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sexta-feira, 3 de março de 2023

A GUERRA DAS FAMILIAS:MONTES E FEITOSAS

Por Jose Bezerra Lima Irmão

As pendengas entre os Monte e os Feitosa decorreram de questões de honra e disputas por terras e poder, nos sertões dos Inhamuns, Cariri e Icó.

Essas duas famílias haviam-se ligado pelo casamento de Francisco Alves Feitosa com Isabel do Monte, resultando mais tarde uma rixa familiar de cunhado contra cunhado, acrescida de disputa por terras e poder, no período da colonização. Foram tantas as mortes que o rei de Portugal teve de intervir, ordenando represálias contra os dois clãs.
Em virtude das lutas dessas famílias por anos a fio, muitos de seus membros fugiram do Ceará e foram morar em outros lugares. A cidade sergipana de Porto da Folha foi fundada por gente da família Feitosa, dali se espalhando por localidades vizinhas, em Sergipe e Alagoas. Por sua vez, muitos indivíduos dos Montes se instalaram em Penedo, Propriá Aquidabã e Carira. Um valentão chamado Manoel Monte, da fazenda Baixa do Gado, em Carira, entrou em luta com os Guedes e terminou se tornando cangaceiro, embora tivesse morada fixa em Monte Alegre e vivesse sossegado em sua fazenda Albano, na beira do Riacho do Cachorro.
A mãe do cangaceiro Antônio Silvino descendia dos Feitosa.
Os ancestrais de Virgulino, o Lampião, pelo lado paterno – família Ferreira Lima – eram também descendentes dos Alves Feitosa, da povoação de Inhamuns, à época município de Tauá, no Ceará, família antiga, dos primeiros povoadores do sudoeste do Ceará. A sesmaria de um dos patriarcas da família, Lourenço Alves Feitosa, ficava onde hoje é Cococi, atual distrito de Parambu. Seu irmão Francisco Alves Feitosa era dono da fazenda Barra do Jucá, no Vale do Jaguaribe. Vários membros da família Alves Feitosa debandaram do sertão dos Inhamuns em virtude de questões com a família Monte. Para não serem localizados pelos inimigos, muitos mudaram de nome, trocando o “Feitosa” por “Ferreira”, acrescido ora de “Barros”, ora de “Lima”. O padrinho de Anália, irmã de Lampião, foi Terto Alves Feitosa (Terto Baião, das fazendas Enforcado e Lagoa Cercada), um dos que não mudaram de nome, continuando com o “Alves Feitosa”.

O bisavô paterno de Lampião, José Alves Feitosa, passou a identificar-se como José Ambrósio Ferreira Lima. Tinha dois filhos: Antônio Ferreira Lima e João Ferreira Lima. Antônio Ferreira Lima é o avô de Lampião. Seu nome antes era Antônio Alves Feitosa, porém passou a se identificar ora como Antônio Ferreira Lima, ora como Antônio Ferreira de Barros, ora como Antônio Ferreira da Silva, ora como Antônio Ferreira de Magalhães. Casou com uma moça do lugar Peru, na ribeira do São Domingos, chamada Maria Francisca da Chaga (dona Maria Chaga). Tiveram três filhos e duas filhas. O filho mais velho de Antônio Ferreira e Maria Chaga chamava-se João Ferreira Sobrinho, alcunhado de João Rola. O segundo filho foi José Ferreira (pai de Lampião). O terceiro chamava-se Venâncio Ferreira. Este, já adulto, se mudou para Juazeiro do Norte, onde botou uma venda (mercearia). Por motivos de doença, gastou tudo o que tinha no tratamento e foi para Picos, no Piauí.
Além desses três filhos legítimos, Antônio Ferreira Lima teve ainda um filho bastardo com uma bela jovem de olhos azuis e cabelos ruivos chamada Matilde. O filho recebeu o nome de Antônio José Ferreira e ficaria conhecido como Antônio de Matilde, ou simplesmente Antônio Matilde. Esse personagem viria a ter enorme influência na vida de Virgulino, seu sobrinho.
Aí está uma síntese apertada de resultado de pesquisas que exponho no meu Lampião – a Raposa das Caatingas.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

http://cariricangaco.blogspot.com/2021/07/a-guerra-das-familiasmontes-e-feitosas.html

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O CARRASCO DO BRASIL – DOCUMENTÁRIO FRANCÊS FOCA NOS ATAQUES DE UM SUBMARINO NAZISTA A NAVIOS BRASILEIROS EM 1942, QUE PROVOCARAM MAIS DE 600 MORTES

 

Autor – Durval Lourenço Pereira

Fonte – https://memorialdafeb.com/2023/03/01/o-carrasco-do-brasil/

Jamais tantos brasileiros foram assassinados, em tão pouco tempo, por ordem direta de uma mesma pessoa, quanto em meados de agosto de 1942. No comando do U-507, o capitão-de-corveta Harro Schacht desencadeou um violento ataque contra a navegação de cabotagem brasileira, torpedeando e afundando cinco navios de transporte de carga e passageiros entre 15 e 19 de agosto. Mais de 600 brasileiros (homens, mulheres e crianças) pereceram nesses ataques, ora devido a explosão dos torpedos, ora por afogamento, ora devorados por vários tubarões.

Foram precisos mais de 80 anos para que essa ação covarde, que provocou a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, pudesse ser retratada em uma produção audiovisual estrangeira. A série de documentários 1942, de Marc Ball e Véronique Lagoarde-Ségot, estreia na programação do canal de televisão franco-alemão Arte Channel em 1º de março de 2023.

O quinto episódio da série, que reconstitui esses eventos terríveis, foi inspirado no livro Operação Brasil: o ataque alemão que mudou o curso da Segunda Guerra Mundial.

“Civis de todos os lados relatam o ano de 1942, um momento crucial quando a guerra se tornou global. Uma comovente polifonia documental. Quinta parte: de agosto a novembro de 1942. O mundo afunda na selvageria e os valores morais entram em colapso junto com o preço da vida humana.

Harro é um dos comandantes alemães encarregados de torpedear barcos de abastecimento americanos. Em busca de presas, ele se aproxima da costa brasileira e ataca civis. Chocado, o Brasil vai à guerra. Para os homens do campo, duas escolhas são essenciais: partir para a luta ou colher borracha na Amazônia. Manoel prefere a segunda opção, onde também o espera o horror […]”.

A série documental foi produzida utilizando raros filmes de época, além de muita originalidade e sensibilidade, fazendo-a merecedora de justos elogios da crítica especializada. Para assistir gratuitamente o documentário, por enquanto com áudio e legendas apenas em alemão e francês, clique neste  link. Contudo, é preciso que o seu PC ou smartphone tenha VPN instalado — software mais do que conveniente em tempos de censura digital e ditatorial crescente no Brasil —, pois a série ainda não está disponível para o público nacional.

Alguém poderia perguntar se finalmente os mitos acerca da responsabilidade pelos afundamentos na costa brasileira — do tipo: foram os “estadunidenses!” — finalmente serão enterrados após esta produção do canal franco-alemão. Achamos pouco provável, pois persistem na Educação brasileira os mesmos vícios que transformaram boa parte dos cursos de História em laboratórios de militância política e social.

Justamente por isso, as reais origens da ação do U-507 ficaram ocultas do público por quase oito décadas, até o lançamento de Operação Brasil.

Justamente por isso, os mitos de motivação ideológica continuarão povoando o imaginário das salas de aula nacionais.

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Extraído do blog Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros.

https://tokdehistoria.com.br/2023/03/01/o-carrasco-do-brasil-documentario-frances-foca-nos-ataques-de-um-submarino-nazista-a-navios-brasileiros-em-1942-que-provocavram-a-morte-de-600-pessoas/

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O MÊS DA GUERRA

 Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2023.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.847

Início de março e nenhuma mudança no tempo que se assemelha totalmente a fevereiro. A tênue claridade de um novo dia, começa, a aproximadamente quatro horas e poucos minutos e entra na sua plenitude em torno das seis horas da manhã. O interior das casas continua um pouco escuro, mesmo tendo amanhecido. O céu nublado faz coro no ditado sertanejo: “bonito para chover”, mas não chove. Como já foi dito, imita até agora o mês que passou. Difícil até tomar o Sol da manhãzinha que só vai estar disponível total ou parcial a partir das 8 horas, ocasião em que o leiteiro passa de moto com sua buzina de FNM. E é no pingo das 8 horas que escancaramos o portão da rua onde tudo parece estagnado. Nem um ser humano, nem animal doméstico, nem sequer um inseto. As árvores não se balançam e os pássaros costumeiros sumiram completamente, dos arredores, sequer um urubu dá sinal de vida, apenas os automóveis estacionados são vistos e mais nada., absolutamente nada.

TRISTEZA NAS RUAS (FOTO: B. CHAGAS)     

Conforme previsão dos experientes, o ano vai ser de bom inverno para o sertanejo – o que não deixa de ser um bom consolo – mas dizem que as chuvas não serão abundantes. Bom por um lado, preocupa por outro porque se no outono/inverno não se faz água nos reservatórios do sertão, o pós inverno não teria água, para os bichos, a não ser que se antecipe uma boa trovoada, mas é muito melhor viver o hoje do que a perspectiva a longo prazo. Até porque é Nosso Senhor Jesus Cristo quem está no comando e que vê tudo, que sabe de tudo e determina tudo. E assim o mês de março prossegue como início dos trabalhos no Brasil como dizem alguns, porque antes é só mesmo Carnaval. E se é verdade ou não fica no imaginário do internauta.  Aliás, março surgiu em Roma e era o primeiro mês do ano. Significa Martius, o deus romano da guerra. A guerra que estar acontecendo no mundo....

O calendário indica que não estamos tão longe do outono, época em que têm inícios as nossas chuvaradas. E se o Carnaval foi encerrado, vamos para a Quaresma, época de muita meditação para chegarmos à Semana Santa, com mais vigor espiritual. Com religião ou sem religião, a Semana Santa pode levar o trabalhador ao descanso praieiro, às trilhas das chapadas ou a simples rede doméstica que ajuda a repor as energias. Para muitos, o mês de março e o mês de agosto, são psicologicamente os meses mais longos do ano, notável para quem trabalha, para quem aguarda o “trocado” da repartição... Que fazer! É a vez do deus da guerra que apesar da esquisitice dos tempos, poderá trazer para você a vitória sobre o que tanto aguarda.

Deus não dorme!

Quem já viu Deus dormir!

   http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2023/03/o-mes-da-guerra-clerisvaldo-b.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com