Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.
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Por Aderbal Nogueira
Nesse video, explica como se deram as filmagens, bem como, fala e mostra, uma máquina similar à que foi usada pelo árabe B. Abrahão.
Cangaço - A Filmagem de Lampião Nesse vídeo eu falo um pouco sobre o equipamento cinematográfico que Benjamin Abrahão usou para filmar Lampião e seu bando. Link desse vídeo: https://youtu.be/tLykIIXrdK8
Confiram no vídeo acima...!
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“Clerisvaldo B. Chagas/Reprodução
A festa da Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi inscrita no calendário litúrgico pelo Papa Sisto IV, em 28 de fevereiro de 1477. Atualmente, a solenidade da Imaculada Conceição de Maria (8 de Dezembro) é festa de guarda em toda a Igreja Católica, exceto em certas dioceses ou países onde, com a prévia aprovação da Santa Sé, a sua celebração foi suprimida ou transferida para um domingo. Festa de guarda significa que todos os fiéis católicos devem obrigatoriamente participar na missa, como se fosse um domingo.[2]
A Imaculada Conceição da Virgem Maria foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus[3] em 8 de dezembro de 1854. A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pela Bíblia (por exemplo, Maria sendo cumprimentada pelo Anjo Gabriel como "cheia de graça"), bem como pelos escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão[4][5]. Uma vez que Jesus tornou-se encarnado no ventre da Virgem Maria, era necessário que ela estivesse completamente livre de pecado para poder gerar seu Filho[6].[7]
(Reprodução. Disponível em < pt. Wikipédia.org.> Acesso em 7 de dezembro 2020.
*Rangel Alves da Costa
As novas discussões, suposições e invencionices, que surgem a cada dia, servem apenas para demonstrar o quanto impossível é contextualizá-lo de forma progressiva, através das ocorrências. Surgem tantos absurdos, mentiras e conversas sem pé nem cabeça, que o despreparado no tema logo entrará num turbilhão de descrenças.
Mas algumas verdades podem ser ditas sobre o Cangaço. Alguns contextos podem ser visualizados no Cangaço que jamais poderão ser negados, vez que extraídos não dos acontecimentos em si, mas do todo que serviu de base à sua existência. Então vejamos.
O Cangaço não é página histórica bonita nem feia, é testemunho do passado que precisa ser estudado e compreendido. O Cangaço não está numa balança para saber se pende mais para o lado do heroísmo ou do mero banditismo, pois seu peso está no contexto histórico, e não na conveniência da opinião de cada um.
O Cangaço não é filme imaginário, de cenas mirabolantes, encenações grandiosas nem de cenários ilusórios, mas uma realidade tão viva, apavorante e perigosa, que cada personagem de sua história temia o que poderia acontecer no passo seguinte. O Cangaço existiu dentro de uma teia de covardias, de mentiras e traições, mas principalmente num contexto de valentes, destemidos e desassombrados.
O Cangaço não existiu somente no mato, em meio aos catingueirais, coitos e veredas espinhentas, mas também nos palácios, nos centros de poder, nos casarões coronelistas, pois chamou para si a atenção de todos e, de certa forma, alargou o conceito de coiteiros poderosos.
O Cangaço teve em muitos sua força de existência. Não apenas o cangaceiro sustentou no ombro o peso da vida tão dura e de sacrifícios. O sertanejo comum, aquele mateiro ou lavrador, logo denominado coiteiro, também suportou dores e aflições em nome daqueles foragidos das matas. Muitas vezes, o pobre sertanejo era torturado para dizer o que não sabia sobre o paradeiro do bando.
O Cangaço se sustentou no medo, no temor, na violência, no sangue derramado. Mas o rastro de sangue deixado vinha de uma vítima maior: o sertão. Foi o sertão quem mais sofreu com a existência do cangaço e das volantes, com os embates e as perseguições, com as caçadas e as estadias. Não havia nem sossego nem paz. O Cangaço amedrontava, mas a volante aterrorizava.
O Cangaço, e há de se reconhecer, foi forte demais para existir e resistir por tanto tempo. Mas houve um tempo de luta justificada contra a opressão, outro tempo de confrontos e lutas renhidas em nome da sobrevivência, e ainda outro tempo onde nada mais se justificava, a não ser a busca de se defender. Não havia mais bandeira de luta nem nada que justificasse a permanência no sacrifício.
O Cangaço não existiu nem sobreviveu por tanto tempo com suas próprias forças, pois dependeu de gente muito poderosa para alimentar seu império de luta. O Cangaço nasceu como centro de arregimentação de renegados, perseguidos e bandidos comuns, para depois se transformar no Cangaço de Lampião: um escudo contra as injustiças e opressões, mas para depois transmudar em mero confronto às forças estatais de perseguição.
O Cangaço de Lampião representou uma oposição ao status quo da política, dos poderes e dos latifúndios, ainda que para sobreviver dependesse de muito daquilo que dizia combater. O Cangaço pode ser visto como um partido político, cujo comandante buscava atrair opositores pela força, tecia alianças para garantir sobrevida, impunha terror aos desafetos, porém sem perspectiva de vitória alguma.
Qual vitória poderia obter o Cangaço? Continuar apenas existindo, mesmo já reconhecendo suas fragilidades, seus desânimos à luta, sua sangria por dentro. O Cangaço já não estava tão vivo quando morreu. Seus sopros de vida já estavam esvaídos. A continuidade da luta era muito mais por teimosia do que pela valia de alguma coisa.
Os que continuavam na luta já estavam sendo sacrificados demais e talvez esperando somente a tão esperada decisão de Lampião: depor as armas, fugir ou se entregar. Se não fosse o episódio cinematográfico da Chacina de Angico, talvez o Cangaço nem tivesse alcançado tamanha repercussão histórica.
Mas a chacina daqueles onze na trágica manhã de julho de 38, antecipando um fim que já tão próximo, acabou colocando nos epitáfios o que ainda sustenta a história: O Cangaço não morreu!
Mesmo que seja o que os historiadores já falaram mas, é diferente sendo contado por outras pessoas.
Em 2015 fiz uma expedição fotográfica, uma trilha pelo leito do Rio Seridó, Da nascente ao deságüe, em São Fernando RN, mas precisamente no Sítio São Jerônimo, Encontrei José Rodrigues Neto que conheceu o Cangaceiro do Bando De Antônio Silvino, Chico Jararaca.
#Cangaço #Depoimento #Exclusivo
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Por Adelsomota
Por estas fotos quem tem ciência da aparência de Lampião não deixa haver dúvidas. Eles perderam a cabeça com certeza em 28/07/1938 Grota da fazenda Angico - Poço Redondo, Sergipe.
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Por Dilva Frazão
Jorge Amado (1912-2001) foi um escritor brasileiro, um dos maiores representantes da ficção regionalista que marcou o Segundo Tempo Modernista. Sua obra é baseada na exposição e análise realista dos cenários rurais e urbanos da Bahia.
Infância e Adolescência
Jorge Amado de Farias nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna, Bahia, no dia 10 de agosto de 1912. Filho de João Amado de Faria e Eulália Leal Amado, fazendeiros de cacau.
Em janeiro de 1914 mudou-se com a família para a cidade de Ilhéus, onde passou a infância. Com 11 foi estudar no Colégio Antônio Vieira, em Salvador, onde aprendeu o gosto pela leitura com o padre Cabral.
Aos 12 anos fugiu do internato e foi para Itaporanga, em Sergipe, onde morava seu avô. Depois de alguns meses, seu pai mandou buscá-lo e sem desejar voltar para a escola, Jorge foi plantar cacau.
Depois de seis meses no meio do povo, tomou conhecimento da luta entre fazendeiros e exportadores de cacau, que iria marcar fortemente sua obra de romancista.
Em Salvador, ingressou no Ginásio Ipiranga, onde fez o curso secundário. Ligou-se à "Academia dos Rebeldes", um grupo de jovens, chefiado por Pinheiro Viegas, que tinha como objetivo a renovação literária.
Dirigiu dois jornais, “A Pátria” o jornal oficial, e “A Folha”, fundado por ele, que contestava A Pátria. Com 14 anos estreou na revista “A Luva”, com um poema de feições modernistas.
Frequentador de candomblés desde muito cedo, Jorge Amado tornou-se amigo de pais-de-santo, perseguidos pela polícia. Em seus livros Jubiabá e Tenda dos Milagres, esses fatos são relatados.
Ainda com 14 anos começou a trabalhar no "Diário da Bahia", depois em “O Imparcial”.
Primeiros Romances
Em 1930, Jorge Amado mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1931 ingressou na Faculdade de Direito.
Em 1932, publicou seu primeiro romance O País do Carnaval, que narra a tentativa frustrada de um intelectual brasileiro, de formação europeia, de participar da vida política e cultural brasileira. Tendo fracassado regressa à Europa.
Em 1933 lança seu segundo livro Cacau, que teve vários exemplares apreendidos. Em 1936, Jorge foi preso, por pertencer à Aliança Libertadora Nacional, junto com outros intelectuais, entre os quais Graciliano Ramos.
Em 1937 publica Capitães de Areia, que retrata a vida de menores delinquentes da Bahia. A obra é apreendida pela censura do Estado Novo, e ele é novamente preso.
Em 1941 refugia-se na Argentina e começa a redigir O Cavaleiro da Esperança, que relata a vida de Luiz Carlos Prestes.
Características da Obra de Jorge Amado
Jorge Amado iniciou sua carreira de escritor com obras de cunho regionalista, que caracterizou o “Segundo Tempo Modernista” (1930-1945), que retrata a vida urbana de Salvador.
Sua obra apresenta forte preocupação político-social, que denuncia, em um tom seco, lírico e participante, a miséria e a opressão do trabalhador rural e das classes populares, como é o caso de País do Carnaval e Capitães de Areia.
Com o amadurecimento, sua força poética volta-se para as fazendas de cacau de Ilhéus e Itabuna, para a seca, a exploração do trabalhador urbano e rural e para o coronelismo latifundiário, como Cacau, Terras do Sem-fim e São Jorge dos Ilhéus.
Deputado Federal
De volta ao Brasil, em 1945, e ligado ao Partido Comunista, Jorge Amado foi eleito deputado federal por São Paulo. Em 1948 tem seu mandato cassado e vai residir em Paris.
Em 1950 muda-se para a Tchecoslováquia, onde escreve O Mundo da Paz. Em 1951 recebe, em Moscou, pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Internacional Stalin.
Em 1956 retorna ao Brasil. Em 1958 escreve o livro mais famoso de sua obra: Gabriela, Cravo e Canela.
Era o início da segunda fase de sua obra, caracterizada pelo tratamento satírico e humorístico dos textos, sem prejuízo das intenções da crítica social.
Academia Brasileira de Letras
Em 1961, Jorge Amado candidata-se à Academia Brasileira de Letras. É eleito por unanimidade, onde ocupou a cadeira n.º 23. Nesse mesmo ano, publica Os Velhos Marinheiros.
Em 1963 deixa o Rio de Janeiro e volta a residir na Bahia. Em 1969 publica Tenda dos Milagres e, em 1972 publica Tereza Batista Cansada de Guerra. Em 1976, a obra recebe o Prêmio Lila. Em 1977 publica Tieta do Agreste.
Jorge Amado também fez parte da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia
Família e Amigos
Jorge Amado foi casado com a escritora Zélia Gattai (1916-2008), que aos 63 anos começou a escrever suas memórias, Anarquistas, Graças a Deus, a que se seguiram, Um Chapéu Para Viagem, Senhora Dona do Baile, Jardim de Inverno, entre outros.
Jorge e Zélia tiveram dois filhos, João Jorge e Paloma. O casal vivia cercado de amigos, entre eles, Federico Fellini, Alberto Moravia, Yves Montand, Jorge Semprún, Pablo Picasso, Oscar Niemeyer, Vinícius de Moraes, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir.
Entre suas obras adaptadas para a televisão, cinema e teatro estão: Dona Flor e Seus Dois Maridos, Gabriela Cravo e Canela, Tenda dos Milagres e Tieta do Agreste.
Jorge Amado faleceu no dia 6 de agosto. Seu velório foi realizado no Palácio da Aclamação em Salvador. Foi cremado e suas cinzas foram colocadas ao pé de uma mangueira, em sua casa na Bahia.
Obras de Jorge Amado
O País do Carnaval, 1931
Cacau, 1933
Suor, 1934
Jubiabá, 1935
Mar Morto, 1936
Capitães de Areia, 1937
A Estrela do Mar, poesia, 1938
Terras do Sem-Fim, 1943
O Amor do Soldado, 1944
São Jorge dos Ilhéus, 1944
Bahia de Todos os Santos, 1944
Seara Vermelha, 1945
O Mundo da Paz, 1951
Os Subterrâneos da Liberdade, 1954
Gabriela Cravo e Canela, 1958
Os Velhos Marinheiros, 1961
Os Pastores da Noite, 1964
Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1966
Tenda dos Milagres, 1969
Teresa Batista Cansada de Guerra, 1972
Tieta do Agreste, 1977
Farda Fardão Camisola de Dormir, 1979
O Menino Grapiúna, 1981
Tocaia Grande, 1984
O Sumiço da Santa: Uma História de Feitiçaria, 1988
Navegação de Cabotagem, 1992
A Descoberta da América pelos Turcos, 1994
O Milagre dos Pássaros, 1997.
https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste
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Por Beto Rueda
Naquela fria manhã, no dia 28 de julho de 1938, na grota de Angico, Sergipe, terminou o reinado de Lampião, o maior dos cangaceiros.
Atacados pela volante comandada pelo tenente João Bezerra, ele, sua companheira Maria e mais nove cabras perderam a vida.
As cabeças foram cortadas, os corpos deixados ali, aos urubus.
Segundo o Regimento Policial Militar, assinado pelo comandante, coronel T. Camargo Nascimento foram encontrados com os seguintes pertences:
Lampião:
- CALÇA E TÚNICA - calça caqui e túnica de brim alvorada com galões de sutache branco. Botões em ouro e prata.
- BORNAIS - um jogo bordado a máquina, com linha de várias cores e perfeito acabamento. Um fecho com dois botões de ouro e prata e outro com apenas um de prata. No suspensório nove botões de prata e ainda uma caixa de folha de flandres, coberta no mesmo pano dos bornais. Mais um bornal de brim azul mescla, bastante usado, próprio para carregar mantimentos, do ano de 1937 e as seguintes iniciais: "C.V.F.S.L.
- CHAPÉU - de couro, tipo sertanejo, em alto relevo em suas abas, com seis signos de Salomão; barbicacho de couro, com 46 centímetros de comprimento e ornado em ambos os lados com cinquenta e cinco peças de ouro, de confecção variada.
Testeira - com 4cm. de largura e 22cm. de comprimento, onde estão afixadas as seguintes moedas e medalhas: duas com a gravação "Deus te Guie", duas "Liras Esterlinas", uma "Moeda Brasileira" de ouro com a efígie de "Petrus II", de 1855, e ainda duas brasileiras de ouro, respectivamente de 1776 e 1802.
barbicacho traseiro de couro, com as mesmas dimensões da testeira e ornado com as seguintes peças de ouro: duas inscrições com a palavra "Amor" e uma com a mesma inscrição e um pequeno brilhante e quatro outros desenhos diferentes.
- ÓCULOS - um com vidros escuros e aros de ouro.
- LENÇO - de seda vermelha com bordados simples em três ângulos. No quarto, apenas um risco.
- LUVAS - um par, de pano bordado.
- BOTÕES - para colarinho e punhos.
- PLATINA - uma fazenda azul com três galões.
- CARTÕES DE VISITA - com variadas inscrições, como - "Saudade", "Recordação", "Lembrança" e "Amizade". Em alguns um "P" com inicial e em outros "C.L".
- ANÉIS - um de pedra verde, outro de ouro, com as iniciais na parte exterior: "C.V.L." e um terceiro de identidade, gravado o nome "Santinha".
- ALIANÇA - uma de ouro, com as inscrição "Capitão Lampeão", na parte interna.
- ALPERCATAS - número 40, tipo sertaneja, de bom acabamento e bordada com ilhós coloridos.
- PALMILHA PARA ALPERCATAS - com metade pé de anjo.
- APITO - dourado inglês, da marca "The Acme".
- COBERTORES - de Chita, forrados.
- MOSQUETÃO - modelo Mauzer 1908, de uso do Exército Brasileiro, em perfeito estado de conservação, número 314, série B, bandoleira enfeitada com 7 escudos de prata e gravado uma estrela; uma moeda de prata do Império, no valor de mil réis e vinte e cinco ilhoses brancos, reforçado.
- CARTUCHEIRA - De couro, com enfeites de costumes da caatinga e capacidade para armazenar cento e vinte cartuchos de fuzil e mosquetão, com um apito de metal amarelo preso a uma corrente de prata com um orifício a altura do peito esquerdo, originado por bala de fuzil.
- PISTOLA PARABELLUM - 9 mm., número 97, ano de fabricação 1918, com bainha de verniz preto, demonstrando bastante uso.
- PUNHAL - De folha de aço, com 67 centímetros de dimensão, com cabo e terço de níquel, adornado o cabo com três anéis de ouro, notando-se na lâmina uma mossa produzida naturalmente por bala; bainha toda de níquel, com forro interno de couro na parte superior, estrago produzido por bala.
- ORAÇÕES - um pacote contendo várias.
Pertences encontrados com Maria Bonita:
- Luvas de fazenda, vestidos, chales finos, moedas dos anos de 1776, 1802 e 1855, de procedência nacional, alianças, medalhas de ouro com imagens de santo no verso e no reverso, medalhões "Deus te Guie", última moda na época e outras peças de ouro.
Sobre os despojos, nos conta o pesquisador Joel Reis:
"O jornalista Melchiades da Rocha teve influência direta no manejo dessas peças, inclusive, cabendo a ele a responsabilidade de “trazer os referidos objetos. Inicialmente, após terem chegado a Maceió, trazidas do esconderijo Angico, as peças ficaram expostas no Rio de Janeiro em um esforço de “proporcionar à população carioca a excelente oportunidade de tão interessante exposição”. Até o ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema (1900-1985), reforçou junto ao governo alagoano o pedido de envio dos “trophéos” para o Rio, justificando a aquisição dos “objetos encontrados entre os despojos do grupo do cangaceiro Lampião e que apresentam interesse do ponto de vista da Etnografia e da arte popular”.
Os objetos encontrados servem até hoje de grande importância para o estudo do tema cangaço. Baseado no relatório oficial, fica a pergunta: qual o destino do dinheiro e a grande quantidade de ouro que os cangaceiros carregavam?
REFERÊNCIAS:
OLIVEIRA, Aglae Lima de. Lampião Cangaço e Nordeste. Rio de Janeiro: Editora O Cruzeiro, 1970.
MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil. São Paulo: A Girafa Editora, 2004.
ARAÚJO, Antônio Amaury Corrêa. Assim Morreu Lampião. São Paulo: Editora Traço, 2013.
IRMÃO, José Bezerra Lima. Lampião: a raposa das caatingas. Salvador: Editora JM e Gráfica, 2014.
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