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quarta-feira, 11 de maio de 2016

LIBERDADE COMO FAROL

(*) Rinaldo Barros

O Brasil precisa urgentemente de uma Educação nova que se proponha a servir aos interesses da Nação como um todo, e que se fundamente sobre o princípio da libertação.

Todavia, no clima de velório que emana do governo Dilma, talvez seja bom acalmar e parar para refletir um pouco sobre o Brasil real; aquele que não aparece na propaganda enganosa, paga com o dinheiro dos impostos, paga com o suor da maioria sofrida do nosso povo.

Pois, com nossa economia arruinada (com inflação sem controle, desemprego crescente, fuga de investidores, juros altos e governo sem credibilidade, à beira de ser apeado do poder), a verdade é que nossas crianças ainda brincam na lama do esgoto a céu aberto em muitas comunidades periféricas; milhares de famílias ainda são soterradas em casas cuja segurança ninguém controla; nossos jovens estão perdidos, em meio à epidemia do crack, à mercê dos traficantes, e são assassinados nas esquinas; em favelas ou condomínios de luxo - tanto faz - somos reféns da bandidagem geral; e os velhos, mulheres e crianças pobres estão morrendo, sem atendimento, no chão dos corredores dos hospitais públicos.

Políticos e grandes empresários continuam numa queda de braço para ver quem é o mais impune dos corruptos, e está provado que os brasileiros somos péssimos em Educação.

A Educação no Brasil vai muito mal. Nosso país está atrasado nesse quesito, perdendo até para países vizinhos.O que os argentinos e os uruguaios fizeram, a partir de meados do século 19, nós só começamos a fazer na segunda metade do século 20. Temos um atraso histórico de 100 anos em relação a nossos vizinhos.

Não vou nem comparar com a Finlândia, Alemanha, Canadá ou Japão. São de outros planetas...

É óbvio que a Educação é a base que falta para que o Brasil deixe de ser um país de injustiças sociais e econômicas. E é patético que nosso futuro ainda dependa da manipulação escancarada da população mais carente, desinformada e despreparada, sem condições de discernir o que é melhor para si e para a Nação.

Os pobres estão naufragando a partir do 4º. Ano do Ensino fundamental; a maioria para de estudar, não porque tenha de trabalhar, mas porque sente que não está aprendendo nada que seja útil para sua sobrevivência, no mercado de trabalho. Metade, eu disse metade, dos jovens abandonam o Ensino Médio, sem concluir.

Precisamos muito de crianças que saibam ler, escrever e contar no fim do 4º. Ano do Fundamental; de jovens que consigam raciocinar e tenham o hábito de ler pelo menos um jornal diariamente, no Ensino Médio; de universitários que possam se expressar falando e escrevendo corretamente, em lugar de copiar trabalhos.

Qualidade na Educação e Liberdade de expressão também são pilares da Democracia!

Que a Educação do futuro, alargando a sua finalidade para além dos limites do individualismo, assuma, com uma feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando-se para trocar "a hierarquia autoritária" pela "hierarquia das capacidades, do talento, e do mérito", recrutadas em todos os grupos sociais para os quais devem se abrir as mesmas oportunidades. O povo quer e merece mais.

Educação que desenvolva os meios de ação durável com o fim de dirigir o desenvolvimento integral do ser humano, em cada etapa de seu crescimento.

Educação que tenha o seu ideal condicionado pela vida social, mas profundamente humano, eivado de solidariedade e cooperação. A escola do futuro deve ser prazerosa para a infância e a juventude, e deve ser também destruidora de preconceitos. Deve servir para transformar as futuras gerações em cidadãos solidários.

A escola tradicional, ultrapassada, que sempre manteve o indivíduo na sua autonomia isolada e estéril, resultante da doutrina do individualismo, teve até importante papel histórico no início da formação da sociedade atual. Mas, o seu tempo já passou, está perdida e desnorteada em relação aos novos desafios do século XXI.

A escola do futuro deve ter como base a atividade produtora do conhecimento científico e tecnológico, como fundamento da sociedade humana; tendo a Liberdade como farol.

Urge restabelecer, entre homens e mulheres, o espírito do (re) encantamento, com disciplina e respeito pelos educadores, solidariedade e cooperação, por uma profunda obra social fundada nas imensas possibilidades oferecidas pela Tecnologia da Informação.

A Educação tem uma função social estratégica para a construção do desenvolvimento sustentável. Mas, para se fazer vida, depende de encontrarmos a saída desta encruzilhada do labirinto: o que fazer após o impeachment da Dilma? Primeiro passo: novo pacto federativo, reduzindo o tamanho do Estado. Depois, Educação como prioridade máxima, e a Liberdade como farol.

(*) Rinaldo Barros é professor – rb@opiniaopolitica.com

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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CAPELAS E RUÍNAS

Por Clerisvaldo B. Chagas, 9 de maio de 2016 - Crônica Nº 1.508

Quando os portugueses se instalaram em suas fazendas no Brasil, não deixaram de trazer a devoção ao santo. Além da casa de fazenda, construíram capelas, ao lado, para a religiosidade da mulher e família. O costume prolongou-se pelo Brasil afora. Além da reza do terço, do ofício, semanalmente recebia vez em quando a visita de um padre que celebrava missa para a vizinhança convidada.

Wikipedia

Com o tempo, inúmeras cidades nasceram aos pés dessas capelinhas e algumas adotaram nomes relativos a elas. Já nos últimos anos do século XX, fomos notando a não continuidade da tradição. Passando por estradas de terra e rodovias, aqui acolá na paisagem agreste, víamos uma capela que demonstrava seu abandono ou as ruínas completas de um passado glorioso.

Houve época em que a Igreja estava com escassez de padres e não podia atender em todas as paróquias. Mas isso, ao nosso modo de pensar não teria sido motivo de abandonos dessas casas de oração. Vimos nas tradições folclóricas, a sua raridade ou desaparecimento total com as novas ideias de progresso. Deve ter acontecido a mesma coisa com as capelas. Após a morte dos fortes proprietários endinheirados das fazendas, herdeiros começavam a pensar diferente, inclusive muitos vendendo terras e se mudando para a cidade.

O desinteresse das novas gerações ou dos novos proprietários foi tornando aqueles prédios uma inutilidade, diante de outras urgências. Talvez ainda respeitando o sagrado por superstição que não se devem demolir lugares de santos (com medo de castigo), eram preferíveis entregar o problema ao tempo. É por isso que contemplamos por aí as capelas em abandono ou somente duas ou três paredes com a frente marcante.

Em Alagoas, registramos essas ruínas no Sertão, no Agreste e na Mata... Nas estradas, rodovias, caminhos e trilhas.

Um exemplo dessa situação, é mostrado na novela “Velho Chico”, quando o coronel, dono da fazenda, decide passar a chave na capela, por problemas sentimentais do passado.

De qualquer maneira, fica registrado o saudosismo que sempre lembra alguma história triste naquelas paisagens. E o contraste verde do cenário pinta com a decadência esquelética dos pequenos prédios.

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CANGACEIRO " LUÍS PEDRO "....O homem de confiança de Lampião.!


"Luís Pedro Cordeiro, ou simplesmente, o cabra Luís Pedro, nasceu na fazenda Almas, próximo ao lugar Retiro no município de Triunfo PE. Foi sem nenhuma dúvida o cangaceiro que acompanhou Lampião por mais tempo. Entrou para o grupo de Lampião no final de 1923 ou início de 1924, ou seja, justamente quando o futuro rei do cangaço "veraneava" ali pelas regiões de Triunfo PE e Princesa PB, tendo como base uma fazenda do coronel Marçal Diniz na pequenina Patos, hoje Irere. Luís Pedro tinha nessa época por volta de 18 anos de idade, era um homem de estatura mediana e pele clara. Luís Pedro foi também um dos poucos cangaceiros que sempre respondeu unicamente pelo nome de batismo, no bando jamais teve apelido. Pelo menos apelido que se tornasse conhecido. Embora sendo homem da maior confiança de Lampião, Luís Pedro jamais teve um grupo que lhe pertencesse, ou seja, um grupo que fosse "o grupo de Luís Pedro". Claro que muitas vezes chefiou grupos em várias missões, porém, nessas vezes sempre chefiando cabras de outros grupos, principalmente cabras pertencentes ao grupo de Lampião. Luís Pedro, não era homem que gostasse de ostentação, não ligava para a fama... 

...tanto é que, mesmo nas ocasiões que estava chefiando algum grupo, ao se apresentar em algum lugar dizia: "meu nome é Luís Pedro, CABRA de Lampião" Como tantos outros cangaceiros, durante certo tempo Luís Pedro também teve sua companheira no bando. Era Neném, uma baiana que o acompanhou por bastante tempo, ou seja, até o dia que veio a morrer, a morte de Neném aconteceu exatamente um dia após a entrada de Sila no cangaço em novembro de 1936, num ataque da volante do sargento Deluz ocorrido na fazenda Mocambo no Estado de Sergipe. A viúva D. Delfina Fernandes, coiteira de cangaceiros e proprietária da fazenda Pedra d’água, chegou a comentar que certa vez quando o bando de Lampião fazia uma travessia no rio São Francisco, Maria Bonita teria arrastado uma asa para o cabra Luís Pedro. Até aí nada de mais, pois, é comum isso acontecer onde convivem homens e mulheres. 

Mas será que algum dia D. Delfina chegou a navegar no rio São Francisco em companhia do grupo de Lampião? Luís Pedro, sempre fiel, sempre respeitado pelos outros cabras e também pelo próprio Lampião, veio a tombar brigando em Angico em 1938 ao lado de Lampião e mais 9 companheiros. Luís Pedro era um cangaceiro que amealhou fortuna no cangaço. De acordo com o soldado Antonio Jacó, matador de Luís Pedro, que confessou ter ficado com todos os pertences do cangaceiro, que carregava consigo na ocasião, além de muitas joias e ouro, quantia acima de 200 contos em dinheiro. O cabra Luís Pedro acompanhou Lampião por quase 15 anos." 

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19 DE MAIO FRASSALES CARTAXO LANÇA LIVRO “GUERRA AO FANATISMO” EM CAJAZEIRAS


O livro “Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero” de Francisco Sales Cartaxo, será lançado em Cajazeiras no dia 19 de maio, quinta-feira, no Centro Cultural Zé do Norte, anexo à Biblioteca Municipal Castro Pinto.

Prefácio do livro ‘Guerra ao Fanatismo’
Francisco Frassales Cartaxo

O livro, Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero, está pronto. Chegou a 175 páginas, com cinco capítulos, além do prefácio, da apresentação, introdução e de considerações finais.

O prefácio foi preparado pelo doutor, Carlos André Cavalcanti, professor da Universidade Federal da Paraíba, onde ensina História das Religiões e Diversidade Religiosa, e desenvolve intensa atividade como orientador de alunos na feitura de dissertações e teses. Do prefácio, de cinco páginas, selecionei os trechos a seguir como um aperitivo intelectual a possíveis (e por mim desejados) leitores e leitoras do ensaio acerca da diocese de Cajazeiras.

“Se há um tema fascinante na História das Religiões no Brasil é o cerco ao Padre Cícero pela reação conservadora do alto clero católico, cuja mentalidade neocolonialista se traduziu no desprezo ao catolicismo popular alcunhado de fanatismo. O livro que você, nosso prezado leitor ou leitora, tem em mãos agora é um presente para a historiografia livre escrita sobre o tema. Prefaciá-lo é uma alegria e uma honra para mim como acadêmico e como cidadão.

Diga-se, aliás, que esta pesquisa vem no exato momento em que o Papa Francisco reconcilia a memória de Cícero com a Igreja, abrindo o caminho para a beatificação do mesmo. Não poderia vir em momento melhor, pois é hora de conhecer mais e de refletir com qualidade sobre a figura do padre.

Cartaxo pesquisa aqui um dos episódios mais densos deste divórcio que o Papa Francisco tenta anular com o perdão a Cícero post mortem. Este cenário torna este livro muito precioso, pois não sabemos nem se nem até quando esta singularidade brasileira sobreviverá à modernização dos sertões, aos hábitos trazidos pela mídia e ao forte discurso neopentecostal/carismático, que se opõe, em geral, ao culto dos santos sertanejos que o povo escolheu de coração.

Para chegar aqui, este livro teve uma densa trajetória. Pesquisador atento e eficiente, o autor lidou com a documentação digitalizada da imprensa católica da época com a mesma profundidade com que lidou com arquivos convencionais. Deduziu daí e do seu vasto conhecimento historiográfico toda uma conjuntura histórica e promoveu a crítica documental de forma serena e independente. É ousado em várias de suas assertivas e conclusões, o que me leva a afirmar que a obra nasce com vocação para clássico da historiografia.

Sobre historiografia, aliás, duas palavras rápidas por falta de espaço aqui para maiores considerações. Primeiro, desconsiderar a noção de historiografia regional imposta pelo Sudeste quando da consolidação da História acadêmica no Brasil. Este é um livro de História do Brasil, da mesma forma que livros de história do Rio ou de São Paulo o são…Segundo, afirmar nosso respeito pela História feita por não historiadores de profissão, mas de fato. Destes, são exemplos contundentes Raymundo Faoro e Evaldo Cabral de Mello. Cartaxo está nesta historiografia que gosto de chamar de livre, como um elogio carregado de uma certa dose de inveja aqui confessada. É historiografia livre por ser produzida sem os ditames produtivistas que a academia impõe. É livre por não estar presa a considerações de carreira!”

http://destaquepb.com.br/?p=1880

Para você adquirir esta obra entre em contato com o autor através deste e-mail: cartaxorolim@gmail.com Eu já tenho meu.

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CONVITE


Enviado pelo professor, escritor, presidente da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Benedito Vasconcelos Mendes.

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OS MELHORES AMIGOS DOS CANGACEIROS

Por Paulo Ghoete

Em suas andanças por sete estados do Nordeste, Virgulino Ferreira da Silva era manchete constante nos jornais da região de 1920 – quando entrou para o bando de Sinhô Pereira – até a sua morte em 28 de julho de 1938, na grota de Angicos, em Sergipe. Até terminar seu reinado, o mais famoso bandoleiro brasileiro perdeu muitos companheiros de lutas, homens e mulheres que certo ou tarde eram atingidos pelas balas disparadas pelas volantes, forças policiais móveis formadas por sertanejos iguais em tudo na vida.

Lampião, Maria Bonita, Ligeiro e Guarani
Lampião, Maria Bonita, Nenê, Ligeiro e Guarani

O Diário de Pernambuco, graças aos seus correspondentes em toda a região, registrou esta luta em detalhes. Tanto que, em 30 de maio de 1935, há 81 anos, informava aos seus leitores com destaque que Lampião havia sofrido uma grande perda em Tacaratu, após combate com o grupo do tenente Manoel Netto. Dourado, o cão de estimação do cangaceiro, foi varado por uma bala de fuzil disparada por um soldado que ia ser atacado pelo animal feroz, um legítimo Boca Preta Sertanejo, raça nordestina que já era criada pelos índios antes da chegada dos portugueses e hoje é objeto de estudos da Embrapa.

Maria Bonita, Ligeiro e Guarani
Ponto Fino e Juriti

Segundo o Diario, Dourado “ostentava uma custosa coleira com incrustações a ouro e prata”. Amante dos cachorros, Lampião sempre procurou ter estes animais ao seu lado. Um ano depois da perda de Dourado, ele foi fotografado e filmado por Benjamin Abrahão, o libanês ousado que depois virou o personagem principal do filme “O baile perfumado”, ao lado de dois cachorros, Ligeiro (mais claro) e Guarani (mais escuro). Os cães estavam à vontade, sendo até acariciados por Maria Bonita. Ligeiro foi morto a bala. Quando Lampião foi emboscado em Angicos, sobre Guarani, o único que estava com o bando de nove homens e duas mulheres, há duas versões: foi morto junto aos cangaceiros ou adotado por um soldado da policia de Maceió.

Bando de Lampião
Bando de Lampião

Em dezembro de 1931, em um cerco no Raso da Catarina, na Bahia, Lampião já havia perdido um cachorro atingido na barriga pelas volantes lideradas pelos oficiais do Exército Ladislau, Liberato, Manuel Arrudas, Luís Maranhão e Osório Cordeiro. Os cães, para os cangaceiros, eram companheiros de lida, mas nada amestrados. Os pesquisadores ainda se dividem se eles realmente tinham realmente a função de alertar.

Bando de Corisco subgrupo de Lampião
Corisco, Ligeiro e a cadela é a Jardineira

A relação de Lampião com os cachorros vem de antes da sua entrada no cangaço. Em uma das histórias do início da briga da família de Virgulino Ferreira da Silva e o vizinho José Saturnino, em Serra Talhada, consta que um morador da fazenda do inimigo do futuro cangaceiro teria ido reclamar da invasão do pasto pelo gado dos Ferreira. Um dos seus cachorros teria matado um cachorro de Virgulino. Lampião, segundo o sertanejo João Alves Feitosa, em depoimento em 1973, citado no livro “Lampião, senhor do sertão: vidas e mortes de um cangaceiro”, da francesa Elise Grunspan-Jasmin, disse que Lampião ficou “bastante agostado”. Foi quando resolveu acertar as contas com Saturnino e sua turma e sua peleja sangrenta começou.

Bando de Corisco - A cadela é a Jardineira

O tema dos animais de estimação dos cangaceiros ainda é periférico nos estudos deste fenômeno nordestino. Graças aos registros fotográficos deixados pelo bando de Lampião e seus seguidores – Corisco também é visto com a sua cadela malhada Jardineira – eles acabaram se tornando divulgadores involuntários da raça Boca Preta Sertanejo, descrita com detalhes por Graciliano Ramos no romance “Vidas secas”. Sim, Baleia tinha parentesco com Dourado, Ligeiro, Guarani, Juriti e Seu Colega, os cães de verdade dos cangaceiros. Eram animais bons “de gado, de caça e de raposa”. E de histórias também.

http://blogs.diariodepernambuco.com.br/diretodaredacao/author/paulogoethe/

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“PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS”


Recebi hoje do Francisco Pereira Lima (Professor Pereira) lá da cidade de Cajazeiras no Estado da Paraíba uma excelente obra com o título "PAJEÚ EM CHAMAS O CANGAÇO E OS PEREIRAS - Conversando com o Sinhô Pereira" de autoria do escritor Helvécio Neves Feitosa. Obrigado grande professor Pereira, estarei sempre a sua disposição.


O livro de sua autoria “Pajeú em Chamas: o Cangaço e os Pereiras”. A solenidade de lançamento aconteceu no Auditório da Escola Estadual de Educação profissional Joaquim Filomeno Noronha e contou com a participação de centenas de pessoas que ao final do evento adquiriram a publicação autografada. Na mesma ocasião, também foi lançado o livro “Sertões do Nordeste I”, obra de autoria do cratense Heitor Feitosa Macêdo, que é familiar de Helvécio Neves e tem profundas raízes com a família Feitosa de Parambu.

PAJEÚ EM CHAMAS 

Com 608 páginas, o trabalho literário conta a saga da família Pereira, cita importantes episódios da história do cangaço nordestino, desde as suas origens mais remotas, desvendando a vida de um mito deste mesmo cangaço, Sinhô Pereira e faz a genealogia de sua família a partir do seu avô, Crispim Pereira de Araújo ou Ioiô Maroto, primo e amigo do temível Sinhô Pereira.

A partir de uma encrenca surgida entre os Pereiras com uma outra família, os Carvalhos, foi então que o Pajeú entrou em chamas. Gerações sucessivas das duas famílias foram crescendo e pegando em armas.

Pajeú em Chamas: O Cangaço e os Pereiras põe a roda da história social do Nordeste brasileiro em movimento sobre homens rudes e valentes em meio às asperezas da caatinga, impondo uma justiça a seus modos, nos séculos XIX e XX.

Helvécio Neves Feitosa, autor dessa grande obra, nascido nos Inhamuns no Ceará, é médico, professor universitário e Doutor em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal), além de poeta, escritor e folclorista. É bisneto de Antônio Cassiano Pereira da Silva, prefeito de São José do Belmonte em 1893 e dono da fazenda Baixio.

Sertões do Nordeste I

É o primeiro volume de uma série que trata dos Sertões do Nordeste. Procura analisar fatos relacionados à sociedade alocada no espaço em que se desenvolveu o ciclo econômico do gado, a partir de novas fontes, na maioria, inéditas.

Não se trata da monumentalização da história de matutos e sertanejos, mas da utilização de uma ótica sustentada em elementos esclarecedores capaz de descontrair algumas das versões oficiais acerca de determinados episódios perpassados nos rincões nordestinos.
Tentando se afastar do maniqueísmo e do preconceito para com o regional, o autor inicia seus estudos a partir de dois desses sertões, os Inhmauns e os Cariris Novos, no estado do Ceará, sendo que, ao longo de nove artigos, reunidos à feição de uma miscelânea, desenvolve importantes temas, tentando esclarecer alguns pontos intrincados da história dessa gente interiorana.

É ressaltado a importância da visão do sertão pelo sertanejo, sem a superficialidade e generalidade com que esta parte do território vem sendo freqüentemente interpretada pelos olhares alheios, tanto de suas próprias capitais quanto dos grandes centros econômicos do País.

Após a apresentação das obras literárias, a palavra foi facultada aos presentes, em seguida, houve a sessão de autógrafos dos autores.

Quem interessar adquirir esta obra é só entrar em contato com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br

Tudo é muito rápido, e ele entregará em qualquer parte do Brasil.

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A POÉTICA GEOGRAFIA DO CANGAÇO

Material do acervo do historiógrafo Tostand Medeiros
Na trilha do cangaço – o sertão que Lampião pisou. Capa. Reprodução

Na trilha do cangaço – o sertão que Lampião pisou [Vento Leste, 2016, 104 p.] é um encontro único: as elegâncias das fotografias de Márcio Vasconcelos e do texto de Frederico Pernambucano de Mello, a exuberância das paisagens, a grandeza dos personagens e o imenso legado cultural deixado pelo bando liderado por Virgulino Ferreira da Silva.

Casa de dona Jocosa. Na trilha do cangaço – o sertão que Lampião pisou. Márcio Vasconcelos. Reprodução
O maranhense Márcio Vasconcelos embrenha-se na geografia sui generis do Nordeste para refazer os caminhos percorridos por Lampião e seus cangaceiros, da invenção do bando à execução de seu líder, em 1938, na Grota do Angico, em Poço Redondo/SE, ao lado de Maria Bonita e outros nove homens.

Apenas duas fotos não são de sua autoria, espécie de tributo ao fotógrafo Benjamim Abraão, que retratou o bando de Lampião em vida, saga contada por Paulo Caldas e Lírio Ferreira em Baile perfumado [1996], com imagens do acervo do fotógrafo sírio-libanês e trilha sonora puxada pela turma do manguebit.

Um dos habitantes atuais dos lugares por onde Lampião passou há quase um século. Na trilha do cangaço – o sertão que Lampião pisou. Márcio Vasconcelos. Reprodução

A trilha por que o fotógrafo nos conduz ao longo das páginas do livro, finalista do prêmio Conrado Wessel de Fotografia 2011 e vencedor do XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, passa por cinco estados e entre os personagens que ele encontra estão Dona Minó (1923-) – filha de Zé Saturnino, tido como o inimigo número um de Lampião –, Elias Matos Alencar (1914-2013) – membro da volante do Tenente João Bezerra, responsável pela execução de Lampião e seu bando –, e Manuel Dantas Loiola, vulgo Candeeiro (1916-2013), cangaceiro do bando de Lampião, além de atuais habitantes dos lugares.

A devoção a Padre Cícero. Na trilha do cangaço – o sertão que Lampião pisou. Márcio Vasconcelos. Reprodução

As paisagens remontam à rima involuntária beleza/pobreza, com vantagem para a primeira, eterna sina de grande parte do Nordeste e sua população. É particularmente comovente uma sequência de fotos em que uma mulher comum chora a morte de um jumento, abraçando-o como a um ente querido. A devoção (sobretudo a Padre Cícero, mas não só) também é elemento importante ao olhar de Márcio Vasconcelos.

A grota do Angico, onde Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros foram executados em 1938. Na trilha do cangaço – o sertão que Lampião pisou. Márcio Vasconcelos. Reprodução

O trunfo do encontro entre palavras e imagens está justamente em umas não quererem explicar as outras: enquanto o fotógrafo percorre hoje caminhos pisados por Lampião há quase um século, Frederico Pernambucano de Mello, historiador, membro da Academia Pernambucana de Letras, reivindica ao ícone do cangaço o status de artista: “pelo orgulho, pela sobranceria, pela vaidade, pelo desassombro da imagem ostensiva, pela força de formação de uma subcultura à base de derivações nada desprezíveis na música, na poesia, na dança, na culinária, no artesanato, na medicina, nos costumes, na moral, na religiosidade, na arte militar intuitiva e mesmo na arte de expressão plástica, a partir da herança pastoril, o cangaço sumaria, aos olhos do brasileiro de hoje, a franja de todas as insurgências, sua saga confundindo-se com a própria ideia de resistência contra poderosos”, anota.

Os textos deste maravilhoso trabalho foram do amigo Frederico Pernambucano de Mello.

Outra grandeza que merece destaque é não quererem tirar conclusões. Muito já foi dito sobre o cangaço e particularmente Lampião é fartamente biografado. “Os cangaceiros não foram heróis nem bandidos. Foram homens que disseram não à situação”, anota Vasconcelos na legenda da foto da Grota do Angico.

FONTE – https://zemaribeiro.wordpress.com/2016/04/27/a-poetica-geografia-do-cangaco/

Extraído do blog do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros 

https://tokdehistoria.com.br/2016/05/10/a-poetica-geografia-do-cangaco/

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PR[OXIMA VISITA AO MUSEU DO SERTÃO DE MOSSORÓ

Por Benedito Vasconcelos Mendes

A próxima visita ao Museu do Sertão será no dia 18 de junho de 2016 (sábado), de 7 às 12 horas. Como sempre, o ingresso ao museu será 1 quilo de alimento não perecível, entregue diretamente no Lar da Criança Pobre de Mossoró, dirigido pela Irmã Ellen.

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