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quinta-feira, 30 de abril de 2020

MEU PRIMO CARLINHOS, QUE DOLOROSA NOTÍCIA!

Por Rangel Alves da Costa

Saber da morte de alguém entristece demais. Saber da morte de um amigo comove demais. Saber da morte de um parente é algo dilacerante. Mas saber da morte de um primo tão jovem e querido é algo doloroso demais. E ainda sem acreditar que meu primo Antônio Carlos Costa, nosso Carlinhos de Bernadete, filho do meu saudoso tio Zé de Ermerindo, faleceu nas distâncias do mundo, enquanto trabalhava em seu ofício de caminhoneiro, e possivelmente por infarto. Primo, primo, quanta privação, provação e quanta dor. Não tenho, neste momento difícil, muitas palavras para defini-lo. Não tenho palavras que expressem o que verdadeiramente sinto. Não tenho. 

Desculpem...

Rangel Alves da Costa


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SOLDADO JOSÉ PEREIRA LEAL VULGO MURUNDU. PERTENCENTE A VOLANTE DO SARGENTO JOSÉ FERNANDES. TERIA SIDO ESSA SOLDADO O RESPONSÁVEL POR METRALHAR CORISCO.

Por Moustafá Veras



MIKE TYSON QUER VOLTAR AO RINGUE



Aos 53 anos, Mike Tyson diz que está treinando para voltar a lutar.

Aposentado desde 2005, astro do boxe quer fazer combates beneficentes para ajudar moradores de rua e dependentes de drogas.

Um dos grandes nomes da história do esporte, Mike Tyson afirmou nesta sexta-feira, em uma live durante o seu período de quarentena, que ele está treinando para voltar aos ringues. Para muitos o melhor peso-pesado de todos os tempos, o americano de 53 anos está aposentado desde 2005, quando foi derrotado pelo desconhecido irlandês Kevin McBridehtt por abandonar a luta após seis rounds.


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Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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2ª EDIÇÃO FLORO NOVAIS HERÓI OU BANDIDO?


Mais um livro na praça: FLORO NOVAIS: Herói ou Bandido? De Clerisvaldo B. Chagas & França Filho. 

124 páginas. 

Peça-o através destes e:mails:
Franpelima@bol.com.br, fplima1956@gmail.com e Whatsapp 83 9 9911 8286.

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A MORTE DE FLORO NOVAIS | O CANGAÇO NA LITERATURA | #308



Começamos hoje nossa saga em busca da história do vingador do Sertão. O mito Floro Gomes Novais chega ao nosso programa em 5 programas, que vai de sua morte até seu nascimento. Acompanhe nosso canal!

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LATA NA CABEÇA

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de abril de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.303

Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras, mesmo que essa imagem tenha seus defeitos relativos ao tempo. Mas uma fotografia faz reviver aos mais velhos e refletir os mais novos. Representa sempre um testemunho inconteste de um passado, de uma situação e mesmo de uma dor. E quando se trata da história, da sociologia, da geografia santanense, sempre fica preso na garganta um ranço de nostalgia por alguns segundos ou por vários minutos. Os abnegados pesquisadores parecem sentir com maior intensidade os apertos emocionais das suas descobertas. E aquilo que não é mais possível acontecer, continua acontecendo na foto hibernosa do baú. Rever foto antiga é suspirar, reviver, lacrimar, esvanecer... Vamos fazer a leitura da foto abaixo:
FOTO RARÍSSIMA (B. CHAGAS).

1.   Voltemos ao passado em torno de 60 anos. 2. Santana sem água encanada. 3. Toda água de consumo vem das cacimbas arenosas do rio Ipanema. 4. Foto do trecho urbano do rio no local chamado Poço do Juá. 5. Leito seco do rio com alguns poços. 6. Vejamos o mundo de areia grossa no primeiro plano. 7. Duas mulheres e duas adolescentes apanham água das cacimbas invisíveis.  Lata e baldes são utilizadas. 8. Fundo médio: pessoas em outras atividades. 9. Terceiro plano, fundos de residências no início do Bairro da Floresta; parte ainda não habitada na barranca do Panema. 10. Mussabês no rio, coqueiros nos quintais. 11. Céu azul de verão. 12. Trajes humildes das pessoas. Foto raríssima do histórico santanense. 13. Faina diária das mulheres ribeirinhas do passado.
É esse o rio que sempre matou a sede do seu povo e alimentou a sua gente. Deu água, deu peixe, deu pasto, deu cura para os males, deu lazer, barro para seus telhados, areia para suas construções, juncos para seus colchões, esconderijos para os casais clandestinos, madeira para seus móveis, para seus carros de boi, monturos para seus descartes.
É esse o rio pai e mãe que tentam matá-lo em retribuição. Obstruem o seu caminho. Não querem deixá-lo escorrer. Mas o velho Panema ainda resiste e não pode faltar ao São Francisco onde se mistura e formam um só.
“Agua corrente, água corrente, teu destino é igual ao destino da gente”


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DESTINO DA FLOR, SEGUNDO O HOMEM

*Rangel Alves da Costa

Um jardim. Ali uma flor. Mais adiante uma mão. Nada disso, contudo, possui importância. A flor é apenas flor. A mão é apenas mão. O dom da transformação, contudo, estará naquilo que o dono da mão desejar perante a flor.
A mão não possui impulso próprio, não tem desejo, não possui escolha, não age por escolha própria. Tudo depende da mente, do comando cerebral para que seja direcionada. É, pois, em obediência à mente que ela segura a caneta, apanha a folha caída, abre a janela, leva o lenço aos olhos. Desse modo, a mão permanece inerte até que seja despertada a uma utilidade.
A flor nasce para viver os seus dias, a sua estação. Acaso brotada em algum lugar distante, viverá a beleza de seus dias sem que chegue alguém para sentir seu perfume e se encantar com a formosura e perfeição de suas pétalas. Mas se em jardim ou nas proximidades dos caminhos, certamente que pouco tempo terá na planta, vez que logo será levada com galho e tudo para as mais diversas destinações.
A mão inerte, estática, sem que seja despertada pela mente, acaba tendo muito a ver com a flor nascida e permanecida na sua planta. A mão permanece em repouso até ser chamada, a flor permanece em descanso até que seja avistada por alguém. Mas a partir daí, do instante em que mão e flor saem do repouso, tudo começa a se transformar. Diferente da flor, que continuará sendo flor até secar e morrer, a mão ora terá singeleza ora se arvorará da rudeza.
Contudo, o destino da flor ao ser avistada passa a ser o destino que a mão que a recolhe pretenda dar. Como a mão não age sozinha, muito dependerá do sentimento da pessoa que a comanda para que ela tenha ou não uma digna destinação. E qual o destino da flor ao ser recolhida, ao ser arrancada da planta? Muitos. Desde o recolhimento do galho para em seguida ser jogada ao chão à sua utilização como expressão mais sublime de amor.


A mão recolhe a flor e somente a pessoa sabe o que fará dali em diante. Pessoas existem que dão mais importância aos espinhos às pétalas coloridas e perfumadas. Pessoas existem que preferem a poesia da flor ali mesmo na planta, permanecendo no jardim. Pessoas existem que a separa do galho para colocar na lapela ou nos cabelos. Outros a levam para casa e inventa um jardim num copo de água.
Muita gente junta flor com flor e faz um buquê. O poeta recolhe a florzinha e sai caminhando em busca de versos apaixonados. O enamorado escolhe a mais bela flor e sai correndo até a casa da bem amada para depositá-la no umbral da janela. O entristecido recolhe qualquer flor e vai deixá-la ao lado de uma fotografia de alguém que só deixou saudades. E o jardineiro se põe a chorar todas as vezes que não encontra mais flores para conversar.
Fato é que as pessoas geralmente não dão a devida importância às flores. Dificilmente alguém olha para uma flor e nela avista a beleza da vida, a poesia da natureza, a sublime e perfumada força da criação. São poucos que entendem a sua simbologia, o amor nela expressado, a primazia da vida em cada pétala que se abre em meio à sequidão. São muitos os que arrancam flores e deixam pelos caminhos, que pisam em pétalas como se estivessem destruindo espinhos.
Por isso mesmo é que à mão deveria ser dado o direito de agir por impulso próprio diante de cada flor. Não toda mão humana, aquela da guerra, da violência, da atrocidade, da chibata e do açoite, mas a mão verdadeira humana, humanitária, poética, amorosa, sensível, cuidadosa, da paz. À mão sentimento, à mão pulsante, à mão coração, eis a mão que não precisaria obedecer a ninguém para estar diante da flor.
A mão diante da flor talvez fosse o olhar romântico diante da paisagem ao entardecer, apenas apreciando sem nada modificar. Ou carinhosamente a recolhesse para colocá-la em cima da escrivaninha enquanto tece versos e depois enviá-la junto ao poema para a pessoa amada. Ou simplesmente tê-la diante do olhar como inspiração para a vida. Também imaginando que um dia ela estará por cima de suas mãos na hora da despedida.

Escritor
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NÃO SOU CANGACEIRO POR MOTIVOS GEOGRÁFICOS

Por Rubem Braga

Leiam, meus amigos, esta crônica do grande escritor brasileiro, Rubem Braga, extraída do seu livro “O Conde e o Passarinho”, a respeito de LAMPIÃO, escrita em 1935, quando ainda vivo o famanaz bandoleiro dos sertões nordestinos. Teria o Capitão Virgulino Ferreira da Silva, por um acaso, lido esta sua tradução? 
Antonio Corrrea Sobrinho

Erguerei hoje minha débil voz para louvar o sr. Getúlio Vargas. Aprovo de coração aberto o veto que ele deu a uma lei que mandava abrir um crédito de 1.200 contos para a campanha contra o cangaceirismo. O presidente vetou porque não há recursos, isto é, por falta de dinheiro. Eu vetaria por amor ao cangaço.


Lampião, que exprime o cangaço, é um herói popular do Nordeste. Não creio que o povo o ame só porque ele é mau e bravo. O povo não ama à toa. O que ele faz corresponde a algum instinto do povo. Há algum pensamento certo atrás dos óculos de Lampião; suas alpercatas rudes pisam algum terreno sagrado.

Bárbaro, covarde ele é. Dizem que conseguiu ser tão bárbaro e covarde como a polícia – a polícia que o persegue em todas as fronteiras. Mas é preciso lembrar que ele está sempre em guerra: e na guerra como na guerra. Retirai de seu aconchego doce qualquer de nossos ilustres e luxuosos generais; colocai-o à frente de um bando, mandai-o lutar uma luta rude, dura, de morte, através dos dias, das semanas, dos meses, dos anos. Ele se tornará também bárbaro e covarde.

A Arte de Manoel Perigo Neto

O cangaço não é um acidente. É uma profissão. Nasce, vive e morre gente dentro dessa profissão. O tempo corre. Filhos de cangaceiros são cangaceiros, serão pais de cangaceiros. Eles não estão organizados em sindicatos nem em associações recreativas: estão organizados em bandos.

Ora, a vida do cangaço não pode ser muito suave. É uma vida cansativa e dura de roer. Quando centenas de homens vivem essa vida, é preciso desconfiar que não o fazem por esporte nem por excesso de “maus instintos”.
O cangaceiro é um homem que luta contra a propriedade, é uma força que faz tremer os grandes senhores feudais do sertão. Se alguns desses senhores se aliam aos cangaceiros, é apenas por medo, para poderem lutar contra outros senhores, para garantirem a própria situação. 

Ora, para as massas pobres e miseráveis da população do Nordeste, a ação dos cangaceiros não pode ser muito antipática. E é até interessante.

As atrocidades dos cangaceiros não foram inventadas por eles, nem constituem monopólio deles. Eles aprenderam ali mesmo, e em muitos casos, aprenderam à própria custa. De resto, a acreditar no que José Jobim, um rapaz jornalista, escreveu em “Hitler e Seus Comediantes”, agora em segunda edição, os cangaceiros são anjinhos ao lado dos nazistas.
  

Os métodos de Lampião são pouco elegantes e nada católicos. Que fazer? Ele não tem tempo de ler os artigos do sr. Tristão de Athayde, nem as poesias do sr. Murilo Mendes. É estúpido, ignorante. Mas se o povo o admira é que ele se move na direção de um instinto popular. Dentro de sua miséria moral, de sua inconsciência, de sua crueldade, ele é um herói – o único herói de verdade, sempre firme. A literatura popular, que o endeusa, é cretiníssima. Mas é uma literatura que nasce de uma raiz pura, que tem a sua legítima razão social e que só por isso emociona e vale.

Vi um velho engraxate mulato, que se babava de gozo lendo façanhas de Antônio Silvino. Eu percebi aquele gozo obscuro e senti que ele tinha alguma razão. Todos os homens pobres do Brasil são lampiãozinhos recalcados: todos os que vivem mal, comem mal, amam mal. Dar 1.200 contos para combater o herói seria uma tristeza. Eu, por mim (quem está falando e suspirando aqui é o rapazinho mais pacato do perímetro urbano), confesso que as sortidas de Lampião me interessam mais que as sortidas do ser Antônio Carlos.

Não sou cangaceiro por motivos geográficos e mesmo por causa de meu reumatismo. Mas dou àqueles bravos patrícios o meu inteiro apoio moral – ou imoral, se assim o preferis, minha ilustre senhora.

Rio, fevereiro de 1935.
Cortesia da Indicação
Antonio Correa Sobrinho


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COMBATE de SERROTE PRETO e, a INCRÍVEL HISTÓRIA DO SOLDADO ANANIAS CALDEIRA DE OLIVEIRA...



Lampião fugia de um combate na cidade de Mata Grande-AL, no dia 21 de fevereiro de 1925, sábado de carnaval, quando foi perseguido pelas volantes paraibanas do Ten. JOAQUIM ADAUCTO / e do Ten. FRANCISCO DE OLIVEIRA, além de uma volante pernambucana comandada pelo Ten. JOÃO GOMES , tendo ido se instalar com seus homens na Fazenda SERROTE PRETO, a qual fica na divisa dos Estados de AL e PE. O total de homens das forças volantes beirava 90 policiais, enquanto os cangaceiros chegava perto dos 40.

Os cangaceiros ao chegarem na Fazenda SERROTE PRETO, grande parte deles se alojaram numa casa de taipa, com um curral ao lado, enquanto outros, ficaram numas pedras, nos arredores da casa, dando a retaguarda.

O Ten. FRANCISCO OLIVEIRA que vinha na frente com seus homens no encalço dos bandoleiros, ordenou que seguissem imediatamente visando alcançar, o mais rápido possível, o local onde estava Lampião e seu grupo, no que não concordou o Ten. JOÃO GOMES, da força pernambucana, que disse: “ – Os cangaceiros já comeram, meus soldados não vão ficar sem comer “ . Surpreso, o Ten. Francisco Oliveira respondeu: “ – A força da Paraíba, quando tem notícia de cangaceiros, encosta logo “ e, seguiu com sua força.

Logo que chegaram nas proximidades da casa da Fazenda Serrote Preto, receberam uma forte descarga de tiros, vindo do lado dos cangaceiros. Tombaram mortalmente, os soldados Artur, Diménio, Virgolino, e, um negro muito disposto. Também foi morto o Ten. FRANCISCO OLIVEIRA e, ferido o Tenente JOAQUIM ADAUCTO. Os soldados da volante pernambucana que haviam chegado com um atraso, atiravam em direção à casa, atingindo, também, alguns companheiros da volante paraibana, que ficaram na linha de fogo cruzado.

Alguns soldados da volante de FRANCISCO DE OLIVEIRA procuraram se abrigar num trecho de um pequeno serrote ( pedras), de onde passaram a atirar nos cangaceiros. O soldado ANANIAS CALDEIRA DE OLIVEIRA, por sua vez, ficou amparado numa ponta de curral. Dali ele tinha perfeita visão da porta traseira da casa, planejando:

“ – O primeiro que colocar a cabeça, eu derrubo “.

O que ele não esperava é que os cangaceiros abrissem uns buracos na parede da casa, por onde começaram a atirar em sua direção. Surpreendido pelo inesperado ângulo de tiro, ANANIAS OLIVEIRA foi ferido DUAS VEZES. Um dos tiros fraturou-lhe o BRAÇO e, o outro, atravessou a sua FACE lado a lado, à altura do malar. ANANIAS contou, mais tarde, que o tiro recebido no rosto causou tal hemorragia que o sangue jorrava pelos dois lados, em arco.

O SOLDADO ANANIAS, já ferido, ouviu várias vezes LIVINO ( irmão de Lampião) gritar, de dentro da casa:

“ – Espere ai, macaco, que nós já vamos sangrá-lo ! “

ANANIAS acabou sendo retirado do local pelo soldado Manoel Gabriel que, por ironia, era seu inimigo pessoal. Ele foi levado até um certo ponto , a partir de onde o sargento JOSÉ GUEDES encarregou de levá-lo mais para dentro do mato, isso, acontecendo, em pleno combate. Ali, sozinho, ANANIAS acabou desmaiando, em consequência da grande perda de sangue.

Ao escurecer, o tiroteio cessou, já que ambos os lados tinham esgotado a munição.

No terreiro da casa havia ficado um soldado ferido, sem conseguir se mover. Implorava ao Tem. João Gomes que mandasse tirá-lo dali, porque os cangaceiros ameaçavam sangrá-lo. O sargento JOSÉ GUEDES chamou a atenção do oficial pernambucano, já que ele não ia buscar o ferido e, ouviu dele :

“ – Cada um que cuide de si “.

ANANIAS entrevistado pelo pesquisador Dr. Amaury Araujo ( em João Pessoa- PB, no ano de 1969 ), informou-o que aquela altura, a maioria dos soldados já haviam fugido. Os sobreviventes, liderados pelo sargento JOSÉ GUEDES, apanharam os feridos e, aqueles que puderam arrastaram-se para MATA GRANDE, de onde, depois de receberem os primeiros socorros, foram encaminhados para Paulo Afonso.

Assim como os soldados, também os cangaceiros tinham pago um alto preço durante a batalha. ASA BRANCA, GURI E CORRÓ estavam mortos dentro da casa. FATO DE COBRA, CAPUXU E QUIXABEIRA foram feridos.
Alguns cangaceiros, assim que perceberam a retirada dos soldados, saíram com candeeiros, examinando os corpos caídos. No terreiro da casa ainda estava caído o soldado ferido que o Tenente JOÃO GOMES recusara a socorrer. O cangaceiro JUREMA, aproveitou a ocasião e o sangrou.

Por volta da meia-noite, O SOLDADO ANANIAS voltou a si, anda zonzo. O silêncio era total. Sua sede era arrasadora. Seus lábios estavam inchados que pareciam beiços de cavalo. Sentia que todo o seu rosto também estava inchado e desfigurado. A muito custo, apesar da tonteira, conseguiu se levantar e caminhar sem rumo definido. A vegetação, um macambiral muito grande , era agressivo e dificultava o avanço. Logo suas calças estavam destruídas pelos galhos, tornando-se imprestáveis para protegê-lo.

Ao amanhecer de segunda-feira, dia 22, ANANIAS viu-se à beira de uma estrada. Escolheu uma direção e seguiu em frente, sentindo sua fraqueza crescer, e o mal estar causado pelos ferimentos agravar-se com a fome e sede. O sol nasceu e apareceram moscas varejeiras que vagueavam sobre suas feridas, cada vez mais infeccionadas. Mas ANANIAS estava determinado a não se deixar vencer. Amarrou um lenço preto no rosto, protegendo-o contra os insetos e, prosseguiu sua penosa jornada, pensando:

“ A esta altura, se escapei de morrer a bala, vou morrer de fome e de sede “.

Ao seu redor não havia nada para comer ou beber. Lá pelas 22 h, tendo caminhado desde a meia-noite do dia anterior, ANANIAS estava cansado, ferido e cada vez mais enfraquecido. Ouviu um galo gritar. Deixando a estrada, foi em direção ao som, entrando por um varedo de bode, passando por uns umbuzeiros e chegando, finalmente, aos fundos de umas casas.

PENSOU:

“- Não vou chegar pelos fundos, senão poderão pensar que sou um malfeitor e vão querer me matar “.

Encontrou forças para dar a volta e chegar à frente das moradias; entrou numa delas, feita de palha e, deparou-se com uma velha, a quem perguntou:

“ – Dona, será que a senhora pode arrumar água morna com sal, prá eu lavar meus ferimentos ? “

- O senhor é praça ou cangaceiro ? – Ouviu em resposta.

“ – Sou soldado das forças da Paraíba.” – Disse ANANIAS.

A velha levantou-se e foi providenciar, voltando com o que tinha sido pedido. ANANIAS despiu sua túnica e lavou seus ferimentos. Depois tomou muita água, saciando sua sede. Para sua surpresa ficou sabendo, mais tarde, que aquelas casas pertenciam a Mata Grande.

Durante as 24 horas de sua jornada, a maior parte do seu tempo arrastando-se, pois não conseguia andar regularmente. ANANIAS havia avançado, apenas, duas léguas. Embora, ainda não estivesse totalmente refeito. ANANIAS sentou-se na calçada em frente à casa. Aproximou-se um senhor vestido de cáqui.

ANANIAS perguntou-lhe:

“ – O senhor sabe informar onde está a força policial da Paraíba ? “

- Posso. Está em Paulo Afonso.

Tão logo conseguiu andar, ANANIAS seguiu para a cidade indicada, reencontrando seus amigos e, companheiros, sendo cuidado pelo farmacêutico João Gaudêncio, que o incluiu entre seus pacientes.

Ali em Paulo Afonso faleceram em consequência dos ferimentos, um soldado e o Tenente JOAQUIM ADAUCTO . A contagem final da batalha acusou, além de inúmeros feridos, a MORTE DE DOIS OFICIAIS E DEZ SOLDADOS.

OBSERVAÇÕES –

1º) Matéria compilada da obra “ De Virgulino a Lampião “, pgs 109/110, autor Antônio Amaury Correa de Araújo / Vera Ferreira.
2º) Foto do soldado ANANIAS CALDEIRA DE OLIVEIRA ..pertencente ao acervo particular do escritor, acima citado.
3º) Fotos de Serrote Preto, A CRUZ DOS SOLDADOS e, demais, acervo Volta Seca...

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COVA. DO. CANGACEIRO SABINO. GROTA. DA CAPIVARA.



Do livro. CARIRI, CANGAÇO, COITEIROS E ADJACÊNCIA do escritor, Napoleão Tavares Neves. Pág. 51. O coronel, Manoel Pereira Lins, Né da Carnaúba. Desconfiava que o grupo levou Sabino até os grotões do sítio Baião, logo abaixo de Macapá, hoje Jati -CE.

No escuro, dentro da mata, arrastado pelos companheiros, chocado, desidratado em enemia aguda. Naquela noite, Sabino pagou tudo o que devia pelas suas numerosas vítimas.


As fonte sustentável do coronel Manoel Pereira Lins retrata ser essa. A cova onde o Cangaceiro Sabino Gomes foi sepultado. É do conhecimento dos jatienses, que essa cova era de um Cangaceiro. Somente através das revelações de Né da carnaúba. Reforça, que essa cova (foto) venha ser a verdadeira cova de Sabino.

Pesquisador Luis Bento de Sousa
(Luis Carolino).


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NOTA DE PESAR!


O Relembrando Mossoró vem comunicar o falecimento do amigo "Zé Augusto", da Livraria Independência, partiu virou saudade hoje e partiu para sua nova morada. Nossos sentimentos aos familiares e amigos.


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O TERRÍVEL CANGACEIRO "GATO" TENTA MATAR A SUA PRÓPRIA MÃE A GOLPES DE FACÃO.

Por Guilherme Machado Historiador/pesquisador

Santilho Barros era o verdadeiro nome do Cangaceiro Gato, e não se tem na história do cangaço um outro cangaceiro tão sanguinàrio e tão frio como o Gato. ele era filho de Aninha Bola e de Fabiano, indios da tribo Pankararé. Seu pai foi um dos sobreviventes da Guerra de Canudos, e seguidor do beato Antônio Conselheiro, alem de Gato duas irmãs dele também eram casadas com Cangaceiros, Julinha amante do cangaceiro Mané Revoltoso, e Rosalina amante do cangaceiro Mourão, este além de cunhado era primo de gato! O também cangaceiro Mormaço! Estes dois foram mortos por gato a mando de Lampião, porque os priomos bebados andaram atirando nos moradores do Brejo do Burgo, Lampião ficou sabendo das estripulias dos cachaceiros e pediu a Gato que tomasse um providencia, sem piedade Gato matou os dois Cangaceiros que pegavam àgua em um barreiro do Raso da Catarina. Dona Ana como era conhecida no povoado a mãe de Gato andou cometando sobre o entra e sai de Lampião e seu pessoal na localidade, Gato ficou sabendo das converssas da véa sua mãe e não gostou, pegou enfurecido de raiva pegou dois afiados facões e se dirigiu a casa da mãe no intuito de decepar sua lingua! O proposito era mata-la familiares rogaram pela vida de véa sua mãe e o monstro filho desistiu, mais foi a sua casa lhes dar um aviso, exibindo os dois facões... Em um gesto macabro ele falou para a mãe, olhe aqui véia linguaruda, este primeiro facão chama- se cala- boca-corno e o segundo chamase bateu-cagou, fique ligada véia fuxiqueira e agradeça as sua filhas que rogaram por sua vida... Este era o Gato que nem sua mãe ele poupou de sua violência imginem seus inimigos!

Fonte: João de Souza Lima: Livro Lampião o Cangaceiro! Texto transcrito, Guilherme Machado.


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