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terça-feira, 9 de junho de 2015

JOSÉ MENDES PEREIRA ENTREVISTA O POETA, ESCRITOR, PESQUISADOR DO CANGAÇO E GONZAGUIANO, EX-PRESIDENTE DA SBEC - SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO KYDELMIR DANTAS


Entrevistador: José Mendeshttp://blogdomendesemendes.blogspot.com.br
Entrevistado: Kydelmir Dantas

1. Quando a SBEC foi fundada, com qual finalidade e quem foram os mentores da instituição?  Quem são os membros da SBEC e quais os critérios para nela ingressar? Durante esses anos todos de sua existência, que eventos e publicações a SBEC tem realizado?

KD. A SBEC foi fundada em 13 de junho de 1993, data aniversário que lembra a entrada de Lampião e seu bando na cidade de Mossoró-RN. É uma entidade sem fins lucrativos que coordena um maior entrosamento entre os pesquisadores, escritores e artistas brasileiros que estudam e divulgam o Nordeste. Assuntos como Cangaço, Coluna Prestes, Canudos, revoltas: Praieira, Balaiada, Cabanagem, Quebra-Quilos, Juazeiro, Padre Cícero, Delmiro Gouveia e o progresso do nordeste, Quilombos, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e a Música Popular Nordestina; a Cultura e a Arte nordestinas são prioridades nos estatutos da SBEC para debatermos e divulgá-los em eventos, no Brasil e no exterior.

Quem e quantos são os integrantes?

Escritores, Pesquisadores, Poetas, intelectuais e alunos que se interessam pela pesquisa histórico-sociológica do Nordeste e do Brasil.
Qual a abrangência dessa entidade?

Inúmeros segmentos da sociedade cultural, no âmbito das pesquisas em vários Estados do Brasil, com sócios espalhados por este País continental.

O quê é necessário para se tornar sócio da SBEC?

Precisa ter trabalhos apresentados, artigos e/ou livros publicados, dentro dos diversos temas que permeiam a mesma. O pretendente deverá ser apresentado por um sócio efetivo e seu nome aprovado por, pelo menos, cinco outros sócios.

2. Há outras instituições e núcleos de estudos do cangaço no Brasil?

KD. Acredito que há. Não conheço uma com a abrangência da SBEC. O que sei é que há muitos pesquisadores e escritores do tema Cangaço espalhados por este Brasil todo. Há grupos criados na Paraíba, Ceará, Pernambuco e RN. Além de um grande evento formatado no Ceará, pelo sócio e pesquisador Manoel Severo, que é o Cariri Cangaço, hoje abrangendo CE, PB e PE.

3. Ainda há ex-cangaceiros de Lampião, vivos?

KD. Até pouco tempo, sim. Conhecemos Candeeiro, em  PE; Aristéia e Antonia de Gato, na BA; Moreno e Durvinha, em MG; Vinte e Cinco, em AL e Dulce, em SP. Do nosso conhecimento, Dulce é a última cangaceira viva, e foi companheira do cangaceiro Criança.

4. Quais são os livros e documentários outros fundamentais para se conhecer o cangaço?

KD. Muitos livros são produzidos. Poucos são criteriosos e imparciais. Destacamos uma lista pessoal, que indicamos para quem quer conhecer mais a fundo o Cangaço no Nordeste brasileiro: O Cabeleira de Franklin Távora; Sinhô Pereira, o Comandante de Lampião de Nertan Macedo; Gente de Lampião: Corisco e Dadá de Antônio Amaury Corrêa de Araújo; Jesuíno Brilhante, o Cangaceiro Romântico de Raimundo Nonato; Lampião, o Rei dos Cangaceiros de Billy Jaynes Chandler; Guerreiros do Sol e A Estética do Cangaço, do Frederico Pernambucano de Mello; Lampião na Bahia de Oleone Coelho Fontes; Nas Garras de Lampião de Antônio Gurgel & Raimundo Soares de Brito; O Cangaço de Maria Isaura Pereira de Queiroz; Antônio Silvino: o cangaceiro, o homem, o mito de Sérgio Augusto de Souza; Vingança não do Pe. Pereira Nóbrega. Lampião, sua história do Érico de Almeida; Massilon, do Honório de Medeiros; Lampião em Mossoró de Raimundo Nonato; A marcha de Lampião: assalto a Mossoró de Raul Fernandes; Flor dos Romances Trágicos de Luís da Câmara Cascudo; Lampião, senhor do sertão: vidas e mortes de um cangaceiro de Èlise Gruspan-Jasmin; A Derradeira Gesta: Lampião e Nazarenos Guerreando no Sertão de Luitgarde Barros; Os Cangaceiros – ensaio de interpretação histórica, do Luiz Bernardo Pericás; O Incrível Mundo do Cangaço. Vol. 1 e 2, do Antonio Vilela de Souza; Cangaço, uma ampla bibliografia comentada, do Melquíades Pinto Paiva. Considero os principais.

5. Que avaliação você faz das produções no cinema e na televisão, abordando o cangaço?

KD. Que nem os livros também há muitos filmes realizados. Poucos, ou quase nenhum, seguem à risca os fatos históricos. Há produções dentro dos diversos gêneros no cinema: Documentários, comédias, seriados e pornôs. Destacamos, como principais: Lampeão, imagens reais, de Benjamin Abrahão (1936); O Cangaceiro, de Lima Barreto (1953); Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha; Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariry (1996); O Baile Perfumado de Paulo Caldas e Lírio Ferreira (1996). No final dos anos 90 e início do novo século foram produzidos vários vídeos documentários através da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço). Entre eles podemos destacar: Sila, Ilda Ribeiro de Sousa (1999), Candeeiro de 2004, e Vinte e Cinco, Um Cangaceiro de Lampião de 2005, todos eles produzidos por Aderbal Nogueira, de Fortaleza – CE.

6. Lampião hoje é visto com certa simpatia no meio universitário dos estudos sociológicos, como fruta da sociedade de seu tempo. Enfim, ele é bandido ou herói?

KD. Veja bem. Virgolino Ferreira e uma boa parte de homens de seu tempo, entraram no cangaço se dizendo injustiçados. Acontece que Virgolino - que ganhou a alcunha de Lampião - transformou o cangaço em meio de vida. Para seus amigos, era um herói; para os inimigos e perseguidores, um bandido. Para os pesquisadores do tema cangaço, seu capitão-mor e para os nordestinos, um mito!

7. Por que há certo fascínio pela figura do cangaceiro nordestino?

KD. O cangaço foi um movimento social daquela época. Alguns entraram nele para fazer justiça com as próprias mãos; outros por espírito de aventura e outros por ter como se proteger da Polícia fazendo parte de um grupo. Estes últimos eram bandidos consumados, sem retorno nem perdão. O fascínio, certamente, vinha da maneira de viver daqueles homens. Sem patrão, nômades e donos de seu próprio destino.

8. O que aconteceu de significativo com Lampião e seu bando em Mossoró e o que a cidade faz para cultuar essa memória?

KD. A 13 de Junho de 1927, Lampião e seus cabras, juntamente com mais 3 sub-grupos (os de Sabino, Jararaca e Massilon) tentaram invadir Mossoró e foram rechaçados pela população desta urbe, devidamente comandada pelo seu prefeito, Rodolpho Fernandes de Oliveira Martins. Este homem reuniu seus amigos, parentes e correligionários, juntamente com a pequena guarnição comandada pelo Tenente Laurentino de Morais, e obteve o que se considera, nas pesquisas do cangaço, a maior derrota de Lampião no Nordeste, (afora sua morte, claro!). Hoje, 88 anos após este feito, a cidade comemora a resistência, com um belo espetáculo denominado Chuva de Bala no País de Mossoró. Além disto, há no Museu Histórico fotos e peças relacionados à resistência e a presença da SBEC, desde 1993, que plantou esta semente da Resistência, já que antes da criação desta entidade só se falava no ataque de Lampião a Mossoró. Também, é claro, o Memorial da Resistência, que é um espaço dedicado à vitória de Mossoró e seus heróicos defensores, sem deixar de mostrar o Cangaço, representado pelos seus nomes principais e as imagens daqueles que combateram o cangaço, as Volantes policiais dos estados do Nordeste brasileiro.

9. Você é um dos paraibanos mais norte-rio-grandenses que conhecemos. Como se deu essa sua familiaridade com o Estado potiguar vizinho?

KD. Nascido a 6 de setembro de 1958. Agrônomo, pesquisador e poeta de Nova Floresta - PB, filho da professora Angelita Dantas de Oliveira (paraibana) e do agricultor Manoel Batista de Oliveira (potiguar). Fiz o Curso Primário em Nova Floresta (PB), continuando os estudos no Ginásio Agrícola de Currais Novos (RN) e no Colégio Agrícola de Jundiaí, em Macaíba (RN). Conclui o curso de Agronomia na UFPB/CCA/Campus III – Areia (PB). Sou pai de Joaquim Adelino e João Daniel e companheiro de Cecília Monte (segunda esposa e potiguar). Portanto, pelo meu currículo já dá pra perceber que a maior parte da minha vida foi no Rio Grande do Norte, sem deixar de preservar o amor e a paixão pela Paraíba, como nos versos de Genival Macedo. “morena brasileira do meu coração”.

10. Que cargo o sr. ocupa na Petrobras e o que essa instituição tem feito em prol do fomento a Cultura no Rio Grande do Norte?

KD. Desde abril de 1987, sou funcionário da PETROBRAS, como técnico, trabalhando em Mossoró - RN, onde resido e já tenho o título de cidadania, o que muito me orgulha. Então, há 28 anos estou na capital do oeste potiguar.

Com relação a esta grande empresa, é uma das maiores fomentadoras culturais deste estado, investido em teatro, literatura e música; há poucos dias encerrou-se o convênio com a Fundação Vingt-un Rosado/Coleção Mossoroense, quando finalizou-se o projeto Rota Batida, com a publicação de 12 títulos de livros de autores potiguares.

11. Quais entidades culturais você faz parte e as suas considerações finais...

Somos sócios do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGRN;

Poetas e Prosadores de Mossoró – POEMA; Academia Norteriograndense de Literatura de Cordel – ANLINC; Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC e da União Nacional de Estudos Históricos e Sociais – UNEHS.

Agradecemos a oportunidade e o apoio de sempre.

Mossoró – RN, junho de 2015.

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SÓ PARA VOCÊ TOMAR CONHECIMENTO - EVANGÉLICOS URINAM E DEPOIS QUEIMAM IMAGEM DE NOSSA SENHORA NA REGIÃO DE CAJAZEIRAS

Esta imagem não é do fato ocorrido em Cajazeiras, é uma Imagem de outra profanação ocorrida em Roma - Imagem ilustrativa

O Padre Querino Pedro, administrador da Paróquia Santo Afonso, na cidade de Carrapateira, região de Cajazeiras lamentou, nesta terça-feira (03), a destruição da imagem de Nossa Senhora por algumas pessoas evangélicas.

“Mijaram em cima da imagem, jogaram gasolina e queimaram Nossa Senhora. Dizem que os católicos estão condenados ao inferno”. Lastimou o padre.

O religioso destacou também a preocupação das mães, pois as crianças estão sendo taxadas de que estarem “condenadas ao inferno”.

O padre disse que essas declarações são feitas por evangélicos até nas escolas, e isso está deixando os católicos constrangidos e as crianças amedrontadas.  “Estão fazendo a cabeça das crianças para repudiarem Nossa Senhora”.

Querino denunciou ainda que estão pichando as paredes da igreja com palavrões. “Estão também chamando os católicos de baratas pretas”.

Segundo o padre, as pessoas que estão fazendo esse tipo coisa pertencem a igreja dirigida por Luiz Lourenço, mais conhecido por Pastor Poroca. Ele informou que não procurou a polícia para denunciar o caso.

Entenda

Pastor Poroca ficou conhecido no Brasil inteiro por declarações fortes contra a Igreja Católica e contra o homossexualismo.

Em sua última participação na imprensa, Poroca falou sobre o caso da santa que chorou durante um velório no bairro das Queimadas em Marizópolis, região de Sousa.

De acordo com testemunhas, familiares e amigos estavam no velório do senhor Antônio Nonato que tinha 77 anos, quando um dos funcionários da funerária percebeu que havia lágrimas nos olhos da imagem da santa que estava pendurada em uma parede ao lado do caixão do morto.

Poroca afirmou que não procede a informação que a Santa chorou. “É mentira, nem os vivos estão mais chorando no mundo de hoje, imagine só uma imagem feita de papel, é tudo espírito de demônio”, disse o reverendo.

Ainda de acordo com Poroca, a bíblia condena as pessoas que adoram as imagens de esculturas. “Eu publico a verdade, quem adora imagens de esculturas irá queimar nos caldeirões do inferno”, concluiu.

Fonte: Diário do Sertão / reprodução da matéria publicada no dia 04 de junho de 2014 no  NSCM- Site Oficial da Comunidade Nossa Senhora Cuida de Mim –   


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DIA 16 DE JUNHO EDY LEMOS ESTARÁ CANTANDO NO PÁTIO DA IGREJA SÃO JOÃO EM MOSSORÓ


CONHEÇA UM POUCO SOBRE EDY LEMOS

Por Higo Lima

Para a Revista Domingo

Ele é daqueles que parece não ter nascido para ser pequeno. Começou a adolescência saltando de calouro para principal atração do Festival A Mais Bela Voz, ainda em Mossoró. Daqui, ele passou por Recife, quando as portas para os grandes palcos se abriram. Fez TV e logo se transformou no mossoroense mais visto na mídia nacional. Mas isso ainda não era o suficiente na carreira de Edmilson Lemos, que despontou no outro lado do Atlântico como Edy Lemos. Com uma presença de palco performática e notas altas, ele levou seu nome a mais de 100 países e, com a música “Conceição, nome de Santa”, vendeu mais de 80 mil cópias só em Portugal. 


Fez amizades com grandes nomes da música nacional e mundial; se apresentou em grandes casas de shows, mas ele quer mais: “quero que as novas gerações da minha cidade me conheçam. Quero me apresentar em Mossoró”.

DOMINGO – Dentro do Festival a Mais Bela Voz, você foi de calouro à principal atração. Como foi esse início da sua carreira?

Edy Lemos – Ganhei o concurso A Mais Bela Voz em 1979, à época eu tinha apenas 12 anos de idade, incentivado pelo padre Américo Simonetti, que tinha muito carinho por mim. Interpretei a canção “Solidão de Amigos”, uma música linda de Jessé. A participação fez muito sucesso e, de candidato, passei a ser uma atração do Festival, indo fazer participação em todas as cidades onde tinham as eliminatórias.

O FESTIVAL foi decisivo na sua escolha de ser cantor?

A MINHA mãe sempre teve muito cuidado em nos educar com um bom Português e dicção. Na verdade, eu realizei um grande sonho dela que era o canto. Mas o festival foi muito importante sim. Devido meu talento e atenção do saudoso padre Américo, consegui uma bolsa de estudos no Colégio Diocesano, depois ingressei nos quadros da Marinha para exercer a função de datilógrafo. Cheguei ao posto de 1º cabo. Nunca quis seguir a carreira nas Forças Armadas, embora meus colegas sempre me incentivassem a seguir a carreira do canto dentro da Marinha.

...E POR que não seguiu?

AH, não! Queria um canto livre, mais autonomia para a minha arte e isso eu não iria ter dentro da Marinha porque não iria poder fazer tudo o que eu quisesse.

ENTÃO, quando resolveu sair da Marinha e seguir carreira?

TIVE coragem e tomei a decisão de sair. Um dia, no Recife/PE, eu conheci Ângela Maria e Calby Peixoto, conversamos muito e ela me convidou para fazer backing vocal numa das casas de shows mais famosas da capital pernambucana, à época. Era um espaço para grandes nomes da música brasileira e, claro, eu aceitei.

ALI foi onde você despontou na música?

ACREDITO que sim. No Recife eu comecei a ter contato com grandes nomes da nossa música. De lá, em 1983, eu fui para o Rio de Janeiro e nessa época eu vivi uma grande agenda de apresentações e shows. Fiz programas de visibilidade nacional como Angélica, o Clube do Bolinha e o Show do Chacrinha. No Chacrinha eu comecei indo como calouro e acabei voltando várias vezes depois como convidado.

SUA carreira também ganhou dimensão na Europa. Como foi essa mudança de continente?

QUANDO eu ainda tava no Rio de Janeiro, dois grandes empresários de Portugal, João e Zé Guerreiro, viram uma das minhas apresentações e me convidaram para eu fazer parte do roll de artistas que se apresentavam na maior casa de shows de Portugal, a Brazilian Club, localizada em Porto. Eu aceitei e topei o desafio que deu certo.

MAS a sua carreira na Europa não se resume ao Brasilian Club, não é?
NA VERDADE, a minha carreira não se resumiu apenas à Europa. As portas para o mundo começaram a se abrir em Portugal, mas eu já me apresentei em 187 países diferentes. Pouco tempo depois que eu cheguei em Portugal, lancei o meu primeiro LP depois de ter assinado contrato com uma grande gravadora de lá. O meu primeiro contrato foi de 17 anos, isso é muito tempo. Já o meu primeiro trabalho veio com 12 faixas [entre regravações e letras autorais].

OS PORTUGUESES têm muito carinho com os artistas brasileiros, isso te ajudou por lá?

SEM dúvida. Olhe, Ivete Sangalo e Fafá de Belém são consideradas rainhas em Portugal. Roberto Carlos, então, nem se fala. Eu também tenho o meu espaço lá. Conquistei o público com uma proposta diferenciada: me aproximo do público, interajo, canto sem microfone, faço chorar. Isso não é muito comum e isso foi ganhando plateias de todas as idades, gêneros e gostos diferenciados.

VOCÊ agora resolveu voltar a Mossoró. Por que essa decisão depois de tanto tempo no mundo?

SE EU não tomasse essa decisão agora, dificilmente eu voltaria depois. Tem uma motivação familiar, mas também uma necessidade artística de que as gerações que vieram depois de mim conheçam o meu trabalho. Sou um artista realizado porque me apresentei em lugares importantíssimos; convivi com grandes e consagrados nomes da música brasileira e mundial, mas sabe qual é o meu maior sonho? Me apresentar no Teatro Municipal Dix-huit Rosado.

SEU retorno a Mossoró é um novo rumo, então, para a sua carreira?

SEM dúvida. Talvez eu volte a lançar trabalhos no Brasil, mas quero que isso comece por Mossoró. Tenho muita vontade de conseguir um bom produtor(a) que me ajude nessa missão de construirmos algo belo para eu me apresentar aqui. Como fiz, em 2003, dentro da Catedral. O meu porto passará a ser Mossoró, embora eu vá precisar sempre viajar para me apresentar fora.

MESMO você estando fora, nunca saiu de Mossoró?

O MOMENTO mais importante da minha vida foi em 2003 quando cantei no altar da Catedral de Santa Luzia. Era um sonho do padre Américo e eu fui o único artista a cantar lá dentro. Lembro que interpretei “Ai, Mouraria”, um lindo fado português, “Solidão de Amigos”, a música com a qual ganhei o Mais Bela Voz e ainda “Ave Maria”, aquela mesma versão que Fafá de Belém cantou para o Papa. Nesse ano, já fazia 10 anos que eu não vinha a Mossoró, mas sempre mantive fortes laços com amigos e parentes. Inclusive a minha prima, a atriz Tony Silva, por quem tenho um grande amor.

http://www.defato.com/noticias/9478/edy-lemos

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"DO CÉU CHOVEU BALAS EM VEZ DE BÊNÇÃOS"!


“No mês de maio encerrado (a sete dias atrás), completou-se (78) anos da primeira vez que civis brasileiros foram mortos pela aviação militar de seu próprio país.

O massacre ocorreu no dia 11 de maio de 1937 na região do Crato, no sul do Ceará. As vítimas: camponeses da comunidade Caldeirão de Santa Cruz do Deserto. Ali morreram 700 pessoas. Nenhum soldado morreu.

A ordem para abrir fogo das metralhadoras dos aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) contra os lavradores partiu do general Eurico Gaspar Dutra, então ministro da Guerra do governo Getúlio Vargas.

A comunidade agrícola-religiosa era liderada pelo beato José Lourenço. Paraibano, José Lourenço decidiu mudar-se para Juazeiro do Norte (CE). Lá conheceu Padre Cícero, e caiu nas graças dele. Logo o beato arrendou um lote de terra, onde se instalou com alguns romeiros. A produção de frutas e cereais cresceu rápido. Os plantadores dividiam tudo entre si, em partes iguais”.

“Padre Cícero mandava para as terras de José Lourenço ladrões, prostitutas, assassinos e todo tipo de “vidas-tortas”. O beato os consertava fazendo-os trabalhar da manhã à noite, em meio a muitas rezas.

A cada melhora na comunidade de José Lourenço, crescia a ira dos políticos e fazendeiros da região. Em 1921, conseguiram prendê-lo, acusando-o de fanatismo e adoração de animal como objeto de culto religioso. O bicho não passava de um boi, chamado Mansinho, dado de presente por Delmiro Gouveia ao Padre Cícero, que o deixou aos cuidados do beato. Os donos das terras acusaram o beato de atribuir poderes milagrosos às fezes e urina do boi. Mataram o animal e forçaram José Lourenço a comer sua carne.

As humilhações e maus tratos sofridos na prisão aumentaram a devoção do povo com o beato”.

“Tudo era de todos”

“Em 1926 José Lourenço mudou sua comunidade para a Fazenda Caldeirão dos Jesuítas, pois a antiga terra que ocupava fora vendida. Foi na fazenda Caldeirão que o beato fundou sua Irmandade de Santa Cruz do Deserto. De novo, o trabalho agrícola prosperou logo. Além de alimentar toda a comunidade, sobrava para abastecer toda a região do Crato e Juazeiro. Tanto os produtos colhidos quanto o lucro obtido com a venda dos excedentes, eram divididos em partes iguais. Apesar de analfabeto, José Lourenço tinha talento para dividir tarefas e ensinar medicina caseira.

Em 1932 o Governo do Ceará criou campos de concentração para os flagelados da seca. A intenção era manter os famintos e sedentos longe de Fortaleza, capital do estado. Nestes lugares, severamente sob os fuzis das sentinelas, morria gente feito moscas. Quem conseguia fugir, ia para o Caldeirão. Ali a fartura nunca acabava, graças ao sistema ecológico do plantio e técnicas de conservação de água, com construção de micro-barragens. A Irmandade de Santa Cruz do Deserto crescia, e a ira dos latifundiários também.

Com a morte de Padre Cícero em 1934, José Lourenço perdeu seu grande aliado e defensor. Era a chance que os poderosos esperavam há anos... Começaram a comparar o Caldeirão a Canudos e dizer que José Lourenço adotara o regime comunista com seus romeiros. 

Em 9 de setembro de 1936 um batalhão da Polícia do Ceará expulsou o povo do Caldeirão e queimou suas 400 casas. Os sobreviventes fugiram para o mato, onde se reagruparam”.

Ao invés de bênçãos, balas caíram do céu

“No ano seguinte, um incidente serviu como sentença de morte para a comunidade do Caldeirão. Um capitão da polícia militar e quatro soldados morreram em uma escaramuça com membros de uma facção da Irmandade. 

Dias depois vinha a ordem do Governo Federal para o massacre final. O general Dutra liberou 200 soldados por terra, e três aparelhos de guerra do Destacamento de Aviação. As metralhadoras da FAB despejaram chumbo quente sobre os colonos indefesos.

José Lourenço refugiou-se em Exu, no Pernambuco, onde morreu em 1946 de peste bubônica. O povo carregou seu caixão por 70 quilômetros a pé, até Juazeiro. Os padres negaram-se a celebrar seu funeral. Os fiéis seguidores então o enterraram no Cemitério do Socorro”.

Pacto de silêncio

““Foi uma coisa tão triste, que minha memória esqueceu”. Assim disse o lavrador aposentado João Batista de Morais ao repórter Paulo Mota, da Folha do Ceará, numa entrevista realizada com sobreviventes em fevereiro de 1998. “Já sofri muito, meu filho”, emendou a também aposentada Alexandrina Tavares de Líria, com 81 anos quando a reportagem foi publicada. “O que posso dizer é que Caldeirão foi um sonho que passou e nada mais”. 

Até hoje este episódio sangrento não é incluído nas aulas de História do Brasil.

Em 1986 o cineasta Rosenberg Cariry lançou o documentário longa-metragem Caldeirão de Santa Cruz do Deserto.

Em setembro de 2008, a organização não governamental SOS Direitos Humanos entrou com ação contra o Governo Federal e do Ceará, exigindo que o Exército indique o local exato da vala comum onde foram jogados os corpos das 700 vítimas. Exige ainda a exumação e identificação delas por DNA, enterro digno e R$ 500 mil de indenização para seus familiares”.

‘Transcrito’
Fonte/foto e-mail drajala@ig.com.br ou acedesfe@ig.com.br
( Postado por David da Silva às 14:43 de segunda-feira, 1º de junho de 2009)

Fonte: facebook
Página: Luiz Pedro da Ingazeira



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CORONÉIS E CANGACEIROS

Por Juliana Pereira

Como diz o advogado e historiador Victor Nunes Leal, sem sua obra “Coronelismo, Enxada e Voto”, os coronéis foram senhores do bem e do mal. Não poderia ser diferente, posto que suas patentes lhes foram conferidas em uma época em que o voto era censitário. Em sendo assim, o sufrágio era uma prerrogativa das elites dominantes. Patente de coronel autorizava lhes inclusive, formar tropas provisórias em caso de conflito e esta prerrogativa foi mais um instrumento hostilizador nas mãos daqueles que usavam o poder como forma de subjugação dos menos favorecidos. Durante o período da república velha de 1889 a 1930 foi criada uma política sui generis, a famosa “política dos governadores”, dando margem à máxima do que “é dando que se recebe”. 

Cangaceiro de Jô Fernandes

Este sistema político tinha seu esteio numa relação de favores que se estendia das relações entre o Presidente da República e os governadores e destes aos coronéis, que por sua vez, exerciam seus poderes sobre os trabalhadores rurais. Vale ressaltar, que estes trabalhadores rurais podiam contar com nenhuma legislação que os defendessem, sendo a parte fraca dessa cadeia vertical de mandos e desmandos, onde não lhes era permitido nenhum tipo de reivindicação, seja de natureza política ou de natureza econômica. Ainda hoje perdura em nosso sistema sociopolítico o ranço daquele coronelismo da República Velha, o mandonismo, o nepotismo e as diversas formas de apadrinhamentos continuam como se nada tivesse mudado ou evoluído. Em síntese, mudaram as peças, o jogo é o mesmo.

 Juliana Pereira e Alcino Alves Costa

O voto ainda funciona como moeda de troca, assim como os cargos públicos, isso em todas as esferas. O Estado continua favorecendo alguns em detrimento de muitos, perpetuando-se a mesmice. Não é preciso muito esforço para perceber as ações dos novos coronéis, os que hoje habitam no meio urbano. Ora, todos nós sabemos que a indicação para um cargo público na esfera local depende e implica no apoio dado aos vencedores nas campanhas eleitorais, sejam prefeitos ou vereadores, assim como o saneamento básico, instalações de energia em distritos e as melhorias nas rodovias estaduais não acontecerá sem o aval do deputado, do governador. Cargos federais que não necessitam de concurso é inimaginável sem a indicação de deputados federais e ou senadores. 

O ciclo do mandonismo, favorecimentos e apadrinhamento, continua regendo de forma orquestrada sobre as muitas vidas desfavorecidas e necessitadas nos quatro quantos do país. A história do Brasil é repleta de fenômenos sociais de alta complexidade, com revoltas, insurreições ou complôs locais ocorrendo em todas as regiões do país. Na República Velha não foi diferente e no nordeste, fenômenos sociais como Guerra de Canudos e Cangaceirismo, contemporâneos do sistema político coronelista, são objetos de pesquisa de muitos pesquisadores e estudiosos. 

O cangaceirismo manteve uma relação estreita com o coronelismo, principalmente no período em que teve Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, como líder de bando cangaceiro. Lampião, o mais imponente dos líderes do cangaço, ainda hoje provoca muitas discussões e inquietações entre os que lhe estudam, herói para alguns, bandido para outros. O fato é que, se nos afastarmos dos conceitos engessados por parte da historiografia, donde o fanatismo, admiração ou mesmo um viés mercadológico, poderemos analisá-lo tendo como premissa o contexto social e político no qual viviam estes bandoleiros de forma mais científica e ou imparcial. Mesmo em se tratando de uma realidade sociocultural e política diferente da que vivemos, é possível tal analise, desde que façamos o esforço de nos despirmos de conceitos e preconceitos. 


O cangaço não se divorcia do contexto político vigente em sua época, muito pelo contrário, posto que estes indivíduos também se beneficiavam deste sistema político para satisfazer seus anseios. Se para alguns pesquisadores os cangaceiros eram justiceiros, do tipo Robin Hood, claro, guardando as devidas proporções, o Hobin Hood histórico, buscava resgatar a cidadania e a autonomia de seu povo, já os cangaceiros se vingavam e desmoralizavam chefes políticos, mostrando-se subversivos ao regime imposto aos seus protegidos. Porém, esta teoria cai em descrédito diante da selvageria e da violência, não só contra os donos do poder, mas todo e qualquer indivíduo que se opusesse aos seus desmandos, fossem sertanejos miseráveis ou donos de pequenas propriedades rurais. 

Não era incomum alianças destes asseclas criminosos com coronéis. O fato é que, independia do poder ou da falta de poder por parte dos sertanejos, os cangaceiros protegiam uns e massacravam outros. A moeda de troca era a confiança em lhes dar coito e ou omitir informações destes para as volantes que viviam em seu encalço. Outra teoria defendida por seus pesquisadores se acosta ao fator vingança. Seria este o motivo pelo qual muitos entravam para o cangaço ou permanecia naquela vida nômade e insegura, expostos aos mais diversos tipos de adversidades climáticas e geográficas? Porém, esta teoria também apresenta suas lacunas e falhas no que concerne às ações e atuações, nas práticas dos mais variados crimes, de assassinatos desmotivados a estupros e demais humilhações gratuitas aos sertanejos desprovidos de proteção. 

Mesmo depois de efetivadas tais vinganças “motivadoras de suas causas”, as represálias não cessavam o que descredibiliza a assertiva defendida por esta teoria. As alianças seladas na calada da noite eram alicerçadas nos interesses particulares e em comum, todos imbuídos do desejo de satisfazer suas necessidades. Nesta via de duas mãos, um protegia o outro. A vida nômade, o conhecimento geográfico e a facilidade de se deslocar na caatinga lhes favorecia em relação aos seus perseguidores. Sertanejos que moravam em fazendas ou povoados viviam em constantes sobressaltos. 

 
Getúlio Vargas  e o Estado Novo

As agressividades e todas as formas de violência empregadas tanto pelos cangaceiros quanto pelo o Estado representado pela volante, eram desmedidas, ninguém vivia em segurança e o medo de terem suas vidas ceifadas por uma das “facções”, reinava absoluto. Não se podia medir quem era mais violento, se os ditos “bandidos” ou os que deveriam protegê-los oferecendo-lhes segurança e conforto. Uma vez alcançado, o status de valentes e temidos deveria ser mantido a todo custo, mesmo que o preço fosse o sangue das inúmeras vidas ceifadas sertão a fora. Assim, a política do medo assolava boa parte do nordeste, enquanto o banditismo social se impunha e se beneficiava sobre as fragilidades de um povo sem proteção e esquecido pelos governantes. 

O cangaceirismo foi um fenômeno social tão complexo, que estudá-lo com o objetivo de rotular seus participantes como heróis ou bandidos, será incorrer em um erro crasso. Podemos até admitir traços de heroísmo quando estes se opunham aos desmandos do inimigo, mesmo este sendo poderoso como o Estado, que além se persegui-los causavam dores e sofrimentos às camadas mais miseráveis, assim como percebemos também os traços criminosos, estes mais delineados e acentuados, quando das práticas de assaltos, estupros, assassinatos, castrações, humilhações e demais formas de violência que se possa praticar contra outro ser humano. 

Estigmatizá-los ou vangloriá-los com certeza não será o caminho mais propício para uma análise mais honesta deste fato histórico. Se o objetivo de alguns pesquisadores é encontrar os heróis deste período, com certeza estão buscando de forma equivocada, pois se houve heroísmo neste contexto, sem sombra de dúvidas não foram os que causaram o sofrimento, mas as vítimas destes. Foram os homens e mulheres perseguidos, assassinados, subjugados, vilipendiados e massacrados pela medição de força entre Estado e Cangaceiros. 

Juliana Pereira, Manoel Severo, Cristina Amaral e Ana Lúcia no Cariri Cangaço Princesa

O fim do República Velha e nascimento do Estado Novo, trouxe consigo mudanças nas relações políticas onde o Estado, com o intuito de mostrar-se mais sério, eficaz e eficiente, intensifica a perseguição aos cangaceiros, bem como aos seus aliados, os coronéis. A elite oligárquica, representada pelos getulistas, não aceita nenhuma forma de oposição ao poder estatal. Acostumados ao sistema político da troca de interesses, tanto os cangaceiros quanto os coronéis foram atingidos pelo novo sistema implantado pelo o Estado Novo. 

Tanto um quanto o outro foram enfraquecidos pela estrutura arrojada e determinada dos novos governantes, os novos donos do poder. Tanto o apogeu quanto o declínio do coronelismo ocorreram concomitante ao também apogeu e declínio do cangaço. Ambos tiveram interesses em comum, assim como tiveram como causa de erradicação o mesmo algoz, o Estado. Claro, o fim do coronelismo rural não significa o fim das práticas coronelistas, estas perduram ao longo do tempo e podem se sentir ainda nos dias atuais. Em síntese, não podemos omitir ao menos o fato de que fazemos parte de um país que, mesmo tendo evoluído em algumas, áreas ainda somos uma nação atrasada, carente de heróis, que fecha os olhos diante dos absurdos impostos pelos governantes nas diversas esferas. Preferimos uma posição mais cômoda, ser livres, contestadores e reivindicadores dos direitos conferidos pela constituição é inimaginável, somos naturalmente pacíficos e passivos, a síndrome de colonizados ainda nos persegue. 

Se hoje não existem mais os coronéis de patentes figurativas, conferidas pelo Estado, temos nossos políticos, empresários e empregadores que ditam as regras. Se não temos mais cangaceiros de bornal espalhados pelas caatingas, assolando os sertões com suas ações criminosas, hoje temos traficantes e quadrilhas espalhando as mais diversas formas de miséria e degradação humana, das drogas oferecidas nas portas das escolas ao poder paralelo ao do Estado. Não podemos esquecer o tráfico de influências perverso. Infelizmente esta carência de heróis naturais nos leva a forjá-los. 

" escrevi este texto a pedido de Alcino, que uma vez me indagou sobre o que eu pensava sobre a relação entre cangaceiros e coronéis..."

Tratamos jogadores de futebol milionários como deuses, heróis nacionais. Endeusamos políticos, artistas e esportistas. Enquanto isso, professores e demais trabalhadores vivem com salários miseráveis, e são desrespeitados todos os dias, milhares de mães e pais sofrem dores na alma ao verem seus filhos passarem as mais diversas privações. Milhares de idosos que trabalharam a vida toda vivem de forma miserável em todo país. Estes não são nossos heróis, são apenas indigentes.

Juliana Pereira, advogada, pesquisadora
Membro do Conselho do Cariri Cangaço

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SOBRADO DO POETA POPULAR JOÃO MENDES DE OLIVEIRA ONDE LAMPIÃO FICOU HOSPEDADO EM JUAZEIRO DO NORTE-CE.


Sobrado onde Lampião ficou hospedado em Juazeiro do Norte-CE, no ano de 1926, juntamente com seus companheiros de bando.

Na ocasião Lampião atendia o chamado do Padre Cícero, com a finalidade de se juntar aos Batalhões Patrióticos que combateriam a "Coluna Prestes" e para isso o cangaceiro recebeu a "patente" de capitão do exército patriótico.

Lembrando que este sobrado pertencia ao poeta popular João Mendes de Oliveira.

Foto: Francisco Campos
Geraldo Antônio de Souza júnior (administrador)

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