Mossoró é conhecida como a única
cidade do Nordeste a expulsar Lampião com o seu bando, sem a ajuda das forças
militares, e unicamente com a coragem e a participação do povo da cidade, que se
armaram, e abateram um dos mais importantes membros do bando de Lampião, o
cangaceiro chamado de Jararaca, na qual toda história está relatada nesse
memorial, e a partir daí, a cidade ficou conhecida como a terra da resistência,
vejam algumas fotos do memorial.
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Apesar de ter
sido o grande salvador da Pátria e defensor de Mossoró, Rodolfo Fernandes
de Oliveira não era mossoroense. Nasceu na cidade de Portalegre, também no
Estado do Rio Grande do Norte. Idealizador da resistência contra o bando
de Lampião em Mossoró.
Infelizmente existe
um grande desprezo ao nosso herói. Um homem que arquitetou e convocou os
mossoroenses para juntos combaterem Lampião e seu bando de cangaceiros, e o que
se ver, na representação chuva de balas, é que está mais ligada à admiração
pelos facínoras do que para o grande defensor. Rodolfo Fernandes faleceu no dia
16 de outubro de 1927.
O artigo
abaixo foi escritor pelo jornalista, historiador e pesquisador do cangaço:
Geraldo Maia do Nascimento
Em 24 de Maio
de 1872 nascia, em Portalegre (RN), Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins,
ex-comerciante e Prefeito de Mossoró.
Era ainda
adolescente quando começou a trabalhar no comércio, na cidade de Pau dos
Ferros. Posteriormente tomou um vapor e seguiu para o Amazonas, durante o
período do primeiro ciclo da borracha, seguindo o caminho traçado por muitos
outros nordestinos em busca de vida melhor. A viagem, por si, para uma região
ainda selvagem, já demonstrava a bravura daquele jovem. Por sua inteligência e
sagacidade, tornou-se chefe de grupos de seringueiros. Lá permaneceu por dois
anos. Volta para o Rio Grande do Norte e vai trabalhar em Macau, que naquela
época começava a despontar como grande produtora de sal marinho. Permaneceu por
dois anos na Companhia Comércio, construindo salinas. Mudou-se para Mossoró
aonde veio a consorciar-se em 1900 com Isaura Fernandes Pessoa, com quem teve
quatro filhos: José, Julieta, Paulo e Raul, sendo, esse último, escritor,
historiador e cientista de renome nacional. Trabalhou ainda na firma Tertuliano
Fernandes&Cia, na construção de salinas, sendo o responsável pela
implantação de motores a óleo, em substituição dos velhos e antiquados
cata-ventos de puxar água, o que permitia melhor aproveitamento das marés. Em
1918 estabeleceu-se por conta própria na indústria salineira. Era a recompensa
pela sua dedicação ao trabalho.
Numa cidade
como Mossoró daquela época, um jovem empreendedor como Rodolfo Fernandes não
podia ficar fora da política. Sai candidato e se elege Prefeito de Mossoró para
o período administrativo de 1926 a 1928. E como Prefeito implantou um ritmo
novo na administração municipal: calçou ruas, cuidou das praças, providenciou a
planta topográfica da cidade, fincou marcos na área urbana, delimitando as
avenidas e as ruas, planejou e aumentou a cidadela de Souza Machado, como
escreveu um dia o historiador Vingt-un Rosado. Foi um grande administrador para
Mossoró.
Naquela época
a região Nordeste vivia momentos de intranqüilidades com a presença de grupos
de cangaceiros roubando, matando e causando pânico por onde passavam. As
cidades viviam a mercê dos bandoleiros, já que a presença de força pública era
insignificante. Em 1927, no segundo ano do seu mandato, Rodolfo tomou
conhecimento de que um grande grupo de cangaceiros estava planejando invadir
Mossoró. À frente dos cangaceiros estava o famigerado Lampião, terror dos
sertões. Era mister tomar providências rápidas. Um boato dessa monta não podia
ser desprezado. Buscou, então, ajuda do Governo Estadual, pedindo reforço de
tropa e armas. A resposta foi negativa. O Estado não podia ajudar. Restava, portanto,
convocar o povo para uma guerra santa. Guerra civil, com a participação mínima
de militares. Mossoró tinha muito a perder, se o ataque acontecesse. A cidade
era rica, com uma agencia do Banco do Brasil, fábricas de óleo e de
beneficiamento de algodão, um comércio que tinha influência não só no Oeste
potiguar, como também em parte dos Estados do Ceará e da Paraíba. Tinham que
resistir. Com paciência e humildade ganhou a confiança dos mossoroenses e
tornou-se comandante das tropas de defesa.
Em 13 de junho
de 1927 aconteceu o que já era esperado: Os cangaceiros atacaram a cidade.
Foram rechaçados; viva a Mossoró! Viva ao Prefeito Rodolfo Fernandes.
Mas Rodolfo,
tão forte e tão bravo na defesa de sua cidadela, era um homem doente. E o
esforço com a batalha foi muito grande para ele. Morreu no dia 11 de outubro de
1927, na capital da República, para onde tinha sido levado logo que seu estado
clínico agravou. Partiu sem terminar o seu mandato de Prefeito. Deixou como
legado um exemplo a ser seguido pelas gerações futuras.
A cidade
reconheceu o seu valor e demonstrou o amor que tinha pelo seu Prefeito,
denominando de Rodolfo Fernandes a antiga Praça 6 de Janeiro, localizada no
coração de Mossoró.
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Autor:
Jornalista
Geraldo Maia do Nascimento
Fontes:
Transcrito na
coluna GERALDO MAIA, no jornal O MOSSOROENSE, edição do dia seis de junho de
2001-quarta feira.
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fernandes.html
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