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terça-feira, 19 de abril de 2011

Manoel Severo e o Cariri Cangaço

Por André Vasconcelos
Manoel Severo e André Vasconcelos

           Através do amigo e conterrâneo Dr. Paulo Medeiros Gastão (ilustre triunfense radicado em Mossoró -RN) tive o prazer de conhecer o pesquisador Manoel Severo (nascido em Fortaleza e radicado no Crato - CE).
 
Manoel Severo, Aderbal Nogueira, Paulo Gastão e Antonio Vilela

            Severo é daquelas figuras carismáticas, de fino trato, que cativa a todos que com ele tem o prazer de manter contato. Além de ser o idealizador, construtor e curador do Seminário Cariri Cangaço (como também do respectivo blog), Severo é sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC, a qual congrega renomados historiadores, escritores e pesquisadores de temática nordestina, tendo sido idealizada em 1993, por Paulo Gastão, na cidade de Mossoró.

           Em dezembro passado, tive o prazer de receber em Triunfo a visita de Severo e sua esposa Danielle Esmeraldo e esta semana via e-mail nos chega:

 João de Sousa Lima e Daniele Esmeraldo - secretária de Cultura de Crato-CE
 
           - Querido amigo André e companheiros do BOOM, é sempre uma grande satisfação visitar esta casa e me permitam, sinto-me em casa, abraço a todos e saibam de nosso compromisso de 20 a 25 de setembro: Cariri Cangaço no sul do Ceará. Hoje postamos uma matéria "pescada" no BOOM, grande abraço: Severo.
 
            Agradeço a Severo pela visita no Boom e a cortesia com que nos trata. Desde o primeiro Cariri Cangaço recebo seu convite para participar do evento e conhecer o Cariri. Espero retribuir sua visita este ano.
 
            O Seminário Cariri Cangaço circula por 05 municípios cearenses e conta na sua programação com visitas técnicas e debates com historiadores, escritores e intelectuais que se interessam pela pesquisa histórico-sociológica do Nordeste e do Brasil, atendendo uma plateia diversificada composta por estudiosos dos temas, como também alunos e curiosos. Tudo isso unido a hospitalidade de Severo, sua equipe e parceiros, fazem o sucesso do Cariri Cangaço.
 
            Convidamos os leitores do Boom a conhecer o blog do Cariri Cangaço. Eis o endereço: http://www.cariricangaco.com. Artigos de diversos pesquisadores fazem valer a visita.

 
Boa leitura!


Folha Sertaneja - ESPECIAL

MARIA BONITA e o cangaço: Cem anos de História

            Esta é uma solicitação de uma senhora de nome "Claudete", que fez  ao escritor João de Souza Lima, no dia 9 de setembro de 2010, na entrevista da Folha Sertaneja, título acima, postado em seu blog.
           Como eu gostei bastante da sua solicitação, vou repassar para os leitores do cangaço.

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João de Sousa Lima

  Olá, boa tarde. Gostaria de entrar em contato com você, talvez você possa me dar alguma informação sobre meu pai, Marcolino Corrêa, primo de Virgulino, meu pai fez parte do bando do Lampião, nasceu em Alagoas em 1900, depois que acabou o cangaço meu pai fugiu para o Amazonas onde ficou mais de dez anos vivendo em uma chalana em plena selva amazônica.

 Depois desembarcou em Manaus e foi morar no palácio do governo, onde ocupava o cargo de chefe da guarda pessoal do então governador Plínio Coelho.

Morreu aos 69 anos, na época eu tinha apenas 5 anos, mas lembro-me perfeitamente dele, casou com minha mãe e tiveram 6 filhos. Nunca soubemos notícia de nenhum parente dele, até hoje procuro algum laço parentesco em qualquer lugar do País.

Aguardo seu contato. Obrigada.

        Se o escritor  João de Sousa Lima se contactou com esta senhora, eu não tenho informação. Mas foi uma solicitação precisa e de grande utilidade para o cangaço, por aparecer mais um cangaceiro que não estava no acervo dos pesquisadores e escritores. 

                                                                

Um Poema Introspectivo...



QUANDO...

 
Quando quis ser EU.
Senti que fui outro a contragosto.
Quando quis ser tanto,
nada pude do puco que sonhei para mim e para os outros.
Quando quis talvez ser algo de importante.
Tudo ficou escuro. E como de resto em mim
tudo o mais ficou demasiado tarde para eu querer de novo ser eu mesmo.
Ou quem sabe, ao menos, puder chorar por dentro
a desventura de não ter conseguido
ser o que eu quis.
Diante daquilo que eu poderia ter sido. Agora quando muito,
Afogo-me aos poucos em meus anseios num sono profundo.
Posto que não tenho mais sonho... Nem desejo de ser mais nada.
Meu querer é lento.
Meu viver é hoje.
Meu tempo é quando.
E isso é tudo o que quero e o que penso
de tudo que ainda me resta
e espero para mim mesmo.
 

.................... JC-2011Leia mais em:http://www.prosaeversojc.blogspot.com/
http://www.jcaurora.blogspot.com/
http://www.aurora.ce.gov.br/
http://www.seculteaurora.blogspot.com/
 

Ferimentos sofridos por " Lampião " + bônus de foto inédita

Por: Ivanildo Alves da Silveira


          Cópia de foto original encontrada no bornal de Lampião, após sua morte. A aludida foto, está arquivada no instituto histórico e geográfico de Maceió, e, certamente, foi feita pelo árabe Benjamin Abrahão nos idos de 1936/37.

          Obs.: as "legendas existentes na foto", foram por nós acrescentadas, para ilustrar, os "ferimentos a bala ",sofridos pelo rei do cangaço, em mais de 200 combates ocorridos com a polícia.
 
             A descrição dos "ferimentos" de Lampião , encontra-se inserida no livro "Quem foi Lampião" pg. 151, do renomado pesquisador/escritor, Frederico Pernambucano de Mello.
Frederico Pernambucano de Melo
           1921 - Ferimento a bala no ombro e na virilha , ambos transfixante, com tratamento conduzido por médico ( doutor Mota), tendo a ocorrência se dado no município de Conceição do Piancó/Paraíba.
 
           1924 - Ferimento a bala no dorso do pé direito, transfixante, com tratamento conduzido por dois médicos (doutores José Cordeiro e Severiano Diniz), a ocorrência se deu na Serra do Catolé, município de Belmonte, PE.
 
           1926 - Ferimento a bala na omoplata, leve, com tratamento caseiro, tendo a ocorrência se dado em Itacuruba, no município de Floresta, PE.
 
           1930 - Ferimento a bala, no quadril, leve, com tratamento caseiro, tendo a ocorrência se dado em Pinhão, na época distrito de Itabaiana, SE.


Fonte: Depoimentos de ex-cangaceiros e amigos, conforme indicação bibliográfica, mais dados colhidos da caderneta de apontamentos de Benjamin Abrahão, item g.1. (obra citada).

Um abraço a todos.

Ivanildo Alves Silveira
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC
Natal/RN

Cangaceiro Barra Nova


Por: João de Sousa Lima
[Jo%C3%A3o+de+s.+lima.JPG]
 
           Esta foto mostra no centro o cangaceiro Barra Nova, tendo a direita de quem olha o cangaceiro Luiz Pedro.
 


           Esta fotografia estava em seu bornal quando foi morto pelo tenente Zé Rufino e o próprio Zé Rufino a deu de presente, na década de 60, a João Maurício, filho do cangaceiro.
 
 
            Na fotografia, da esquerda pra direita: João de Sousa Lima, João (filho de Barra Nova) e José Aldino.
           João, filho do cangaceiro, exibe em suas mãos uma foto onde aparece o pai ao lado de Luiz Pedro e na fotografia grande está um detalhe da foto do pai.

           Em breve teremos um capítulo sobre a história de Barra Nova.

           Agradeço a fotografia a João Maurício e José Aldino.
 
 
Estas informações foram extraídas do blog do escritor/pesquisador e historiador "João de Sousa Lima".
 
Amigo leitor:
 
          Se você gosta de ler a literatura lampiônica,  acesse os blogs:
"Tok de História" - Rostand Medeiros,
"Cariri Cangaço" - Manoel Severo,
Lampião Aceso - Kiko Monteiro
e "João de Sousa Lima". 
 
       Neles você vai encontrar fantásticas histórias escritas pelos  nelhores pesquisadores e escritores sobre o tema.
 
 
            O verdadeiro nome de Barra Nova era Manuel Maurício.

Roberto Carlos - 19 de abril, seu aniversário

Roberto Carlos, filha adotiva. Foto: Divulgação
Filha de Roberto Carlos - Ana Paula

              Ana Paula Braga era filha  de Nice Braga, a primeira mulher do cantor Roberto Carlos, morreu aos 47 anos na madrugada deste sábado, em São Paulo. O motivo da morte: Durante à noite ela se sentiu mal, e veio a óbito após ter uma parada cardíaca.
             Biologicamente ela não era filha  do cantor, mas ele a assumiu quando se casou com Nice, com quem teve outros dois filhos: Roberto Carlos Segundo, o Segundinho, mais conhecido como Dudu Braga, e Luciana.
             Ana Paula era casada com o guitarrista do cantor Roberto Carlos, de nome Paulinho.
           No momento da morte de Ana Paula Roberto Carlos se encontrava em São Paulo e, assim que soube da notícia, foi ao apartamento de Ana Paula. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML).

           
            No ano passado, a mãe de Roberto Carlos, conhecida como Lady Laura, morreu no dia 17 de abril, aos 96 anos, também às vésperas de seu aniversário.

Fonte - Parte de um todo: Folha.com 

Os Tiroteios de Lampião Contra Quelé

Por: Rostand Medeiros

         Seja através de uma, ou de outra versão, o certo é que tempos depois desta desavença no seio do bando, o chefe Lampião, apoiado pelo fazendeiro Marcolino Diniz (foto ao lado), filho do coronel Marçal, vem para Santa Cruz com o objetivo de matar Clementino e seus irmãos. Este encontro ocorreu no dia 5 de janeiro de 1924, um sábado. Antônio Ramos informa que era um “-Meninote de doze anos”, que a sua casa antiga era próxima a sua atual morada e seu pai possuía uma bodega pequena, mas bem surtida.

         Era ainda de madrugada, quase amanhecendo, quando o jovem Antônio Ramos acordou com o barulho de muitas vozes de homens no oitão da sua casa. Era um grupo numeroso de cangaceiros. O garoto notou que todos vinham alegres, animados, equipados, armados e com muita munição. Muitos deles estavam embalados por aguardente e segundo suas próprias palavras, os cangaceiros pareciam estar “-Com fogo saindo pelas orelhas”. 

         Eles pediram tudo que seu pai tivesse de comida no estabelecimento, além de mais cachaça. Este prontamente passou a servir o bando, especialmente Lampião. Os homens armados não fizeram nada com seu pai ou sua família nesta ocasião.
 
       Antônio assistiu Lampião comendo uma rapadura com queijo e comentando alegremente com a rapaziada sobre a futura luta. Ele se apresentava animado, doido para brigar. Neste momento pronunciou uma frase que Antônio Ramos jamais esqueceu.


“-Da família de Quelé, hoje só se salva quem avoa”. 
O Rei do cangaço ainda afirmou que 
“- Hoje eu vou beber o sangue de todo mundo”. 


         Nesta ocasião, durante o nosso encontro, o nonagenário entrevistado alterou-se, ficando visivelmente emocionado. Ele recordou que se tremeu todo, no momento que escutou estas frases do famoso bandoleiro. Comentou veementemente que viu Lampião falar exatamente da forma anteriormente descrita e narrou este fato agarrando fortemente o braço do autor, tal a emoção.

           Ele descreveu Lampião como sendo moreno, alto, rosto comprido, cego de um olho, não usava óculos naquele dia e que mesmo assim enxergava bem. Pouco tempo depois o bando saiu da bodega. 

          A desproporção da luta que se avizinhava era enorme, pois Quelé tinha junto com ele apenas outros cinco companheiros para lhe ajudar. Para Antônio Ramos os cangaceiros seriam em torno de “-Uns cinquenta homens”. Já Carvalho (op. cit.) afirma que seriam quarenta e cinco. O pesquisador Geraldo Ferraz de Sá Torres Filho (in “Pernambuco no tempo do Cangaço-Volume I”, 2002, págs. 328 a 330) reproduz o “Boletim Geral nº 05”, emitido pela polícia pernambucana no dia 7 de janeiro de 1924, onde consta que o número de cangaceiros era de sessenta homens. 

Casa fortaleza, de Quelé

         Mas diante da resistência feroz realizada por Clementino e seus companheiros, a polícia se deslocou para evitar a pecha de conivência e covardia. Apesar da evidente falta de vontade dos policiais de irem a lutar, ficamos imaginando o conflito dentro da própria volante, entre aqueles que queriam ir e dos que não queriam, pois certamente nem todos eram covardes e honravam a farda que vestiam.

          Mas para os familiares de Antônio Ramos, naquele momento o que importava era buscar de alguma maneira se proteger dentro de casa diante do que iria acontecer e em pouco tempo “-A bala comeu”. Ele e seus familiares ficaram escutando o tiroteio, mas não lembra a duração, só comentou que “-Demorou muito”. Falou que “-Quando deu fé”, chegou a sua casa um rapaz da família de Quelé com cerca de 16 anos, dizendo que estava dentro de um partido de mandioca quando os cabras chegaram e comentou que “-A bala tava cortando tudo”. Narrou que o rapazinho tinha escutado os gritos dos cangaceiros prometerem “-Derrubar a casa” e o pessoal da casa avisando aos gritos para os atacantes que “-Se derrubar e entrar um, nóis mata na faca”. 

           A testemunha da batalha de 5 de janeiro de 1924 afirmou que este rapaz avisou que iria a Triunfo buscar uma volante. Nesta cidade o delegado era o tenente Malta e havia uma volante comandada pelo sargento Higino José Belarmino.  Entretanto, para nosso entrevistado, a polícia ficou “insonando”. No seu linguajar típico, onde Antônio Ramos utilizava expressões difíceis de serem ouvidas atualmente no sertão nordestino, ele quis dizer que os homens da lei ficaram enrolando e só foram chegar a Santa Cruz por volta das 11 horas da manhã.

         O jovem disse que seguiria através de um caminho alternativo, evitando a vereda que levava normalmente para esta cidade, pois com certeza os cangaceiros deviam ter “-Botado uma emboscada aculá na frente”. O jovem deixou a casa de Ramos, seguindo em direção a serra dos Nogueiras, saindo no lugar chamado Gameleira e de lá para Triunfo.
 
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Esta volante levou várias horas para percorrer os seis quilômetros entre as duas localidades. Provavelmente para os policiais, a ocorrência em Santa Cruz era um problema entre bandidos e quanto mais deles se matassem entre si, melhor.

 
Continua...
Rostand Medeiros
Fonte:http://santacruzbaixaverde.blogspot.com
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Uma solicitação incrível, mas é a realidade.


            Não tenho muita intimidade com blog, e que eu gostaria que alguma pessoa que é profunda conhecedora das opções de blog, que me explicasse o seguinte:

       Como se elimina títulos de textos que foram excluídos por uma razão qualquer, mas continuam no painel?

             Gostaria muito de fazer esta limpeza, pois devido problemas da operadora, muitas vezes não consigo fazer uma boa publicação na primeira tentativa, sendo eu obrigado a eliminá-la, mas continua no painel, como páginas não encontrada,  causando uma desorganização no blog.

             Se você amigo é conhecedor do que eu estou solicitando, faça-me o favor de me mandar esta informação. Não é necessário mandar através de e-mail, ponha  na janela de comentários deste blog.

              Ficarei muito grato pela sua colaboração.

             Desde já agradeço.


José Mendes Pereira 

O Vingador do Sertão

  Por: Rostand Medeiros

 Inacinho e Rostand

           Depois dos tiroteios, Quelé ficou meio perdido pela região, sendo protegido por Higino Berlarmino. Para Antônio Ramos, foi o coronel José Pereira, o chefe político da vizinha cidade paraibana de Princesa, que deu o apoio decisivo para Quelé se tornar um implacável caçador de Lampião. 

Lampião

             Após o grande assalto ocorrido na cidade de Sousa, em 27 de Julho de 1924, Pereira exigiu que seu parente Marcolino Diniz não desse mais apoio a Lampião e o expulsasse da região dos Patos.
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José Pereira de Lima
 
         Por indicação de alguém que Antônio Ramos não recorda, foi sugerido ao “dono” de Princesa o nome de Quelé, para que este servisse no comando de uma volante em perseguição a Lampião. A solicitação foi feita ao então governador paraibano João Suassuna e Clementino Furtado passa a ser conhecido como o Sargento Quelé.
 

Sua volante, a famosa “Coluna Pente Fino”, ficou marcada na história do cangaço pela selvageria como combatia os cangaceiros e infligia o terror aos coiteiros.
 
 
           Muitos parentes fizeram parte do grupo. Se não faltam relatos de valentia do seu pessoal, infelizmente não faltam informações que inúmeros inocentes sofreram nas mãos dos homens de Quelé, além de inúmeros atos de pura rapinagem.

           De toda maneira o “investimento” do governo da Paraíba em Quelé não foi em vão. Três anos e meio depois dos combates em Santa Cruz, no dia 14 de Junho de 1927, ele e seus homens eram a primeira força policial a adentrar em Mossoró, após a fracassada tentativa de Lampião para conquistar a maior cidade do interior potiguar. Nesta ocasião consta que no currículo de combates de Quelé contra o Rei do cangaço, estavam listados vinte e um tiroteios.

            Para Antônio Ramos, mesmo com toda coragem e capacidade para caçar cangaceiros, foi o analfabetismo de Quelé que deixou que ele permanecesse nas fileiras da polícia da Paraíba apenas com a graduação de sargento.
 
Quelé
 
           Quelé morreu já idoso na Paraíba, no lugar chamado Prata, próximo a cidade de Monteiro. Segundo Antônio Ramos, ele sempre vinha visitar o sítio Conceição e a pequena Santa Cruz. A história de Clementino Quelé e sua vingança contra Lampião se tornariam quase uma lenda no imaginário das futuras gerações dos sertanejos do Nordeste. 
 

Rostand Medeiros
FONTE: http://santacruzbaixaverde.blogspot.com
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