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domingo, 28 de fevereiro de 2016

FAMÍLIA DOS CANGACEIROS MORENO E DURVINHA


DURVINHA E MORENO COM SEUS 5 FILHOS MINEIROS, ESSA FOI A NOSSA PRIMEIRA FOTA DA NOSSA VIDA... NESSE ÉPOCA AGENTE VIVIA LA NO PÉ DA SERRA EM AUGUSTO DE LIMA MG.

Fonte: facebook
Página: Lili Neli

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Marcos De Carmelita Carmelita e Cristiano Ferraz...


Não esqueçam destas duas feras !!! Apaixonados pelo sertão e pelo seu chão, valorosos embaixadores do Cariri Cangaço, irmãos mais que queridos e que vão simplesmente ARREBENTAR no Cariri Cangaço Floresta...PE, ...Inclusive, vão lançar um LIVRO baseado numa pesquisa profunda que fizeram.

Valeu irmão Marcos De Carmelita Carmelita e Cristiano Ferraz.

Imperdível Cariri Cangaço Floresta e AS CRUZES DO CANGAÇO !!!
26 A 28 DE MAIO... Tá chegando...

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UM MENINO MUITO TRISTE

Por Rangel Alves da Costa*

Até parece que avisto agora aquele menino. Minha mente forma retrato e moldura daquele menino. Ei-lo ali sentado, cabisbaixo, com as mãos sobre os joelhos, em meio a um meio capinzal de horizonte sombrio. Quanto mais fecho os olhos em reflexão mais o encontro na sua moldura de silenciosa aflição. Está triste, muito triste o menino.

Dificilmente se avista um menino assim, todo entregue a tristezas. O pensamento costumeiro é de um garoto sorridente, apressado, cheia de vida e de sonhos, atrás de fatos novos para sua idade. Menino triste é difícil de encontrar, principalmente quando sua fotografia mais parece de alguém prostrado em sofrimentos.

Há muitas fotografias de solitários entristecidos pelos montes, pelos campos, nos passos do entardecer. Também de pessoas mais envelhecidas pelos bancos das praças, ladeadas por pombos e entristecimentos. Ou olhares tristes pelas janelas, calçadas, escondidos e frestas de portas e janelas. Mas não é normal quando se trata de um menino.

Mas voltando a ele e seu retrato, o mesmo tem pele clara, cabelos negos, veste uma calça azulada e uma camisa em tom mais claro, só que pouco se vê ante uma coberta dobrada que se deita sobre o seu umbro e vai descendo pelas costas. O capim está retorcido pela ventania, pelos arredores um tempo nublado e tão entristecido quanto o menino. Não se sabe se longe ou perto da cidade, pois já sombrio ao redor.

Há uma paisagem melancólica neste retrato. O menino, ainda que de perfil, verdadeiramente se mostra com semblante alquebrado, abatido. Seus olhos talvez marejados se voltam para a linha onde o capinzal se estende, mas certamente nada avista além do que o seu sentimento expressa. Deveras aflitivo ver e sentir um menino assim, tão triste, muito triste. O que teria acontecido?


Há um poema de Drummond, “Consolo na praia”, que assim diz: “Vamos, não chores… A infância está perdida. A mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro amor passou. Mas o coração continua. Perdeste o melhor amigo. Não tentaste qualquer viagem. Não possuis casa, navio, terra. Mas tens um cão. Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam. Nunca, nunca cicatrizam. Mas, e o humour? A injustiça não se resolve à sombra do mundo errado. Murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-se – de vez – nas águas. Estás nu na areia, no vento... Dorme, meu filho.”

Traduzindo para a realidade do menino triste, então se poderia ter: Vamos, menino, não fique assim. Talvez este silêncio na tarde, talvez este recolhimento solene, talvez esta distância de tudo, seja o instante que precisa para esquecer as dores, as angústias surgidas e as desilusões persistentes. Mas ninguém sabe o que te move ao sofrimento. Somente você, menino, conhece o que flui deste sentimento. Um adeus forçado a dar, uma distância que não queria ter, uma ausência que não consegue suportar, uma sombra que não consegue iluminar. Imagina-se, mas ninguém sabe o que te move ao sofrimento. Tenha agora um lenço estendido e uma mão pedindo que levante. E depois segue menino. Levanta-te e vai que o mundo é teu.

Mas menino, menino, a idade que tem não é a idade de sofrimento. Tudo pode ter acontecido, bem sei, mas somente algo muito doloroso para, entristecido, prostrar-se entre galhos e açoites, com uma feição tão dolorosa quanto um desacreditado de tudo. Logo a noite chegará e não há lua nem estrela que desejem iluminar as dores da tua face. O que enxerga adiante, o que lhe vem ao pensamento, o que o deixa assim?

Eis os mistérios da existência, da mente humana, da alegria e da dor em cada ser. Os moinhos são movidos pela ventania, mas, e a tristeza profunda de um menino? Um amor desfeito de infância, um pé de laranja lima que foi cortado, um desejo negado pelos pais, algo tão querido que deixou de existir? Somente você sabe menino. Mas saiba que também dói nos outros uma infância sofrendo assim. E o adulto também entristece e chora perante o teu retrato.

Não sei se mais tarde, quando a noite cair e a lua for apenas tênue sobre sua imagem, o menino ali continuará na mesma posição e no mesmo estado sentimental. É que, em situações assim, o tempo passa sem que se aperceba que a realidade passada já foi transformada. E basta levantar para novamente viver. Não sei se ele permanece por ali, sobre o capinzal e envolto na escuridão, mas desejo que uma lua grande recaia sobre seu olhar. E ele possa voltar a sorrir.

Não há mais tarde de revoada nem canção de despedida. Um sino logo dobrará outra tristeza distante. Não consigo mais avistar o menino.

Poeta e cronista
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FEITOSA DOS INHAMUNS

Por Nertan Macêdo

Quando êle chegou em casa 
Seu pai botou-lhe a bênção. 
Deu-lhe um abraço e lhe disse: 
Meu filho do coração, 
Serás como teu avô, 
Que cento e tantos matou, 
E nunca foi à prisão. 

"História do Capitão Lampião" 
Autor anônimo

SE O PARENTESCO com Antônio Silvino foi uma invenção do povo, não o era certamente a consanguinidade que vinculava os Ferreira de Vila Bela aos valentes Feitosa do São João dos Inhamuns, no Ceará. Um velho amigo e vizinho dos Ferreira, cuja casa de morada não se distanciava cem braças da de Virgulino, como ele, também, afeito ao artesanato do couro, o vila-belense Venâncio Barbosa da Silva, sabia desse parentesco com os Feitosa. 

Venâncio morava numa fazendola, chamada Cipós, ao lado dos Ferreiras. A crônica mais antiga corrente nas redondezas, rezava que o bisavô paterno de Virgulino viera de Tauá, na serra do São João dos Inhamuns, bater com os costados em Vila Bela. Ali casara ou amancebara-se com uma parda, de nome Maria Jacosa, filha, talvez neta, de índios do sertão pernambucano. 

Trazia o bisavô um nome famoso, de guerra: Feitosa. E a tradição oral dessa descendência perdurou entre as gentes do lugar. É provável mesmo que esse antigo Ferreira fosse um Feitosa bastardo, dos muitos nascidos das índias preadas pelos poderosos senhores dos sertões cearenses. Ou fosse um Ferreira Ferro, fugido à sanha de um Monte ou da justiça do rei. De qualquer forma, um Feitosa, como se deduz do que a respeito desse ramo legou à posteridade o doutor Pedro Théberge, do Icó. 

Diz Théberge que o tronco Feitosa havia se passado do Engenho Currais de Serinhaém, Pernambuco, para os sertões do Ceará. Essa retirada se dera em virtude da participação profunda dessa gente de Serinhaém na Guerra dos Mascates, no Recife. Perseguidos ali, perseguição que se estendia no tempo a quantos brasileiros se houvessem metido naquele movimento, escaparam para o sertão cearense, fixando-se nas cercanias do Icó. 

O chefe, Lourenço Alves Feitosa, tomou, no Ceará, o título de Alferes Comissário. Ele havia casado com uma irmã do vigário de Goiana, no seio de uma família importante, Gondim. Outro seu cunhado era pro vigário do Recife. 

Os Gondim eram aparentados com os descendentes de André Vidal de Negreiros e assinala Théberge, "com uns Ferreira Ferro, moradores em Penedo, e por parentesco tão íntimo que um membro da família Feitosa sempre tomou até hoje este nome de Ferreira Ferro. 

Fugiu Lourenço para o Ceará na companhia de três irmãos, Francisco Alves Feitosa, o coronel Pedro Alves Feitosa e Manoel Ferreira Ferro. No Ceará, radicou-se Lourenço numa fazenda denominada Cachoeirinha, a seis léguas do Icó, molhada pelas águas do riacho Cariúzinho. 

A luta contra os Monte, com os quais se haviam ligado por um casamento, teve origem numa rixa familiar, de cunhado a cunhado, acrescida mais tarde de urna disputa feroz por terras, situadas na ribeira do riacho Jucá, afluente do Jaguaribe. 

O caráter dos Feitosa era marcado de orgulhosa altivez. Deles fala o doutor Théberge como sendo ricos, não menos orgulhosos que os Monte, mais práticos, mais civilizados, acostumados que eram a corromper as autoridades reinóis, ante as quais sabiam todavia, curvar-se, quando achavam oportuno; muito unidos entre eles e dominando, com mão de ferro, os índios Jucás, Caiús e Inhamuns. 

Dá-nos o mesmo cronista notícia de um oficial das milícias do tempo, de nome João Ferreira da Fonseca, que se reuniu aos parciais dos Feitosa e a um troço de oitocentos índios jenipapos, com os quais entrou a percorrer o interior roubando e massacrando os Montes e seus sequazes, praticando contra eles as violências das mais atrozes sem atenção nem a sexo nem a idades. Quase todo o ano de 1724 foi assinalado por estes atentados que se estenderam por todo o interior da Capitania. 

Com o passar dos anos, os Monte foram entrando em decadência, sepultando no esquecimento a crônica belicosa da família. 

Os Feitosa, não. Continuaram, diz o cronista, a viver a sós consigo mesmos, sem relação nem comunicação com o resto da população, e conservando sempre grande séquito de malvados, que acoitavam contra as perseguições da autoridade. Tinham os Feitosa uma parentela numerosa, não apenas no Ceará, como em Pernambuco, principalmente no Recife e no Icó. Na vila do Penedo do Rio São Francisco moravam primos célebres dessa gente, os capitães Manoel Ferreira Ferro e João Ferreira Ferro, sendo todas pessoas ligadas por laços de consanguinidade ou de afinidade, escreve o doutor Théberge, assim terminando a sua narrativa: "A família Feitosa ainda existe nos Inhamuns, na mesma ribeira do mesmo rio Jucá, quase no mesmo pé que seus antepassados, ligando-se pouco com outras famílias, e conservando ainda quase sem alteração os seus costumes de prepotência, riqueza e valentia". 

Virgulino Ferreira tinha assim por quem puxar. A ser verdadeira a doutrina tradicionista, que afirma ser a alma uma transmissão genética. Herdara do sangue português a coragem e o gosto pela solidão. Do índio, de língua geral, mais provavelmente de língua travada, ficou-lhe a astúcia, a rebeldia e o nomadismo guerreiro.(*) (**) 

(*) "Manuel Ferreira Gondim. E esse quem era? Em todos os atos públicos onde figura o seu nome encabeça a lista dos assinantes. Devia pela idade provecta e pela atuação respeitável merecer êste privilégio. Sabemos ser oriundo da estirpe pernambucana dos Gondins de Goiana, filho de um irmão do Sargento-Mor Francisco Ferreira Pedrosa, sobrinho de D. Antônia de Oliveira Leite, mulher do Comissário Lourenço Alves Feitosa e do Padre José Ferreira Gondim, Vigário de Goiana e Vice-Vigário do Recife. Sua mãe, Luzia Monte, pelo lado materno (Isabel Monte), e Feitosa, pelo lado paterno (Cel. Francisco Alves Feitosa), vinha dos tempos da dominação. Situado no rio do Umbuzeiro, onde possuía terras nas fazendas "Aroeiras", "Gameleira" e "Araras", tinha como vizinhos o Sargento-Mor Leandro Custódio Bizerril e o parente próximo Capitão-Mor José Alves Feitosa. Foi no Centro-Oeste cearense patriarca no verdadeiro sentido. Por tôda parte parentes seus têm destaque em todos os ramos de atividade humana. Desaparecendo aos 31 de dezembro de 1833, uma récua de filhos chorou a sua morte. Dez legítimos um natural, ao todo onze. Já na Bíblia encontramos Abraão, o patriarca de Israel, o preferido de Deus, também constituindo família com uma concubina —Ismael foi o produto destes amores, como JOSÉ FERREIRA o era do patriarca dos Inhamuns. Nos autos de inventário de Manoel Ferreira Gondim e sua mulher Isabel Alves está escrito: "Ajuntem os meios dotes e somem e repartam pelos onze herdeiros, incluindo o herdeiro José Ferreira, filho natural do falecido velho Gondim, que na regra de direito é herdeiro de seu falecido pai por isso que deve entrar na meação". A figura bíblica do homem de Hur identifica-se nos mesmos anseios com o Gondim das "Aroeiras". O mesmo destino a que ficam sujeitas as pessoas marcou-lhes, em sentido diverso, a passagem pela terra. O filho de Abraão, banido para o deserto, foi ter ao vale de Meca, o de Manoel Ferreira Gondim, na procura dos favores de parentes importantes, perdeu-se nos sertões agrestes de Pernambuco. De Ismael, descende Maomé, o místico que ainda reina nos corações de milhares de asiáticos. De José Ferreira, rezam as tradições, provém Lampião, o famoso bandoleiro que reinou nos sertões". — Gomes de Freitas, Novos Subsídios para a História dos Inhamuns, edição de "O Povo", Fortaleza, Ceará, 21-12-63. 

(**) "Filhos do português João Alves Feitosa, casado, como já ficou dito, com uma filha do Coronel Manoel Martins Chaves: 

1 — Comissário Lourenço Alves Feitosa, casado com Antônia de Oliveira Leite, irmã do Padre José Ferreira Gondim, Vice-Vigário do Recife e do Vigário de Goiana; 

2 — O Coronel Francisco Alves Feitosa, casado, em primeiras núpcias, com Isabel do Monte, irmã do Capitão-Mor Geraldo do Monte; em segundas núpcias com Catarina Cardosa da Rocha Resende Macrina, descendente da família Cavalcanti e Albuquerque, de Pernambuco, e, em terceiras núpcias, com Isabel Maria de Melo. 

Estas três mulheres eram viúvas e traziam filhos dos seus leitos anteriores. Dos filhos do primeiro casamento de Isabel do Monte, descendem grande parte dos Pinheiros, dos Meios e dos Fernandes Vieira, conforme o testemunho do Dr. Helvécio Monte ("Unitário", n. 2.168, de 4 de junho de 1916). 

Dos filhos do primeiro casamento de Catarina Cardosa da Rocha Resende Macrina, segundo uma tradição que sempre circulou, no seio da família Feitosa, descendem os Pereiras de Pajeú de Flôres.

— "O Coronel Francisco Alves Feitosa fundou a sua primeira fazenda no lugar Barra do Jucá, em terras do Rio Jaguaribe, à margem direita deste, cerca de uma légua de sesmaria abaixo da atual vila de Arneiroz, construindo ali uma Capela de taipa, e, por isso, com a edificação da Igreja de Arneiroz, por um neto do mesmo Francisco Alves Feitosa, ficou aquela fazenda com o nome de Igreja Velha (esta denominação já desapareceu com a demolição dos prédios antigos). 

Procedeu-se ao inventário do Coronel Francisco Alves Feitosa em Cococi; foi apenas uma partilha, porque não havia órfãos e o monte total orçou em NCr$ 12.000,00, isto é, perto desta importância, porque as avaliações foram muito baixas, conforme se vê, não havendo avaliações de posses de terra, e sim de sítios: um sítio São Nicolau, com 3 léguas de terra, avaliado por NCr$ 200,00; um sítio Figueiredo, com duas léguas, avaliado por NCr$ 400,00; o sítio Ôlho d'Águia do Urucu, por NCr$ 50,00; uma légua de terra, das extremas do Latão até a Estiva, por NCr$ 300,00; um sítio, com engenho, no lugar Engenho da Serra, por NCr$ 400,00; o sítio Pouco Redondo, com 3 léguas de comprimento e uma de largo para cada lado, por NCr$ 550,00, e assim por diante, outros sítios em Inhamuns, Quixelô, antiga Santana do Cariri e Rio de São Francisco, da Cachoeira de Paulo Afonso para baixo. Os bens semoventes tiveram as avaliações seguintes; um cavalo de fábrica, em Cococi, por NCr$ 5,00; as éguas, avaliadas a NCr$ 3,00; as vacas, a NCr$ 2,00; as novilhotas e novilhotes, a NCr$ 1,20; e os bezerros, a NCr$ 0,50. (Os escravos, de moleques a negros, tiveram avaliação de NCr$ 40,00 a NCr$ 80,00, mais disto um ou outro.) Esta partilha foi feita em Cococi, no dia 17 de junho de 1770, com assistência de todos os herdeiros e co-herdeiro do Capitão-Mor Arnauld de Holanda, casado com Francisca, neta do inventariado. 

Os bens inventariados, por morte do Coronel Francisco Feitosa, atualmente teriam valor para algumas centenas de contos de réis. Não nos constam os nomes dos estados do Coronel Francisco Alves Feitosa do primeiro casamento. Do segundo casamento constam-nos os nomes dos seguintes enteados: 1 — Antônio Pereira do Canto, casado com Antônia, filha de Antônio Barbosa Galvão; 2 — Leonor, casada com o português, a quem chamavam Marinheiro José da Silveira, que cultivava a Serra, que ficou com o nome de Serra do Silveira; 3 — D. Rosa, da Boa Esperança, não teve casamento e nem descendência. Do terceiro casamento do mesmo só nos consta ter dois enteados: 1 — O Sargento-Mor Francisco Ferreira Pedrosa, que já vimos casado com Josefa Alves Feitosa, filha do seu padrasto; 2 — O marido de Luzia, filha do primeiro casamento do Coronel Francisco Alves Feitosa, cujo nome ignoramos". — Leonardo Feitosa — TRATADO GENEALÓGICO DA FAMÍLIA FEITOSA. — Tipografia Paulina — 1952 — Fort. — CE.

Como se vê do livro de Leonardo Feitosa, os Pereiras do sertão pernambucano são parentes dos Feitosa do Ceará. Não seria sem razão que Virgulino Lampião começara sua vida de cangaceiro à sombra de Sinhô Pereira, acostado, assim, ao poderoso clã do Barão do Pajeú. Os mesmos Pereiras são também aparentados dos Alencares, outra importante família sertaneja cearense.

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O DOUTOR ERONIDES DE CARVALHO (1897-1969), MÉDICO E POLÍTICO SERGIPANO

Por Antonio Corrêa Sobrinho

AMIGOS,

O doutor Eronides de Carvalho (1897-1969), médico e político sergipano, tornou-se, a meu ver, figura mais conhecida, destacada da história de Sergipe e do Nordeste por que não dizer, de certa forma, menos por ter sido por anos interventor do Estado, obviamente na época da ditadura Vargas, e mais pela resultante da imputação que a maioria dos pesquisadores e escritores do Cangaço lhe fez, de ter sido ele, Eronides, um nem sempre velado protetor de Virgulino Ferreira da Silva, o famoso bandoleiro das terras adustas do meu Nordeste, Lampião, e mais, ter “o rei do cangaço”, sucumbido em terras sob o seu comando, inda mais, como agravante, morto por forças policiais do vizinho estado das Alagoas.

O curioso, razão inclusive desta postagem, é que o também capitão do Exército, Eronides de Carvalho, teve seu nome mencionado pela primeira vez num jornal brasileiro de grande circulação, bem antes de quando já ocupante da chefia do executivo sergipano. Aconteceu, salvo melhor informação, quando este ainda era um mero acadêmico na Faculdade de Medicina da Bahia, ainda muito jovem e longe de exercer, como quis o destino, principescamente o maior cargo político do Estado.

A matéria é a do “O Estado de S. Paulo”, edição de 25.12.1917, sita na página 2, que trago a seguir, dando conta de denúncia feita por Eronides de Carvalho das péssimas condições por ele vivenciadas, de um hospital de loucos em Salvador, onde ele fazia residência; ele, ali, já deixando brotar sua verve política.

REVISTA DOS ESTADOS - BAHIA

Imagens Internet

O que vai pelo Hospício de São João de Deus – Graves acusações feitas à sua direção e ao governo – Há tempos, o doutorando de medicina Eronides de Carvalho, que fora demitido a bem do serviço público do cargo de interno do Hospício de São João de Deus, da capital, fez, pelo “A Tarde”, gravíssimas acusações contra a direção daquele estabelecimento estadual. Dada a situação de acusador, a enérgica defesa interposta pelo diretor do Hospital, Dr. Plaguer, destruiu a impressão má deixada no espírito do povo. Entretanto, "A Tarde”, jornal que pusera as suas colunas à disposição do doutorando Eronides, tratou de averiguar com que se encontrava a verdade. Para isso, destacou um dos seus redatores para, acompanhado de um fotógrafo, fazer uma visita minuciosa ao Hospício. O resultado desse inquérito jornalístico foi simplesmente desastroso para a direção daquele manicômio: afirma a “Tarde” que tudo o que disse o doutorando Eronides foi ainda pouco em vista do relaxamento inqualificável, criminoso reinante no hospício. A descrição de cada um dos pavilhões pode ser resumida no seguinte: as condições higiênicas são as piores possíveis; a limpeza e a luz faltam em absoluto em todos os compartimentos, onde vivem na mais horrível e perigosa promiscuidade os loucos, que, além do mais, são obrigados a dormir em esteiras, sobre o pavimento ladrilhado, por não haver camas nem colchões. Há, porém, um pavilhão, o da Ronda, que se destaca, pelo seu estado de imundície: é um lamaçal de matérias pútridas, uma cuba de gazes mefíticos, de seis metros de comprimento por 5 de largura, que serve de cárcere a 10 infelizes, que ali aguardam o beribéri ou outra moléstia que os leve para o além. É simplesmente horroroso, como simplesmente horroroso é o seguinte fato, relativo à farmácia, narrado com a máxima singeleza por um empregado do hospício:

Um flagrante inacreditável. A farmácia do Hospício está aos cuidados de um louco, não excitado: o João Alcovia. Esse crime assim nos descreve um empregado do Hospício:


- O farmacêutico Emanuel de Santana tem cursos particulares e para não prejudica-los, pouco aparece na farmácia do Hospício. O seu ajudante, mais ou menos com juízo, é um preparatoriano de engenharia (?) que também não é assíduo à farmácia. João Alcovia é o verdadeiro farmacêutico, pelo menos o único assíduo. Mexe à vontade nas prateleiras onde estão alguns venenos violentíssimos, cuja ação letal bastaria para envenenar meia humanidade. O seu serviço de preferência é misturar remédios...

- E beber álcool com água, aparteia um guarda.

Essa tremenda acusação ao diretor do Hospício de São João de Deus, apresenta um caráter grave, para, em repetição, atingir diretamente o Sr. Secretário do Interior, o superior hierárquico do Dr. Plaguer, e a quem compete tomar as enérgicas providências, no sentido de fazer desaparecer essas graves irregularidades.

Fonte: facebook

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AFONSO SÁ E JOÃO GOMES DE LIRA


Senhor Afonso Sá, sobrinho legítimo de Mané Neto, e o senhor João Gomes de Lira filho do grande homem de Nazaré do Pico, Antonio Gomes Jurubeba.

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LIVROS DO ESCRITOR ANTONIO VILELA DE SOUZA


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DEPOIMENTO do ex-cangaceiro “VINTE E CINCO“

Fotos: Google


DEPOIMENTO do ex-cangaceiro “VINTE E CINCO“ ao Jornal A NOITE/RJ, Edição..., 14-11-1938, quando o mesmo, se encontrava preso, em Maceió, logo após as ENTREGAS...

Chama-se JOSÉ ALVES DE MATOS. Moreno escuro, quase preto, cabelos ruins, estatura regular. Usa óculos por vaidade. É filho de José Alves de Matos, já falecido, e de Marisa Matos. Nasceu em Cuité-Bahia. Tem 03 anos de cangaço.

Disse que ingressou no grupo de “Corisco“, passando depois para o de Pancada, até que se “entregou“. Já se bateu diversas vezes com as forças armadas, saindo sempre sem ferimento.

Afirma, ele: 

“ - Gostei muito da vida caatinga. Sei que não me acostumo na cidade. Quando o “Capitão/Lampião“ era vivo, a vida era outra. Agora, não. Nem o diabo aguenta. Tudo agora é difícil, até os coiteiros não querem mais ser. A munição da gente, era fornecida pelo “Capitão“, embora a gente pagasse quando fazia um saque. No saque o produto era para todos, mas o “Capitão“ era mais sabido e embrulhava a gente".

Falando sobre “Corisco“ disse que ele é meio covarde:

" - Não acredito, disse-nos, que Corisco se entregue. Aquilo é homem danado de teimoso. Ele será preso porque gosta muito de “pinga“. A DADÁ é uma cobra assanhada. Quando ele se embebeda ela mete-lhe o “cacete“. 

O cangaceiro de alcunha VINTE E CINCO é tio de Santa Cruz.

0BS: A acunha “VINTE E CINCO“ foi porque ele entrou no bando de cangaceiros no dia 25 de dezembro..., (adendo por: Volta Seca)

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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O CANGACEIRO CANÁRIO


Oriundo de Poço Redondo, Sergipe, este cangaceiro foi também conhecido como cangaceiro Rocha.

Ele foi o responsável de levar sua namorada Adília para a vida no cangaço, e quando lhe perguntou se queria mesmo seguir com ele, Adília respondeu: "Com você eu vô pra qualquer lugar, até pro inferno". Fonte: Antônio Amaury Corrêa de Araújo.

Canário foi um dos cabras mais valentes e conhecidos no cangaço. Fonte: Aglae Lima de Oliveira.

Canário fez parte do grupo de Lampião. Fonte: João Gomes de Lira.

Canário pertencia ao bando de Zé Sereno, sendo considerado o mais feio de todos os cangaceiros. Sergipano, natural de Poço Redondo, formou seu próprio bando. Sua companheira era cangaceira Adília que foram conduzida à casa de parentes, já que estava em adiantado estado de gravidez. Foi covardemente assassinada pelo cangaceiro Penedinho, que havia passado para o lado da polícia. Fonte: Bismark Martins de Oliveira.

Nota de Renato Luís Bandeira: Há outra informação da mesma fonte dando conta que Canário foi morto por Quixabeira.

Fonte: Dicionário Biográfico Cangaceiros & Jagunços, Renato Luís Bandeira, Edição do Autor, Salvador, 2014.

http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Can%C3%A1rio&ltr=c&id_perso=7001

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