Em virtude da
amizade com o Coronel Isaias Arruda, na verdade um dos grandes coiteiros de
Lampião no Ceará, o rei do cangaço, como era chamado, esteve, mais de uma vez,
no município de Aurora.
Coronel Isaías Arruda
Em suas incursões pelo município sul-cearense, o
bandoleiro se acoitava na fazenda Ipueiras, de José Cardoso, cunhado de Isaias.
Uma dessas vezes foi nos primeiros dias de junho de 1927. Na fazenda Ipueiras,
onde já se encontrava
O cangaceiro Massilon Leite
Massilon Leite, que chefiava um pequeno grupo de
cangaceiros. Lampião foi incentivado a atacar a cidade norte-riograndese de
Mossoró, plano que Lampião pôs em prática no dia 13 do citado mês. Em razão do
incentivo, Lampião adquiriu do coronel um grande lote de munição de fuzil, que
de mão beijada, Isaias havia recebido do governo Federal (Artur Bernardes,
quando este promoveu farta distribuição de armas a coronéis para alimentar o
combate dos batalhões patrióticos contra a coluna Prestes).
Presente aquela negociação, que rendeu ao coronel Isaias a considerável quantia de trinta e cinco contos de réis, esteve o cangaceiro Massilon, que teve valiosa influência junto a Lampião, no sentido de atacar Mossoró, cujos preparativos tiveram lugar na fazenda ipueiras. Consta que Massilon Leite, associado a Lampião no sinistro empreendimento, tinha em mente assaltar a agência local do Banco do Brasil e sequestrar uma filha do coronel Rodolfo Fernandes.
Presente aquela negociação, que rendeu ao coronel Isaias a considerável quantia de trinta e cinco contos de réis, esteve o cangaceiro Massilon, que teve valiosa influência junto a Lampião, no sentido de atacar Mossoró, cujos preparativos tiveram lugar na fazenda ipueiras. Consta que Massilon Leite, associado a Lampião no sinistro empreendimento, tinha em mente assaltar a agência local do Banco do Brasil e sequestrar uma filha do coronel Rodolfo Fernandes.
O ex-prefeito de Mossoró - Rodolfo Fernandes
O Bando de Lampião que chegou a Aurora era composto de uns
cinquenta cangaceiros, dentre eles Rouxinol, Jararaca e Severiano, os quais já
se encontravam, há dias, na aludida fazenda acoitados por José Cardoso. De
Aurora, Lampião levou José de Lúcio, José de Roque e José Cocô (José dos Santos
chumbim), todos naturais da região de Antas, tendo sido incluídos no subgrupo
de Massilon.
No dia 13 de junho de 1927, Lampião ataca a cidade de Mossoró, a mais importante do interior do Estado potiguar. “Após quarenta minutos de fogo, já tendo tomado duas ruas, Lampião ordena a retirada". Fracassara o seu maior plano. Lampião bate em retirada, entrando no Ceará pela cidade de Limoeiro, onde não é importunado. Ante a ameaça de invasão das cidades da zona Jaguaribana e já havendo um plano de combate ao famigerado bando, juntaram-se contingentes policiais de três estados: Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Foi nomeado “Comandante geral das forças em operações“ o oficial cearense, Major Moisés Leite de Figueiredo. No dia 16 de junho, a força paraibana havia seguido para Limoeiro, mas ao chegar ali, Lampião já tinha levantado acampamento. Prosseguindo em sua retirada pelo território cearense, com um grupo reduzido a trinta e poucos homens, em virtude da morte de alguns cangaceiros, entre eles os terríveis Jararaca e colchete, e das deserções que se seguiram ao fracassado ataque, inclusive a de Massilon Leite e seu sub-grupo.
Lampião é perseguido por volantes, com as quais trava combates. Dentre estes, o mais intenso foi o travado no dia 25 de junho, na Serra da Macambira, município de Riacho do Sangue, no qual Lampião, mais um vez, provou a sua invencibilidade. Enfrentando uma força de mais de trezentas praças, sob o comando exclusivo do tenente Manoel Firmo, este sendo auxiliado por nove tenentes, José Bezerra, Ózimo de Alencar, Luiz David, Veríssimo Alves, Antonio Pereira, Germano Sólon, Gomes de Matos, João Costa e Joaquim Moura. Lampião pôs-se em fuga são e salvo, deixando quatro soldados mortos. Seguram-se combates menores em cacimbas (Icó), Ribeiro, no vale do Bordão de Velho, e Ipueiras, os dois últimos no município de Aurora, com o rei do cangaço levando a melhor.
No dia 28 de junho, Lampião contorna a serra do Pereiro, passando pelas serras vermelhas, Michaela e Bastiões. O Grupo marchava a pé, por veredas e nunca por estradas, tendo a tropa em seu encalço. É ai que Lampião resolve derivar para o lado do cariri e continuar a retirada em direção ao município de Aurora, onde esperava encontrar refúgio no valha Couto do seu “amigo” Isaias Arruda. Em seu livro “ Lampião no Ceará", narra o Major Moisés Leite Figueiredo que, no dia 1º de julho de 1927, Lampião com seu grupo estacionava no alto da serra de Várzea Grande no lugar Olho d’água das éguas. E que ali perto, no lugar Ribeiro, já se encontrava as forças do tenente Agripino Lima, José Guedes e Manoel Aruda. O primeiro, da polícia do Rio Grande do Norte, e os dois últimos, da polícia Paraibana, valendo salientar que tais contingentes totalizavam cerca de duzentos homens, bem aparelhados, segundo o major Moisés. A tropa que teve encontro com os bandoleiros foi a do tenente Arruda, no sítio Ribeiro, onde aconteceu um fato misterioso e engraçado.
Não obstante o lugar se achar “bem guarnecido“, ao clarear a barra, “O Grupo de Bandoleiros, sem sofrer o menor revés, passou entre as trincheiras, nas quais os soldados dormiam, para só despertarem depois, com cerrada fuzilaria, quando os bandidos não estavam mais ao alcance da pontaria da polícia” O Grupo ocultou-se no vale do Bordão de velho. Do local onde estava, Lampião enviou dois cabras a casa de João Cabral, morador ali perto, convidando-o a vir a sua presença. João Cabral atendeu e Lampião disse-lhe estar com fome e sede, pedindo alimento e água para o grupo, no qual foi atendido.
Marchando pelo pé da Serra da várzea grande, Lampião chega a fazenda Malhada funda, onde faz parada, sendo recebido por Gregório Gonçalves, que, após saber com quem estava falando, perguntou a Lampião em que podia servi-lo. Este respondeu “só quero comida para minha rapaziada". Gregório Mandou matar um boi que estava no curral e duas ou três ovelhas. Os cangaceiros estavam com tanta fome, que não esperaram. Comendo as carnes sapecadas. Os quartos de Ovelha, eles colocaram nos bornais sobressalentes, junto com farinha e rapadura. Ao retirar-se, Lampião levou João Teófilo como guia. Este saiu montado num burro que o cangaceiro havia tomado de um cidadão que estava comprando rapaduras. O Bando saiu na direção sudeste do município. Lá muito adiante, o guia foi substituído por outro de nome David Silva, tendo Lampião recomendado a João Teófilo para só voltar quando escurecesse e que não fosse pelo mesmo caminho.
“Em sua marcha, Lampião procurou a Serra do Coxá, na divisa do município de Aurora com o de Milagres, burlando a vigilância dos policiais, de tal modo que estes se afastavam do ponto em que estavam os bandidos, tomando o rumo de Boa Esperança, Serrote do cachimbo, Riacho dos Cavalos, Ingazeiras e Milagres". Narra ainda o Major Moisés.
Lampião era um perito em estratégia Militar, uma de suas táticas consistia em ludibriar a polícia que andava no seu encalço, como fez, quando procurou a Serra do Coxá. Deste modo, tornou-se inofensiva a providência do Major Moisés, designando o tenente Caminha para colocar piquetes nas estradas, uma vez que, por estas, não passaria o grupo de cangaceiros. Enquanto Lampião ficava escondido na Serra do Coxá, O tenente Manoel Firmo seguia para o lado oposto com a sua tropa, passava de trem por Aurora, em demanda ao cariri, sem dar satisfações ao seu chefe, major Moisés, que naqueles dias se encontrava em nossa cidade, em tratamento de saúde. Com o tenente Manoel Firmo, viajavam os tenentes Luis Leite, laurentino, Moura Germano, em passeio a Juazeiro e Crato, totalmente despreocupados com os bandidos.
Para piorar a situação do “comandante das tropas em operações”, chegavam em Aurora o contingente comandado pelo tenente Agripino de Lima, que conduzia trinta e quatro animais de montaria, tomados de fazendeiros de Icó, Pereiro e Jaguaribe. Enquanto o Major pensava que o oficial vinha em seu auxilio, o tenente agripino comunicava-lhe que resolvera abandonar a campanha e voltar pra o Rio Grande do Norte. Diante disso, o Major Moisés apreendeu os referidos animais, entregando ao sr. Vicente Leite de Macedo, com a recomendação de devolvê-los aos respectivos donos. Além dos animais tomados de sertanejos, o Major Moisés constatou irregularidades na tropa do tenente Agripino, como a venda de munição feita por praças e muitas destas se entregando a embriaguez. A Atitude do tenente Manoel Firmo, viajando para juazeiro e Crato, arrastando o grosso da tropa e quatro tenentes, deixou o comandante “num mato sem cachorro“.
O Major viu-se na contigência de pedir ajuda ao coronel Isaias Arruda, o mesmo que, tempos atrás, havia acoitado Lampião, mas que agora, dava uma de perseguidor do bandoleiro, pondo oitenta e sete cabras á disposição do major Moisés. Se no combate travado com os bandidos, na serra da macambira, havia cerca de 400 praças, como se explica ter o major Moisés levado para Ipueiras apenas 15 soldados. Descoberto o paradeiro de Lampião no alto da Serra do coxá, destacaram-se elementos de confiança para, aproximando-se do grupo, conhecerem melhor a sua posição, dentre eles Miguel Saraiva, tio de um dos bandoleiros e morador nas proximidades. Foi então que o Major Moisés e Isaías Arruda conceberam um estratagema, que consistia em preparar um almoço para lampião e seus cabras, na casa de José Cardoso, em Ipueiras, e juntos, abaterem o bandido, na hora conveniente.
Miguel Saraiva se faz acompanhar de oito homens que se apresentam a Lampião, fingem que são perseguidos pela polícia, e para melhor comover o chefe do bandoleiros, lamentam e choram a sua desgraça, tentando com isso, infiltrar-se no bando. “Alguns bandoleiros aceitaram a presença de novos companheiros, mas Lampião logo faz sentir que não acolhia em seu grupo pessoas que lhe fossem estranhas”, os oito homens de Miguel Saraiva tinham recebido instruções para atacar os bandidos na hora em que o grupo “ descansasse” a armas para almoçar. Simultaneamente, os soldados e jagunços puseram-se discretamente em volta de casa, prontos para fechar o cerco aos bandidos, no momento oportuno. Mas o ardil fracassou, porque Lampião, sagaz, arisco e desconfiado, chegou a rejeitou o almoço oferecido por Miguel Saraiva. E colocou sua gente em pontos diversos e estratégicos.
“Conhecido o fracasso do estratagema, fomos impelidos a atacar os bandidos, com ímpeto, de sorte que, em pouco tempo, estavam debaixo de cerrada fuzilaria. A luta teve início pouco mais ou menos as 12 horas do dia 7 de julho, tendo uma duração de mais de três horas, terminou infelizmente, porque os bandido caíram em fuga, e no campo deixaram dois mortos, um queimado, que recebeu vários ferimentos, e outro também morto na ocasião em que fugia”. Essa foi a história narrada pelo major Moisés no livro "AURORA HISTÓRIA E FOLCLORE de AMARÍLIO GONÇALVES TAVARES".
No dia 13 de junho de 1927, Lampião ataca a cidade de Mossoró, a mais importante do interior do Estado potiguar. “Após quarenta minutos de fogo, já tendo tomado duas ruas, Lampião ordena a retirada". Fracassara o seu maior plano. Lampião bate em retirada, entrando no Ceará pela cidade de Limoeiro, onde não é importunado. Ante a ameaça de invasão das cidades da zona Jaguaribana e já havendo um plano de combate ao famigerado bando, juntaram-se contingentes policiais de três estados: Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Foi nomeado “Comandante geral das forças em operações“ o oficial cearense, Major Moisés Leite de Figueiredo. No dia 16 de junho, a força paraibana havia seguido para Limoeiro, mas ao chegar ali, Lampião já tinha levantado acampamento. Prosseguindo em sua retirada pelo território cearense, com um grupo reduzido a trinta e poucos homens, em virtude da morte de alguns cangaceiros, entre eles os terríveis Jararaca e colchete, e das deserções que se seguiram ao fracassado ataque, inclusive a de Massilon Leite e seu sub-grupo.
Lampião é perseguido por volantes, com as quais trava combates. Dentre estes, o mais intenso foi o travado no dia 25 de junho, na Serra da Macambira, município de Riacho do Sangue, no qual Lampião, mais um vez, provou a sua invencibilidade. Enfrentando uma força de mais de trezentas praças, sob o comando exclusivo do tenente Manoel Firmo, este sendo auxiliado por nove tenentes, José Bezerra, Ózimo de Alencar, Luiz David, Veríssimo Alves, Antonio Pereira, Germano Sólon, Gomes de Matos, João Costa e Joaquim Moura. Lampião pôs-se em fuga são e salvo, deixando quatro soldados mortos. Seguram-se combates menores em cacimbas (Icó), Ribeiro, no vale do Bordão de Velho, e Ipueiras, os dois últimos no município de Aurora, com o rei do cangaço levando a melhor.
No dia 28 de junho, Lampião contorna a serra do Pereiro, passando pelas serras vermelhas, Michaela e Bastiões. O Grupo marchava a pé, por veredas e nunca por estradas, tendo a tropa em seu encalço. É ai que Lampião resolve derivar para o lado do cariri e continuar a retirada em direção ao município de Aurora, onde esperava encontrar refúgio no valha Couto do seu “amigo” Isaias Arruda. Em seu livro “ Lampião no Ceará", narra o Major Moisés Leite Figueiredo que, no dia 1º de julho de 1927, Lampião com seu grupo estacionava no alto da serra de Várzea Grande no lugar Olho d’água das éguas. E que ali perto, no lugar Ribeiro, já se encontrava as forças do tenente Agripino Lima, José Guedes e Manoel Aruda. O primeiro, da polícia do Rio Grande do Norte, e os dois últimos, da polícia Paraibana, valendo salientar que tais contingentes totalizavam cerca de duzentos homens, bem aparelhados, segundo o major Moisés. A tropa que teve encontro com os bandoleiros foi a do tenente Arruda, no sítio Ribeiro, onde aconteceu um fato misterioso e engraçado.
Não obstante o lugar se achar “bem guarnecido“, ao clarear a barra, “O Grupo de Bandoleiros, sem sofrer o menor revés, passou entre as trincheiras, nas quais os soldados dormiam, para só despertarem depois, com cerrada fuzilaria, quando os bandidos não estavam mais ao alcance da pontaria da polícia” O Grupo ocultou-se no vale do Bordão de velho. Do local onde estava, Lampião enviou dois cabras a casa de João Cabral, morador ali perto, convidando-o a vir a sua presença. João Cabral atendeu e Lampião disse-lhe estar com fome e sede, pedindo alimento e água para o grupo, no qual foi atendido.
Marchando pelo pé da Serra da várzea grande, Lampião chega a fazenda Malhada funda, onde faz parada, sendo recebido por Gregório Gonçalves, que, após saber com quem estava falando, perguntou a Lampião em que podia servi-lo. Este respondeu “só quero comida para minha rapaziada". Gregório Mandou matar um boi que estava no curral e duas ou três ovelhas. Os cangaceiros estavam com tanta fome, que não esperaram. Comendo as carnes sapecadas. Os quartos de Ovelha, eles colocaram nos bornais sobressalentes, junto com farinha e rapadura. Ao retirar-se, Lampião levou João Teófilo como guia. Este saiu montado num burro que o cangaceiro havia tomado de um cidadão que estava comprando rapaduras. O Bando saiu na direção sudeste do município. Lá muito adiante, o guia foi substituído por outro de nome David Silva, tendo Lampião recomendado a João Teófilo para só voltar quando escurecesse e que não fosse pelo mesmo caminho.
“Em sua marcha, Lampião procurou a Serra do Coxá, na divisa do município de Aurora com o de Milagres, burlando a vigilância dos policiais, de tal modo que estes se afastavam do ponto em que estavam os bandidos, tomando o rumo de Boa Esperança, Serrote do cachimbo, Riacho dos Cavalos, Ingazeiras e Milagres". Narra ainda o Major Moisés.
Lampião era um perito em estratégia Militar, uma de suas táticas consistia em ludibriar a polícia que andava no seu encalço, como fez, quando procurou a Serra do Coxá. Deste modo, tornou-se inofensiva a providência do Major Moisés, designando o tenente Caminha para colocar piquetes nas estradas, uma vez que, por estas, não passaria o grupo de cangaceiros. Enquanto Lampião ficava escondido na Serra do Coxá, O tenente Manoel Firmo seguia para o lado oposto com a sua tropa, passava de trem por Aurora, em demanda ao cariri, sem dar satisfações ao seu chefe, major Moisés, que naqueles dias se encontrava em nossa cidade, em tratamento de saúde. Com o tenente Manoel Firmo, viajavam os tenentes Luis Leite, laurentino, Moura Germano, em passeio a Juazeiro e Crato, totalmente despreocupados com os bandidos.
Para piorar a situação do “comandante das tropas em operações”, chegavam em Aurora o contingente comandado pelo tenente Agripino de Lima, que conduzia trinta e quatro animais de montaria, tomados de fazendeiros de Icó, Pereiro e Jaguaribe. Enquanto o Major pensava que o oficial vinha em seu auxilio, o tenente agripino comunicava-lhe que resolvera abandonar a campanha e voltar pra o Rio Grande do Norte. Diante disso, o Major Moisés apreendeu os referidos animais, entregando ao sr. Vicente Leite de Macedo, com a recomendação de devolvê-los aos respectivos donos. Além dos animais tomados de sertanejos, o Major Moisés constatou irregularidades na tropa do tenente Agripino, como a venda de munição feita por praças e muitas destas se entregando a embriaguez. A Atitude do tenente Manoel Firmo, viajando para juazeiro e Crato, arrastando o grosso da tropa e quatro tenentes, deixou o comandante “num mato sem cachorro“.
O Major viu-se na contigência de pedir ajuda ao coronel Isaias Arruda, o mesmo que, tempos atrás, havia acoitado Lampião, mas que agora, dava uma de perseguidor do bandoleiro, pondo oitenta e sete cabras á disposição do major Moisés. Se no combate travado com os bandidos, na serra da macambira, havia cerca de 400 praças, como se explica ter o major Moisés levado para Ipueiras apenas 15 soldados. Descoberto o paradeiro de Lampião no alto da Serra do coxá, destacaram-se elementos de confiança para, aproximando-se do grupo, conhecerem melhor a sua posição, dentre eles Miguel Saraiva, tio de um dos bandoleiros e morador nas proximidades. Foi então que o Major Moisés e Isaías Arruda conceberam um estratagema, que consistia em preparar um almoço para lampião e seus cabras, na casa de José Cardoso, em Ipueiras, e juntos, abaterem o bandido, na hora conveniente.
Miguel Saraiva se faz acompanhar de oito homens que se apresentam a Lampião, fingem que são perseguidos pela polícia, e para melhor comover o chefe do bandoleiros, lamentam e choram a sua desgraça, tentando com isso, infiltrar-se no bando. “Alguns bandoleiros aceitaram a presença de novos companheiros, mas Lampião logo faz sentir que não acolhia em seu grupo pessoas que lhe fossem estranhas”, os oito homens de Miguel Saraiva tinham recebido instruções para atacar os bandidos na hora em que o grupo “ descansasse” a armas para almoçar. Simultaneamente, os soldados e jagunços puseram-se discretamente em volta de casa, prontos para fechar o cerco aos bandidos, no momento oportuno. Mas o ardil fracassou, porque Lampião, sagaz, arisco e desconfiado, chegou a rejeitou o almoço oferecido por Miguel Saraiva. E colocou sua gente em pontos diversos e estratégicos.
“Conhecido o fracasso do estratagema, fomos impelidos a atacar os bandidos, com ímpeto, de sorte que, em pouco tempo, estavam debaixo de cerrada fuzilaria. A luta teve início pouco mais ou menos as 12 horas do dia 7 de julho, tendo uma duração de mais de três horas, terminou infelizmente, porque os bandido caíram em fuga, e no campo deixaram dois mortos, um queimado, que recebeu vários ferimentos, e outro também morto na ocasião em que fugia”. Essa foi a história narrada pelo major Moisés no livro "AURORA HISTÓRIA E FOLCLORE de AMARÍLIO GONÇALVES TAVARES".
http://coisadecearense.blogspot.com.br/2010/11/historia-do-ceara-lampiao-em-aurora.html
Nota: A fonte pesquisada não apresenta o autor