Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.
Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.
O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com o professor Francisco Pereira Lima através deste e-mail:
franpelima@blog.com.br
Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.
O achado foi feito no sitio arqueológico de Shimao, na China e está relacionado a uma espécie de ritual feito por tribos rivais
WALLACY FERRARI PUBLICADO EM 11/08/2020, ÀS 14H00
Um dos principais sítios arqueológicos da China revelou no início deste mês que, após retomar as escavações em decorrência da suspensão pela pandemia de covid-19, um poço com 80 crânios foi encontrado. Agora, os crânios foram identificados e apresentam características de uma formação humana do sexo feminino sem idade avançada.
A cidade-fortaleza de Shimao se tornou palco de uma das análises mais proveitosas para a Academia de Arqueologia de Shaanxi durante o século 21, principalmente pelos achados relacionados à Idade do Bronze. Com descobertas datadas em 4,3 mil anos, as raízes da civilização chinesa são descritas em diversas esculturas com iconografia antigas.
Na nova descoberta, publicada na revista National Geographic, os pesquisadores acreditam que a maioria das vítimas eram mulheres jovens que foram decapitadas ainda em vida, durante um ritual. Os cientistas acrescentam a possibilidade de que as mesmas eram prisioneiras, capturadas por pertencerem ao grupo rival dos líderes de Shimao.
Jessica Rawson, professora de Arte Chinesa e Arqueologia da Universidade de Oxford, acrescentou que a conclusão acrescenta na forma que a história reconhece o período: "O que é significativo é que Shimao, com muitas outras áreas, mostra que a civilização da China tem muitas raízes e não surge apenas do crescimento na Planície Central, no meio do rio Amarelo", disse ao National Geographic.
O desenvolvimento acelerado e a falta de dados causam desconfianças na comunidade internacional, mas já podem entrar em circulação
GIOVANNA DE MATTEO PUBLICADO EM 11/08/2020, ÀS 08H22
Nesta terça feira, 11, o presidente da Rússia Vladimir Putin anunciou o registro da primeira vacina contra o novo coronavírus no mundo. Aprovado pelo Ministério da Saúde, o líder alega que a vacina russa é "eficaz" e "passou em todos os testes necessários, permitindo obter uma "imunidade estável" contra a covid-19.
Putin também afirmou que uma de suas filhas já tomou a vacina, porém, não revelou a identidade da testada. As agências internacionais não souberam identificar qual de suas filhas foi cobaia. Denis Manturov, ministro da Indústria e Comércio da Rússia, declarou numa entrevista à Itar-Tass que planeja iniciar a produção comercial da vacina no próximo mês, com a ajuda de três empresas nacionais.
Após o registro e a produção, a vacinação gratuita incluirá, de acordo com as autoridades sanitárias, grupos de pessoas como: médicos, professores e aqueles que estão constantemente em contato com grandes grupos de pessoas. As informações indicam que a campanha de vacinação deve começar em outubro de forma voluntária.
O registro para comercialização causa dúvidas na comunidade internacional por falta de informações a respeito da vacina; não há nenhuma publicação de estudo ou dado científico acerca dos testes realizados. Os detalhes sobre as fases do processo, que devem ser cumpridos antes de uma nova vacina ser aprovada e lançada no mercado, não foram divulgados.
Virgulino Ferreira da Silva é uma das figuras mais famosas e polêmicas da História do Brasil
ANDRÉ NOGUEIRA PUBLICADO EM 03/05/2020, ÀS 08H00
Virgulino Ferreira da Silva é um dos maiores símbolos do nordeste brasileiro. Líder do movimento cangaceiro, essa figura é essencialmente polêmica desde sua época, sendo um bandido inescrupuloso para uns e um justiceiro heroico para outros. Nascido em 1898 na cidade pernambucana de Serra Talhada, Lampião morreu numa emboscada policial contra os bandos em 1938, na Gruta dos Angicos (Sergipe).
Conheça 10 curiosidades sobre o Governador do Sertão.
1. O Governador
Com certa arrogância e egocentrismo, Lampião costumava dizer que seu sonho era ser governador de um novo estado sertanejo alternativo formado pelas regiões que tinha mais influência, com porções dos estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
2. Fé e alma
Lampião era um homem profundamente religioso e supersticioso, sendo praticante do catolicismo clássico sertanejo, relacionado às forças da natureza. Respeitava inevitavelmente os padres, principalmente Padim Ciço, que considerava seu padroeiro. Todo meio-dia, parava para rezar e praticava jejum de sexta-feira. No centro de sua fé, estava a proposição de que seu corpo estava fechado contra o mal.
3. Parteiro
Com o aumento da frequência de mulheres nos bandos do cangaço, o numero de partos também cresceu. Como não havia médicos prontificados, o próprio Lampião aprendeu e realizava os procedimentos, usando as técnicas que conhecia da época em que cuidava de gado bovino. Porém, tudo isso ocorria em condições bastante insalubres e com tratamento pouco delicado.
4. Princesa do Cangaço
Lampião e Maria Bonita tiveram uma filha em 1932, de nome Expedita. Como de costume no cangaço, foi necessário decidir o destino da criança, e como não se queria que a menina crescesse na bandidagem, ela foi entregue a um aliado do Rei do Cangaço para que ela tivesse como tutor o tio, João Ferreira. Isso tudo ocorreu no sigilo e o caso foi tratado como uma espécie de Segredo de Estado.
5. Fisionomia
Em uma reportagem do jornal O Ceará em 1926, um repórter descreve o Rei do Cangaço em sua passagem por Juazeiro do Norte. Segundo o relato, Lampião era magro de pele escura, com cabelos fartos e pretos, chapéu de feltro e sem enfeites e alpargatas de couro, do tipo vaqueiro. Usava um lenço verde no pescoço, com um anel segurando. Além desse, mais seis anéis pelas mãos, com pedras preciosas, além de um rifle, uma pistola e um punhal.
6. Álcool
Era muito comum no cangaço noites de bebedeira e diversão. Porém, Lampião não era muito afeito ao consumo de álcool, apesar de gostar particularmente do conhaque. Mesmo assim, não bebia muito.
7. Gosto pelas letras
Apear de não ter a melhor leitura do mundo, Lampião gostava de parar para realizar leituras, principalmente jornais que pegava rumando entre cidades. Seu maior gosto era ler reportagens feitas sobre ele mesmo nos periódicos, além de revistas que vinham de São Paulo e Rio de Janeiro. Costumava levar horas lendo ou ouvindo o que alguém lia para ele.
8. Cangaceiro perfumado
Numa situação em que os banhos eram uma raridade, Lampião usava perfumes de boa qualidade e em grandes quantidades. Gostava de roubar perfumes caros e importados nas capitais, que juntava com o cheiro de suor e da brilhantina usada no cabelo, criando uma mistura de cheiros única e que virou uma marca do cangaço. Há relatos de banhos de perfume generalizados, que chegavam até nos animais de tração para melhorar o cheiro do bando.
9. Poderes sobrenaturais
Para muitos volantes e policiais, Lampião genuinamente possuía superpoderes, pois era inconcebível a forma como ele conseguia fugir e deixar nenhum rastro de sua presença. Porém, o segredo do Rei do Cangaço era a estratégia, pois ele comandava o bando em ações geniais em que apagava todas as evidências de sua presença, como apagamento de pegadas e até andar de trás para frente para confundir os perseguidores.
10. Munição desviada
Um motivo de discussões ate hoje é a fonte de munição (que era usada sem muita economia) do bando de Lampião. Para nunca perder a origem das balas, o cangaceiro nunca permitiu que ela fosse descoberta. Porém, é possível afirmar que essa origem tem base nas ligações que Lampião tinha com os poderosos do sertão e do agreste. Associado com fazendeiros, políticos, coronéis e comerciantes, torna-se intuitivo pensar que esses contatos lhe forneciam munição.
+Saiba mais através das obras disponíveis na Amazon
Apagando o Lampião: Vida e Morte do rei do Cangaço, Frederico Pernambucano de Mello (2018) - https://amzn.to/2rzLp5Z
Maria Bonita: Sexo, violência e mulheres no cangaço, Adriana Negreiros - https://amzn.to/32Cs0y7
Lampião. Herói ou Bandido?, Antônio Amaury Corrêa de Araujo, Carlo Elydio Corrêa de Araujo (2010) - https://amzn.to/2O3RS0o
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
"Quem foi
o idealizador da invasão de Mossoró, em 13 junho de 1927? Não o planejador ou o
executor, mas o idealizador? Sabemos que o planejamento coube ao Coronel Isaías
Arruda, a Massilon, e a Lampião. A execução, a Massilon e Lampião. Mas quem foi
seu idealizador? O ponto de partida para respondermos essa pergunta é a análise
da participação, no episódio, desses três personagens principais: Lampião, o
Coronel Isaías Arruda, e Massilon." Honório de Medeiros
O Cariri
Cangaço te convida para ao lado de Manoel Severo receber nossos convidados;
pesquisadores renomados do universo da pesquisa do Cangaço; Honório de Medeiros
e Kydelmir Dantas, para responderem a essas perguntas e muito mais sobre um dos
episódios mais marcantes da historiografia do cangaço de Virgulino Ferreira.
Quando uma criança da gente perde um ano escolar é muito ruim, mas, mais ruim é a gente perdê-la na sala de aula. As crianças não entendem o que significa isolamento, e muito menos afastamento. Crianças não sabem ficar longe uma das outras outras. Estão sempre agrupadinhas. Afinal, são crianças que de quase nada elas entendem.
Então, não aceite sua criança retornar às aulas. Ela tem a vida toda para estudar. Deixa que a vacina saia para poder garantir a vida da sua criança. Retornar à sala de aula agora é um verdadeiro perigo! Os Estados Unidos resolveram recomeçar as aulas, e 97 mil crianças foram infectadas pelo o coronavírus. Então se você ama sua criança não aceite o retorno das aulas tão cedo. Só haverá aula se você mandá-la para a escola, mas saiba que estará ariscando a vida da sua queridinha.
Por Lívia Machado - Do G1, em São Paulo- Publicado em 2012
Cantor diz que perdeu
o prazer pela música e hoje prefere o silêncio.Aos 72 anos, ele gosta de ler a Bíblia e cultiva uma vida pacata em Goiás. (Cantou já passou dos 80 anos).
Com a voz
falha e imbuída de receios, Lindomar Castilho reluta em conceder uma entrevista
por telefone. “Eu não sou mais nada, cansei de ser cantor. Para que falar sobre
minha vida agora?” Aos poucos, porém, ele concorda em contar um pouco sobre a
sua influência na música popular brasileira. Após inúmeros problemas de saúde -
um deles responsável por comprometer parte de suas cordas vocais - ele afirma
levar uma vida pacata, "quietinha", no interior de Goiás.
(Ao longo
desta semana, o G1 publica uma série
de entrevistas com sete ícones da música brega. Famosos há cinco décadas,
eles permanecem lançando CDs e hoje são reverenciados pela nova geração de
cantoras da MPB).
Hoje, o
comportamento de Lindomar pouco se assemelha ao artista sedutor e mulherengo
que proferia os lamentos em "Vou rifar meu coração" e cantava músicas
divertidas como em "Doida demais", hit reciclado na abertura do
programa semanal "Os normais", exibido pela Globo de 2001 a 2003.
Diferente de
seus companheiros de vertente, aposentou o microfone, perdeu o prazer de cantar
e agora tem a Bíblia como companhia. Afirma que ganha "algum
dinheiro" com direitos autorais e venda de discos, mas perdeu o interesse
e o espaço no meio musical.
“Tenho aqui em
casa muitos DVDs, CDs, mas escuto pouco. Perdi o tesão, não canto mais nem no
chuveiro.” Lindomar mora sozinho, mas se diz acompanhado por dois
porta-retratos de suas filhas, que vivem em São Paulo.
Aos 72 anos, o
cantor fez do anonimato uma espécie de escudo. Embora avesso às entrevistas,
ele gosta de comentar sobre seus feitos na música popular. Teme, entretanto,
que o assunto inevitavelmente esbarre no crime que cometeu em 1981, quando
assassinou sua ex-mulher, a também cantora Eliane de Grammont, em um bar na
zona sul de São Paulo. “É um massacre isso. É lógico que eu me arrependo todos
os dias. A gente comete coisas em momentos que está fora de si.”
Na época,
cumpriu dois anos de pena na capital paulista e depois foi transferido para um
presídio em Goiás. Além de compor um CD de inéditas atrás das grades –
"Muralhas da solidão", lançado em 1985 e um dos poucos em que assina
a maioria das canções –, ele passou os sete anos preso dando aulas de música e
violão aos detentos.
“Eu ainda
fazia muito sucesso naquela época, e o interesse nas aulas era grande. Comecei
com a escolinha em São Paulo, mas o diretor do presídio de Goiânia gostou da
ideia. Tinha três turmas e dava aulas de segunda à sexta-feira. Era um alívio,
foi muito positivo.”
Nascidos em
bordéis
Um dos precursores da música brega, Lindomar credita o adjetivo pejorativo ao
nome de uma rua na cidade de Salvador, famosa por abrigar casas de
prostituição. “Esse nome começou comigo. Eu frequentava a Rua Nóbrega, que nem
sei mais se existe, lá em Salvador. Eu e os demais cantores de músicas
românticas tocamos em algumas dessas casas, mas gostávamos de ir lá para ver as
garotas de programa. Ficamos conhecidos como os rapazes da Nóbrega, que viviam
na Nóbrega, que foi abreviado para brega tempos depois.”
O cantor
parece pouco preocupado com o rebaixamento qualitativo que seu estilo musical
sofreu ao longo dos anos. “Nada mais é do que música romântica, e não vejo
problema em ter vivido disso.” Justifica suas escolhas profissionais com o nome
de uma das canções que gravou nos anos 80. "Eu canto o que o povo quer
ouvir."
Cheio de si,
ele compara o alcance de suas músicas com a baixa penetração da bossa nova,
vertente de “bacanas cariocas", como gosta de classificar. “Enquanto eu
cantava para milhares de pessoas, eles faziam reuniões para 100. Fui um dos
maiores vendedores de disco do Brasil, fui um homem bem sucedido.”
Além do
potencial comercial, um ponto comum dos ícones da música brega - ou apenas
romântica - como eles preferem ser classificados, foi o frisson que provocaram
no público feminino. Ao narrar histórias sofridas de amor, eles arrebatavam
corações e eram constantemente agarrados pelas fãs.
“A gente
cantava pra uma multidão, era muita mulher, uma loucura. Tinha que chegar junto
mesmo, elas queriam, se jogavam. A gente só retribuía.” Hoje, porém, escreve
canções apenas para si e resguarda o direito do anonimato. Acredita que seu
tempo como artista passou: "Eu já cansei, comecei em 1962. Já chega”.
Em 1981
assassinou a sua segunda esposa de quem estava legalmente separado, Eliane de Grammont, e foi condenado a 12 anos e
dois meses de prisão. O caso foi listado pelo site Último
Segundo (do IG)
ao lado de outros "crimes famosos que chocaram" o Brasil.[3]
O último CD
gravado pelo cantor foi "Lindomar Castilho Ao Vivo"[1],
lançado pela Sony
Music no ano 2000 no auge dos fenômenos musicais do brega e forró.
Lindomar
Cabral nasceu no então distrito de Santa Helena[1],
pertencente à Rio Verde, em Goiás.
Mudando-se para Goiânia, entrou para a Faculdade de Direito e
no ano de 1960[4] começa
a trabalhar na Secretaria de Segurança Pública do estado, após ter
prestado concurso público, deixando a faculdade no segundo
ano do curso.
Sua entrada
na música se
deu através do convite feito pelo diretor musical da gravadora Copacabana,
Diogo Mulero[5],
que em uma reunião na casa do compositor e escritor Bariani Ortêncio ouviu
Lindomar cantar. Prontamente Mulero o convida para gravar um disco e o
sugere o nome artístico Lindomar Castilho[4],
o qual adota em sua carreira. No final de 1962 Lindomar
grava seu primeiro álbum, intitulado "Canções Que Não Se Esquecem".
Logo o cantor
construiu uma carreira sólida cantando boleros e sambas-canções românticos,
se tornando um dos maiores vendedores de disco no Brasil da década
de 1970[4][5].
Seus discos chegaram a ser lançados simultaneamente no Brasil e nos Estados
Unidos.
A paulista
Eliana de Grammont e Lindomar se casaram no dia 10 de março de 1979, dois anos
depois de se conhecerem nos corredores da antiga gravadora RCA, em São Paulo. O
cantor, na época, já era conhecido como o rei do bolero enquanto ela ainda
ensaiava os primeiros passos de sua carreira. Antes de casar, os dois decidiram
que ela não cantaria mais para se dedicar ao lar. O matrimônio fez, portanto,
Eliana abandonar a carreira profissional para se dedicar unicamente ao lar e
cuidar da filha Liliane de Grammont, fruto da união dos dois. Mas o casamento
não durou muito tempo. Devido às agressões e ciúmes alimentados pelo alcoolismo
de Lindomar, ela, aos 25 anos de idade, pediu a separação, o que Lindomar não
aceitou de bom grado; uma vez separada de Lindomar, ela se relacionou com o
primo dele, Carlos Roberto da Silva, conhecido como Carlos
Randall, que passou a ser parceiro musical da cantora quando ela começou a
retomar a carreira artística, despertando ainda mais os ciúmes do cantor quando
também Randall se separou da mulher.
Três meses
depois de separada, quando cantava no Café Belle Epoque, no bairro da Bela
Vista, em São Paulo, Eliane levou cinco tiros pelas costas, sendo que um dos
disparos feriu também o seu primo, o violonista Carlos Randall. Lindomar foi
preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão por um júri popular em 23 de
agosto de 1984. Depois de cumprir a pena, sendo seis anos em regime semiaberto,
Lindomar Castilho ganhou liberdade em 1996. Ainda enquanto preso gravou um
disco com o título "Muralhas da Solidão" dentro da penitenciária goiana[6][4].
Eliane de Grammont era irmã de Helena de Grammont, repórter da Rede Globo.
Atualmente,
retirado da vida musical, Lindomar vive sozinho em Goiás[6].
CHEIA DO RIO IPANEMA NA BARRAGEM DE SANTANA. (FOTO: ÂNGELO RODRIGUES
Rios são cantados e decantados pelo homem desde a Antiguidade. Os poetas têm em suas águas a inspiração para estrofes saudosas, nostálgicas, comparativas. Todos os rios do mundo possuem a magia como fonte de vida e coisa muito particular do Senhor.
Você sabia que a vida dos rios é semelhante ao nosso viver? Os rios também possuem seus ciclos de vida: juventude, maturidade e velhice.
Caracteriza a juventude de um rio pela erosão vertical. O rio
escava seu leito para acomodamento verticalmente formando um vale com erosão violenta.
A maturidade mostra-se com erosão horizontal fazendo meandros. O rio já alcançou o seu equilíbrio, a rede hidrográfica já se apresenta organizada, distinguindo-se de modo claro seus afluentes e subafluentes. Tem início o trabalho de acumulação e o surgimento de planícies aluviais. Nessa fase, o rio começa a se desviar do seu curso sinuosamente fazendo meandros.
A velhice de um rio. Suas águas lentas já não realizam mais um trabalho intenso de erosão nem de transporte. Em ambos os lados do seu curso, se depositam sedimentos que constituem diques naturais em formas de ferradura que ficam isolados. Novas cheias podem romper esse isolamento.
O lugar onde um rio nasce, chama-se nascente, nome muito usado no plural. O lugar onde o rio despeja suas águas (final) tem o nome de foz, desaguadouro e barra, esta bastante usada no Brasil, principalmente nos sertões nordestinos. Talvegue, é a parte mais profunda de um rio. Suas laterais chamam-se margens (esquerda e direita). Leito é o lugar por onde escorre suas águas. Afluente é um rio que despeja suas águas em outro. A direção do rio para a foz se diz a jusante. A direção do rio para as nascentes, se diz: a montante.
São os rios que levam alimentos para os mares, que alimentam os peixes e que vão para a sua mesa.
Rostand Medeiros – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
Dedico esse texto ao meu amigo Gilad Salomon, cujos antepassados fugiram da Europa antes da Shoah e buscaram em uma pequena capital do Nordeste do Brasil, cujo nome evoca uma das principais festas da cristandade, algo imprescindível para seguir adiante na aventura da vida – Paz.
Tenho orgulho de fazer parte dessa comunidade que tão bem os acolheu.
Um dos pilares fundamentais do nazismo na Alemanha foram seus campos de concentração e a aniquilação física dos seus inimigos políticos ou raciais. Eram espaços onde as pessoas ficaram detidas ou confinadas, geralmente em condições de vida adversas e sem respeito algum pelos seus direitos ou pelas normas legais básicas de detenção ou encarceramento, onde eram mortos sem nenhuma defesa legal.
Os primeiros campos de concentração na Alemanha (Konzentrationslager; KL ou KZ) foram criados após a chegada de Adolf Hitler ao poder em 1933. Nesses primeiros centros foram mantidos presos aqueles considerados inimigos políticos do regime, principalmente membros do Partido Socialista e do Partido Comunista Alemão.
Sua organização era dirigida pela SA (grupo paramilitar do partido nazista) e pela polícia. Aos poucos, os nazistas dissolveram a maioria dos primeiros campos e os substituiram por grandes campos de concentração centralizados e campos de trabalho sob a jurisdição exclusiva da SS comandados por Heinrich Himmler, um dos principais líderes da Alemanha de Hitler. A SS, ou Schutzstaffel (Esquadrões de defesa), foi a guarda de elite do estado nazista. Uma organização militar do Terceiro Reich com funções políticas, policiais e de segurança, que também desempenharam o trabalho prisional por meio da administração e vigilância dos campos de concentração.
Em 1939 existiam seis campos principais: Dachau, o único existente desde 1933 e um modelo para os demais, Sachsenhausen (1936), Buchenwald (1937), Flossenbürg (1938), Mauthansen (1938) e Ravensbrück (1939).
Com o início da Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939, as conquistas territoriais nazistas fizeram surgir novos problemas, como a necessidade de encarcerar grupos de inimigos infinitamente mais numerosos. O sistema de campos de concentração rapidamente se espalhou pelo Leste Europeu e adquiriu dimensões dantescas com o surgimento dos campos de extermínio.
Em julho de 1941, Heinrich Himmler confiou a Reinhard Heydrich, um dos principais chefes da SS, a elaboração de um plano para a “Solução final da questão judaica”, que consistia basicamente na criação de métodos para a aniquilação biológica dos judeus.
Em 20 de janeiro de 1942 celebra-se em um subúrbio de Berlin a Conferência Wannsee. Os participantes incluíram representantes de vários ministérios do governo, além de outros representantes da SS. No decorrer da reunião, Heydrich descreveu de forma clara e sistemática como os judeus europeus seriam presos e enviados para os campos de extermínio para serem mortos. A partir desse momento nomes como Auschwitz, Chelmno, Belzec, Sobibor, Treblinka, Majdanek e outros se tornariam conhecidos naquilo que hoje denominamos de Holocausto.
Nesses locais o objetivo não era apenas maltratar ou aniquilar inimigos lentamente com trabalhos forçados, mas simplesmente exterminar o maior número de pessoas e no menor tempo possível.
Os alemães começaram aplicando técnicas de extermínio antes utilizadas em menor escala, tais como a asfixia em caminhões especiais com os gases causados pela combustão do motor. Mas para exterminar seres humanos em escala industrial, esse método era ineficiente e os nazistas acabaram desenvolvendo um sistema organizado que utilizava o gás Zyklon B como meio de alcançar seus objetivos. Essa era a marca registrada de um pesticida a base de ácido cianídrico, cloro e nitrogênio. Seu nome derivava dos substantivos alemães dos ingredientes principais e a letra B existia para apontar uma de suas diferentes concentrações. Este composto foi escolhido por proporcionar, com eficiência, uma morte rápida em câmaras de gás que comportavam centenas de pessoas, cujos restos depois foram destruídos nos chamados fornos crematórios.
Nos campos de extermínio mais de seis milhões de pessoas foram mortas, a maioria deles judeus vindos da Europa Oriental. Mas centenas de milhares de prisioneiros russos, ciganos, prisioneiros políticos, homossexuais, Testemunhas de Jeová e outros considerados indesejáveis pelo Partido Nazista pereceram nesses locais.
O COMPLEXO AUSCHWITZ
De todos os campos de extermínio destaca-se Auschwitz, onde mais de um milhão e meio de pessoas foram assassinadas entre 1941 e 1944. Foi o maior complexo de campos de concentração criado pela Alemanha Nazista. Ficava localizado no sul da Polônia, em uma localidade a cerca de a 50 quilômetros da cidade de Cracóvia, perto da comunidade de Oswiecim, não muito distante da fronteira com a Alemanha, no território polonês anexado pelo Terceiro Reich.
Auschwitz era realmente um complexo composto de três campos principais.
Auschwitz I foi o campo de concentração original e serviu como centro administrativo de todo o complexo. Nesse campo morreram prisioneiros políticos poloneses, prisioneiros de guerra soviéticos e sua construção começou em maio de 1940. No hospital de Auschwitz I, médicos da SS realizaram experimentos em crianças, gêmeos, anões, esterilizações forçadas, castrações e experiências de hipotermia em adultos. O mais conhecido médico a participar desses experimentos foi o capitão Josef Mengele.
Auschwitz II (Birkenau) foi um campo de extermínio que nasceu em outubro de 1941 e onde a maioria das pessoas que ali colocaram os pés naquela época foi assassinada. A primeira câmara de gás temporária tornou-se operacional em janeiro de 1942 e no final do ano seguinte já havia quatro estruturas de aniquilação, incluindo uma sala de decapagem, uma câmara de gás e um crematório.
Os recém-chegados a Auschwtitz-Birkenau tiveram que passar por um processo de triagem para determinar se estavam aptos aos trabalhos forçados ou se eram imediatamente enviados as câmaras de gás, que foram disfarçadas de chuveiros para enganar as vítimas. A maioria dos prisioneiros era imediatamente morta. Os objetos pessoais das vítimas foram confiscados e classificados na seção conhecida como Kanada para serem enviados à Alemanha. Para os prisioneiros, o Kanada representava riqueza. Ali os casos de corrupção na SS eram frequentes e muitos desses objetos pessoais foram roubados pelos guardas.
Auschwitz III (Monowitz) foi um campo de trabalhos forçados da empresa IG Farben, uma empresa química alemã. Periodicamente a SS verificava o estado de saúde dos trabalhadores escravos e os mais fracos eram encaminhados para as câmaras de gás.
O complexo de Auschwitz foi primeiramente liderado pelo tenente-coronel da SS Rudolf Höss até novembro de 1943, quando foi substituído pelo capitão Josef Kramer. A partir do final de 1943 o complexo de extermínio ficou sob o comando do tenente-coronel Arthur Liebehenschel. Todos três comandantes de Auschwitz morreram na forca entre 1945 e 1948.
A CHEGADA
“Mil e quinhentas pessoas viajaram de trem por vários dias e suas noites correspondentes. Cada vagão estava lotado com 80 pessoas deitadas em cima de suas bagagens (…) Todos acreditávamos e esperávamos que nosso destino fosse uma fábrica de munições onde, simplesmente, eles nos obrigavam aos trabalhos forçados (…) De repente, um grito angustiado escapou da garganta dos passageiros: Há uma placa que diz Auschwitz!” (Livro – A busca do homem por sentido, de Viktor Frankl).
Ao longo dos anos, centenas de trens chegaram a Auschwitz carregados de judeus e indesejados de toda a Europa, especialmente poloneses e húngaros, mas também franceses, holandeses, gregos, tcheco-eslovacos e de outros países.
Os deportados não sabiam do seu destino e que a morte os esperava, acreditavam que iam para um local onde iriam realizar trabalhos de vários tipos. A transferência massiva foi realizada em trens que puxavam vagões de gado, onde centenas de seres humanos se aglomeraram quase sem aberturas para o exterior e sem acesso a água ou comida durante todo o trajeto. Muitos morreram, especialmente se a viagem fosse longa, pois seguiram os trechos de pé e sem local para se aliviar de suas necessidades fisiológicas. Os trens chegavam lotados e sempre voltavam vazios, o que logo chamou a atenção de quase todos, principalmente dos moradores das cidades vizinhas.
Ao chegar a Auschwitz os prisioneiros saíam dos vagões e eram forçados pelos guardas SS a formarem enormes filas, em meio a intimidações, pancadas e latidos de cães enfurecidos. Em seguida tiveram que abandonar suas bagagens, que foram recolhidas e levadas ao bloco Kanada, onde seriam saqueados de todos os tipos de valores.
Posteriormente as colunas de homens e mulheres (separadamente) eram submetidas a uma seleção, onde os nazistas determinavam aqueles que não estavam aptos para o trabalho (fracos, doentes, crianças pequenas, mulheres com filhos, idosos e deficientes), que seriam eliminados rapidamente nas câmaras de gás. Os adultos considerados aptos para os trabalhos forçados tinham um número tatuado no antebraço e ficavam assim registrados. Em seguida eles eram desinfetados, barbeados e submetidos a chuveiros frios. Depois recebiam um uniforme de prisioneiro com as clássicas listras azuis, embora os prisioneiros russos pudessem usar seus uniformes, como forma de economizar dinheiro.
Os prisioneiros então passavam para um bloco especial de quarentena, onde esperavam semanas por seu destino final, ou algum trabalho no campo. O tratamento era brutal e alguns eram torturados ou espancados por prazer. Aqueles que não tinham uma função não demoravam muito em Auschwitz.
“Mandavam-nos deixar os nossos pertences e formar fileiras, uns de homens e outras de mulheres (…) A fileira dos homens era comandada por um oficial imaculadamente uniformizado e que apontava com um dedo para que direção certos presos deviam tomar. Um amigo me disse para ficar de pé e parecer saudável, porque a fila da direita era fatal (…) o policial com o dedo brincalhão me apontava para o corredor da esquerda, enquanto para o meu amigo foi apontado o da direita ( …) Depois de um tempo perguntei a um conhecido do dormitório o que havia acontecido com meu amigo, ele me perguntou se o tinham feito descer o corredor da direita, ao que afirmei, meu companheiro olhou por uma janela estreita e apontou para uma chaminé distante de onde saía uma fumaça enegrecida, seu amigo já está no céu (…) demorei a perceber que meu amigo era um dos milhares de infelizes que morreram assim que desceram do trem (…)” (Livro – A busca do homem por sentido, de Viktor Frankl).
VIDA NO CAMPO: REPRESSÃO E MORTE
A seleção dos prisioneiros após a chegada a Auschwitz não decide realmente entre a vida e a morte, mas apenas quando o prisioneiro vai morrer.
Dias difíceis de trabalho e de deploráveis condições de vida aguardam os escolhidos, que os levariam mais cedo ou mais tarde à exaustão física. Isso é o que as SS chamavam de “extermínio por trabalho”. Eles trabalharam em indústrias próximas como mão de obra escrava, alugados ou vendidos a empresas em troca de dinheiro (IG Farben, Metall Union, Siemens), ou na construção e reparo de infraestrutura (edifícios, estradas, etc.).
Os prisioneiros foram amontoados em barracões de madeira com pouca ventilação e luz. Seu número por cada um desses ambientes dependia do número total de prisioneiros no campo.
Em Auschwitz I os presos ficavam em blocos de tijolos, em Auschwitz II havia casernas de tijolo e madeira, com um quarto para os Kapos (prisioneiros judeus que trabalhavam como guardas em troca de benefícios). Quando havia muitos presos, em cada área de beliches se espremiam para dormir 45 pessoas em vez de 15. Algumas vezes as camas eram cobertas com palha, outras com sacos cheios de palha ou aparas. Havia alguns cobertores sujos e puídos. Não havia instalações sanitárias. Eles se aliviavam em latrinas primitivas e desprotegidas, saturadas e fedorentas e, em meio à sujeira e aos cheiros terríveis os ratos vagavam livremente. A umidade e o frio prejudicavam a saúde. Raramente podiam tomar banho: quando podiam, eram empurrados nus para os banhos frios.
Às 4 da manhã os Kapos os acordavam com o som de seus apitos. Os prisioneiros então tomariam um café ou chá. Depois de alinhados uma contagem era feita e na sequência seguiam para o trabalho que durava exaustivas 11 horas. Em um breve intervalo os detidos comiam um pouco de batata, ou sopa de casca de batata. A comida era muito escassa e, para obtê-la, era preciso enfrentar longas e extenuantes filas. Devido à sua escassez, os últimos frequentemente ficavam sem comida. Quando voltavam o número de prisioneiros era revisado. Se por qualquer razão houvesse alguma falta, as filas eram prolongadas por várias horas como punição. À noite comiam pão com linguiça, ou manteiga, e às 9 horas era proibido sair dos seus barracões sob pena de morte.
As catastróficas condições higiênicas, nutricionais e o excesso de trabalho permitiram a propagação de doenças que causaram enorme mortalidade, tornando-se mais uma forma de extermínio. As doenças mais comuns foram tifo, disenteria, malária, tuberculose, debilidade geral por exaustão, anemia e infecções causadas pelo trabalho e não tratadas. Os médicos selecionavam periodicamente enfermeiras para a câmara de gás, para dar lugar a uma nova prisioneira mais apta.
Em uma hierarquia entre os detidos, aqueles que ocupavam os postos mais baixos eram os judeus.
Assassinatos públicos eram realizados para manter os prisioneiros controlados. Eram utilizados fuzilamentos, enforcamentos, ou chicotadas até a morte com os detentos amarrados com as mãos por trás e pendurados em vigas, postes e árvores.
Matar por diversão, ou por capricho, também fazia parte do terror infligido aos prisioneiros. Os SS tinham total liberdade sobre a vida dos detidos. Se algum dos prisioneiros se cansasse ao executarem uma tarefa, poderiam ser mortos sem compaixão. Às vezes os guardas misturavam ordens contraditórias e, portanto, tinha um pretexto para o assassinato, o que provocava terror nos sobreviventes.
Depois de três a seis meses, o prisioneiro geralmente estava no fim de suas forças. Se ele não morresse, ou se suicidasse atirando-se contra o arame farpado eletrificado, ou procurasse de todo jeito levar um tiro dos guardas, era classificado como impróprio para o trabalho em uma seleção posterior. Então era morto na câmara de gás.
Se a cota de assassinatos diários não fosse atingida, uma cabana era escolhida a esmo e todos os seus inquilinos eram eliminados. Só tinha chance de sobreviver quem conseguiu um cargo na administração do campo, na enfermaria, na cozinha, ou trabalhava como um kapo.
Nos primeiros meses de 1944 quatro grandes câmaras de gás estavam operando plenamente. Este maquinário do terror superou todas as previsões, atingindo 8.000 vítimas por dia, que foram depois cremadas. Naquela época, o pico de chegada de trens carregados de judeus em Auschwitz foi atingido.
Nas operações das câmaras de gás e fornos crematórios estavam unidades de trabalho compostas por prisioneiros e chamadas Soderkommandos. A situação deles era terrível, pois tinham que levar os prisioneiros – às vezes parentes ou amigos – para a câmara de gás. Depois tinham de retirar os corpos, revistá-los em busca de objetos de valor e finalmente incinerá-los nos fornos crematórios. Se revelassem a função das câmeras aos presos, eram executados, às vezes cremados vivos. Se eles não aceitassem a tarefa eram mortos. A cada três ou quatro meses eram eliminados e substituídos por outro novo grupo.
Outros prisioneiros tiveram uma morte mais cruel nas mãos dos médicos da SS. Estes profissionais da medicina, além de cuidar da seleção dos prisioneiros adequados para o trabalho escravo e supervisionar as execuções, realizaram testes ditos “científicos” com seres humanos vivos no bloco 10 de Auschwitz.
Alguns prisioneiros tornaram-se cobaias em pesquisas sobre tratamentos com certos tipos de drogas, ou em experimentos voltados para a procriação da raça ariana e sua pureza. Nessa área ficou célebre a brutalidade de Joseph Mengele, que trabalhou em estudos genéticos e escolheu gestantes, crianças, gêmeos, deficientes físicos e anões para investigar. Ele até abriu a carcaça de prisioneiros vivos e também injetou mercúrio em fetos.
“Logo você estava se entendendo e se imergindo na situação e adotando palavras usadas no campo. Uma delas que merece destaque foi a expressão: atirar-se contra o arame farpado. Ela significava suicídio já que os portões estavam eletrificados e atirar-se contra eles era autodestruição. Como prisioneiro fui tentado a cometer este último ato, porém, como mais cedo ou mais tarde todos tínhamos a certeza do nosso fim, decidi que era o destino que tomaria essa decisão (…) A verdade é que não agradeço suicidar-me, porque fui um dos poucos sobreviventes desta enorme tragédia chamada Holocausto. ” (Livro – A busca do homem por sentido, de Viktor Frankl).
O complexo de Auswichtz estava sob o controle da SS. Em Auschwitz serviram 6.500 membros das SS, realizando todo tipo de tarefas destinadas à operação e vigilância dos campos. A existência de um campo feminino em Auschwitz II também implicava a existência de mais de 200 mulheres SS (Aufseherin).
Sempre junto aos SS estavam os Kapos. O tratamento desumano infligido Por esses dois grupos aos prisioneiros espancamentos, privação de alimentos, chicotadas, celas de punição tão estreitas que ninguém conseguia ficar em pé. Isso tudo criou uma atmosfera de terror permanente que destruiu os prisioneiros. Em troca os Kapos recebiam roupas melhores, cigarros e uma alimentação mais farta e, portanto, maior esperança de sobrevivência.
O FINAL
Em meados de janeiro de 1945, as forças soviéticas se aproximaram de Auschwitz e as SS começaram a evacuar o campo e os subcampos próximos. Milhares de prisioneiros foram mortos e 60.000 foram forçados a marchar em várias direções, especialmente para o oeste. Foi uma das mais importantes “marchas da morte” lançadas dos campos de concentração no final da guerra. Marchas cansativas, onde qualquer um que ficasse para trás ou que não pudesse continuar era baleado. Durante essas marchas, os presos sofreram fome e frio em meio ao mau tempo. Mais de 15.000 prisioneiros morreram nessas marchas.
Ao chegarem ao destino, embarcaram em trens que os levaram a outros campos na região central da Alemanha (Buchenwald, Sachsenhausen, Dachau, etc.). Por dias e sem comida ou água, muitos morreram na jornada.
Quando os soviéticos entraram no complexo de Auschwitz em janeiro de 1945, eles encontraram um quadro absolutamente desolador com 7.000 prisioneiros, a maioria deles doentes e moribundos.
Depois da guerra, os soviéticos prenderam a maior parte do pessoal do complexo, que foram julgados pelas autoridades russas ou entregues aos tribunais poloneses. Rudolf Hoss foi capturado pelos britânicos e enviado à Polônia, onde foi julgado e enforcado em dezembro de 1947, nas mesmas instalações de Auschwitz. No total, 750 membros das SS foram julgados e alguns executados como resultado.
AUSCHWITZ ATUALMENTE
Hoje, Auschwitz é um dos grandes centros turísticos da Polônia e foi declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Mais de um milhão e meio de pessoas o visitam todos os anos, especialmente no verão, e centenas de voos charters chegam à vizinha Cracóvia de todo o mundo (Europa, Estados Unidos, Israel especialmente). Para muitos, essa superlotação supõe a banalização da morte, transformada em um grande espetáculo, onde milhares de pessoas impulsivamente tiram fotos de lembrança.
Muitos sociólogos encontram uma explicação para a atração desses lugares para o turismo de massa: isso lembra o quão privilegiado você é, quando se lembra de tanto horror. As pessoas ficam aliviadas, felizes por não ter chegado a sua vez, e também sabem que, quando quiserem, podem sair e voltar para a segurança de suas próprias vidas. Esse turismo de massa também não ajuda a conservação das instalações que começam a correr sério risco de deterioração. Os barracões onde ficaram os prisioneiros, construídos com tijolos vermelhos e vigas de madeira, foram erguidos rapidamente e sem intenção de durar, pois seus habitantes seriam exterminados. Agora eles se desfazem com o passar do tempo.
Por outro lado, devemos compreender a importância de Auschwitz na preservação da memória, pois é um poderoso testemunho visual dos crimes ali cometidos e, especialmente, seu papel na sensibilização dos homens em face dos horrores do nazismo e da guerra.
Nesse sentido, Auschwitz é um antídoto para a barbárie: quem a visita fica marcado e chocado para sempre, porque se habitua à ideia do horror aí vivido. Visto desta forma, a chegada massiva de turistas é positiva e salvar Auschwitz torna-se uma necessidade. Não em vão esse lugar é o grande testemunho do Holocausto.
Não há restos dos campos de extermínio de Treblinca, Kulmhof, Sobibor ou Belzec, que foram destruídos pelos nazistas com a intenção de esconder seus crimes. No entanto Auschwitz, o maior deles, mantém suas estruturas originais. Os alemães explodiram as câmaras de gás e queimaram alguns armazéns enquanto o Exército Vermelho se aproximava, mas sua retirada foi precipitada e caótica, e eles falharam em destruir tudo.
Conservam-se inúmeros testemunhos de sobreviventes dos campos, muitos deles coletados na página do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington.
Em tempo, a palavra Shoah é como os judeus denominam o Holocausto.
FONTE – MATERIAL PRODUZIDO A PARTIR DOS TEXTOS DE JOSE ANTONIO DONCEL DOMÍNGUEZ, DE VILLANUEVA DE LA SERENA, BADAJOZ, ESTREMADURA, ESPANHA. DISPONÍVEIS NOS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS