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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Primeira Igreja da Cidade de Ribeira do Pombal Bahia...

Por Guilherme Machado

Primeira Igreja da Cidade de Ribeira do Pombal Bahia... Onde Lampião tirou a famosa fotografia em 1928 quando a Cidade ainda era Vila de Pombal.


Lampião em Ribeira do Pombal

As ruas que hoje passam os moradores de Ribeira do Pombal, também passou um dos maiores e mais vislumbre brasileiro, que deixou sua história marcada para sempre na cultura brasileira. 

Virgulino Ferreira da Silva ou Lampião, como é mais conhecido; marcou sua história com ações heroicas e mesmo que um pouco desastrosas para muitos moradores, deixou um rastro de sua fama por todo o nordeste brasileiro.

Fonte: facebook

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REFLETINDO NOS CAÇUÁS

Por Clerisvaldo B. Chagas, 29 de maio de 2014 - Crônica Nº 1.199

“Na mitologia de vários povos, os primeiros seres humanos foram criados a partir de elementos da natureza, como argila e areia.


Um antigo povo da América do Sul, os tiahuanacos, acreditava que o deus Wiracocha teria emergido das águas do lago Titicaca para criar o primeiro casal humano.

Um mito da Indochina conta que os primeiros seres humanos viviam em um paraíso, podiam voar e conversar com os animais e as plantas. Lá havia ferramentas que trabalhavam por eles e sua única obrigação era alimentá-las. Mas houve uma vez em que os seres humanos não cuidaram das ferramentas. Elas então castigaram os homens, fazendo-os trabalhar na Terra para sempre.

Um mito africano, dos povos iorubas, conta que Obatalá criou os primeiros seres humanos modelando-os em barro. Foi o sopro do deus Olodumare, porém, que deu vida a eles.

Já no chamado Antigo Testamento, um conjunto de livros sagrados para os judeus e que também faz parte da Bíblia dos cristãos, há uma explicação para o surgimento dos seres humanos. Segundo a narrativa bíblica, tudo o que há na Terra foi criado por Deus.

As explicações mitológicas influenciaram as tradições e os costumes de muitos povos. Nelas os seres humanos teriam sido criados com a mesma aparência de hoje, sem passar por transformações ao longo do tempo. Tais explicações também são chamadas criacionistas”.(VAZ, Maria Luísa & Panazzo, Sívia. Jornadas.hist. 2. ed. São Paulo, Saraiva, 2012. Pag. 41).

Ao longo da vida conheci e conheço muitos que poderiam achar simpáticas às teorias da origem do ser humano; além de simpáticas, divertidas até. Para esses o que não pode ser divertido é à saída do homem da Terra. “Que ingratidão de Deus! Depois de se roubar tanto e oprimir com arrogância do próprio sangue, não poder levar o que arrebanhou”. Na linguagem chula, basta um dinheirinho a mais, um carguinho ou a menor vaga da carreira política: os homens cagam dinheiro e as mulheres mijam loção.

De bolso liso, sobe ou desce o defunto safado, mas não tem muita certeza de como subornar o fisco dos céus ou as catervas de satanás.

Ô povo besta da peste!

·        Título nosso.

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COMIDA DE FEIRA E OUTROS PRATOS

Por Rangel Alves da Costa*

Conheço muita gente que jamais trocaria uma comida de feira ou mesmo aquela conhecida como caseira pelo prato mais requintado preparado pelo chef  mais premiado. E possui boas razões na sua opção pelo normal apetitoso ao servido muito mais para se ver do que para comer. A começar pelo preço, que em termos de comida é o exemplo maior da desigualdade social e do poder aquisitivo entre as pessoas.

Mas há gosto pra tudo e de todo tipo. Tem gente que prefere se submeter ao luxo dos restaurantes mais chiques, e de lá certamente sair com fome e uma vontade danada de comer farofa de ovo com salsicha, a fazer valer sua gulodice e sentar numa mesa ao lado de uma panelada bem temperada. É a vaidade e o senso de riqueza que impedem aproveitar das delícias do melhor fogão e fingir que se satisfaz com uma mínima porção de fatias enfeitadas a preços absurdos.


Verdadeiramente não consigo imaginar que uma pessoa se dirija a um desses restaurantes estrelados, pagando para entrar, fingir que come e até para sair, e depois dizer que se alimentou suficientemente bem para satisfazer sua fome. Como popularmente se diz, cada prato com nome impronunciável custa o salário de muita gente, cada bebida os olhos da cara. Ademais, comida não é joia para ser apenas apreciada, mas um verdadeiro diálogo entre a fome e a substância, de forma democrática e liberta de preciosismos e etiquetas inibidoras.

Outro dia li na Folha de São Paulo acerca de restaurantes que cobram até R$ 267,00 por um bife da raça Wagiu (apenas um bife com purê e salada). A desculpa é que a dita carne é a mais nobre e a mais macia que existe. Mas estaria cara ainda que temperada com raspas de ouro. Um bom prato de sarapatel nordestino, saboroso e apimentado, não custa nem R$ 20,00. Enquanto os chefs oferecem verdadeiros dedais de um preparo com nome esquisito, tendo por cima uma folha de mato e uma calda em fio de nome igualmente esdrúxulo, e pela iguaria cobram metade de um salário mínimo, por aqui a pessoa se esbalda em qualquer mesa caseira sem gastar mais que R$ 30,00. E quando muito.

E os tais restaurantes luxuosos possuem clientela garantida e com reserva. O problema não é nem o preço, mas o quase nada que é oferecido pelo espantoso valor. E a educação da grã-finagem ainda recomenda que não se deva deixar o prato vazio. Quer dizer, tem de beliscar um pouco de quase nada e ainda deixar quase tudo no prato. É por essas e outras que as colunas sociais mostram um povo raquítico, fantasmagórico, numa finura doentia. E tais feições dificilmente são apresentadas por pessoas tidas como pobres, eis que se alimentam muito mais ricamente que a roda da burguesia.

Daí que não precisa ser pesquisador ou estudioso da culinária nacional para concluir que o povo humilde é o que melhor se alimenta quando pode dispor dos sortimentos para colocar na panela. Inventivo por natureza e necessidade, qualquer pé de vaca ou de porco se transforma num prato apetitoso, juntando pedaços de carne faz uma panelada dos deuses, misturando miúdos e entranhas faz a festa do olhar e da gulodice. É realmente de lamber os beiços a comida caseira que desponta nos fogões de pedra ou de lenha, nas panelas de barro ou alumínio, exalando um cheiro tão convidativo que a boca se enche de água.

A comida de feira nordestina então, esta não tem igual na culinária brasileira. Nas feiras interioranas ou mesmo nas capitais, não importa que a barraca seja grande ou pequena, se há muitas mesas ao redor ou se o fogo solta fumaceiro ou é a gás. Bastando haver asseio, pronto atendimento e diversidade de sabores, então logo a fome será fragorosamente derrotada pelos pratos que vão chegando, pelos cheiros que vão subindo no ar, pela gulodice que quer experimentar tudo de uma só vez.


A feira em si já é um ambiente convidativo, com inúmeras opções a preços populares. Por todo lado mercadorias e objetos interessantes, artesanatos bem trabalhados, frutas apetitosas da estação, legumes e cereais a perder de vista, frascos e mais frascos com porções para todas as fraquezas do corpo e da mente. Mais adiante o cordel pendurado no barbante, as vendedoras de flores, os cestos de beiju e de tapioca. De barro o que se pensar, de couro e cordame o que se imaginar. Mas o melhor vai sendo localizado pelo cheiro, eis que as panelas ferventes parecem gritar na boca dos estômagos vazios.

Então basta sentar numa mesa ou num banco de pé de balcão e fazer a escolha, tarefa que não é fácil diante do sortimento. Talvez um sarapatel de porco ou de carneiro, uma galinha de capoeira legítima, um pirão de capão de parida, carne de boi, de bode ou de porco. Famosa é a panelada misturando boi e porco e o fígado. Contudo, há pratos que dificilmente são rejeitados quando oferecidos. Assim acontece com a feijoada, a buchada, o baião de dois com charque desfiado e o churrasco misto, com carne gorda e desinibida.

Como se diz por aqui, nada melhor do que uma pinga para prevenir o estômago antes de uma comida mais gordurosa ou com tempero apimentado. Depois é só pedir a conta a Dona Maria do Botequim. E juntando tudo, desde a aguardente de entrada até o doce de leite da sobremesa, sai por preço muito menor que a gorjeta exigida nos restaurantes de luxo. E agora me deu uma fome danada.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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UMA HOMENAGEM MERECIDA

Por Antonio José de Oliveira

Na qualidade de neófito na área de pesquisa da História do Cangaço, evidencio que tenho sido imensamente beneficiado com os trabalhos dos experientes pesquisadores. Pesquisadores esses, com os quais mantenho contato, como é o caso do 

Rangel Alves da Costa

nobre Advogado e Escritor sergipano Rangel Alves da Costa, Escritor e Poeta João de Sousa Lima, 

João de Sousa Lima

Escritor e Delegado Archimedes Marques, Engenheiro Agrônomo e Radialista 

Dr. Archimedes marques

Dr. Lima, e tantos outros de elevado quilate que através seus escritos me proporcionam excelente benefício, cujos nomes, reservo-me a não revelá-los por uma questão de não cometer injustiça por omissão, deixando assim, para uma ocasião propícia. 

Dr. Lima

Mas, aproveito a data passada de 23 de maio quando aniversariou um dos grandes benfeitores das minhas pesquisas JOSÉ MENDES PEREIRA.

José Mendes Pereira
          
Não é do meu temperamento lisonjear as pessoas por quaisquer ações realizadas. Contudo, não posso deixar de valorizar publicamente as ações úteis desenvolvidas desinteressadamente por quem abraça uma causa com responsabilidade e dedicação.

Há alguns anos, conheci pela Internet o mantenedor do http://Blogdomendesemendes,blogspot.com o José Mendes Pereira, um Potiguar das belas Terras de Mossoró, 

Mossoró - http://blogdoskarlack.blogspot.com.br
         
que tem me proporcionado profundos conhecimentos no tocante à Saga do Cangaço, assunto esse que venho escrevendo um modesto trabalho, com o objetivo de lançar ao público mais um livro sobre uma história tão ampla e de tamanha complexidade que precisamos passar anos em profunda e cautelosa pesquisa, a fim de não cometermos falhas gritantes.
         
E o MENDES com um esforço inaudito em busca da publicação de tudo que diz respeito à História do Cangaço, tem contribuído grandemente com a preservação da História do nosso Nordeste.
          
Sou um pesquisador bibliográfico. Por uma questão de tempo e de idade (setenta anos), não trabalho em pesquisa de campo. Portanto, tenho que valorizar os companheiros que mergulham as caatingas para conhecerem in loco através entrevistas, os fatos ocorridos em tempos remotos. São pesquisadores que enfrentam o sol causticante dos nossos sertões, e outras dificuldades naturais para desvendar os mistérios, as certezas e incertezas da Saga do Cangaço. A eles, só tenho que prestar as minhas homenagens.
          
Portanto, meu caro Professor Mendes, você representando tantos outros pesquisadores deste nosso Nordeste e de outras regiões, tenho a dizer-lhe: Os meus cordiais agradecimentos por tudo que você tem nos proporcionado em matéria de conhecimento. Sem os seus escritos e suas postagens, e de outros dedicados pesquisadores, eu estaria perdido nesta minha pesquisa de buscas e mais buscas que já duram quatro anos.                                           

Parabéns pelos seus TANTOS anos – que não são muitos -, e que eles passem de UMA CENTENA de anos em profunda lucidez, se assim o CRIADOR permitir.

Antonio José de Oliveira é pesquisador do cangaço, aposentado como Agente de Tributos da Secretaria da Fazenda - BA. Natural de Riachão do Jacuípe, mas mora no Povoado de Bela Vista – Serrinha – BA. Formado em Teologia, Pedagogia e fez pós-Graduação em Psicopedagogia e Psicanálise Clínica...

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Responda quem souber:na página de comentários


O amigo Sérgio Ricardo Peixoto de Oliveira quer saber.


Lampião volta a Juazeiro do Norte/CE pra falar com Pe. Cícero sobre o não reconhecimento de sua patente de Capitão e o Padre  não o recebe. 

1 - Houve mais algum detalhe? 

2 - Você dispõe de mais algum informe? 

3 - O Padre Cícero fechou as portas e pronto? 

4 - Qual a reação da família de Lampião, um vez que todos souberam da patente?
Sérgio Ricardo Peixoto de Oliveira

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"Quem souber responder detalhadamente estas perguntas responda-as na páginas de comentários, pois o amigo Sérgio Ricardo Peixoto de Oliveira está precisando das respostas"

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A Questão de Juazeiro... Aguardem !

Por Dimas Macedo


"Farei este ano uma palestra que espero tenha o seu significado: Padre Cícero, Lavras da Mangabeira e a Questão de Juazeiro. Farei revelações que tenho certeza irão mexer com a biografia do Padre Cícero. O material é inédito de riquíssimo. Lavras é a terra do Velho Zé Lobo e daquele que atestou o Milagre de Juazeiro, o Dr. Ildefonso Correia Lima. Filho de quem (imaginem): de Dona Fideralina Augusto"


Dimas Macedo
Cariri Cangaço Lavras da Mangabeira 2014
12 e 13 de Setembro
Cariri do Ceará

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AS IMPREVISÕES DA VIDA HUMANA

Por Antonio José de Oliveira 

Tenho recebido através E-mails e pelo Blogdomendesemendes, excelentes matérias escritas e pesquisadas pelo Articulista e grande Pesquisador JOSÉ MENDES PEREIRA, da extraordinária Cidade de Mossoró – SOLO querido do Rio Grande do Norte.
          
Desta feita o MENDES escreveu um amplo texto, intitulado “UM TRISTE ASSASSINATO”. E, após ter lido e realizado uma releitura, tive a curiosidade de testar o meu pobre poder de assimilação e interpretação. Não sem antes contactar com o autor, procurando me informar se o fato é verdadeiro, ou ficcional, o que ele me respondeu sê-lo um fato real, inclusive conheceu pessoalmente a vítima e o autor do trágico fato, apenas não usou os verdadeiros nomes dos personagens. Assim, fiquei tranquilo para a elaboração do meu modesto texto.

Mendes começa descrevendo o triste acontecimento “lá pelos idos dos anos SETENTA”, quando um cidadão de nome fictício João Capistrano, a princípio funcionário exemplar de uma empresa da Terra Potiguar, possuidor de uma boa conduta, motorista de primeira categoria, amigo do patrão e se relacionava muito bem com os colegas de trabalho. Enfim, nada havia contra sua reputação.

Mais tarde, segundo José Mendes, a empresa não ia tão bem, devido o atraso nos pagamentos dos clientes que supostamente deviam dinheiro da compra das mercadorias recebidas, que impossibilitava a reposição do estoque de matéria-prima para um novo fornecimento  de mercadoria à clientela.

O funcionário João Capistrano era, ao mesmo tempo, entregador das mercadorias e recebedor dos pagamentos. Só que o patrão não estava vendo a cor do dinheiro; o João não trazia os pagamentos, justificando que não havia recebido e, que receberia na próxima entrega.

O proprietário da empresa resolveu viajar com o funcionário João Capistrano na próxima entrega para entender o que estava acontecendo. Ao chegar à presença do primeiro cliente, foi sendo decepcionado com seu funcionário, quando o mesmo apresentou ao comprador uma nota da sua dívida e o mesmo disse-lhe que não estava devendo nada, e que comprava tudo sempre a dinheiro. “Outros e outros confirmaram que nada deviam”.

“O João há meses ou talvez anos, vinha traindo seu patrão, Não prestava contas conforme o que recebia dos fregueses”.

Naquela trajetória de visita aos clientes, “o João estava inquieto por não encontrar argumento para defender-se”. Logo que ninguém devia nada, o patrão também não entendia nada, por ser “o homem sempre de confiança, agora era um verdadeiro caloteiro”.

“O João aceitou todas as palavras grosseiras que o patrão proferiu naquelas circunstâncias. Não tinha como reverter essa situação desonesta”. “O patrão resolveu retornar logo para Mossoró, porque seria inútil acusar os seus fregueses de devedores, após a comprovação da desonestidade do João”.

Retornaram ao local de origem da empresa; estrada a fora ninguém falava com ninguém. O clima estava pesado, e como a Sagrada Escritura afirma que “um abismo chama outro abismo”, ao chegar adiante o patrão pediu para o João parar o carro no acostamento que ele precisava urinar. Após o carro parado, o patrão entrou na margem da caatinga para sua necessidade fisiológica. Enquanto isso, o João apossou-se de um revolver, desferindo pelas costas um tiro no patrão, que em meio à dor clamou que ele não desse outro tiro. Não adiantou sua súplica; recebeu o segundo tiro fatal e aí mesmo ficou estendido no chão.

Segundo o nosso articulista, ao ver o patrão morto, João arrependeu-se por haver matado um homem que muito lhe ajudou. Agora “o João arrastou um canivete do bolso e cortou sua própria testa para fingir que fora assaltado. Em seguida deu um tiro em sua coxa, e mesmo sangrando seguiu a estrada de Mossoró, dirigindo com dificuldade. Adiante parou e deu sinal para um motorista que vinha em sentido contrário”.

Foi conduzido a um hospital em Mossoró, e “ali no leito hospitalar João preparava a sua defesa. E ao sair do hospital, foi prestar depoimento à polícia. João caiu em contradições e confirmou ter matado o patrão, com vergonha, ao saber que ele havia tomado conhecimento do dinheiro desviado da empresa. João foi levado a Júri e condenado a uma sentença de trinta anos de reclusão, na Colônia Penal de Natal”.

“João era um preso exemplar, e após alguns anos, ganhou o direito de ficar o dia fora da cadeia, e à noite era obrigado dormir lá”.

Acontece que – logo que “um abismo chama outro abismo” -, mesmo em liberdade (pelo menos durante o dia), a vida de João corria risco. Quem bate, esquece, mas quem apanha continua lembrando da dor sofrida. Afirma Mendes que uma irmã do patrão de João não se conformava em ver o homicida do seu irmão em liberdade nas ruas, e contratou um pistoleiro para executá-lo. O pistoleiro estrategicamente aproximou-se da sua presa; num bar-lanchonete lancharam juntos; jogaram sinuca juntos; beberam à vontade juntos, e quando o João estava em estado de embriaguês, foi convidado para um passeio nas ruas da cidade. No mesmo carro do pistoleiro foi conduzido a um local deserto onde ao João foi feita a pergunta: Você está lembrado que matou seu patrão? João respondeu: Lembro sim, mas já faz muitos anos.

“O pistoleiro apertou o gatilho, e o João caiu morto, como um passarinho”, afirma José Mendes, autor da matéria original.

“Cortou-lhe as duas orelhas e levou-as para sua contratante, como comprovação da “missão” cumprida”.

Faço agora a seguinte pergunta ao leitor: Como um funcionário “portador de boa conduta; profissional do volante de primeira categoria; possuidor de bom relacionamento com os colegas de trabalho e amigo do patrão; enfim, um funcionário de consideração e confiança da empresa, passa por uma radical transformação? Transformação essa que deu prejuízo a empresa!

A minha resposta, sem ter realizado uma análise profunda, é que o JOÃO CAPISTRANO ERA UM SER HUMANO. E a natureza humana, enquanto viver neste Planeta continua sendo NATUREZA HUMANA. Além disso, na minha frágil opinião, e opinião de tantos outros, alguém pode nascer com propensão para cometer algum tipo de maldade. Dependendo da fertilidade do “solo”, a tal tendência poderá entrar em ação, ou não. E, no caso (se é que ele era portador de tal tendência), o solo fértil foi o dinheiro da empresa que teve a oportunidade de tê-lo em seu bolso.

Não estou incentivando alguém a praticar o erro que foi praticado pelo João, justificando uma predisposição, logo que predisposição não é predeterminação ou predestinação. A predeterminação, já está DETERMINADA, mas a predisposição pode nunca se manifestar. Depende do ambiente e das circunstâncias que envolvem a vida de cada pessoa.

“Eu, sou eu e a minha circunstância” – Ortega y Gasset.

Portanto, não faça julgamento das pessoas que cometeram certas atitudes. Contudo, antes de qualquer ação que planeje levar a efeito, pense inúmeras vezes nas possíveis consequências. Evite o máximo possível praticar a desonestidade. Foi exclusivamente por não alimentar a honestidade, que o João Capistrano perdeu a vida, deixando a família órfã, e órfã também a família daquele que ele tirou a vida.

Antonio José de Oliveira é pesquisador do cangaço, aposentado como Agente de Tributos da Secretaria da Fazenda - BA. Natural de Riachão do Jacuípe, mas mora no Povoado de Bela Vista – Serrinha – BA. Formado em Teologia, Pedagogia e fez pós-Graduação em Psicopedagogia e Psicanálise Clínica...

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Nota de falecimento Floresta e a memória do cangaço estão em luto!

Registro da minha primeira visita ao penúltimo dos nazarenos em julho de 2008
junto com o amigo Cap. Marcelo Rocha.

É com imenso pesar que comunicamos aos amigos que faleceu hoje em Floresta (PE) aos 101 anos de idade o nosso amigo, ex soldado de Volante Manoel Cavalcanti de Souza, O "Neco de Pautilia".

Neco costumava dizer de maneira paradoxal que, se o tempo retroagisse, ele não teria ingressado nas volantes, a polícia da época. “Afinal, Lampião nunca me fez mal. Era um homem bom. Ruim era a polícia que açoitava os coiteiros.” Antes de ingressar nas volantes, foi almocreve (espécie de vendedor ambulante) no Sertão, para esquecer um amor que as famílias não queriam.



Veio então a Revolução de 30 (movimento armado que facilitou a chegada de Getúlio Vargas ao poder) e os nazarenos (moradores do distrito de Nazaré do Pico, Floresta) não participaram. Neco resolveu juntar-se ao grupo de conterrâneos para formar uma das frentes de combate a Virgolino Ferreira, estimuladas pelo governo.

A história de Seu Neco foi muito bem "cantada"


O grupo seguiu em direção ao Raso da Catarina (Bahia). Cada um levava no bornal farinha, sal e rapadura. Nas mãos, um rifle como se fosse o “sentimento do mundo.” Entretanto, o objetivo maior era ganhar dinheiro. O então jovem Neco, aos 19 anos, partiu para o desconhecido fascinante e ao mesmo tempo perigoso. Foram três dias de caminhada comendo mal, sem dormir e o pior era a expectativa de a qualquer momento deparar-se com o bando de cangaceiros. E foi o que aconteceu. 


Veio então o temido tiroteio, que resultou em vários feridos de ambos os lados. Não dava para recuar. A partir daí, Neco enfrentou mais quatro combates, viu companheiros e cangaceiros morrerem de sucesso (morrer em combate), entre Pernambuco Sergipe e Bahia. Conheceu Virgolino e não teve medo.

Mas aquela vida de incertezas, enfrentando chuva, sol, sede, calor e frio nas caatingas, não era a que Neco pediu.

Resolveu abandonar as volantes e sem receber o dinheiro prometido, $2 contos. Levou apenas $500 mil réis mais a passagem de volta. Deixando a vida militar e de volta ao aconchego, Neco foi barbeiro, alfaiate, sapateiro, até tornar-se funcionário público da Suvale, hoje Codevasf.

Trecho do Doc Xaxado a dança de Cabra Macho - Anildomá Willans (Fundação Cabras de Lampião)


Aposentado, levou a vida remoendo o passado ao lado de sua grande paixão: Mariquinha, que conheceu aos 13 anos de idade numa escola da zona rural de Floresta. Antes do primeiro encontro, Neco leu o nome dela escrito no quadro de uma sala de aula – Maria Ribeiro dos Anjos. Achou bonito aquele nome e escreveu por cima o seu com uma bala de rifle. Pronto! Os destinos estavam selados. Casou com Mariquinha um ano depois. O casal deixou um prole invejável de 110 descendentes. Como nos contos de fadas, Neco e Mariquinha foram felizes por 80 anos.



*Texto de comadre Wanessa Campos. Publicado no Jornal do Comercio, Recife, em 28.11.2009.

http://lampiaoaceso.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Os blogs administrados por José Mendes Pereira irão parar as suas postagens

Por José Mendes Pereira

Amigos leitores e colaboradores destes blogs:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com
http://sednemmendes.blogspot.com
http://mendespereira.blogspot.com

Como todos nós às vezes precisamos de alguns reparos no que se refere à saúde, infelizmente, tenho que me afastar uns dias dos nossos trabalhos, pois sábado (31 deste), irei fazer uma cirurgia em um  dos olhos. Lamento muito ter que me distanciar uns dias dos amigos, mas não há outro jeito. O problema é que eu terei que evitar luz, principalmente de tela de computadores. 

Sei que o "blog do Mendes e Mendes"irá sofrer  uma desvantagem no que se refere aos acessos. Todos os dias, as visualizações são em média 1.300 a 1.500, e algumas vezes ultrapassam este total. 

Veja bem. Para você continuar acessando este blog, já que ficará sem postagens durante alguns dias, ao lado esquerdo do blog, tem um "gadget" com o nome: "Pesquisar", e se você deseja saber algo sobre um cangaceiro, cangaceira, invasões de Lampião, ou mesmo feitas por outros facínoras, basta escrever o nome do pesquisado dentro da janela do "gadget" e clicar. Irá aparecer uma porção de textos sobre o pesquisado, ou sobre algumas informações do cangaço e outros assuntos. E na parte inferior das páginas, tem alguns números que você vai clicando e aparecerão mais outros artigos. Não sei se está bem explicado, afinal, não sou um perito no que diz respeito à informática. 

O blog do Mendes e Mendes tem mais de 7.600 postagens, todas escritas por bons escritores, pesquisadores e historiadores do cangaço, sem falar canudos e outros temas. 

Blogs com maiores referências que você poderá acessá-los:

http://cariricangaco.blogspot.com
http://lampiãoaceso.blogspot.com
http://tokdehistoria.com.br
http://www.conversasdosertao.com
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com
http://portaldocangaco.blogspot.com
http://xiquexiquense.blogspot.com.br
http://www.joaodesousalima.com
http://cangaconabahia.blogspot.com.br
http://jcaurora.blogspot.com.br
http://blogdodrlima.blogspot.com.br
http://blograngel-sertao.blogspot.com.br
http://www.cicinato.blogspot.com.br
Além de outros mais. 

Não deixe de continuar o seu trabalho. Acesse estes blogs que você encontrará muitas e muitas histórias fantásticas sobre o cangaço. 

Até amanhã à noite eu ainda estarei aqui com os amigos.

Muito obrigado!

José Mendes Pereira
Mossoró, terra de Santa Luzia
Rio Grande do Norte

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um encontro de ex cangaceiros

Foto do acervo do cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira

Candeeiro (Manoel Dantas Loyola) e Vinte e Cinco (José Alves de Matos).

Candeeiro e Vinte e Cinco pertenceram ao bando de Lampião e estavam presentes em angico no dia do massacre que vitimou Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros, além do soldado Adrião. Porém quis o destino que ambos sobrevivessem e fossem novamente reintegrados à sociedade, após cumprirem suas penas.

Candeeiro faleceu recentemente em 24 de julho de 2013.

Vinte e Cinco ainda vivo conta com a idade de 97 anos e reside em Maceió, no Estado de Alagoas.


Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior‎

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