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quarta-feira, 16 de março de 2022

‘LAMPIÃO E O CANGAÇO NA HISTORIOGRAFIA DE SERGIPE’ PELO AUTOR ARCHIMEDES MARQUES

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Archimedes Marques, Alcino Alves Costa e Elane Marques esposa do Archimedes

Archimedes José Melo Marques, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, nasceu em 24 de novembro de 1956. Formado em Direito pela Universidade Tiradentes, é delegado de polícia no Estado de Sergipe há mais de trinta anos. Na área policial, possui o curso de Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Segurança Pública, pela Universidade Federal de Sergipe.

É escritor de artigos e contos diversos nas áreas policiais e afins, publicados em sites e jornais escritos, espalhados pelos quatro cantos do Brasil e além fronteiras, com vários textos publicados em livros. “Lampião contra o Mata Sete” foi sua primeira obra literária, um livro contestação ao seu opositor “Lampião, o Mata Sete”. O seu segundo trabalho, fruto de quase oito anos de pesquisa, é a coleção “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”, composta de cinco volumes (até o momento somente o primeiro volume lançado), uma obra riquíssima em todos os detalhes que traz boas novidades para os amantes do tema e para a própria história do cangaço.

“O cangaço, sem dúvida, foi um movimento que marcou os nossos sertões de forma negativa na época, mas de forma positiva para a atualidade.”

Boa leitura!

Escritor Archimedes Marques, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever sobre o cangaço?

Archimedes Marques – Faço parte do Movimento Cariri Cangaço, na qualidade de Conselheiro. O Movimento Cariri Cangaço é o maior evento do mundo dentro do assunto Cangaço, Sertões, Nordeste e afins, que reúne anualmente mais de 300 escritores, historiadores, pesquisadores e amantes desses temas para palestras, debates, apresentações e visitas aos locais históricos. Daí, em nome disso tudo que é pura história, resolvi enveredar pela literatura cangaceira, literatura essa que já passa dos 800 títulos diferentes de diversos autores, mas ao que parece é um assunto que não se esgota, pois a cada ano descobrimos algo novo, a cada ano surge um novo autor para trazer essa história ao patamar de mais aproximada possível da verdade.

Apresente-nos “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”:

Archimedes Marques – Foram nove anos de atuação do bando de Lampião em terras do baixo São Francisco, notadamente em Sergipe, de 1929 a 1938.A partir de suas fortes ligações com o mandonismo local, veio a estabelecer um verdadeiro feudo sob suas ordens, instalando o terror e o medo, trazendo sofrimento para as muitas povoações e lugarejos do menor estado da federação.E é justamente dentro desse contexto que o livro procura colocar em “águas mais cristalinas” essa história, com o confronto de uma infinidade de entrevistas, debruces em arquivos públicos, documentos diversos, registros iconográficos, mapas, escritos, enfim, com novas pesquisas de campo, fazendo com que tudo pudesse estar em permanente diálogo na direção do fortalecimento da verdadeira história, ou seja, a definição mais aproximada do que realmente foi a passagem de Lampião por terras sergipanas, trazendo em seu bojo muitas novidades nunca antes publicadas.

Quais os principais desafios na construção do enredo que compõe a obra?

Archimedes Marques – Desafios há em todos os projetos de nossas vidas, e isso nos faz sair fortalecidos quando alcançados nossos objetivos. No caso em pauta, em virtude de eu exercer o cargo de delegado de polícia, fui e ainda continuo sendo criticado por muitos que confundem a coisa, ou seja, pensam que no fundo defendo Lampião, um bandido, quando na verdade defendo a história; para dizer a verdade, a grande história dos nossos sertões nordestinos, e porque não dizer, da grande história do nosso Brasil, uma história de sangue e lágrimas para multidões, mas também uma história de orgulho para tantos outros. O Major Optato Gueiros, da Força Pernambucana, inimigo e exímio perseguidor de Lampião, reconhecendo a força desse cangaceiro disse o seguinte: “Lampião foi um instrumento nas mãos de Deus para executar uma justiça que nem a polícia nem os juízes poderiam fazê-lo”.

Apresente-nos os principais objetivos a serem alcançados com a publicação de “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”.

Archimedes Marques – A história do cangaço sempre foi banhada em mitos, galgada em criações, mergulhada em invencionices, submergida em exageros e até mesmo estrangulada em mentiras propositais ou omissões descabidas, sem contar as tantas lendas daí surgidas, por isso é tão diversificada, tão bifurcada, possui tantas vertentes, pois além de tudo, Lampião, o símbolo maior desse tema, virou um mito, um mito, acredito, impossível de desmitificar. Desse modo, como já dito nas entrelinhas, o objetivo principal dessa obra é mostrar a história nua e crua como ela de fato ocorreu, ou pelo menos a mais verossímil possível.

Qual a passagem do livro que mais o marcou, quer seja pela pesquisa ou o momento, enquanto escrevia a obra?

Archimedes Marques – A história relativa às cangaceiras sempre foi muito intrigante. Procurar saber o porquê de pacatas sertanejas se atreverem a deixar  seus lares, abandonarem seus pais, suas famílias, para viverem em eternas perseguições policiais ao lado de perigosos bandidos, sempre é uma incógnita.E é dentro desse contexto que surge o exemplo maior: Maria Bonita, a pioneira das cangaceiras, mulher de coragem e porque não dizer, “revolucionária”,pois revolucionou a sociedade machista da época, e com ela trouxe novas adeptas. E é justamente relativo a essa grande mulher que trago a maior novidade da coleção, uma novidade ocorrida dentro da cidade de Propriá, em Sergipe, uma novidade que até então pesquisador algum tinha chegado a tanto. Essa é a descoberta e passagem que mais me marcou.

Além desta obra sobre o cangaço, você tem “Lampião contra o Mata Sete”, apresente-nos esta obra literária.

Archimedes Marques – Há alguns anos um cidadão conterrâneo sergipano escreveu um livro intitulado “Lampião, o Mata Sete”, obra que infelizmente o autor esqueceu o rumo da história do cangaceirismo, e de modo diverso tentou contrariá-la, afastou o seu roteiro, escondeu os caminhos claros e andou pelas veredas. Trouxe um conteúdo que não interessa a ninguém, muito menos aos amantes, pesquisadores, curiosos da história do cangaço no Nordeste brasileiro. É patente a premeditação do enredo em busca do ataque. Do primeiro ao último capítulo a emissão de juízo de valor subjetivo pelo autor fluiu de forma tão exacerbada, que faz os pelos do leitor se arrepiarem a ponto de tamanho de sobressalto, e cair no campo da indignação, principalmente por não apresentar provas, nem mesmo indícios. Afirma o autor que Lampião era um homossexual, covarde e medroso, que nada entendia de guerrilhas; e Maria Bonita,uma mundana adúltera, mulher de muitos, tudo no sentido de desmitificá-los. Enfim, usando de perspicácia rasteira e invencionices, tenta mudar os rumos da verdadeira história. Desse modo, vendo tamanha insensatez, escrevi sua contestação: “Lampião contra o Mata Sete”, uma refutação que desmonta pedra sobre pedra a pretensão do seu opositor, que além de tudo traz um livro de todo equivocado com fatos trocados, datas erradas, nomes diferentes, erros que pululam a cada página e provam que o seu autor NUNCA FOI E NUNCA SERÁ UM VERDADEIRO PESQUISADOR.

O que mais o encanta no cangaço?

Archimedes Marques – O cangaço, sem dúvida, foi um movimento que marcou os nossos sertões de forma negativa na época, mas de forma positiva para a atualidade. De forma positiva, porque hoje milhares de pessoas vivem do comércio de livros, de escritos diversos, de utensílios, de artesanatos, de turismo, de filmes, de teatros… enfim, vivem e sobrevivem dessa história tão intrigante quanto encantadora, ou seja, o cangaço ultrapassou décadas, e por certo ultrapassará séculos. Quer encanto maior?

Onde podemos comprar seus livros?

Archimedes Marques – Infelizmente meu primeiro livro “Lampião contra o Mata Sete” já se esgotou e não lancei a segunda edição, porque o autor contraditado não lançou a segunda edição do seu “Lampião, o Mata Sete”. Já o livro atual “Lampião e o Cangaço na Historiografia De Sergipe” não se encontra em livrarias, mas pode ser adquirido em contato direto comigo pelo e-mail: archimedes-marques@bol.com.br

Quais os seus principais objetivos como escritor?

Archimedes Marques –Como não sou escritor de ficção e sim um historiador,  meu principal objetivo é propalar a verdade dos fatos, para que estes sirvam de parâmetros a gerações futuras, e com isso meu nome fique marcado como dos mais sérios historiadores.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Archimedes Marques. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Archimedes Marques – Como existe gosto para todos os tipos de literatura, sugiro aos amantes do tema cangaço que procurem ler os livros mais sérios, os menos tendenciosos, os menos inventivos, os menos alucinados, aqueles pesquisados e escritos por historiadores mais renomados, mais acreditados, pois só assim estaremos propagando a história mais próxima da realidade.

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ANGICO SEGUNDO JOÃO BEZERRA | CNL | 1030

 Por O Cangaço na Literatura

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BEZERRA MATA LAMPIÃO https://youtu.be/QX82JZ6pjl0 GABY DANTAS https://www.instagram.com/mensagemnag... FILHO DE JOÃO BEZERRA https://youtu.be/Lta5J5q8O0g ZEPELLIM https://youtu.be/LZ6RSHt9EZM

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CANGAÇO - QUEM FOI PAULO GASTÃO - PARTE 1

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=kkdZ8ysvMm4

Cangaço - Quem foi Paulo Gastão - Parte 1 

Primeira parte do bate-papo com Patrícia Gastão, filha do saudoso amigo Paulo Gastão. 

Uma conversa bem descontraída, onde falamos um pouco de como era Paulo Gastão. 

Link desse vídeo: https://youtu.be/kkdZ8ysvMm4

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BANDO DO CAPITÃO LAMPIÃO

 Por Lampião o Rei do Cangaço

Em pé: Mariano (editado na época), Ezequiel, Calais, Fortaleza, Mourão e Volta Seca.
Sentados: Lampião, Virgínio, Zé Baiano e Arvoredo.
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Foto tirada por Eronildes de Carvalho na fazenda Jaramataia no município de Gararu-SE, no ano de 1929.

https://www.facebook.com/LampiaoOReiDoCangaco/photos/a.176714309154588/1355079481318059/

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NOVO INQUILINO

Por José Irari


Romance histórico, baseado em fatos verídicos!! Autor escreveu através de histórias orais. Estou começando a ler. Avante amigos do cariri cangaco. Vamos prestigiar o canal cariri cangaco no YouTube do amigo Manoel Severo Barbosa

Toda semana uma live, com bons temas e ótimos palestrantes. Vamos prestigiar também o canal cangaço do amigo Aderbal Nogueira no YouTube.

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/user/100009760568191

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MORENO CANGACEIRO DE LAMPIÃO MATOU MAIS DE VINTE HOMENS (ASSISTA ATÉ O FINAL)

Por Histórias aos Montes 

https://www.youtube.com/watch?v=pEsMWkeajV8&ab_channel=HIST%C3%93RIASAOSMONTES

MORENO CANGACEIRO DE LAMPIÃO MATOU MAIS DE VINTE HOMENS

Dia 1º de novembro de 1909, nasceu Antônio Ignácio da Silva, em Tacaratú, Pernambuco. Filho de Manuel Ignácio da Silva e Maria Joaquina de Jesus.

Antônio foi batizado em Mata Grande, Alagoas, no dia 6 de março de 1910, portanto quatro meses e cinco dias depois de nascido. Os padrinhos de batismo foram Martinho Affonso Leite e Joaquina Maria da Conceição. Quem realizou o batismo foi o vigário Manoel Firmino Pinheiro.

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RESIDÊNCIA DE FLORO BARTOLOMEU NO JUAZEIRO DO NORTE

Por Lampião e o Cangaço

Antiga residência no bairro Santa Tereza, de Floro Bartolomeu da Costa, amigo do Padre Cícero e, organizador do Batalhão Patriótico, convidou Lampião a ser deslocar para o Juazeiro, e ingressar no Batalhão contra à Coluna Prestes. Fotografia de 1951.

https://www.facebook.com/04lampiaoeocangaco

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VISITANDO AS RUÍNAS DA ANTIGA CASA DE ZÉ CALÚ. VÍTIMA DE LAMPIÃO NO ANO DE 1925.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=7xBmMYGjSMc&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Na antiga casa onde existem essas ruínas que vocês verão nesse documentário, foi onde Lampião saqueou e torturou o fazendeiro Zé Calú no ano de 1925.

Zé Calú que havia recusado enviar dinheiro exigido por Lampião por algumas vezes, foi acusado de molestar suas filhas, fato que nunca ficou confirmado e que foi contestado por amigos próximos, familiares e inclusive por suas próprias filhas, que seriam as supostas vítimas da história. Fato é que Lampião saqueou pertences dos moradores da casa e expôs Zé Calú as mais vexatórias humilhações e torturas que posteriormente o levou à morte.

A história cangaceira sendo apresentada em sua essência e sem fantasias e paixões. A cruel e dura realidade da época do cangaço. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações e publicações. Forte abraço! Atenciosamente:
Geraldo Antônio de S. Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia, Cangaçologia Shorts e Arquivo Nordeste. Seja membro deste canal e ganhe benefícios:

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LAMPIÃO

 Por Daniel Neves Silva - Professor de História

Lampião foi chefe de um bando de cangaceiros de 1922 a 1938, sendo a mais famoso chefe do cangaço.[1]
Lampião foi chefe de um bando de cangaceiros de 1922 a 1938, sendo a mais famoso chefe do cangaço.[1]
Lampião foi o chefe cangaceiro mais famoso da história brasileira e esteve à frente de seu bando de 1922 a 1938, sendo morto em uma emboscada em Sergipe.

Lampião foi o mais famoso chefe cangaceiro que existiu no país e teve atuação entre 1922 e 1938. Ele era de uma família de posição razoável, mas que se viu despossuída de tudo por uma disputa de terras. Lampião liderou um grupo de homens que aterrorizou o interior do Nordeste com seus saques. Foi morto em uma emboscada, em 1938.

Acesse também: As secas do Nordeste ao longo da história brasileira

Resumo sobre Lampião

  • Nasceu em Serra Talhada, e sua data de nascimento é alvo de informações conflitantes.

  • Pertencia a uma família de posição social razoável e foi alfabetizado.

  • Sua família perdeu tudo que tinha em uma disputa de terras com Zé Saturnino.

  • Ingressou no bando de cangaceiro de Sinhô Pereira, em 1921, e, no ano seguinte, tornou-se líder do bando.

  • Sua parceira foi Maria Bonita, que aderiu ao cangaço em 1930, e juntos tiveram uma filha em 1932.

  • Morreu em uma emboscada, em Sergipe, em 1938. Sua cabeça foi exposta por diversos locais.

Videoaula sobre Lampião

Origens de Lampião

Virgulino Ferreira da Silva nasceu em Serra Talhada, no estado de Pernambuco, em 7 de julho de 1897, e pertencia a uma família de lavradores que levavam vida dura, mas tinham algumas posses. Conhecido na história brasileira como Lampião, sua data de nascimento é alvo de polêmica, uma vez que suas biografias apresentam diferentes datas.

O 7 de julho de 1897 é uma das datas aceitas porque é a que consta no seu registro civil. Entretanto, outros biógrafos consideram que o dia 4 de junho de 1898 é a data mais confiável, por estar na sua certidão de batismo. Independentemente disso, sabe-se que ele foi o terceiro filho de José Ferreira dos Santos e Maria Lopes.

Sabemos que a família de Lampião teve uma condição financeira razoável e garantiu que ele fosse alfabetizado, assim, o jovem Virgulino Ferreira aprendeu a ler e escrevia bem. Isso porque seu pai possuía algumas terras que ele comprou e herdou, além de trabalhar como almocreve.

A alfabetização de Virgulino Ferreira foi um processo realizado em apenas três meses, e logo na sua adolescência ele já trabalhava com seu pai no ofício de almocreve. Nesse trabalho, ambos conduziam uma espécie de caravana puxada por burros que levava mercadorias pelo interior do Nordeste.

Nesse período, Lampião passou por diferentes estados da região Nordeste, entre eles: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará. Esse trabalho deu-lhe conhecimentos muito úteis para o seu futuro, pois lhe permitiu ter uma rede de conhecidos espalhados pelo Nordeste, além de conhecimento acerca dos caminhos no sertão, dos melhores locais de repouso e de onde poderia encontrar água.

Acesse também: Coluna Prestes – um dos movimentos rebeldes mais importantes do Brasil

Tragédia na família de Lampião

A partir de 1915, a tranquilidade que a família de Lampião vivia começou a ser abalada. Isso porque José Alves de Barro, conhecido como  Saturnino, começou a ascender politicamente na região em que a família Ferreira morava. José Ferreira, pai de Lampião, era vizinho de Zé Saturnino, e logo uma disputa por terras surgiu entre as duas famílias.

As relações políticas que Zé Saturnino tinha também contribuíram para uma ação contra os Ferreira. Logo alguns desentendimentos começaram a acontecer entre Zé Saturnino e os filhos de José Ferreira, entre os quais estava Lampião. Zé Saturnino começou a usar a sua rede de influências para prejudicar a família Ferreira.

Os Ferreira eram politicamente menos influentes na região, e o pai de Lampião teve de se mudar para resolver a disputa com Zé Saturnino. O propósito da disputa era a concentração de terras na região da ribeira de São Domingos. A situação foi se agravando para os Ferreira, que foram obrigados a se mudar outras vezes.

A cada mudança, a família se empobrecia mais ainda. Esse contexto levou Lampião e alguns de seus irmãos a vingarem-se pela desgraça familiar. Sobre isso, o pesquisador Guerhansberger Tayllow aponta que, já em 1920, Lampião agia como cangaceiro ao vingar-se de Zé Saturnino e de todos que perseguiam sua família.|1|

A perseguição contra os Ferreira resultou no assassinato de José Ferreira, no dia 18 de maio de 1921. A essa altura, Lampião já era um cangaceiro, e mais tarde ingressou, como veremos, num bando importante da região.

O cangaço

Como chefe de cangaceiros, Lampião sabia muito bem se movimentar pela Caatinga, além de saber apagar os seus rastros.

O cangaço é entendido pelos historiadores como um fenômeno de banditismo que se espalhou pelo Nordeste brasileiro a partir do século XIX, sendo muito atuante por boa parte da primeira metade do século XX. O surgimento do cangaço é explicado pelo contexto social, político e econômico dessa região.

Entraves da sociedade brasileira, como a desigualdade social, a pobreza e a falta de acesso à Justiça e a outros serviços fornecidos pelo Estado, foram fundamentais para o surgimento do cangaço. Isso porque boa parte da população no interior do Nordeste vivia em condição de pobreza e estava sujeita aos interesses das poucas famílias poderosas que governavam.

Essas poucas famílias poderosas usavam de seu poderio econômico para conquistar poderio político e transformavam a política em um palco de troca de interesses, fazendo com que a população mais carente não tivesse acesso a nenhum tipo de benesse. Desavenças eram resolvidas por meio das armas, uma vez que a justiça só atendia aos poderosos.

Do ponto de vista econômico, a situação da população nordestina era de pobreza e o trabalho do povo era intensamente explorado. O sofrimento das famílias se tornava maior nos períodos de seca, que atrapalhava a obtenção do sustento via agricultura e criação de animais. Esse cenário propiciava o surgimento do banditismo, e foi exatamente assim que o cangaço se consolidou.

Os cangaceiros eram grupos de bandidos que perambulavam pelo interior do Nordeste, promovendo ataques e saques por onde passavam. Eles se deslocavam pela Caatinga e evitavam grandes confrontos. Obtinham suas armas por meio do saque contra as forças policiais e se juntavam em pequenos grupos. Eram vistos como heróis por parte da população e recebiam ajuda de algumas pessoas conhecidas como coiteiros.

Acesse também: Padre Cícero – figura relevante na religiosidade do brasileiro

Como Lampião entrou para o cangaço?

Em 1921, Virgulino Ferreira aderiu ao bando de Sinhô Pereira, um dos cangaceiros de maior expressão no Nordeste. Nesse bando, ele prosperou como cangaceiro, tornando-se o mais famoso e temido do Brasil. Ficou conhecido como Lampião porque sua capacidade de atirar rapidamente fazia com que ele iluminasse a noite.

Sob a liderança de Sinhô Pereira, Lampião aprendeu muito. Ele foi ensinado a sobreviver no cangaço, a esconder seus rastros, a evitar confrontos abertos com a polícia e a como se comportar nos ataques. Em julho de 1922, Sinhô Pereira abandonou o cangaço, e Lampião assumiu a liderança do grupo.

Lampião então passou a liderar ataques contra propriedades e cidades à procura de riqueza. Ele saqueava o que podia, pedia resgate de determinados itens que saqueava, e, muitas vezes, extorquia determinados locais, exigindo um pagamento para que ele não os atacasse. Ele também soube desenvolver uma rede de coiteiros que o auxiliavam sempre que fosse necessário.

Lampião liderou seu bando de cangaceiros de 1922 até 1938, promovendo inúmeros ataques nesse período. Ele enfrentou por diversas vezes as tropas volantes, isto é, as forças policiais móveis que atuavam no combate aos cangaceiros. Entretanto, ele evitava confrontos muito abertos para não ter perdas de homens e desperdícios de munição.

Durante suas andanças, Lampião conheceu Maria Gomes de Oliveira, mulher que fazia parte de uma família de coiteiros. Ela ficou conhecida como Maria Bonita e apaixonou-se por Lampião, abandonando seu marido para ficar com o chefe cangaceiro. Ela aderiu ao bando de Lampião em 1930, e tornou-se a primeira mulher a fazer parte do cangaço.

Até então, as mulheres não faziam parte do cangaço, mas, devido a Lampião, isso mudou, e os seus homens passaram, em geral, a ser acompanhados por suas mulheres. A chegada de Maria Bonita se deu já na fase decadente do cangaço e contribuiu para que as medidas de segurança dos cangaceiros se afrouxassem porque os períodos de descanso tornaram-se maiores. Juntos, Lampião e Maria Bonita tiveram uma filha, em 1932, chamada Expedita Ferreira Nunes.

Confira no nosso podcast: As verdades sobre a vida das mulheres no cangaço

Morte de Lampião

Em 27 de julho de 1938, Lampião e seus homens se estabeleceram para descansar na fazenda Angicos, localizada em Poço Redondo, no estado de Sergipe. Acontece que a posição de Lampião foi denunciada (não se sabe até hoje por quem), e as tropas volantes foram ao encontro do seu bando.

Na madrugada do dia 28 de julho de 1938, o bando de Lampião foi pego de surpresa por um ataque das tropas volantes. Seu líder foi atingido por três tiros e faleceu no local. Seu cadáver foi decapitado e sua cabeça foi levada para diferentes locais em exibição de sua morte. Isso se deu porque ele era um dos homens mais caçados do Nordeste.

Outras teorias surgiram explicando sua morte. Alguns pesquisadores afirmam que ele pode ter sido envenenado um dia antes do ataque, enquanto outros apontam que ele pode ter fugido e se escondido pelo restante de sua vida. Essas hipóteses, entretanto, não são aceitas, e considera-se que ele foi realmente assassinado no ataque surpresa.

Notas

|1| SARMENTO, Grassberger Taillow Augusto. Virgulino cartografado: relações de poder e territorializações do cangaceiro Lampião (1920-1928). Dissertação de Mestrado: UFRN, Natal, 2019.

Crédito da imagem

[1] Commons

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Lampião"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/lampiao.htm. Acesso em 16 de março de 2022.

https://brasilescola.uol.com.br/historiab/lampiao.htm?fbclid=IwAR1iKRSMRZfvtpm7feO6YOx5sRkDptlB4gNffwqs-cppG2nozVZwedDL34E

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KÁTIA - 4 MÚSICAS DE SUCESSO

 Só o vídeo do acervo do Severino Hits - Biografia do site Wikipédia

https://www.youtube.com/watch?v=aPVrcTCqIu8&ab_channel=severinohits

Kátia Garcia Oliveira (Rio de Janeiro26 de março de 1962) é uma cantora e compositora brasileira. A cantora fez sucesso e ganhou diversos prêmios nos anos 80. É afilhada artística de Roberto Carlos.

Biografia e Carreira

Nascida em parto prematuro, que como sequela gerou uma deficiência visual, durante sua infância já demostrava interesse pela música, tanto que aos quatro anos ganhou de presente de seu pai um piano. Seu avô paterno, pianista, lhe iniciou as primeiras notas musicais e os primeiros acordes. Aos 12 anos, iniciou suas composições musicais e pouco tempo depois mostrou suas músicas para o cantor Roberto Carlos, amigo de seu pai. Ele, então, a indicou a fazer um teste na gravadora CBS (atual Sony Music).[1]

Kátia foi aprovada em seu teste e no ano de 1978 iniciou sua carreira artística, lançando sua própria composição: Um compacto simples com a música Tão Só.[1]

Em 1979, ganhou de presente de Roberto Carlos a música Lembranças, gravada por ela em seu álbum de estreia, cuja canção-título é a mais conhecida de sua carreira até hoje. A canção que puxava o álbum de estreia da cantora, ultrapassou a impressionante marca de mais de 1 milhão de cópias vendidas, além de permanecer seis meses em primeiro lugar em todas as rádios do Brasil.[1]

Contudo, foi nos anos 80 que atingiu o auge da fama, quando, em 1980, outro presente de Roberto Carlos poria Kátia novamente nas paradas de sucesso: Cedo Pra Mim. Mais uma novela é brindada com mais uma gravação de Kátia: Bons Amigos, desta vez na trilha da novela O Amor é Nosso, da Rede Globo, canção do mesmo álbum de Cedo Pra mim.[1][2]

Em 1981 outro compacto simples destaca Kátia mais uma vez. A música Ah, Esse Amor conquistou mais uma vez o público. Em 1982 lança o álbum Sabor, que trazia também mais uma canção de sucesso: Até Quando.[1]

Em 1984 Kátia aparece cantando as músicas Sempre Me Faz Bem e Todo o Prazer. Já noutra companhia de discos, Kátia tem novamente outro estrondoso sucesso: Qualquer Jeito, mais uma composição do padrinho Roberto Carlos. O mesmo disco destacou outras canções, como Desejos, com participação de José Augusto, e Jogo Marcado.[1]

Em abril em 1987 estourava nas rádios seu maior sucesso, Qualquer Jeito, uma versão de It Should Have Been Easy, composição de Bob McDill, gravada por Anne Murray em 1982, e assinada por Roberto Carlos, padrinho artístico da cantora, e Erasmo Carlos.[1]

Em 1988 Kátia foi convidada a gravar com o cantor e compositor Leonardo Sullivan a música Uma Voz no Coração, que teve bastante execução.[1]

Com o fechamento da 3M, Kátia faz, em 1989, sua estreia na PolyGram (atual Universal Music), onde também fez interpretações e composições, incluindo as músicas Me Ensina o Que Fazer e Coração Ferido.[1][2]

Em 1990, lançou Conversa Comigo, com destaque também para a música Idas e Voltas. Em 1992, interpreta Quando o Amor Acaba e De Carona na Felicidade, com participação especial da dupla Tiãozinho & Alessandro, irmãos dos cantores Chitãozinho e Leonardo. Ao gravar Outra Vez, no mesmo álbum, Kátia foi uma das primeiras artistas a gravar uma canção de Zezé Di Camargo, que estava então em seu segundo CD.[1]

Em 1993 lançou seu primeiro trabalho internacional: um álbum em castelhano ganhou as paradas de sucesso na América Latina, colocando a música Tan Sola como uma das campeãs de execução, além de outra faixa do CD, Micaela, ter sido tema de abertura de novela do mesmo nome, apresentada em horário nobre na TV espanhola. O mesmo CD foi lançado no Brasil em português, com destaque para a versão de Tan Sola, que por aqui ficou conhecida como Sozinha. A música de Kátia ficou nas paradas de sucesso durante 17 semanas na Bilboard Latina.[1]

Conquistou discos de ouro, platina e diamante, além de troféus importantes como Globo de Ouro, Sharp, Disco Mais Vendido, Cantora Revelação, música do ano, cantora revelação, a voz romântica do Brasil e muitos outros.[1][2]

Depois do último disco lançado, Kátia decidiu dedicar-se à causa dos deficientes visuais, através da distribuição do software Dosvox. Durante um tempo a cantora divulgou o projeto, tendo trabalhado também junto ao projeto Virtual Vision da empresa Micropower, tendo por isso sido premiada pela Fundação Bradesco em 2002, pelos relevantes serviços prestados aos Deficientes Visuais no Brasil.[1]

Participou do programa Rei Majestade, do SBT, conquistando a Coroa de Prata. Em 22 de julho de 2019, foi a artista mais aplaudida durante a apresentação na Festa Ploc, no Circo Voador, Rio de Janeiro.[1]

Kátia conquistou mais duas coroas de ouro, agraciada pelo público de todo Brasil, em votação televisionada, lhe garantindo uma vaga na final do concurso, ficando entre os cinco melhores artistas do Brasil.[1][2]

A cantora continua galgando sua trajetória através da mídia, e lançou ao vivo o DVD Festa Ploc 80 volume 2, novamente rompendo recorde de público.[1]

Vida Pessoal

Optou por não casar e não ter filhos para dedicar-se integralmente a sua carreira artística. Vive sozinha em seu apartamento na zona sul carioca.

Discografia

Álbuns de estúdio

  • 1979 - Lembranças
  • 1980 - Kátia
  • 1982 - Sabor
  • 1987 - Kátia
  • 1989 - Kátia
  • 1990 - Conversa Comigo
  • 1992 - Kátia
  • 1994 - Tan Sola (Para a EspanhaAmérica Latina e México)
  • 1994 - Kátia

Álbuns de compilação

  • 2005 - 20 Super Sucessos

EP

  • 1978 - Tão Só/Sensações
  • 1979 - Lembranças/Triste Demais
  • 1980 - Cedo Pra Mim/Um Jeito A Mais
  • 1980 - Recuerdos/Demasiado Tarde (Para a EspanhaAmérica Latina e México)
  • 1989 - Me Ensina O Que Fazer

Fonte: Wikipédia

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