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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Anathália Cristina Queiroga Pereira

Foto: UM ANO E SEIS MESES SEM A NOSSA QUERIDA ANATHÁLIA CRISTINA QUEIROGA PEREIRA.

A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

Carlos Drummond de Andrade
alguns segundos atrás · Curtir (desfazer)

Um ano e seis meses sem a nossa querida Anathália Cristina Queiroga Pereira - Pau dos Ferros - Rn -   Era concluinte do curso de direito, no ano de 2012, da UnP de Natal-Rn. Faleceu no dia 25 de Maio de 2012 aos 22 anos de idade.
Quer saber o que aconteceu com ela? Clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2012/05/direito-que-anathalia-cristina-queiroga.html
 
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com
http://sednemmendes.blogspot.com

O SUICÍDIO DO PERU DE NATAL

Por Rangel Alves da Costa*

Rangel Alves da Costa

Os jornais estamparam nas manchetes: “Na antevéspera do natal, e o suicídio do peru”; “Fez o último gluglu e tirou a própria vida”; “Peru de Natal antecipa seu fim de forma trágica”. Fiquei estupefato com a notícia. Mas como os relatos eram contraditórios, logo procurei investigar o fato por conta própria.

A primeira coisa que fiquei sabendo foi que não havia sido aberto qualquer inquérito acerca do trágico incidente. A delegacia responsável adiou o início das investigações e, segundo apurei, tudo porque nessa época do ano ocorrem muitos casos similares, e numa sequência de fatos que o jargão policialesco denomina Síndrome do Peru Desgostoso.

Também fiquei sabendo que os registros acabam sendo arquivados, principalmente quando constatado que não houve auxílio de terceiro na ocorrência do sinistro. E também porque suicídio não é crime, e muito mais quando cometido por peru desgostoso pela iminência de seu fim através de outras mãos.

Segundo apurei, os registros de perus que tiram a própria vida às vésperas do natal são em números alarmantes. Fiquei sabendo de um que deixou riscado no chão uma mensagem bem explícita nesse sentido: Prefiro morrer de véspera, de forma desatinada e pelas próprias mãos, a ser servido de pernas abertas numa bandeja a pessoas que parecem nunca terem visto comida à sua frente.

Já outro grugulejou a noite inteira até a primeira luz do alvorecer do dia que seria abatido. E o seu canto, depois decifrado por um velho da região, era um longo e doloroso lamento dizendo que as pessoas só se lembram da existência do peru, só lhe dão alimento e comida, cuidam de sua engorda, quando desejam se fartar de sua carne. E cuidam e mimam, alisam o pelo e sentem o peso, para depois, traiçoeiramente, passar a lâmina afiada no seu pescoço.

 

E os relatos não são muito diferentes com relação a este peru que mais recentemente tomou a drástica e extrema decisão de cometer suicídio. Só que este, de modo frio e estrategicamente concebido, fez todo um planejamento para praticar o infortúnio. Parece mesmo que tinha plena consciência da ação e da trágica consequência, mas ainda assim tudo fez para não dar nada errado.

Era um peru normal, grande, vistoso, e até gorducho. Sempre alegre, ciscava de canto a outro sem parar e, diferentemente dos demais, seu gluglu era compassado e com som melódico. Desse modo, logo se vê que não se tratava de ave com qualquer problema neurológico ou distúrbio psicológico. Mas se manteve assim só até a primeira metade de dezembro. E após o dia vinte em diante já estava completamente diferente.

E irreconhecível, porém apenas intimamente, vez que ninguém percebia o verdadeiro turbilhão que se escondia nas suas entranhas. Quanto mais percebia os preparativos do natal, os comentários sobre as festanças e comilanças, mais se mortificava por dentro. Parou de fazer gluglu, de ciscar, e daí em diante começou a planejar como fugir daquele infortúnio que certamente se abateria sobre seu pescoço.

Então resolveu se matar. Tiraria a própria vida, mas não daria o gosto de ter alguém segurando o seu pescoço com faca faminta por sangue. E também sabia dos procedimentos desumanos utilizados quando antecedia a morte de qualquer ave natalina. Com a desculpa de amaciamento da carne, ao invés de água colocavam aguardente ou outra bebida destilada para que bebesse. Ou mesmo abriam o bico e empurravam doses e mais doses goela adentro.

Quando viu uma garrafa de vodka sendo colocada mais adiante, então fechou os olhos e chorou por dentro. Fez o gluglu mais triste que poderia existir e se fingiu de adormecido. Mas sabia que a bebida só lhe seria oferecida na manhã do dia seguinte, horas antes de ser mortalmente ferida. Então esperou anoitecer e se esforçou o máximo para fazer a garrafa cair dentro de uma lata.

A garrafa quebrou e a vodka permaneceu no fundo da vasilha. E depois o peru fez a festa de despedida. Sorveu a bebida toda em menos de meia hora. E já estava completamente embriagado quando escolheu o pedaço mais pontiagudo de vidro para engolir. Instantes depois e já podia ser avistado desfalecido, sufocado, ferido, com a garganta tomada pelo vidro.

Ao amanhecer já estava completamente roxo, imprestável para a suculência da mesa. Mas um prato cheio para o jornalismo sensacionalista. E foi assim que eu soube da desdita do peru de natal. História triste, porém verdadeira como a do Papai Noel.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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Lampião e outras histórias - Lampião, o cangaceiro místico

Por Doizinho Quental

Mediante diversos depoimentos que lemos sobre o rei do cangaço, chegamos à conclusão que ele era um homem com sentimento religioso. Acreditava também em orações fortes, mas tinha verdadeiro pavor a bruxarias. Visitava frequentemente uma vidente que vivia na serra da Umã, PE.  Ele respeitava os seus dotes de clarividência, que por três vezes consecutivas tinham sido comprovados. Sempre que podia, Lampião visitava esta vidente, uma vez que tinha fé nos seus poderes de premonição.

Uma curiosidade que nos chamou bastante a atenção era o costume que Lampião conservava de rezar todo dia para as almas dos inimigos que ele mesmo matava. E isto está comprovado no depoimento de Marcos Passarinho, cangaceiro que foi recolhido a cadeia de Princesa PB, em 1923.

Passarinho

 Vejam o depoimento do cangaceiro:

- Lampião tem um rusaro cum bem 100 conta. Quando se dá uma brigada e ele sai limpo, Nego Véi (Lampião) bota o ruzaro e reza pulus difunto pra disbastá (diminuir) os pecado. Quando um cangacero de fora vai vistá ele ou trocá sirviço, ele bota o rusaro e amostra... essa oração é pra fulano.... Essa é pra sicrano... (Trocar serviço é programar assalto, morte ou outros, de interesse deles.)

Então, como explicar um cangaceiro com dotes de religiosidade? O misticismo tem destas discrepâncias. O indivíduo tem instinto cruel, vingativo, mau, contudo acredita que Deus o protege para que ele resolva as injustiças, que segundo a sua lógica, são cometidas. Matava com o mais cruel requinte de perversidade em nome de Deus e ainda achava que Ele o perdoava com uma simples oração. Era uma visão distorcida de justiça da época do cangaço. E Lampião, como o maior representante do cangaço do Nordeste, era realmente um cangaceiro místico.

www.kantabrasil.com.br/Lampiao.../Lampião%20e%20outras%20Históri...‎
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Bibliografia de Gonzaga



Por: Kydelmir Dantas

Não deixando de reconhecer o trabalho da Dominique Dreyfus, sobre o Rei do Baião. Uma das biografias mais completas que conhecemos. Eis, abaixo alguns livros que foram publicados, sobre ou com citações e/ou a biografia de LUIZ GONZAGA:


DREYFUS, Dominique. Vida de viajante: a saga de Luiz Gonzaga. 2 ed. São Paulo: Editora 34, 1997. 
GARCEZ, Lucília; OLIVEIRA, Jô. Luiz Lua. Belo Horizonte: Editora Dimensão, 1998. 

OLIVEIRA, Antônio Kydelmir D. de. Os Três Pilares da Música Popular Nordestina: Luiz Gonzaga - Jackson do Pandeiro - João do Vale. Fundação Vingt-Un Rosado / Coleção Mossoroense. Mossoró-RN. 1998.
OLIVEIRA, Gildson. Luiz Gonzaga: o matuto que conquistou o mundo. 7 ed. Brasília: Letraviva, 2000.

VIEIRA, Sulamita. O sertão em movimento: a dinâmica da produção cultural. São Paulo: Annablume Editora, 2000;

RAMALHO, Elba Braga. Luiz Gonzaga: síntese poética e musical do sertão. São Paulo: Terceira Margem, 2000;

MOTA, José Fábio da. Luiz Gonzaga: O Asa Branca da Paz. Universidade Vale do Acaraú.  Sobral. 2001.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. A Invenção do Nordeste e Outras Artes. 2ª ed. Recife: Massangana, 2001.

ARLÉGO, Edvaldo. Luiz Gonzaga: O Pernambucano do Século. Editora Edificante. Recife, 2004.
MELLER, Luiz Ernesto. Luiz Gonzaga, uma vida iluminada. Recife, 2004.

SANTOS, José Farias dos. Luiz Gonzaga: a música como expressão do Nordeste. São Paulo: Ibrasa. 2004.
ARCOVERDE, Luiz; MERGULHÕES, Eronildes. Luiz Gonzaga o eterno cantador. Olinda: Editora Livro Rápido – Elógica, 2005. 

ÂNGELO, Assis. Dicionário Gonzagueano, de A a Z.. 1ª ed. São Paulo: Parma, 2006.

ECHEVERRIA, Regina. Gonzagão e Gonzaguinha: uma História brasileira. Rio de Janeiro, Ediouro, 2006. 

AUSTREGÉSILO, José Mario, da Silva Lima. A Oralidade e a Imagética em Luiz Gonzaga: uma análise de conteúdo da obra musical do Rei do Baião. Recife, Faculdade Maurício de Nassau, 2006. 

BARBOSA, José Marcelo Leal. Luiz Gonzaga: suas canções e seguidores. Teresina, Editora Halley, 2007.

PIMENTEL, Luiz. Mestres da Música no Brasil. Ed. Moderna, 2007. 

TELES, José. O Baião do Mundo. Recife, Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 2008.

AUSTREGÉSILO, José Mario. Luiz Gonzaga: O homem sua terra e sua luta. Fundação de Cultura do Recife. 2008. 

CRUZ. Nelci Lima da. Vida e Trajetoria de um Mito chamado Luiz Gonzaga. Santa Luz – BA. 2010.

BARBOSA, José Marcelo Leal. Homenagens Especiais ao “Eterno Rei do Baião”. 2010. 

TELES, José. Luiz Gonzaga. Fundação de Cultura da Cidade do Recife. 2011.

LOPES, Cacá. Vida e Obra de Gonzagão – O mais completo cordel ilustrado sobre Luiz Gonzaga. Ensinamento. São Paulo. 2011.

COSTA, Antonio Francisco & MEDEIROS, José Nobre de. Porque o Rei é Imortal. Editora. Salvador – BA. 2011.

VIANA, Arievaldo. O Rei do Baião - Do Nordeste para o Mundo. Planeta Jovem. 2012.

ARLÉGO, Edvaldo. Luiz Gonzaga Centenário. Editora Edificante. Recife, 2012
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Kydelmir Dantas
Sócio da SBEC, Conselheiro Cariri Cangaço
MOSSORÓ - RN

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