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domingo, 3 de março de 2019

TESOUROS NO FUNDO DO MAR

Salvamento da nau Vasco da Gama, em 6 de agosto de 1850, em óleo sobre tela de Eduardo de Martino

Misturadas às exuberantes flora e fauna subaquáticas do litoral brasileiro estão embarcações antigas e suas preciosas cargas;muitas já foram resgatadas, outras ainda permanecem como mistério a desvendar.

TEXTO – Armando S. Bittencourt

Quando o grande navio encalhou, já quase chegando a Salvador, ao bater no banco de Santo Antônio, aproximadamente às 18 horas daquela noite escura e tempestuosa de 5 de maio de 1668, todos a bordo sabiam que havia poucas chances de sobrevivência. Logo depois, o galeão português Sacramento (também conhecido apenas por Sacramento) se soltou e começou a afundar. Às 23 horas, só restavam destroços na superfície do mar. A bordo estavam cerca de 600 pessoas, entre tripulantes e passageiros que vinham de Portugal, inclusive o general Francisco Correia da Silva, designado para o cargo de governador do Brasil.
(...)

Clique no link abaixo e leia toda reportagem escrita por Armando S. Bittencourt

https://tokdehistoria.com.br/2011/11/05/tesouros-no-fundo-do-mar/

FILHOS, SEMPRE FILHOS

*Rangel Alves da Costa

Filhos sempre serão filhos. Ainda no ventre, ou mesmo no sonho da concepção, até a mais elevada idade, sempre continuará sendo filho, o mesmo menino como se a idade adulta jamais pudesse alcançá-lo. Neste sentido, o reconhecimento popular e aquele nascido da mais alta sabedoria.
Certa feita, após descer do alto de uma montanha, um sábio se viu perante uma pergunta intrigante de seu discípulo. “Senhor, por que os filhos nunca envelhecem para os pais?”. Reflexivo por alguns instantes, mas logo o sábio respondeu:
“Qualquer entendimento sobre isso, deverá sempre partir da certeza de que o filho nunca desaparta do seu ventre paterno e nem se afasta completamente do cordão umbilical. O ventre é a junção materna. O cordão umbilical é a junção paterna. Por isso mesmo, por mais que os filhos cresçam, tornem-se adultos ou mesmo envelheçam, sempre continuarão como raízes fincadas no solo de seus pais. Se minha mãe ainda estivesse entre nós, mesmo na minha velhice eu ainda seria o seu menino. Do mesmo modo seria com meu pai. E com você é igual. Jamais deixará de ser o menino, senão a criança, dos seus”.
E acrescentou: “Eu fui, sou e sempre serei, o menino dos meus pais. Aqueles eles já não estão, mas ainda assim, no local aonde estiverem, seus olhares ainda recairão sobre mim como aquele folho criança, aquele filho menino, aquele filho que nunca cresceu, e que, mesmo adulto e já envelhecido demais, continua sob eterna vigília. Perante os pais, o filho nunca cresce nem nunca morre. Perante os pais, o filho ainda se alimenta do seio materno, ainda repousa aos braços do pai, e jamais estará completamente apto a viver sozinho sua vida, a escolher seu próprio destino. Mesmo distante, os pais continuarão dizendo: meu filho logo vai voltar. Este filho, outro não é que o seu menino”.
De pleno sentido as palavras do sábio. Os filhos, por mais idade que alcancem, jamais estarão completamente emancipados perante os pais. É como tivessem de viver sempre sob a proteção dos seus. É como se os pais não confiassem ao mundo ser dono daquilo que procriaram e gestaram como filho eterno, e não como pessoa que possa mudar com a idade.


De vez em quando eu ouço pais já envelhecidos tratando seus filhos como se fossem meninos. Não no cuidado em si, mas na forma de expressar um sentimento de apossamento daquele ser como eternamente seu. Perguntados onde os filhos estão, dizem que seus meninos estão viajando, trabalhando ou coisa parecida.
As mães possuem uma abnegação ainda mais forte. Mesmo que os filhos já tenham casado ou saído do lar familiar desde muito, mas basta uma visita de reencontro para que a mãe comece a trata-los como verdadeiras crianças. E pergunta se está bem, se está se alimento direito, se está sentindo alguma enfermidade, se está se cuidando.
Passa a fazer sentido a expressão segundo a qual o amor dos pais é eterno. Faz mais sentido ainda pela constatação de que os filhos nunca são vistos como pessoas adultas, emancipadas, já donas de seu próprios destinos, mas apenas como filhos. Aquele mesmo menino cuidado no passado será o mesmo menino em qualquer idade que tiver.
A verdade é que os pais simplesmente não aceitam abdicar de sua cria, muito menos para o mundo. Situações existem onde as esposas ou esposos dos filhos casados se tornam verdadeiros estorvos aos pais. Cria-se uma espécie de ciúme ou de proteção que acaba interferindo na relação entre os casais.
Neste sentido, os pais sempre imaginam que nada do que o mundo lá fora ofereça será melhor do que o encontrado em casa. A mãe prepara uma comidinha especial por que o seu filho vai chegar. O pai caça antigos brinquedos para trazer relembranças. O filho, já na idade adulta, sempre fica meio sem jeito, ou mesmo sem entender. Mas não pode fugir dessa proteção especial que lhe é dedicada.
Do mesmo modo que os pais toda hora saem à porta quando suas crianças estão brincando na rua, logo adiante da casa, assim também quando seus adolescentes ou de mais idade saem para a rua ao anoitecer. Os pais até que deitam, até que tentam dormir, mas não há jeito. Sempre cheios de preocupação, só conseguem dormir com a certeza de que já houve retorno.
Talvez até que os pais sintam vontade de que seus filhos jamais saiam de casa, jamais se afastem de suas presenças, jamais tenham um próprio destino. Parece absurdo, mas não é. Perante as ameaças do mundo e a fragilidade do ser, os pais se acham no dever de ser escudo e proteção. Daí tanto cuidarem de seus meninos, de suas meninas, de suas ternas crias.
Também um gesto de amor, de eterno e infinito amor.

Escritor
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A HISTÓRIA DE LUIZ GONZAGA


O INÍCIO

Gonzaga nasceu em 13 de Dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, em Exu, distante 603 Km da Capital Pernambucana. Segundo dos nove filhos da união do casal Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus(Santana), veio ao mundo dividido entre a enxada e a sanfona. Foi observando seu pai animando bailes e consertando velhas sanfonas, que lhe desperta a curiosidade por tal instrumento. Certa vez seu pai encontrava-se na roça e sua mãe na beira do rio, o mesmo pegou uma velha sanfona e começou a tocar. Santana, que não queria que o filho trilhasse o mesmo caminho do pai, dava-lhe puxões de orelha que nada adiantavam. Luiz seguia em frente, acompanhando seu pai em diversos forrós, revezando-se com ele na sanfona e ganhando seus primeiros trocados. Um belo dia Januário foi pego de surpresa quando o Srº Miguelzinho, dono de um forró, pediu para que Gonzaga tocasse, este havia acordado com um outro tocador que não apareceu. A salvação foi convidar o então menino Gonzaga que já mostrara suas habilidades no mesmo terreiro, sem a anuência de seus pais. Fez muito sucesso. E por aquelas "bandas" era conhecido por Luiz de Januário. 

Santana e seu Januário

Assim o Forró rolou solto ao longo da noite, Gonzaga sentia-se feliz, empolgado, era a primeira vez que tocava com o consentimento da mãe. Com o passar da noite, começou a sentir seus olhos arderem, a cabeça pesar, foi então que pediu para deitar na rede e de tão menino que era, ainda fez xixi enquanto dormia. Daí então passou a acompanhar Januário em festas de mais responsabilidades, revezavam-se entre toques e cochilos. Santana a princípio relutava, mas deixou-se levar pelos dois mil réis que o principiante tocador ganhava em suas "empreitadas". Assim cresceu Gonzaga: ajudando o pai na roça e na sanfona, acompanhando Santana às feiras do Exu, fazendo pequenos serviços para os fazendeiros da região, sendo protegido pelo Cel. Manuel Aires de Alencar, homem bondoso e respeitado até por seus inimigos. Gonzaga era bem tratado pelos Aires de Alencar, tanto que suas primeiras escritas e leituras foram ensinamentos das filhas do Coronel.

A PRIMEIRA SANFONA

Januário e Gonzagão

Foi o próprio Coronel Aires quem realizou o grande sonho de Gonzaga: possuir sua primeira sanfona. Tal instrumento custava a importância de cento e vinte mil réis, Gonzaga tinha só a metade, a outra o próprio Coronel adiantou, quantia esta paga mais tarde com o fruto do seu trabalho de sanfoneiro. O primeiro dinheiro ganho com a nova sanfona foi no casamento de Seu Dezinho, na Ipueira, onde ganhou vinte mil réis. Tal convite viera aumentar sua fama, começa ali a ser um respeitado sanfoneiro na região.

O PRIMEIRO AMOR

Casamento? Gonzaga só pensava nisso. Comprou até aliança. Queria casar com Nazinha, filha do Seu Raimundo Milfont, um importante da cidade. O pai da moça ao tomar conhecimento das intenções do aprendiz de sanfoneiro, não permitiu o namoro. "Um diabo que não trabalha, não tem roça, não tem nada, só vive puxando fole". Gonzaga não hesitou, indignado, comprou uma peixeira, tomou umas truacas (cachaça), quis brigar, quis matar, mas acabou levando outra surra de Santana. Dessa vez fugiu triste para o mato, mas com uma idéia fixa na cabeça: entrar para o Exército.

GONZAGÃO GANHA O MUNDO


Dizendo que ia a uma festa deixou a terra natal rumo ao Crato, no Ceará, cidade maior e mais próspera, onde vendeu a sanfona e pegou o trem para Fortaleza, alistando-se em seguida. Com a Revolução de 1930, o batalhão de Gonzaga percorreu muitos Estados até chegar à cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ali, conheceu outro sanfoneiro, Domingos Ambrósio, o grande amigo que lhe ensinara os ritmos mais populares do Sul: valsas, fados, tangos, sambas. Gonzaga tirou de letra. Em 1939 deu baixa no Exército e seguiu para São Paulo e em seguida para o Rio de Janeiro. Passou então, a apresentar-se em bares da zona do meretrício carioca, nos cabarés da Lapa e em programas de calouros, sempre tocando músicas estrangeiras. Em uma dessas apresentações, um grupo de estudantes cearenses chamou-lhe a atenção para o erro que estava cometendo: por que não tocava músicas de sua terra, as que Januário lhe ensinara? Luiz seguiu o conselho e passou a tocar e compor músicas do Sertão Nordestino. Foi no programa do Ary Barroso que Gonzaga recebera calorosos aplausos pela execução do Vira e Mexe, música de sua autoria, proporcionando ao até então desconhecido Gonzaga o seu primeiro contrato pela Rádio Nacional, no Rio de Janeiro.

SEUS AMORES


Na solidão da cidade grande, distante de sua família e do seu pé-de-serra, Gonzaga não dispunha de ninguém que dele cuidasse. Apesar de estar morando com seu irmão Zé, demonstrava vontade em construir seu próprio lugar, sua própria família. Teve diversos amores o mais conhecido foi com a corista carioca Odaléia Guedes, em meados do ano de 1945, tendo-a conhecida já grávida, assumindo e registrando como seu filho Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior - Gonzaguinha. Apesar de ser bastante exigente Gonzaga finalmente encontra o que procurava, Em 1948 conhece a pernambucana Helena Cavalcanti, tornando-a sua secretária particular e mais tarde sua companheira. Tal união estendeu-se até perto de sua morte. Não tiveram filhos, pois era estéril.

O SUCESSO

O apogeu do Baião perpassou a segunda metade da década de 40 até a primeira metade da década de 50, época na qual Gonzaga consolida-se como um dos artistas mais populares em todo território nacional. Tal sucesso é devido principalmente à genialidade musical da "Asa Branca" (composição dele com Humberto Teixeira), um hino que narra toda trajetória do sofrido imigrante nordestino.

Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação.
Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira

A partir de 1953 Gonzaga passou a apresentar-se trajado com roupas típicas do Sertão Nordestino: chapéu (inspirado no famoso cangaceiro Virgulino Ferreira, O Lampião, de quem era admirador), gibão e outras peças características da indumentária do vaqueiro nordestino. Alia-se a esta imagem a presença de sua inconfundível Sanfona Branca - A Sanfona do Povo. Com o surgimento de novos padrões na música popular brasileira, o apogeu do Baião começa a apresentar sinais de declínio, apesar disso, Gonzaga não cai no esquecimento, pelo menos para o público do interior, principalmente no Nordeste. Todavia, foi o próprio movimento musical juvenil da Década de 60 - notadamente Gilberto Gil e Caetano Veloso, este último e depois Gonzaguinha regravando ambos o sucesso Asa Branca, responsáveis pelo ressurgimento do nome Gonzaga no cenário musical do país. Em março de 1972 em show realizado no Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro, marca o reaparecimento de Gonzaga para as plateias urbanas. Nessa época retorna às paradas de sucesso como "Ovo de Codorna" cuja autoria é do nordestino Severino Ramos.

A VOLTA PRA CASA


Após longo período de atividade profissional, cerca de 35 anos, é chegada a hora de retornar a sua terra natal. Em Exu dá início à construção do tão sonhado Museu do Gonzagão, localizado às margens da BR-122, dentro do Parque Aza Branca (escrevia desta forma por pura superstição, embora soubesse do erro ortográfico). 


Lá se encontra o maior acervo de peças pertencentes ao Rei do Baião: suas principais sanfonas, inclusive a que tocou para o Papa em Fortaleza; suas vestimentas; seus discos de ouro; troféus; diplomas; títulos; fotos e presentes a ele ofertados ao longo de sua brilhante carreira. Além do Museu, o Parque abriga também o Mausoléu da família, lanchonete, grande palco de shows, várias suítes para acolhimento de visitantes, a casa de Vovô Januário, lojinha de souvenir e a casa grande de onde Gonzaga observava a sua pequena Exu.

http://www.gonzagao.com/historia_de_luiz_gonzaga.php

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MOSTROU-SE O CANGAÇO NA PARAÍBA !

Por Geziel Moura

Mostrou-se, o Cangaço na Paraíba!
Quando estava lendo a última obra do escritor e pesquisador Sérgio Dantas, "Lampião na Paraíba: Notas para a História", lembrei de certo professor de cinema, ao afirmar que o sucesso de um filme está nos primeiros 15 minutos, isto é, se o espectador não for capturado naqueles minutos iniciais, não o será jamais. Ao fazer esta relação, da produção literária de Sérgio Dantas com o exemplo das características de bom filme sugerido pelo especialista em cinema, não tenho dúvida, fui refém desde a introdução e somente posto em liberdade, ao final das 366 páginas, num voo direto de leitura, sem escalas e/ou conexões

Penso que ler, pesquisar e escrever, sobre a primeira fase do cangaço lampiônico, não seja tarefa fácil, na medida em que os acontecimentos abrangem períodos iniciais daquele cangaço, cujas noticias são esparsas e escassas, muito delas espraiadas em diversos textos clássicos, com diversas variações de entendimentos por seus autores, sem falar que as matérias jornalísticas, são raras e de difícil acesso.Entretanto, mesmo diante de tais contingências, Sérgio Dantas conseguiu estudar e produzir a história do cangaço de Lampião, que ocorreu no Estado da Paraíba, cujos eventos eram cheios de incertezas, duvidas e principalmente a falta de concatenamento entre eles.
Assim, gostaria de destacar alguns episódios ocorrido na Paraíba de suma importância, para os leitores deste "Mundo Estranho dos Cangaceiros", que recebeu considerada luz no texto de Sérgio Dantas, dentre outros, o ataque à cidade de Sousa (PB), que não restam dúvidas foi o divisor de águas, nas carreiras bandoleiras de Lampião e Chico Pereira, aliás, agora se pode ter noção da complicada e obscura relação do Coronel José Pereira Lima e o Capitão Virgolino, podemos até estabelecer marco histórico: antes e depois de Sousa (PB), confesso que fiquei atendido, como leitor, na perspectiva apresentada pelo autor.
Sérgio Dantas

Ainda, no campo de relações harmônicas ou desarmônicas de Lampião, com as autoridades da Paraíba, consegui fazer funcionar minhas sinapses, partindo do combate da Lagoa do Vieira, em que o chefe cangaceiro saiu lesionado no pé, até a região de Patos de Irerê, mais precisamente no Sítio Saco dos Caçulas, protegido por Marcolino Diniz e seus parentes, agora sim ficou fácil pensar desta amizade, que posteriormente chegou ao fim.
Outra perspectiva interessante que fez-me pensar, e livro bom faz o leitor pensar, foi a trajetória do cangaceiro Chico Pereira, a áurea de injustiçado muito propalado pelo filho escritor dele, foi descortinado, agora é possível deslocar-se e ver aquela trajetória de outro ponto de observação, que nem sempre apresenta o cangaceiro como perseguido pela policia.
Termino este comentário, declarando o óbvio, que os textos de Sérgio Dantas, como de costume, são encharcados do rigor científico, com vastíssimas referências (Jornais, Boletins da policia, Processos, livros, entrevista e revistas), isto não é novidade para os leitores dele, acrescento que desta vez ele superou, o que já era bom, no que tangencia a geografia do sertão, arrisco dizer que nunca li antes, quem cuidasse com tanto esmero e propriedade as localizações dos episódios pesquisados.
Aprendi com o autor, que mais importante que instituições, grupos de pesquisas e pareceristas é a pesquisa dura, daquelas que carecem sentir o ácaro dos arquivos públicos, a estrada de barro, o sol inclemente do sertão e também se apropriar de toda literatura disponível da área, até as medíocres, e o mais importante: A satisfação pessoal que vem do trabalho realizado. Agora temos uma referência sobre o cangaço na Paraíba, ainda bem.
Geziel Moura, pesquisador - Belem-PA
https://cariricangaco.blogspot.com/2019/02/mostrou-se-o-cangaco-na-paraiba-por.html
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NOVA E DINÂMICA AGENDA CARIRI CANGAÇO E CAFÉ PATRIOTA 2019

Manoel Severo, Anapuena Havena e Ingrid Rebouças

A agenda Cariri Cangaço - Café Patriota para este primeiro semestre de 2019 contemplará os meses de abril, maio e junho com duas datas ao mês; sempre em uma terça-feira no horário da noite e em um sábado no horário das 14 horas. A definição foi acertada entre o Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, Ingrid Rebouças e a proprietária do Café Patriota, empresária Anapuena Havena em recente reunião de trabalho em Fortaleza. "É uma enorme satisfação receber o Cariri Cangaço aqui no Café Patriota, na verdade é uma grande honra está ao lado de uma iniciativa vitoriosa e tão preciosa para a cultura brasileira, vamos continuar realizando grandes encontros aqui em Fortaleza" revela a proprietária do local, empresária Anapuena Havena.

A parceria entre o Cariri Cangaço e o Café Patriota foi firmada ainda em Julho de 2018; entre o Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa e os proprietários da casa, Lincoln Chaves e Anapuena Havena; numa indicação de que muita coisa boa seria proporcionada a partir dali. Ainda no ano de 2018 duas grandes conferências tiverem lugar no Café: As duas tendo como tema central a figura de Virgulino Ferreira da Silva, tendo como palestrantes, primeiro; Manoel Severo e depois com o documentarista Aderbal Nogueira. Neste primeiro semestre de 2019 o Cariri Cangaço promete trazer ao Café Patriota outros personagens não menos marcantes da historia do sertão nordestino.


"O Café Patriota é um empreendimento ousado e já extremamente vitorioso que nasceu com o este forte sentimento de amor a história e às nossas verdadeiras raízes. O espaço requintado, cheio de charme e não menos aconchegante torna-se especialmente diferenciado, unindo gastronomia, historia e culturaLincoln e Havena estão de parabéns; assim é uma honra o Cariri Cangaço reiniciar a agenda Café Patriota neste ano de 2019" confirma Manoel Severo. 

Definição da Agenda Cariri Cangaço-Café Patriota 2019

O espaço que reúne cafeteria e restaurante com cardápio de primeira classe, livraria e espaço cultural para apresentações de conferências e palestras como também reuniões , situado bem no coração de um dos mais importantes bairros de Fortaleza, Aldeota, já consolidado como uma das casas referências no estado, receberá através do Cariri Cangaço conferencias e debates quando terão como principais personagens, dentre outros; Dona Fideralina, Padre Cícero, Beato José Lourenço, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Izaias Arruda, Padre Ibiapina, Delmiro Gouveia, Guidinha do Poço, Antonio Conselheiro além de episódios marcantes da historia nordestina como a Sedição de Juazeiro, Confederação do Equador, Caldeirão, Revolução de 30, dentre outras.

"Já temos as datas de 16 e 27 de abril, 07 e 18 de maio e ainda 11 e 29 de junho, agora vamos montar o conjunto de palestras e debates para divulgação, com certeza será muito legal, esperamos a todos no Café Patriota" conclui Ingrid Rebouças.

Cariri Cangaço e Café Patriota
Fortaleza, Ceara
22 de Fevereiro de 2019

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EM MAIO O CARIRI CANGAÇO CHEGA AO BERÇO DE ANTÔNIO CONSELHEIRO: QUIXERAMOBIM 2019


Por Manoel Severo


Neste 2019 estamos celebrando 10 anos de existência. Muitas trilhas e muitos caminhos percorridos, muitas histórias e memórias vistas e visitadas, contadas e guardadas... Aprendemos e nos acostumamos com máxima que tem norteado a todos que compartilham conosco esse sonho chamado Cariri Cangaço: Mais que um evento, um sentimento. Há dez anos percorremos todas as veredas deste sertão de "meu Deus", desde a caatinga brava e rigorosa às terras do agreste , das serras e chapadas, dos mais próximos aos mais distantes rincões deste maravilhoso nordeste, integrando e fazendo do Cariri Cangaço um grande território de encontros; encontros das pessoas com a sua história, com a sua origem, com a sua identidade... 

Ponto de equidistância geodésica do estado do Ceará

No ano em que completamos uma década o Cariri Cangaço chega com muito orgulho ao berço de Antônio Conselheiro. No "Coração do Ceará", Quixeramobim se prepara para receber o Brasil de alma nordestina em mais uma agenda ousada e inédita da marca Cariri Cangaço. Aqui nas terras do semiárido cearense ; no ponto de equidistância geodésica do estado; teremos a oportunidade de conhecer, viver e vibrar personagens e episódios marcantes da história nordestina e do Brasil, num cenário espetacular, pleno de beleza e de magia, pleno de sertão. 


A Quixeramobim de Antônio Conselheiro...

Era o mês de março de 1830, o dia era 13 e na Nova Vila do Campo Maior; antigo Santo Antônio do Boqueirão de Quixeramobim, nascia o menino Antônio Vicente Mendes Maciel .Na época a atual Quixeramobim tratava-se de um pequeno povoado "perdido em meio à caatinga do sertão central da província do Siara Grande".  Desde o início da vida, seus pais queriam que Antônio seguisse a carreira sacerdotal, pois entrar para o clero era naquela época uma das poucas possibilidades que os sertanejos possuíam para vislumbrar um futuro minimamente promissor...O que ninguém poderia imaginar é que aquele menino da desconhecida Nova Vila de Campo Maior, depois Quixeramobim viesse a tornar-se um dos personagens mais marantes e fortes de toda a historia do Brasil. 

A Morte da mãe, o novo casamento do pai, a madrasta, a morte do pai,  Antonio assumindo os negócios da família, as dívidas, o casamento com Brasilina, a mudança para Sobral de Padre Ibiapina, as andanças, o adultério, a partida para terras desconhecidas... No Cariri Cangaço Quixeramobim 2019 vamos conhecer de perto a historia do menino que se tornou gigante, o Antônio Vicente Mendes Maciel que se tornou Conselheiro... 


A Quixeramobim da Confederação do Equador...

Continuamos no Brasil imperial da dinastia "Bragantina". A dissolução da Assembleia Constituinte por Dom Pedro I em fins de 1823 não foi bem recebida em Pernambuco. Os dois maiores líderes liberais na província, Manuel de Carvalho Pais de Andrade e Frei Caneca, apoiaram-na e consideravam os Bonifácios como culpados pelo ato. Ambos eram republicanos a já haviam participado da revolta de 1817 sendo perdoados na época, "aceitando" a monarquia por acreditarem que ao menos teriam autonomia provincial. A promulgação da Constituição em 1824, com o seu regime altamente centralizado, frustrou os seus desejos. Divergências politicas e interesses contrariados se consolidavam como pano de fundo para mais uma revolta de caráter separatista.Era o julho de 1824, o dia era 2 e de Pernambuco eclodiu o movimento revolucionário republicano que acabaria se alastrando por outras províncias do Nordeste do Brasil.

A ideia era que as províncias do norte e nordeste do Brasil se unissem a Pernambuco e formassem a Confederação do Equador, esse novo Estado republicano seria formado pelas províncias do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Pernambuco. Contudo, nenhuma delas aderiu à revolta separatista, com a exceção de algumas vilas da Paraíba e vilas do Ceará, sendo as vilas do Ceará comandadas por Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Mello, mais conhecido por Padre Mororó, que é quem reúne a câmara de Quixeramobim, em 9 de janeiro de 1824, para proclamar a deposição da dinastia dos Bragança.

A Quixeramobim de Marica Lessa... 

Nos sertões perdidos deste imenso nordeste, sertões patriarcais dos coronéis de barranco, comandados a ferro e fogo por personagens do sexo masculino, de tempos em temos surgiam verdadeiras "feras"; coronelas de saia como costumamos chamar; foi assim com Marica Macedo do Tipi na Aurora, com a emblemática Dona Fideralina do Clã dos Augustos em Lavras da Mangabeira e com Marica Lessa, da Canafístula Velha de Quixeramobim, a "Guidinha do Poço"...

Maria Francisca de Paula Lessa, filha do poderoso Capitão-Mor José dos Santos Lessa nasceu em Quixeramobim, em janeiro de 1804, era a única filha mulher do casal com quatro filhos. Na adolescência dividia seu tempo na fazenda ou em temporadas na vila de Quixeramobim, ali frequentava as casas das amigas ou perambulava pelas ruas para saber do dia-a-dia dos moradores e não tinha hora para voltar para casa, o que contrariava bastante aos seus familiares.Já com 23 anos, idade bastante avançada para os costumes da época, onde uma moça casava em média, aos 14 anos veio a casar-se com Domingos Victor de Abreu e Vasconcelos, natural de Pernambuco. Não tiveram filhos. Marica Lessa como ficou conhecida acabou tornando-se a mulher e o homem da casa. Apesar de ser apenas um figurante, Domingos Victor se realizou tornando-se uma pessoa de prestígio, sendo na verdade, sucessor do sogro na vida pública de Quixeramobim: Juiz de paz, vereador, presidente da câmara, suplente de juiz municipal, coronel da guarda nacional, quando se encontrava ausente o presidente local, Cônego Antônio Pinto de Mendonça. Esse destino traiçoeiro acabou trazendo surpresas, dor e desespero na historia da desta sertaneja valente e poderosa. O envolvimento com o sobrinho do marido, o adultério, a trama de sua morte , a contratação do escravo assassino, a morte, a prisão, o julgamento e o final triste e de abandono pelas ruas de Fortaleza, capital do Ceará... No Cariri Cangaço conheceremos de perto a história de dona Marica Lessa, imortalizada no romance de Oliveira Paiva, dona "Guidinha do Poço"...
Por do sol no sertão de Quixeramobim, por Vital

A Quixeramobim de todas as belezas...

Caatinga em Tupi-Guarani significa Mata Branca, pois é como esta vegetação se apresenta pelo árduo desafio de convivência com o semiárido de nosso nordeste. Aqui os bravos nascem, vivem e morrem. Essa mesma mata branca é capaz de como uma fênix se transformar em cenários deslumbrantes como só vemos por estes lados do Brasil. Quixeramobim é bela por natureza, localizada a 210 quilômetros da capital cearense se destaca no sertão central cearense por entre a vegetação própria da caatinga, com seus rios e imensos monólitos, fazendo do lugar um dos mais belos do Ceará.


É nessa terra abençoada por Santo Antônio de Pádua que o Cariri Cangaço fará morada entre os dias 24 a 26 de Maio, em mais uma edição de fôlego, reunindo pesquisadores e estudiosos de todo o Brasil para conhecer mais de perto a história marcante dessa que sem dúvidas é uma das cidades mais tradicionais do solo nordestino. Quixeramobim recebe o Brasil de Alma Nordestina no Cariri Cangaço-Antônio o Conselheiro do Brasil.

Manoel Severo
Curador do Cariri Cangaço
Quixeramobim, 24 de Fevereiro de 2019
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JESUÍNO NA CADEIA DE POMBAL | O CANGAÇO NA LITERATURA | #290

https://www.youtube.com/watch?v=61n-BdOEo1U&feature=share
Publicado em 28 de fev de 2019

Terceiro programa de nossa série sobre Jesuíno... acompanhe a épica invasão à cadeia de Pombal na Paraíba. O que ele queria lá? Assista e conheça!

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UM PEQUENO PASSO PARA MIM MAIS UMA GRANDE DESCOBERTA PARA A HISTÓRIA...

Por Sandro Lee


Seu Manoel Ribeiro. Mais conhecido como Mané Gaibo um homem que além de viver lado a lado com Lampião e fugiu do bando com apoio de Ângelo Roque, pois afirmou não ter jeito e nem sina.



De bandido ele que teve sua irmã raptada por Corisco e sua família foi muito torturada, pela polícia, hoje ele guarda em seu corpo marcas daquela época em que ele não lembra com muito prazer.


Um senhor até então esquecido pela história e pelo tempo, mas com meus esforços consegui achá-lo e agora divulgar a sua história para o mundo. Com ajuda dos meus amigos que a sim como eu ama o texto histórico cangaço, sem apologia e sim, contar os verdadeiros episódios passados pela aquela época.


Seu Manoel hoje está com 109 anos e é irmão de Sérgia da silva Chagas, a célebre cangaceira DADÁ.


COM muita honra eu , SANDRO LEE trago para vocês em breve uma entrevista com esse homem.

https://www.facebook.com/sandro.lee.9883

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