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quarta-feira, 1 de maio de 2024

CORONEL RODOLFO FERNANDES NÃO TEMEU NEM UM POUCO AS AMEAÇAS DE LAMPIÃO.

 Por José Mendes Pereira


Muitos estudiosos do cangaço não conhecem a origem do coronel Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins, mas aqui, eu disponibilizo um pouco da sua biografia escrita pelo escritor e historiador Geraldo Maia do Nascimento.


VAMOS JUNTOS APRECIAR O QUE FALOU  O ESCRITOR GERALDO MAIA SOBRE O CORONEL RODOLFO FERNANDES.

Rodolfo Fernandes O herói da resistência

Há pessoas que nascem em Mossoró, mas não são mossoroenses; há pessoas que embora vindas de outros lugares, adotam Mossoró como sua terra e tratam de engrandecê-la, de torná-la cada vez melhor, e com ela crescem, prosperam e, por direito, tornam-se mossoroenses. Para aqueles, Mossoró foi a terra em que nasceram; para esses, Mossoró foi a terra que escolheram para morar. 

Rodolfo Fernandes pertence a última categoria. Nascido em Portalegre/RN a 24 de maio de 1872, começou sua vida de trabalho muito cedo, sendo ainda adolescente quando se iniciou no comércio na cidade de Pau dos Ferros/RN, emigrando depois para a Amazônia durante o primeiro ciclo da borracha, como tantos outros nordestinos. Regressou ao Rio Grande do Norte dois anos depois, indo morar na cidade de Macau, trabalhando na indústria salineira para a Companhia comércio, onde construiu salinas e implantou diversas modernidades. 

Não confundir com a esposa. Esta é filha do coronel Rodolfo Fernandes.

Atraído pelo desenvolvimento de Mossoró, veio aqui se estabelecer, casando-se em 1900 com Isaura Fernandes Pessoa, com quem teve quatro filhos: José, Julieta, Paulo e Raul. Já em Mossoró, trabalhou para a grande firma Tertuliano Fernandes & Cia., também construindo salinas e substituindo o tradicional cata-vento para puxar água por um motor a óleo, o que permitia maior aproveitamento das marés. 

Raul Fernandes filho do coronel Rodolfo fernandes - https://tokdehistoria.com.br/tag/rodolfo-fernandes/

Em 1918 estabeleceu-se por conta própria na indústria salineira. Elegeu-se prefeito de Mossoró em 1926. Teve sua memória perpetuada no coração dos mossoroenses por sua atitude decisiva em defesa de Mossoró. De todos os seus feitos, talvez o que tenha lhe dado maior projeção tenha sido a maneira como o mesmo enfrentou a horda de cangaceiros chefiados por Lampião, que na tarde de 13 de junho de 1927 invadiram Mossoró. 

Clique no link e conheça os familiares do coronel Rodolfo Fernandes. 

https://blogcarlossantos.com.br/familia-de-heroi-de-resistencia-a-lampiao-visita-mossoro/

Pretendiam, os facínoras, extorquir uma vultosa quantia para não atacar a cidade. O Cel. Rodolfo Fernandes reagiu negativamente e comandou a defesa da cidade como um grande general, mandando, inclusive, que qualquer pessoa que não fosse participar ativamente da defesa saísse da cidade como medida de precaução. Essa medida, certamente, evitou muitas mortes desnecessárias.Era homem de arrojadas iniciativas de caráter urbanístico. Em sua administração iniciou o calçamento de algumas ruas e da praça 6 de Janeiro, que posteriormente recebeu o seu nome. Construiu também o primeiro jardim público de Mossoró. 

Um fato curioso é que quando foi iniciado o calçamento em Mossoró, muitos habitantes ficaram insatisfeitos, achando que com o chão coberto de pedras, a temperatura da cidade, que já era em alguns momentos quase que insuportável, iria aumentar. Foi mais uma luta do prefeito para mudar a opinião dessas pessoas, na luta pelo progresso da cidade. 

O Cel. Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins foi um lutador. Um sertanejo simples, mas de visão voltada para o futuro. Soube como poucos amar Mossoró. “Conseguiu realizar uma obra verdadeiramente notável, dentro dos estreitos limites das finanças do município”, como depõe Vingt-un em seu Mossoró. Mas não chegou a terminar o seu mandato. A 16 de setembro de 1927, com a sua saúde abalada, requer licença para tratamento médico no Rio de Janeiro, onde faleceu a 11 de outubro do mesmo ano. E Mossoró chora a sua morte. 

Várias homenagens foram prestadas em sua memória, tendo sido inclusive criado, em 1963, o município de Rodolfo Fernandes, desmembrado do de Portalegre. De Rodolfo Fernandes ficou o exemplo de homem de visão, pioneiro e libertador, digno das mais altas homenagens do povo mossoroense. E por sua bravura no episódio da defesa da cidade contra os cangaceiros de Lampião, ficou conhecido como “O herói da resistência”. ração".

(transcrito na coluna GERALDO MAIA, no jornal O MOSSOROENSE, edição do dia seis de junho de 2001-quarta feira

http://oestenewsblog.blogspot.com/2009/04/rodolfo-fernandes.html

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CARTA DE LAMPIÃO A JOÃO SÁ

 Acervo Robério Santos

Carta de Lampião a João Sá. Fonte: Paris Soir de 1º de agosto de 1938. Paris-FRA. Conseguem ler? PS: gente de Deus, a carta não é de agosto de 38, isso é a data de publicação no jornal francês. Obviamente que a carta foi de antes da morte de Virgulino. Jesus amado… (texto adicional feito 12:06 de 1º de maio de 2024).

ADENDO:

Boa explicação do escritor, jornalista e pesquisador do cangaço Robério Santos. Na verdade, a data não é do dia 1º. de agosto, porque Lampião e sua turma de facínoras foram exterminados no dia 28 de julho de 1938.

https://www.facebook.com/groups/893614680982844

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FAZENDA PIÇARRA E A MORTE DE SABINO GOMES

 Por Manoel Severo Barbosa

Cariri Cangaço em visita a Fazenda Piçarra

Sabino Gomes com certeza era um dos cangaceiros mais destacados do grupo de Virgulino; criado sob as bençãos do clã paraibano de Marcolino Diniz, se uniu a Lampião logo após ao episódio do ataque a Sousa, fato esse que veio a antecipar o afastamento do líder cangaceiro ao poderoso coronel Zé Pereira, de Princesa, cunhado de Marcolino Diniz.

Em pouco tempo, por sua ferocidade e destemor, Sabino já ocupava lugar de destaque dentre o estado maior do cangaço e se colocava ao lado de Antonio Ferreira e Luiz Pedro, como os lugares tenentes do grande Virgulino Lampião.

Foi presença marcante em todos os combates desde então, tendo também escrito seu nome em investidas ousadas, sem  a presença do chefe maior, como foi o caso do próprio ataque a Souza e também a Cajazeiras. Em Mossoró esteve ao lado de Virgulino e Massilon arquitetando o ataque e propenso saque a metrópole potiguar do oeste.

Quase um ano após a saga do desastre da empreitada de Mossoró; Lampião se dirige com poucos homens ao cariri cearense, novamente entra em terras alencarinas pelos lados de Macapá; atual Jati; dali parte célere para um de seus coitos mais seguros: A Piçarra de "Seu Antonio".

Local da partida da volante de Arlindo Rocha
volante acabou seguindo por duas veredas
Por essa vereda seguia o grupo de Arlindo Rocha
Neste local ao tentar passar uma cerca, Sabino foi mortalmente ferido

Era o mês de março de 1928; arranchados no parede de um barreiro da fazenda, incumbiram seu fiel amigo e protetor Antônio da Piçarra de algumas encomendas, entre elas; armas e munição, no que ficou acertado que seria entregue dentro de um dia.

O destino guardava para todos esses personagens um desfecho cruel, que marcaria eternamente a relação de seu Antônio da Piçarra e o Capitão Lampião. A volante pernambucana de Arlindo Rocha juntamente com Manel Neto, no encalço dos bandidos, chega à Piçarra. Não havia como evitar! Seu Antônio foi obrigado a guiar os homens de Arlindo Rocha até o coito de Lampião.

Seguindo por duas veredas, uma mais acima e outra mais abaixo, circundando a parede do barreiro, as forças se aproximavam sorrateiramente do coito; chovia e a noite escura ajudava a empreitada de aproximação. No coito já incomodados com a demora de seu Antônio, os liderados de Lampião resolvem ir até a proximidade da casa saber a razão da demora.

Sabino se distancia do grupo e ao tentar saltar sobre uma passagem de cerca é iluminado por um relâmpago, era tarde! Foi avistado e rapidamente alvejado pelos homens de Arlindo Rocha. Retrocede e é carregado temerosamente pelos companheiros cangaceiros. A volante se adianta e apesar de intenso tiroteio não consegue empreender a perseguição.

Piçarra ficaria marcada por aquele episódio, a noite em que seria morto Sabino Gomes, um  dos mais ferozes cangaceiros da era Lampiônica. A partir daquele dia Lampião engrossava o rol de nomes que clamavam por vingança, e o alvo seria a partir dali: Antônio da Piçarra.

http://cariricangaco.blogspot.com/2010/02/fazenda-picarra-e-morte-de-sabino-gomes.html

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VOLANTES POLICIAIS.

Acervo Guilherme Machado Serrinha-BA.

Força volante do Sargento José Guedes marchando para Gavião, distrito da atual Serra Talhada(PE).

Fonte: "Lampeão - Sua história", de Érico de Almeida, 1926.

Via: O Cangaço na Literatura.

https://www.facebook.com/groups/179428208932798

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A MORTE DO CANGACEIRO SABINO GOMES

 Por José João Sousa


O calendário marcava 27 de março de 1928, quando o Estado Maior do cangaço conversava sobre a possibilidade de Antônio, da Piçarra, ter traído a todos, baseado na demora em trazer as mercadorias, visto que não era comum o atraso, Sabino bem não fechou a boca levou um tiro no tórax, disparado pelo sargento Hercílio Nogueira, no mesmo instante que começou a cair uma forte chuva.

Em meio aos trovões, relâmpagos, gritos e tiros, os cangaceirosconseguiram fugir levando Sabino seriamente ferido e em rápidos movimentos e dribles, deixaram as Volantes atirando entre si, confundindo uns com os outros.

Os cabras de Lampião em fuga, fazendo tudo para garantir a vida de Sabino, cuidavam do ferimento como de costume, com ervas do mato e orações. Subiam e desciam os serrotes, os lajedos e evitavam andar por lugares movimentados. 

Precárias eram a comida e a bebida, praticamente não dormiam. E assim foram duas intermináveis semanas. De vez em quando, Sabino cada vez pior e sem ânimo, pedia que acabassem com seu sofrimento.

Lampião cuidava de encoraja-lo. Estimulava a viver.

A febre ardia.

O ferimento cheirava mal.

Após muita insistência do moribundo, o cangaceiro Mergulhão topou a parada de abreviar a angustia do companheiro. Nesse momento estavam descansando debaixo de uma quixabeira, alguns cangaceiros chupando umbus para aliviar a cede e a fome ao mesmo tempo. Toda conversa entre os dois estava se desenrolando com toda naturalidade para os presentes. Sabino disse a Mergulhão: “- Quando eu disser amém, você atire,” Cobriu o rosto com o chapéu e começou a rezar o Pai Nosso, quando pronunciou a palavra combinada, um tiro seco rompeu o silêncio daquela manhã de inverno. Mergulhão atendeu ao pedido do amigo, com um tiro de misericórdia em cima do chapéu, para atingir o rosto do lugar- tenente do Rei do Cangaço.

Do livro: LAMPIÃO E O SERTÃO DO PAJEÚ
De: Anildomá Willans de Souza

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PRIMEIRA FOTOGRAFIA DE LAMPIÃO E DO QUE RESTOU DO SEU BANDO, TIRADA EM SOLO BAIANO.

Por Geraldo Antônio De Souza Júnior

A fotografia foi registrada no dia 17 de dezembro de 1928 na então Vila de Pombal, atual cidade baiana de Ribeira do Pombal, pelo alfaiate Alcides Fraga.

Na imagem a começar da esquerda estão: Lampião, Ezequiel Ferreira (Irmão de Lampião), Virgínio Fortunato (Moderno), Luiz Pedro, Mariano, Corisco, Mergulhão (Primeiro) e Arvoredo.

Fica o registro!

ADENDO:

Entre Luiz Pedro e Mariano, aparentemente aparecem lá no fundo, três pessoas observando os facínoras se posicionando para a famosa fotografia.

https://www.facebook.com/photo/?fbid=2712946262202586&set=a.110305082466730

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