Foi numa
Sexta-feira, 13 de dezembro de 1912, lá para as bandas do Exu, a 700 km de
Recife, numa casa de barro batido, no Sítio Caiçara, nascia Luiz Gonzaga, o
segundo filho de Ana Batista de Jesus (Dona Santana) e Januário José dos
Santos.
A escolha do
nome de Gonzaga, foi diferente dos oito irmãos, denominados: João, Joca, José,
Severino, Aluízio, Socorro, Geni e Chiquinha. Ele deveria se chamar
Januário, sobrenome do pai, mas um fato impediu que isto acontecesse.
Naquela madrugada de calor, Januário foi para o terreiro da casa, onde soprava
o cantarino que vinha do sovaco da serra. Correu uma "zelação" pelo
céu, estrela de luz cadente, o velho toma um susto. Santana dá a luz a e o
marido desentaboca um tiro de garruncha para anunciar o nascimento do filho, é
dia de Santa Luzia e mês que se comemora o nascimento de Cristo. Por nascer no
dia 13 o pai dá o nome Luiz em homenagem ao santo do dia e durante o batizado
por sugestão do vigário acrescenta-se ao nome Luiz o sobrenome Gonzaga para
completar o nome do santo e, ainda, o sobrenome Nascimento por ser o mês do
nascimento de Cristo. Aos sete anos de idade já pegava na enxada,
nas horas de folga, ouvia com atenção os sons tirados da sanfona pelo pai, e
com dez anos já animava sambas ao lado de Januário, em vários terreiros do
Sertão do Araripe.
Como todo adolescente, em suas diversões havia também os
banhos de rio, as caçadas, os animados dias de feira e o sonho de um dia entrar
para o bando de cangaceiros do capitão Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
Assim cresceu o filho de Januário, agora sobre a proteção do fazendeiro Manoel Aires
de Alencar. As filhas do patrão lhe ensinaram as primeiras letras, a falar
corretamente e a comer com talheres.
Mais tarde com
a ajuda do Senhor Aires, Luiz consegue comprar sua primeira sanfona da marca
Veado em Ouricuri-PE. Dia 06 de junho de 1989 às 22:00 horas,
pálido numa cadeira de rodas, ao lado da mulher Edelzuita e do médico
particular Paulo Almeida, Gonzaga vestido a caráter, de chapéu de couro e
gibão, chega ao Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Pernambuco, para
o último show da sua carreira, cansado e com progressiva perda de memória, já
não lembrava se quer de "Asa Branca" um dos primeiros sucessos. Mas
era visível naquele momento, a preocupação dele em falar, expressar sua
gratidão aos amigos e ao povo que tanto admira - "meus amigos, terminou
mais eu quero dizer algumas palavras.
Agradeço ao
meu querido amigo e professor Aldemar Paiva. Tem outro nome que eu não vou
esquecer nunca: Dominguinhos, Waldonys, sanfoneiro da nova geração, Pinto do
Acordeon e toda essa turma boa do Nordeste. Ninguém vai acabar com o forró. Não
vai, porque essa é a música do povo. "Quero ser lembrado como o sanfoneiro
que amou e cantou muito seu povo, o sertão,que cantou as aves, os animais, os
padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o
amor." Quando falou de Exu sua terra natal caiu no pranto. Exu berço
do Gonzagão e do forró de pé de serra.
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