho de 1897. Filho do desembargador Luiz Monteiro de Amorim Lima e Maria de Jesus Valente.

Graduou-se pela Faculdade de Direito do Recife em 1915. Chegou a Salvador em 1916. Em 1921 concluiu doutorado pela Faculdade de Medicina da Bahia. A partir de 1926 conquistou por concurso a cátedra de Medicina Legal na mesma entidade.

Foi presidente da Academia de Medicina da Bahia, da Academia de Letras e do Conselho Penitenciário do Estado. Também dirigiu por longo período o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues.

Escreveu várias obras teóricas e científicas. Também foi autor de ensaios, publicados em revistas especializadas, na área de folclore. Dentre seus livros mais conhecidos, destacam-se O mundo estranho dos cangaceiros (1965), baseado em entrevistas de cangaceiros sobreviventes e O mundo místico dos negros (1975). De sua extensa bibliografia constam 22 obras.

Com relevantes serviços prestados à comunidade, faleceu na capital baiana a 29 de maio de 1984, aos 86 anos de idade.

REFERÊNCIAS:

LIMA, Estácio de. O mundo estranho dos cangaceiros. Salvador: Itapoã, 1965.

GASTÃO, Paulo Medeiros. Quem é quem no cangaço. Natal: Sebo Vermelho, 2013.

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UMA NOITE DESVAIRADA NA PAULICÉIA

 PorRedação Tribuna do Norte

Tomislav R. Femenick

Jornalista e historiador

Tempo atrás, um amigo paulista mandou-me, via Internet, uma foto tirada no início dos anos setenta. Lá estavam o cineasta Cacá Diegues, a cantora Nara Leão, o jornalista Samuel Wainer, a jornalista Sheila Leirner, o cartunista Geandré e o jornalista e escritor Jorge da Cunha Lima. Seria apenas um grupo de intelectuais, algo sem importância, não fosse também a presença da famosa Dona Laura, proprietária da boate La Licorne (onde a foto foi tirada) e de outra casa noturna, a Scarabociu.

Para quem não nunca ouviu falar, o La Licorne, principalmente, e o Scarabociu, integravam o famoso circuito da Boca do Luxo, onde estavam os melhores cabarés e boates da capital paulista. Tão famosas quanto essas casas eram suas meninas, geralmente estudantes e algumas já formadas, que optavam por continuar na noite. Mais famosos ainda eram seus frequentadores. Dizem que o charme dessas mulheres encantou o Secretário de Estado americano, Henry Kissinger; o presidente do Chile, Eduardo Frei; o piloto Niki Lauda, o cantor Julio Iglesias e até uma comitiva da primeira-ministra hindu, Indira Gandhi. O La Licorne estava para São Paulo assim como o Moulin Rouge está para Paris.

Mesmo morando em São Paulo, a verdade é que eu nunca tinha ido ao La Licorne. Foi então que, por essa época, o meu primo Carlos (o Dr. Charley do DNER) foi à capital paulista participar de um seminário sobre construção de estradas. Caxias como ele era com o dinheiro público, ficou hospedado na minha casa. No dia do encerramento do encontro ele descolou um convite e me chamou para ir ao jantar no Hotel Hilton. Terminado o banquete, os promotores do evento fizeram uma surpresa: todo mundo estava convidado para tomar uns scotts no Scarabociu e, depois, assistir ao show e tomar outros drinques no La Licorne. Fomos todos, até dois engenheiros que eram evangélicos. 

No Scarabociu fomos recebidos pelas hostesses da casa e por algumas garrafas de whiskies Buchanan’s, Old Par e President, todos devidamente com maioridade plena, isso é, 21 anos. O ambiente era pequeno, agradável e aconchegante, como devem ser as casas do ramo. Mas lá estávamos apenas fazendo hora. Perto da meia-noite levantamos acampamento e fomos em direção ao La Licorne.

Aqui se deu um fato insólito. Quando estávamos entrando na famosa casa, o show já havia começado e as luzes do salão estavam apagadas. Ao meu lado estavam Charley e um engenheiro do Paraná. Este me perguntou:

– Você conhece bem o ambiente daqui?

– Não porque, como você, está é a primeira vez que entro aqui – respondi.

Como se fora uma deixa de teatro, no mesmo instante uma voz saída da escuridão gritou: 

– Tomislav!!! 

Eu fiquei sem jeito – ou, como se dizia naqueles anos, perdi o rebolado. Como Tomislav é um nome incomum, ninguém acreditou no que eu havia dito antes. 

Fique em pé, esperando as luzes se acenderem. Terminada a apresentação, notei uma mão acenando para mim. Era meu amigo José Laorte, que morava em Brasília, estava visitando São Paulo e, como eu, visitava o La Licorne pela primeira vez. Depois das explicações, acho que tinha convencido que eu não era um habitué daquele cabaré. Eis que aconteceu o mais inesperado. Um outro amigo de Mossoró, que há muito tempo eu não via, aproximou-se de mim, cumprimento-me e disse: 

– Hoje você vai conhecer Dona Laura – era outro mossoroense, seu motorista particular. 

Depois dessa, ninguém mais acreditou em mim. Acho que nem mesmo eu.

Artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor

O jornalisa Tomislav Rodrigues Femenick no meio do seu material de trabalho. - Todo jornalista/historiador é amante e devorador de livros e jornais.

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