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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

CANGACEIRA INACINHA


THIAGO MENEZES RETORNA COM SEUS TRABALHOS DE PESQUISAS DE CAMPO NO SEU "ODISSEIA DO CANGAÇO"

ELE NOS PRESENTEIA COM UM TRABALHO REALIZADO NO RASO DA CATARINA NA CASA CENTENÁRIA DA IRMÃ DA COMPANHEIRA DO CANGACEIRO GATO. A CANGACEIRA INACINHA

https://youtu.be/SYRGnZQNng0 Thiago voltando, é um bom rapaz.


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ALCINO, CLEMILDA E GÉRSON FILHO

*Rangel Alves da Costa

Antes mesmo dos anos 70, principalmente a partir da primeira gestão de Alcino Alves Costa (1967-1970) no comando da prefeitura de Poço Redondo, os laços de amizade entre o jovem prefeito e os forrozeiros Clemilda e Gérson Filho foram muito estreitados, tendo este casal uma porta sempre aberta no sertão sergipano.
Clemilda e Gérson Filho, nascidos nas Alagoas e migrados para Sergipe após uma breve estadia no sul do país, já eram reconhecidos nacionalmente quando Alcino abriu-lhes as portas de Poço Redondo. Antes disso, o contato dos artistas com o sertão era apenas no vai e vem das raras apresentações, para mais tarde se transformar em constante convívio.
Ora, desde aqueles tempos que Alcino se mostrava um apaixonado pela autêntica música da terra, tanto no forró como na viola de pinho. E tal paixão redundou na maior festa forrozeira já vista no sertão sergipano. Foi naqueles idos dos meados de 70 que nada menos que doze artistas famosos chegaram a Poço Redondo para uma inesquecível apresentação.
O “Fino da Roça” estava em Poço Redondo. Festança de rua, tomando a extensão da atual Rua Prefeito João Rodrigues, tendo a carroceria de um caminhão como palco, nomes famosos como Elino Julião, João do Pífano, Messias Holanda, Pedro Sertanejo, Genival Lacerda, Clemilda e Gérson Filho, dentre tantos outros, tornaram inesquecível aquela noite sertaneja.


Foi nesta estadia que Messias Holanda encontrou o mote para compor (a partir de ideia de Alcino) um de seus grandes sucessos: Mariá: “Pra onde vai com essa trouxona danada Mariá, na cacimba só tem água pra beber. Pouca água deixa a roupa mal lavada Mariá, lavar roupa, também tem o que aprender. Bota pouco pano nessa trouxa Mariá, nesse tempo não tem água pra gastar. Leve a colcha eu preciso dessa colcha, abra a trouxa, bote a colcha, leve a colcha pra lavar...”.
A Mariá da música ainda pode ser avistada ao frescor do entardecer na calçada de sua filha Neide, precisamente na Avenida Alcino Alves Costa. Também exercendo o ofício de lavadeira no passado e residindo noutro local, Alcino passou com Messias Holanda no exato momento em que Mariá seguia com uma trouxa de roupas na cabeça. E daí ter nascido a música que tanto sucesso fez e hoje se constitui em relíquia sertaneja.
Mas como dito, Clemilda e Gérson Filho passaram a ser presença constante em Poço Redondo e em tamanha amizade com Alcino que se tornaram como se fossem “de casa”. E foi como reconhecimento dessa amizade que Gérson Filho incluiu no LP “Ingazeira do Norte”, de 1969, o “Forró em Poço Redondo”. A composição dessa música deu, contudo, o que falar, correndo até o risco de se transformar em verdadeira tragédia entre dois forrozeiros.
As desavenças em torno do “Forró em Poço Redondo” ocorreram entre o próprio Gérson Filho e outro famoso forrozeiro, alagoano de Traipu, mas sempre no sertão sergipano, chamado Dudu Ribeiro. Além de seu terno de linho branco, baixa estatura, chapéu grande e imponente, e maestria na sanfona, Dudu Ribeiro era conhecido e afamado pela sua valentia. Diziam até que tocava com uma arma escondida debaixo do chapéu.
Pois bem. Sendo também presença constante em Poço Redondo, o sanfoneiro Dudu Ribeiro procurou homenageá-lo com um forró, e assim surgiu o “Forró em Poço Redondo”. Um dia de festança no sertão, eis que encontra seu amigo Gérson Filho e começa a dedilhar sua criação. Então prontamente Gérson pede para gravar. Concessão feita, este fez alguns ajustes nos acordes e lançou em disco. Só que Gérson cometeu um erro imperdoável: não citou Dudu sequer como parceiro de composição. Até hoje consta apenas o nome de Gérson Filho como compositor.


Quando soube do acontecido, então Dudu Ribeiro virou na gota serena. Valente só bicho do mato, multiplicou sua valentia em muitas e jurou acertar as contas com Gérson. Não ia ficar barato não, segundo ele. Foi preciso que Alcino prontamente intercedesse para não acontecer o pior. Não se sabe o que ficou acertado ou como foi resolvida a questão, mas o “Forró em Poço Redondo” ganhou ainda mais fama após tal episódio.
Mas outro episódio, desta feita envolvendo Clemilda, mostra que a errônea atitude em não citar os verdadeiros compositores parecia normal ao casal de forrozeiros. A música “No sertão tudo mudou” possui letra de Alcino Alves Costa, mas no disco consta apenas Clemilda e Gérson Filho como autores. Ainda bem que não ocorreu o mesmo com o sucesso “Seca Desalmada”, que deu nome ao LP de 1973. Tal música composta por Alcino se tornou num dos maiores sucessos de toda a carreira musical da guerreira alagoana de alma sergipana.
De uma plangência sem igual, a voz afinada perante a letra genial: “Visitei o Juazeiro que fica lá no sertão, havia muito romeiro assistindo um sermão...”.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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ZÉ SERENO - DEPOIMENTOS E RELATOS DE UM EX CANGACEIRO DO BANDO DE LAMPIÃO (PARTE I)

https://www.youtube.com/watch?v=9wvD-nmvqGM
Um fantástico e surpreendente depoimento, onde Zé Sereno, um ex cangaceiro do bando de Lampião, fala sobre sua vida durante o período em que integrou as hostes cangaceiras e como ele e sua companheira Sila, escaparam da morte naquela manhã de 28 de Julho de 1938 em Angico, quando a Força Volante Alagoana deu cabo de Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros.
Detalhes impressionantes que farão vocês repensarem sobre os momentos finais da vida do Rei do Cangaço.
ASSISTAM...

CANUDOS EFEITOS E RESULTADOS

https://www.youtube.com/watch?v=zf3z6ffZhCI&feature=share&fbclid=IwAR1FTIht-gaJFlxwEiO0TMt8n8M8lnB08mXBDT11AnB43opF2u5kJVvCwIQ

A guerra de canudos e seus efeitos na sociedade
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OS INIMIGOS DE LAMPIÃO Por:Urbano Silva


Há exatos 81 anos após o seu falecimento, e pesquisando sobre o personagem há alguns anos, ainda me surpreendo com o interesse da população e o espaço que o cangaço tem na cultura nordestina, principalmente no destaque de Virgulino Ferreira, o Lampião, popularmente denominado o rei do cangaço

São muitas histórias, muitas delas carentes de comprovação para a sua veracidade, mas esse personagem transita entre fatos e lendas com a mesma velocidade, o que também o mantêm sempre ativo nas rodas de conversas. Entre curiosidades, ser o brasileiro mais biografado do país - mesmo tendo vivido por apenas 40 anos - e atuado como líder do cangaço de 1922 a 1938, portanto 16 anos, é um tempo relativamente curto para se tornar objeto de tantas pesquisas, literatura, debates, documentários etc. Mas, gostem ou não, esse homem é a figura central da historiografia do cangaço. 

Certa vez, conversando com uma jovem sobre o papel da mulher no referido movimento social, veio uma indagação que achei muito inteligente: professor, quem eram os inimigos do cangaço e Lampião? De pronto, lancei mão dos autores que consulto: Luitgarde, Antonio Amaury, Frederico, João Lima, Archimedes Marques, Oleone e demais valiosos intelectuais do tema.

Jorge Remígio, João de Sousa Lima, Manoel Severo e Professor Urbano Silva em dia de Cariri Cangaço

Afinal, quem era os inimigos do cangaço?  Do ponto de vista da sociologia, desprovido de qualquer paixão, aí vai o que respondi: quase toda a sociedade era contra, portanto foram vítimas que se tornaram inimigos dos cangaceiros, os seus algozes. Todo aquele que me oprime, se torna meu inimigo em potencial! Na sociedade rural do nordeste temos cenário e personagens bem definidos, uma sociedade agrícola e pecuária de sobrevivência, governos muito distante dos sertanejos, escolaridade mínima ou nula, latifúndio, forte presença católica, coronéis e cangaceiros, jagunços e volantes. 

Padres ficavam em polvorosa quando da notícia de cangaceiros, pois afugentavam os fiéis; coronéis latifundiários ficavam temerosos para resguardar familiares, dinheiro, animais e lavoura, além de serem extorquidos por cangaceiros; políticos se viam na obrigação de reagir ao cangaço, pois não fazendo perdiam a credibilidade e votos como líderes sociais; pequenos agricultores se viam ameaçados pelo coito, bem como atos violentos de estupros e raptos de suas filhas, além da pressão das volantes; volantes essas que recrutavam homens em busca de prestígio e dinheiro, dando a eles a função policial e jurídica no meio da caatinga, abrindo espaços para excessos inimagináveis; pequenos comerciantes que perdiam clientes e eram alvos de saques em plena luz do dia; viajantes que podiam ser intimados, assaltados ou surrados nos trajetos que faziam nas empoeiradas estradas sertanejas. Homens de meia idade, jovens, idosos, homens e mulheres, a violência não fazia distinção. O descontrole chegou a um ponto que cortar cabeças humanas era um passaporte para a escalada social, clima de barbárie irracional em pleno sertão nordestino do século XX.

 A arte de André Neves

No início desse texto, que denominei “quase toda a sociedade era contra...” então, se não era unanimidade, haviam personagens favoráveis? Creio que sim, um exemplo disso (existem outros mais) é Eronides Ferreira de Carvalho, o médico capitão do Exército e interventor de Sergipe, que alimentou uma relação inimaginável entre o mais temido cangaceiro e alguém que estava no comando de um Estado, como seu governador republicano. A compra e venda de fazendas, os “subgrupos de cangaceiros” criando o que escritor Frederico Pernambucano denomina Cangaço S.A, relações alimentadas por dinheiro de origem ilícita, status social, violência e muita ambição...esses personagens não eram contra o cangaço, pois dele tiraram proveito de várias formas. Um coquetel venenoso nas relações humanas desde sempre até os dias atuais!

Eis o teatro da existência humana: anjos e demônios, personagens atuantes em seus papéis sociais, num cenário que envolve todos, seja no palco ou na plateia, anônimos ou famosos, é papel da história o registro de memória e o seu fortalecimento para a consciência social.
Todo aquele que me oprime, se torna meu inimigo em potencial!

Professor José Urbano
Caruaru, Pernambuco, 07/08/1


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O ESTUDO DO CANGAÇO A CADA DIA APARECEM MAIS SEGUIDORES.

Por José Mendes Pereira

Parece que no Brasil (exceto a bíblia) a literatura que é mais estudada é a cangaceira, principalmente sobre o velho  guerreiro  e sanguinário capitão Lampião. Todos querem saber quem foi Lampião, o motivo de ter entrado para uma vida de desgraça, sanguinária e de ter se tornado um homem infeliz, e o porquê de ser  um homem privado de viver no meio da sociedade onde por lá nasceu. 

A comprovação de quererem saber o motivo da sua entrada no mundo do crime está no total de acessos nos blogs, nos sites, no facebook..., e que a cada dia mais gente procura entender a causa de muitos homens e mulheres terem se tornados marginais, quando antes eram pessoas que cumpriam as suas responsabilidades.

O pesquisador do cangaço Urbano Silva disse em: 


- "que Lampião é o brasileiro mais biografado do país - mesmo tendo vivido por apenas 40 anos - e atuado como líder do cangaço de 1922 a 1938, portanto 16 anos, é um tempo relativamente curto para se tornar objeto de tantas pesquisas, literatura, debates, documentários etc. Mas, gostem ou não, esse homem é a figura central da historiografia do cangaço". 

Quem estuda a vida de Lampião fica se perguntando: Será que Lampião culpava a si mesmo pelas suas desordens quando poderia ter evitado de ganhar o mundo do crime, ou culpava o José Saturnino e o José Lucena? 

Será que ele se defendia dizendo que o único culpado das suas declinações na terra era Deus, por ter trazido ele ao mundo com desejo de derramar sangue para ver o líquido escarlate formando rios pelo chão? 

Será que ele dizia que se tivesse feito a si mesmo não seria o que ele se tornou? 


Será que nas  suas orações (assim gravou na caatinga o libanês Benjamin Abraão) ele pedia a Deus que mudasse a sua vida para ser um homem do bem?

Aí ficam perguntas sem respostas.

Amigo leitor, chamo a sua atenção para não usar este material na literatura lampiônica porque ele não tem nenhum valor para o tema. O que eu escrevi são apenas as minhas inquietações assim dizia   o caipira escritor de Poço Redondo Alcino Alves Costa  .

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CORDELISTA CÉSAR MELLO, DE ACARAÚ, LANÇA NOVOS LIVRETOS FALANDO DO CANGAÇO E DO CASTELO ACARAUENSE



O poeta de Cordel acarauense, César Mello, publicou novas obras: "A crueldade no Cangaço" e "Um castelo encantador: uma história de amor e de fé". Ambas de teor histórico-cultural, são uma grande fonte de pesquisa e de literatura.

O próprio cordelista fala das propostas de suas obras. "Como todo cordelista, depois de ler alguns livros que contam a história do cangaço, tenho também a minha versão, onde falo da crueldade a forma com que os cangaceiros matavam seus adversários. E a outra edição falo da construção de um castelo medieval no norte do ceará em nosso Acaraú (que funciona como restaurante e pousada)", explicou.


Ao todo, o poeta acarauense, que por conta própria elabora e imprime suas obras, já alcançou a marca de 33 livretos de cordel. "Cada um com uma história diferente, onde falo da cultura de nossa Terra e de nossa gente, como também de algumas celebridades acarauenses. Com vistas a socializar seu trabalho, lgumas obras são distribuídas em escolas e na Biblioteca Pública de Acaraú. O poeta também participa de congressos e feiras da Cidade para divulgar seu trabalho.

Interessados em ajudar o poeta ou adquirir um dos seus cordéis, basta entrar em contato pelo fone (88)99662.7481 e o cordelista entrega pessoalmente caso seja daqui da sede do Município.


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A MORTE DE DELUZ


Por Moustafá Veras

Foi em virtude de desavenças com o seu sogro, o pai de Dalva, sua esposa, que naquele dia 30 de setembro de 1952, quando viajava de sua fazenda Araticum para o Canindé Velho de Baixo, se viu tocaiado e morto com vários tiros. Morte atribuída ao velho pai de Dalva, o senhor João Marinho, proprietário da famosa fazenda Brejo, no hoje município de Canindé de São Francisco.

Diz à história que João Marinho foi o mandante, chegando até ser preso; e seu genro João Maria Valadão, casado com Mariinha, irmã de Dalva, portanto cunhado de Deluz, ainda vivo até a feitura desse artigo, com seus 96 anos de idade, completados no mês de dezembro de 2011, foi quem tocaiou e matou o célebre militar e delegado que aterrorizou Canindé e o Sertão do São Francisco.


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