Seguidores

terça-feira, 3 de maio de 2022

LUIZ GONZAGA E O RIO GRANDE DO NORTE

 Por Kydelmir Dantas


Uma ideia surgida há 15 anos acaba de se tornar realidade. O professor e historiador Kydelmir Dantas lançou no final do ano passado, na capital potiguar, durante a II edição da Feira de Livros e Quadrinhos, o título "Luiz Gonzaga e o Rio Grande do Norte", no ano do centenário de nascimento do "Rei do Baião", data celebrada em todo o país com uma série de atividades.

"Esse é o resultado de uma pesquisa de pelo menos 10 anos, que a realidade surgiu a partir de uma palestra na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), semente plantada em 1997 e que foi se desenvolvendo até transformar-se neste livro", conta Kydelmir Dantas.
Para concretizar o desejo de eternizar em uma obra a relação do compositor pernambucano com o Rio Grande do Norte, o historiador recorreu desde acervos pessoais a arquivos do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga, em Campina Grande, Paraíba. "As pesquisas foram realizadas na bibliografia Gonzaguiana, com mais de 30 livros no meu acervo, e nos acervos de Raibrito, Lei de Câmara em Natal, e em viagens pelo interior do Nordeste", complementa.

No livro, Kydelmir Dantas aborda a afinidade das músicas do "Rei do Baião" com o RN, encontrada em canções como Asa Branca, 13 de dezembro, A volta da Asa Branca e ABC do Sertão. "Essa relação com o nosso Estado também é mostrada através das canções de compositores potiguares: Celso da Silveira (Renascença), Chico Elion (Ranchinho de Paia), Frei Marcelino (Meu Padim), Henrique Brito (Queixumes), Jandhuy Finizola (Jesus Sertanejo) e Severino Ramos (Ovo de Codorna). Sem deixar de citar os intérpretes do RN", destaca.

Kydelmir Dantas

Para o escritor, o livro não representa apenas uma homenagem a Luiz Gonzaga, mas sim um documento que revela um capítulo da história do compositor popular. "Está além dessa homenagem. É um capítulo da história dele, sua ligação com nosso Estado potiguar", enfatiza. Apesar de não considerar seu livro apenas uma homenagem ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, Kydelmir Dantas avalia como muito positivas as atividades que estão sendo promovidas em alusão à data. 

"A meu ver, nenhum artista brasileiro foi tão homenageado no seu centenário quanto o 'Gênio da Música Popular Nordestina' e um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira, Luiz Gonzaga, que levou o Nordeste pro mundo, através do 'Baião' bem que merece todas as homenagens. Um bom exemplo deste reconhecimento é o filme 'Gonzaga: de pai pra filho'. Mais do que um filme é uma história de vidas paralelas e unidas pelos laços de sangue e da música. E, após a gravação da 'Marcha da Petrobras', em 1959, talvez seja esta a primeira vez que a empresa apoia algo tão consistente em torno do "Rei do Baião". De parabéns estamos todo(a)s os seguidores e os fãs de Gonzaguinha e Gonzagão, por tão bela homenagem", conclui. 

Fonte: Jornal O Mossoroense - Redação


O Título Já está à venda na LIVRARIA NOBEL
Avenida Senador Salgado Filho, 1782 - Lagoa Nova  - Natal - RN
CEP - 59022-000
fone: (0xx) - 84 - 3613-2007
Parceiros potiguares

com verbetes:

Celso da Silveira, Chico Elion, Henrique Brito, Elino Julão, Frei Marcelino, Jandhuy Finizola e Severino Ramos.
Parceiros e intérpretes potiguares

com verbetes:
Ademilde Fonseca, As Potiguaras, Carlos Zens, Coral da Petrobras Mossoró, Khrystal, Marina Elali, Meirinhos, Mirabô Dantas, Nenem do Baião, Orquestra Sinfônica da UFRN, Orquestra Sanfônica de Mossoró, Paulo Tito, Roberto do Acordeon, Terezinha de Jesus, Trio Irakitan, Trio Mossoró, VINA e Zé Lima.

Adendo - blogdomendesemendes.

Através deste e-mail, veja se o poeta, escritor, pesquisador de Luiz Gonzaga, Trio Mossoró e do Cangaço Kydelmir Dantas, ainda tem este livro para demanda:

kydelmirdantas@hotmail.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CANGAÇO - A MORTE DE NENÉM POR ARQUIMEDES MARQUES

Por Aderbal Nogueira 

https://www.youtube.com/watch?v=pOxV91wIGgs

Cangaço - A morte de Neném por Arquimedes Marques Link desse vídeo: https://youtu.be/pOxV91wIGgs

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

JOÃO GOMES DE LIRA

 Por José Bezerra Lima Irmão

Amigos do Cariri Cangaço, quando se fala em João Gomes de Lira, é preciso dizer quem foi ele, para que os novos "internautas" fiquem sabendo quem foi essa extraordinária figura humana. No último dia do encontro do Cariri Cangaço Princesa 2015, liderado pelo nosso abnegado Manoel Severo , em março passado, a caravana de estudiosos do fenômeno do cangaço esteve na gloriosa vila de Nazaré e tirou fotos na fazenda Jenipapo, do legendário Antônio Gomes Jurubeba (Seu Gomes), pai de João Gomes de Lira. Registre-se bem: João Gomes de Lira, filho de Nazaré, ex-soldado de volante, é autor do livro "Lampião: Memórias de um Soldado de Volante", uma obra indispensável para quem estuda e leva a sério os assuntos do cangaço. 


Para escrever um grande livro, não é preciso muita erudição. O que é preciso mesmo é afinco. João Gomes de Lira tinha pouca instrução, mas escreveu um dos mais importantes e mais completos livros sobre o cangaço. Suas versões dos fatos são objetivas e confiáveis. As datas e os lugares são citados com precisão. Estive com ele três vezes. Grande figura. Sempre que passo por Nazaré, entro no povoado, faço uma volta pela pracinha histórica e, antes de sair, me demoro um pouco em frente à casa onde viveu seus últimos dias o grande João Gomes de Lira. Toda manhã, ele se sentava debaixo de uma das árvores em frente a sua casa, onde cumprimentava os que passavam ou iam vê-lo. Sua bênção, querido João Gomes de Lira.

José Bezerra Lima Irmão
Pesquisador e Escritor

João Gomes de Lira e a homenagem do Cariri Cangaço

NOTA CARIRI CANGAÇO: Nascido em 13 de julho de 1913 na Fazenda Jenipapo, distrito de Nazaré do Pico – Município de Floresta/PE, viveu ali parte de sua vida. Ingressou na Polícia Militar do Estado de Pernambuco em 16 de Julho de 1931. Com dezessete anos de idade integrou na volante que tinha como comandante o Cel. Manoel Neto que perseguia Virgolino Ferreira da Silva, o "Lampião". Depois do fim da campanha contra o cangaço, foi destacar nos municípios de: Afogados da Ingazeira, Iguaracy, Tabira, Carnaíba e Flores todas cidades do interior pernambucano, onde foi delegado de polícia. Foi várias vezes ouvido pela imprensa para contar relatos da luta dos seus conterrâneos contra o bando de Lampião. Enquanto vereador de Carnaíba, João Gomes de Lira escreveu sua Obra: "Memorias de um soldado de volante", narrando sua vida e suas andanças em busca de cangaceiros. João Gomes de Lira faleceu no dia 04 de Agosto de 2011, na cidade do Recife, aos 98 anos.

E de 25 a 28 de Julho

Cariri Cangaço Piranhas 2015

http://cariricangaco.blogspot.com/2015/04/joao-gomes-de-lira-porjose-bezerra-lima.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SEXTA-FEIRA NO YOUTUBE - COM O PROFESSOR ÂNGELO OSMIRO BARRETO.

 Por Aderbal Nogueira

Sexta-feira no YouTube, Dica de Leitura com o professor Ângelo Osmiro Barreto . Teremos também um bate papo especial com o renomado fotógrafo Gentil Barreira, contando como eram feitas e reveladas as fotos no tempo do cangaço.





https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

TEMPO RICO

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de maio de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.695

Fui me vacinar contra a influenza, sob uma chuvarada que pode enganar, mas tem tudo para ser o início da nossa época invernosa. É certo que o mês de maio é o início, mas costuma ser do meio para o fim. Agora vem aguando a terra mesmo antes do final de abril. Ao chegar ao Posto de Saúde São José, tem-se uma visão maravilhosa dos arredores distantes; foi aí que pude ver as colinas que circundam Santana, completamente tomadas de chuvas sobre os nossos belos campos ora dominado pelo verde escuro. Nada teve diferente do inverno, a paisagem e a friezinha conhecida nossa. Por isso não me contive e exclamei para o agente: “Tempo rico!”. E de fato o tempo estava como o sertanejo gosta. Voltei com prazer sob a garoa que ornava o espaço.

CHUVA NA BAIXA E NAS COLINAS (FOTO: B. CHAGAS).

Água escorrendo pela sarjeta, passarinhos encolhidos na fiação da rua, urubus recolhidos aos montes e gatos na beira do fogão. Cenário de inverno que nos faz refugar em algumas tarefas e pensar num agasalho, daqueles mais velhos que a gente tem em casa. Um café pequeno vez em quando, um naco de bolo de macaxeira, uma boa melodia cavernosa e um saudosismo dos melhores momentos da vida. A chuva tamborilando no telhado, as plantas agradecendo no jardim, trazem uma melancolia para matar na cama. E aquela espiada obrigatória para a rua deserta, faz parte do ritual molhado que nos iguala aos passarinhos dos fios. Estendo a vista pela crônica em acabamento e o Divino Espírito Santo cuida da devida generosa inspiração.

O cenário rural é de limpar o mato, cortar terra, fazer roça. Pena que em pleno Século XXI, ainda se veja no Sertão o cenário arcaico dos nossos antepassados: O agricultor cortando terra com arado à antiga puxado por parelhas de garrotes. Em muitos casos, nem parelhas de garrotes, mas sim, parelhas de jumentos, outros, nem parelhas, mas com uso apenas de um jumento só. Estão aí os vídeos postados na Internet pelos próprios matutos, o que fazer? Faltam os cooperativismos quando todos podem usar máquinas modernas através das suas parcerias. Mesmo assim, contemplamos a alegria sertaneja no uso do ditado popular: “Quem não tem cão, caça com gato”, embora seja ainda um processo extenuante, traz ao homem do campo a sensação do dever cumprido e comprido. Deus nos dê coragem e um coração feliz.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/05/tempo-rico-clerisvaldo-b.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 10 DE MAIO DE 1959 -"A vida do Rei do Cangaço esteve em minhas mãos”

 Por Valdir José Nogueira de Moura

Assim declarou o belmontense “Sinhozinho Alencar” durante entrevista que o mesmo concedeu ao “Diário de Pernambuco”, e que foi publicada na edição de número 00106, que circulou no Domingo, 10 de maio de 1959, pág. 31.

Nascido no dia 13 de março de 1892 na Fazenda Várzea, em São José do Belmonte, o Coronel José Alencar de Carvalho Pires, tratado carinhosamente pelos seus parentes e amigos como “Sinhozinho”, oficial reformado da Polícia Militar de Pernambuco, durante dez anos, percorreu o interior nordestino, enfrentando o cangaceiro Lampião, em combates violentos, arrojados e memoráveis.

Seu depoimento espontâneo, inédito e corajoso, é de um valor extraordinário para quantos se debruçam nos estudos do polêmico tema “Cangaço”.

COM O DEDO NO GATILHO:

A volante comandada pelo sargento Alencar corta rios e caatingas, no rastro do bandoleiro.

Lampião, segue para a Vila de Nazaré, distrito de Floresta. Vai assistir o casamento de uma prima.
Terminada a cerimônia, ao ter início o baile de homenagem aos noivos, começa o tiroteio. Os cabras avistaram os soldados.

Lampião oculta-se numa casa da vila, e dali, com gritos insultuosos, dirige à reação. Portas e janelas se fecham e o fuzilar das balas é impressionante.

O sargento Alencar, avança debaixo do fogo, indo esconder-se no oitão do casebre. Desafia Virgulino a lutar em campo aberto. Escuta então quando o bandido grita:

- Vou pular pro meio da rua prá brigar, almofadinha, pras moças ver!

Volante de Sinhõzinho Alencar em São José do Belmonte, PE 1927

Acervo do autor

O sargento Alencar aguarda, com o dedo no gatilho. Vê Lampião como um gato, pular a janela e cair em frente da casa. Exatamente atrás, o olho na pontaria visa as costas de Virgulino. Vai atirar. Puxa o gatilho, e a arma nega fogo. O cartucho falhou.

Lampião sente o perigo. Pula novamente para dentro da casa. E logo mais, abrindo violentamente a porta dos fundos, precipita-se de rua afora. Corre a toda velocidade. O cano do fuzil voltado para a retaguarda.

Atirando sem parar.

O sargento Alencar faz nova pontaria. A mira, nas costas do bandoleiro. Puxa o gatilho mais uma vez. E a arma falha novamente.


- A vida de Lampião esteve nas minhas mãos. Mas o destino não quis que eu o matasse.”

Coronel José Alencar de Carvalho Pires "Sinhozinho Alencar".

Herói do combate de Belmonte contra o bando de Lampião, Tiburtino Inácio e outros cangaceiros, na época em que chefiava volantes pelo interior de Pernambuco.

Adendo Lampião Aceso. 

O episódio descrito acima se passa em 1º de agosto de 1923.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2020/03/diario-de-pernambuco-10-de-maio-de-1959.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com