Publicado em 25/12/2013 por Rostand Medeiros
Fonte – http://www.bloggravatv24horas.com.br
Certamente “Caminho dos Heróis” e “Terra de Ninguém” ajudarão a ampliar o conhecimento dos brasileiros em relação à participação dos pracinhas da FEB na Segunda Guerra Mundial.
Certamente “Caminho dos Heróis” e “Terra de Ninguém” ajudarão a ampliar o conhecimento dos brasileiros em relação à participação dos pracinhas da FEB na Segunda Guerra Mundial.
Uma grande
dificuldade que existe na vida de muitos dos homens que participaram de guerras
é o recordar. Para muitos que realmente estiveram no meio do fogo cruzado, que
tiveram medo de morrer dentro de uma trincheira fria e lamacenta, além de terem
sentido o cheiro terrível dos cadáveres apodrecendo, trazer estas lembranças a
tona, reviver todo aquele horror, é um fardo deveras pesado e complicado.
Agora imagine você caro leitor que seu pai, seu grande amigo, seu mentor, quando ainda era um jovem, um dia saiu de sua casa para vestir um uniforme militar. O Exército lhe deu um fuzil, ele esteve em combate em uma terra estranha e foi um dos brasileiros que participou da Segunda Guerra Mundial. Certamente além de seu amigo e mentor, ele se tornaria seu maior herói.
Agora imagine que, na sua busca natural de conhecimentos, você desejou saber muitos detalhes sobre a guerra. Mas pelo fardo deveras pesado e complicado de tudo que seu pai viu em combate, muito pouco ele comentou. Logo você percebia que não era legal falar sobre isso, pois de alguma maneira ele sofria.
Mas aí um dia seu pai, seguindo os desígnios da natureza, parte desta existência para um plano superior, deixando muitas saudades. Em meio à tristeza pela ausência, você sente um grande vazio. Um vazio que esmaga por dentro e grande parte disso tem haver com o desconhecimento sobre o que houve com seu pai na época da guerra. Agora só tinha um jeito, era palmilhar os caminhos da história.
Bem, guardadas
as proporções foi mais menos isso que aconteceu com os irmãos João Henrique e
João Alberto Barone, que decidiram cair em campo na busca de conhecer a
história da participação do seu pai, o Senhor João Lavor, como membro da Força
Expedicionária Brasileira em luta na Itália.
Os irmãos
Barone cresceram em uma casa com muita música. É daí que vem o trabalho
principal de João Alberto Barone, baterista do Paralamas do Sucesso. Mas
seu segundo interesse, que vem desenvolvendo paralelamente há anos, já produziu
documentários sobre a participação do Brasil na segunda guerra e em breve lança
seu segundo livro sobre o assunto, “1942: O Brasil e Sua Guerra Desconhecida”.
A nova
empreitada do músico, junto ao irmão João Henrique Barone, é a minissérie
“Terra de Ninguém”, sobre esse momento histórico e o que significou para o Brasil.
Ela será produzida integralmente em Santa Catarina, através de uma parceria com
a Orbital Filmes. O objetivo de João Alberto é produzir um material de resgate
histórico inédito no Brasil, sobre um episódio que é pouco contado e pouco
lembrado. “A gente quer mostrar a guerra do Brasil, como o Brasil lutou a
guerra. É diferente da guerra dos americanos, retratada em Hollywood”, diz ele.
O combate enfrentado pelos brasileiros na região da Toscana, na Itália, não foi
aquele das mega-produções hollywoodianas, com aviões de guerra e grandes
explosões. Foi um enfrentamento corpo a corpo, à moda antiga.
Foto – Rosane Lima / No Jipe da 2ª Guerra, o diretor Paulo Trejes e João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso e estudioso da Segunda Guerra.
O núcleo
central da minissérie terá quatro personagens, um da Bahia, um do Rio de
Janeiro, um de Minas Gerais e um de Santa Catarina — que será apelidado de
“gaúcho”, para mostrar os estereótipos de uma época em que havia muito menos
conexão entre as regiões. A partir deles a história ficcional vai se
desenrolar, porém sempre baseada em muita pesquisa sobre o período. “O
romantismo faz parte da dramaturgia, mas junto a isso existem dados e fatos.
Por isso passa a ser também um registro histórico”, diz Paulo Trejes, da
Orbital, que vai dirigir a série.
Itália
catarinense
Prevista em 15
episódios, a minissérie deve começar a ser filmada no segundo semestre do ano
que vem. As locações já estão sendo mapeadas, entre elas está confirmada a
região de Nova Veneza, no Sul do Estado, que apresenta semelhanças com o
território italiano. “A gente encontrou condições ideais para a produção aqui”,
diz João Alberto Barone.
Foto – Rosane
Lima / João Baroni e Paulo Trejes em um programa de entrevista de uma TV
catarinense, falam da minissérie Terra de Ninguém
O projeto está
na etapa de captação de recurso, e terá cuidado especial na escolha de todo o
elenco. Serão usados veículos e armas da época, figurinos fiéis aos uniformes
usados na guerra, tudo para contribuir com a credibilidade histórica da
produção. “Queremos construir a identidade do Brasil na guerra”, diz João
Alberto.
Essa
identidade, segundo ele, foi marcante pra os italianos. “Os brasileiros ainda
são lembrados na Itália, porque eram gentis, sensíveis. Eles não conseguiam
comer quando viam mulheres, crianças e idosos em volta passando fome”, explica.
É esse o heroísmo particular que a série buscará retratar, sem glamurizar a
guerra. A máxima que resume essas relações é: a guerra traz à tona o melhor e o
pior do ser humano.
Desejo toda sorte aos irmãos João Henrique e João Alberto Barone nestes novos e certamente interessantes projetos.
Bem. Eu
acredito que o trabalho dos irmãos João Henrique e João Alberto Barone a muito
se firmou entre aqueles que gostam do tema Segunda Guerra Mundial e sempre
produzindo coisas boas. Para mim a maior contribuição destes irmãos é a
possibilidade de uma maior popularização do tema.
Esta fonte
deve ser bebida e dividida com todos, para que aqueles que lá foram não sejam
esquecidos e para que esta história não volte a se repetir.
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros
http://blogdomendesemendes.blogspot.com