Por Antonio Vicelmo - Repórter
Crato. O terceiro filho do pequeno fazendeiro José Ferreira da Silva e de sua mulher Maria Lopes recebeu o nome de Virgolino Ferreira da Silva e iria ser inscrito a ferro e fogo na histórias do nordeste e do Brasil. Antes disso, porém, teve uma infância e uma adolescência comum a todos os meninos de uma baixa classe média sertaneja: aprendeu a ler e a escrever, mas logo foi ajudar o pai, pastoreando seu gado.
Frequentava as feiras das cidades próximas às terras da família, onde ouvia os violeiros e os poetas de cordel narrarem as aventuras dos cangaceiros, que povoavam o imaginário popular nordestino, sendo simultaneamente heróis e bandidos. Aliás, para as crianças da região brincar de cangaceiros era uma variante local do atual "mocinho e bandido".
As rixas entre famílias eram frequentes no sertão, em especial quando envolviam os limites das propriedades, e uma dessas rixas envolveu a família de José Ferreira da Silva com o seu vizinho José Saturnino. O conflito terminou com decisão de um coronel local a favor de Saturnino.
Entrada definitiva
Revoltado, Virgoilino e dois irmãos teriam se juntado ao bando do cangaceiro Sinhô pereira, em busca de vingança. Corria o ano de 1920, e, devido à capacidade de disparar consecutivamente, iluminando a noite, Virgolino ganhou o apelido de Lampião. Possivelmente em função disso, a polícia cercou o sítio da família e matou seu pai a tiros. Resultado: Lampião e os irmãos entraram definitivamente para o cangaço.
En 1922, Sinhô Pereira deixou o cangaço, e Lampião assumiu a liderança do bando. Em 26, refugiu-se no Ceará e recebeu, por seus crimes, um sermão do Padre Cícero, e ainda a proposta de combater a Coluna Prestes que, na época, se encontrava no Nordeste. Em troca, Lampião receberia anistia e a patente de capitão dos Batalhões Patrióticos, como se chamavam as tropas que combatiam os revolucionários. O capitão Virgolino e seu bando partiram à caça de Prestes, mas foi perseguido pela polícia de Pernambuco e descobriu que as promessas não tinham valor oficial. Voltou, então, ao banditismo.
Fonte: Jornal "DIÁRIO DO NORDESTE"
Cidade: Fortaleza.
Data: 28 de julho de 2009
Ano: XXVII
Número: ?
Digitado e ilustrado por José Mendes Pereira
Digitado e ilustrado por José Mendes Pereira
Este jornal foi a mim presenteado pelo pesquisador do cangaço e sócio da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Nascimento (Chagas Nascimento).
Nota: Desculpem-me alguma falha na digitação, sou um pouco cego. Se faltar alguma letrinha na palavra, mas você entenderá o significado.