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segunda-feira, 21 de março de 2022

BENJAMIN ABRAÃO BOTTO SE DIVERTE VENDENDO FIOS DE CABELO, DIZENDO AOS FIÉIS QUE ERAM DO PADRE CÍCERO.

 Por José Mendes Pereira


Segundo alguns estudiosos do cangaço afirmam que quando o Padre Cícero Romão Batista faleceu, seu secretário, o Benjamin Abraão, cortou uma mexa do cabelo do religioso e começou a vender os fios aos fiéis. 

Mas como em todo lugar existem pessoas espertas, alguém se deu conta de que o padre Cícero não tinha tanto cabelo assim, e que, da mesma forma, o sírio já deveria ter vendido mais de 10 quilos de cachos. Foi a partir daí, que ele começou a ganhar inimigos na cidade de Juazeiro do Norte. Como foi que ele adquiriu tanto cabelo na cabeça do padre, que parece ser até careca?

É, Benjamin Abraão, você ultrapassou os seus limites de ex-secretário do padre, pois, fiel que é fiel, jamais perdoará certas sabedorias de gente sem confiança. 

Benjamin Abrahão Botto (Zalé, c. 1890 — Itaíba, 7 de maio de 1938) foi um fotógrafo libanês-brasileiro, responsável pelo registro iconográfico do cangaço e de seu líder, Virgulino Ferreira da Silva — o Lampião. Abrahão morreu aos 48 anos, durante o Estado Novo.

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O ENCONTRO DE PADRE CÍCERO COM LAMPIÃO

Por Ceará em Fotos e Histórias

Padre Cícero e Floro Bartolomeu - a união entre religião e política no sertão do Ceará

 Um dos fatos mais pitorescos da passagem da Coluna Prestes pelo Ceará deu-se com o inusitado convite feito por Floro Bartolomeu ao cangaceiro Lampião – para combater os rebeldes e defender a legalidade. 

Ainda sediado em Campos Sales, com seus batalhões de jagunços, Floro teria enviado um mensageiro portando uma carta para o “rei do cangaço” – carta referendada e assinada também por Padre Cícero – pedindo a presença do cangaceiro em Juazeiro.  

Lampião que, por ser devoto de Padre Cícero, evitava atacar o Ceará, ao receber o convite do padre apressou-se a atendê-lo, chegando a Juazeiro com cerca de 50 homens, no inicio de março de 1926, quando a Coluna já havia deixado o Estado.
Naquela cidade, num único e marcante encontro, Lampião, após ser aconselhado por Padre Cícero a deixar aquela vida de bandidagem, comprometeu-se a combater a Coluna Prestes, recebendo armas, fardamentos e uma patente de capitão do Exército.

Capitão Virgulino Ferreira

A presença de Lampião em Juazeiro provocou alvoroço. Uma multidão se formou para ver o famoso cangaceiro e seu bando. Lampião concedeu entrevistas, bateu fotos, ofertou esmolas à igreja local, recebeu visitas e foi agraciado com presentes, sem ser incomodado pela polícia. 
O bando deixou Juazeiro satisfeito, sobretudo porque o documento que dava ao chefe a “patente” de capitão – o que correspondia ao perdão de seus crimes e a não ocorrência de mais perseguições por parte da polícia – havia sido assinado a pedido de Padre Cícero pela única autoridade federal em Juazeiro, um agrônomo do Ministério da Agricultura, Pedro Albuquerque Uchoa.

Conta-se que chamado mais tarde a Recife, para explicar tamanho absurdo, o agrônomo teria dito aos seus superiores que, naquelas circunstâncias, e com o medo que tinha de Lampião, ele teria assinado até a demissão do presidente Arthur Bernardes.

Lampião, contudo, não foi combater a Coluna Prestes. O cangaceiro, agora definitivamente nomeado Capitão Virgulino Ferreira, talvez tenha temido a fama de guerreiros dos tenentes, talvez tenha ficado irritado ao descobrir que a “patente” não tinha valor legal, portanto não valia nada. 
Virgulino ainda tentou falar com Padre Cícero, mas este se recusou a recebê-lo novamente. 
O patriarca de Juazeiro foi duramente criticado pela imprensa de Fortaleza, a qual usou o episódio como prova da proteção que o padre fazia a criminosos.
Apesar do acontecido, Lampião nunca perdeu o respeito nem a admiração que tinha por Padre Cícero. 

Padre Cícero Romão Batista

Em junho de 1927, Lampião voltou ao Ceará, após uma fracassada tentativa de saquear Mossoró, no Rio Grande do Norte. O bando ocupou Limoeiro do Norte, exigindo uma quantia em dinheiro como “resgate”. 
Dias após deixar Limoeiro, Lampião sofreu uma emboscada feita por 500 policiais, perdendo grande parte das provisões, munições e montarias. 

Com poucas armas, a pé na caatinga, os cangaceiros travaram em seguida outro tiroteio com a polícia, desta vez na Serra da Macambira, em Pernambuco. apesar da escassez de armamentos, os bandidos derrotaram centenas de policiais, fazendo aumentar nos sertões a lenda do “rei do cangaço”. 
Ajudados por coiteiros, os cangaceiros escaparam para os sertões de Pernambuco.    

A Outra Versão para o Encontro

Os fiéis juazeirenses até hoje reagem com indignação a esse relato do encontro entre Padre Cícero e Lampião. Segundo uma versão que veio a público em data recente, 
Lampião teria “ouvido falar” que Padre Cícero precisava de ajuda para combater os “revoltosos”, e compareceu espontaneamente a Juazeiro. 
O padre, pego de surpresa com a presença dos cangaceiros, e sem outras opções, viu-se obrigado a hospedar Lampião, por temê-lo e para evitar um confronto do bando com a população. 
Padre Cícero encontrou-se então, duas vezes com o rei do cangaço e não lhe teria dado nem as armas nem a “patente”, porque como prefeito, não tinha poderes para tanto. 

O secretário de padre Cícero Benjamim Abraão em fotos dos anos 1930 ao lado do bando de Lampião. O libanês registrou as únicas imagens fotográficas do cangaço.

Segundo ainda essa versão, foi o secretário de Padre Cícero, o libanês Benjamin Abraão, que teria sugerido, em tom de brincadeira, que a “patente” poderia ser dada pelo agrônomo. Vendo o interesse do cangaceiro, Abraão viu-se obrigado a convencer Pedro Uchoa a redigir o documento.  

Benjamim Abraão ao lado de Maria Bonita e Lampião 

Também teria sido sua a ideia de confeccionar e dar fardamentos dos ”batalhões patrióticos” aos cangaceiros. 

Essa versão exime totalmente tanto o Padre Cícero quanto Floro Bartolomeu de qualquer responsabilidade na contratação dos serviços do bando de Lampião. 

http://cearaemfotos.blogspot.com/2011/01/o-encontro-de-padre-cicero-com-lampiao.html

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QUEM MATOU DELMIRO GOUVEIA ?

 Por Cariri Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=-gwJB1dxq9o&ab_channel=CaririCanga%C3%A7o

Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, cearense da cidade de Ipu, um dos maiores brasileiros de todos os tempos. Com um espetacular tino e talento empreendedor; desde muito cedo mostrou um invulgar talento para os negócios; acabou se tornando um dos maiores visionários e realizadores do sertão, pioneiro no desenvolvimento do Nordeste. Foi mártir da luta contra o imperialismo e de origem absolutamente humilde ; órfão de pai e mãe, ex-vendedor de passagens em trem e acabou fazendo fortuna e construindo um império a partir de seu talento, trabalho e coragem. 

O outrora órfão humilde, nascido no interior do Ceará e vivendo na periferia do Recife, rapidamente deu lugar ao promissor e ousado empresário; jovem, elegante e charmoso que despontava no mundo dos negócios. Em 1899, aos 36 anos, ele inaugura o Mercado do Derby; um complexo de negócios surpreendente para época, com centro comercial, hotel, velódromo e parque de diversões onde poderíamos encontrar desde alimento a artigos de luxo e sofisticados, itens para casa, aparelhos de louça, vestuário, tecidos, calçados, jornais, revistas e livros. O visionário Delmiro Gouveia criava ainda no final do século XIX o que iríamos conviver nos dias de hoje, com muita naturalidade: o shopping center. 

Depois de desentendimentos com as elites politicas de Pernambuco, Delmiro testemunhou o incêndio criminoso da pérola da coroa de seus empreendimentos: em 1890 o Mercado do Derby seria a primeira vítima da coragem e destemor de seu criador; sendo incendiado por forças policiais. Três anos depois, o incômodo empresário e líder, Delmiro Gouveia, sai de Pernambuco e se estabelece nas Alagoas, povoado de Pedra. 

Em Pedra, o inquieto e destemido empresário Delmiro inicia mais um empreendimento arrebatador; constrói uma fábrica de linhas de costura; as primeira do Brasil; e diante da necessidade de energia, enveredou simultaneamente no ramo hidroelétrico, em 1913 implanta uma usina hidrelétrica próxima à Cachoeira de Paulo Afonso (BA) — e daí sai a energia para a fábrica em Pedra, consolidava-se a surpreendente Usina de Angiquinho. 

Delmiro Gouveia inovava em tudo o que se dedicava ; a Fábrica da Pedra chegou a ter cerca de 2.000 funcionários, submetidos a rígida disciplina tanto na fábrica como na vila onde tinham morada. A jornada de 8 horas de trabalho era compensada com educação e creche para os filhos e ampla área de lazer com sessões de cinema, festas e bailes, pista de patinação, campo de futebol e parque de diversões, algo absolutamente impensado para a época. 

Em um tenebroso final de tarde do ano de 1917, no dia 10 de outubro, era friamente assassinado na varanda de seu Chalé, dando fim a uma das mais extraordinárias sagas que se tem noticia no sertão nordestino. Morria ali, de maneira covarde e infame, um dos maiores brasileiros de todos os tempos, vítima de suas próprias ambições. 

Para conhecermos essa história a fundo, os pormenores da saga vitoriosa, sua vida, suas conquistas, seus amores e dessabores, e principalmente sua trágica morte; as possíveis causas, os suspeitos e a grande rede de insatisfações que cercava Delmiro, o complô, os executores e os possíveis mandantes, Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço, recebe os pesquisadores e escritores; Gilmar Teixeira, autor do festejado livro "Quem Matou Delmiro Gouveia"; Edvaldo Nascimento, autor de "Delmiro Gouveia e a Educação na Pedra" e o jornalista, historiador, escritor e apresentador de televisão, João Marcos Carvalho; para mais um eletrizante Grandes Encontros Cariri Cangaço com o tema: "Quem Matou Delmiro Gouveia - A Saga do Maior Visionário do Sertão", GRAVADO AO VIVO , na quarta-feira, dia 04 de agosto de 2021 as 19h30 para o Canal do YouTube do Cariri Cangaço.

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O SEGREDO DA FACADA, ODAIR JOSÉ E DIANA. (O CASAL MAIS EXPLOSIVO DO BREGA).

 Por Histórias Aos Montes

https://www.youtube.com/watch?v=MI1k0l3-fjg&ab_channel=HIST%C3%93RIASAOSMONTES

A misteriosa facada, Odair José e Diana um dos casais mais explosivos da história da música brasileira foi formado ainda nos anos 1960. Ana Maria Siqueira Iório e Odair José de Araújo estavam começando as carreiras artísticas como Diana e Odair José e se apaixonaram. Casaram-se oficialmente em 1973, quando paralelamente o sucesso para ambos chegou (Odair gravou seu clássico Vou Tirar Você Desse Lugar em 1972; Porque Brigamos e Ainda Queima a Esperança de Diana é do disco de estreia dela, também de 1972). 

Dizem que Diana pegou birra com jornalista e por isso é tão avessa a eles: o povo dava mais valor às histórias de brigas do casal do que ao trabalho artístico, principalmente o dela. 

Odair tem coisas incríveis em sua discografia (O Filho de José e Maria, por exemplo, do qual vamos falar daqui a pouco), mas Diana também, e a sensação é de que ele é muito mais incensado hoje que ela. 

Justiça seja feita: a cantora Bárbara Eugenia resgatou Diana nessa década, cantando várias músicas do repertório dela e com ela! Foi Fernando Catatau quem apresentou Diana para Bárbara na discotecagem do aniversário da cantora em 2008. 

E adivinha quem estimulou essa união? Sim, ele mesmo: Odair José. Bárbara cantou uma das músicas do repertório de Diana, Porque Brigamos, no programa Som Brasil da Globo dedicado ao brega (não concordo com o rótulo mas que seja). 

Odair estava no backstage e elogiou, disse que ela tinha que gravar a música, que combinava muito. 

SE INSCREVA, TODA SEMANA 

TEM CONTEÚDO NOVO. 

https://youtu.be/EA33S0xNbyA 

https://youtu.be/-i8FH-MAm0g​​​

https://youtu.be/SBdETb15a2c​​​ https://youtu.be/OCaiAN3_KmM​​​​ https://youtu.be/XFWj_iJF3v8​​​​ https://youtu.be/ilfFvKeGMTE​​​​ https://youtu.be/CjHVH0Kshxg​​​​ https://youtu.be/rdmNlth4cb4​​​​ https://youtu.be/6zla3BzfPHI​​​​ https://youtu.be/rBQ9i5Hukng​​​​ https://youtu.be/pKQtrNtnWC4​​​​ https://youtu.be/fkj_Jgcu7F8​​​​ https://youtu.be/EUkrPDQ_NyU​​​​ https://youtu.be/NMcGWO03gRc​​​

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A HISTÓRIA DE DELMIRO GOUVEIA - O TITÃ DO NORDESTE - O EMPREENDEDOR QUE REINOU EM ALAGOAS

 Por Passo a Passo - Empreendedor

https://www.youtube.com/watch?v=uvBdMpfpcTw&ab_channel=PassoaPassoEmpreendedor

Conheça nosso Curso ''Mentalidade Empreendedora Passo a Passo'': http://passoapassoempreendedorcursos.... Nesse vídeo, contaremos a história do empresário que foi praticamente o Grande Titã do Nordeste: Delmiro Gouveia. Um grande empreendedor que levou desenvolvimento e progresso para o interior do estado de Alagoas, mas que teve seus planos ainda mais ousados interrompidos por uma série de inimigos.

Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, nasceu na fazenda Boa Vista, no município de Ipu, no Ceará, em 1863.

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A ENTRADA DE EZEQUIEL FERREIRA E VIRGÍNIO FORTUNATO NO CANGAÇO.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=0lI6ROpHq1c

Depoimento de Vilson da Piçarra, neto do fazendeiro "Antônio da Piçarra" dono da "Fazenda Piçarra", onde ele fala a respeito da entrada de Ezequiel Ferreira e de Virgínio Fortunato no cangaço. No dia 13 de março de 1928, nas terras da Fazenda Piçarra, foi onde o afamado e temível cangaceiro Sabino Gomes "Sabino das Abóboras" foi gravemente baleado. Socorrido e retirado do local pelos companheiros de cangaço, Sabino das Abóboras não resistiu as fortes dores que sentia e teve que ser sacrificado devido a gravidade do ferimento. Um curto depoimento de grande valor documental para a história que tanto perseguimos ao longo dos anos. Simplesmente... imperdível. Ainda hoje no canal (YouTube)... CANGAÇOLOGIA. Filmagem e entrevista: José Francisco Gomes de Lima. Lembrando a todos que faltam menos de cinco mil inscrições para alcançarmos a marca de 100.000 inscritos (Seguidores) e nos consolidarmos como referência no segmento. Compartilhem nossos vídeos e convidem seus amigos e familiares para se inscreverem no canal. Grato pelo apoio. Geraldo Antônio de Souza Júnior

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CANGACEIRO "PEITICA" - DEPOIMENTO.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=HXKqbD-PrdA&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Depoimento do cangaceiro "Peitica" (José Calixto da Silva) cedido ao extinto Jornal carioca "A Noite", cuja matéria foi publicada em sua edição de 14 de novembro de 1938. Deixem seus comentários, críticas e sugestões, afinal são elas que servirão para analisarmos e melhorarmos cada vez mais nossos trabalhos. Valeu, Cabroeira! Geraldo Antônio de Souza Júnior

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O QUE FOI A GUERRA DE CANUDOS?

 Por Roberto Navarro

Conflito no sertão baiano ocorreu em 1896 e 1897 e terminou com a destruição do povoado.

Clique no link abaixo e leia todo conteúdo

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-a-guerra-de-canudos/#:~:text=Foi%20um%20conflito%20no%20sert%C3%A3o,Conselheiro%20(1828%20%E2%80%93%201897).

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LITERATOS NOS JORNAIS E REVISTAS (Crônicas, Poesias, Crítica Literária, Opiniões)

 Por Antônio Corrêa Sobrinho

APRESENTAÇÃO

Jornais e revistas brasileiros, a respeito do CANGAÇO, o banditismo que imperou nos sertões nordestino, do final do século 19 até meados do século 20, capitaneado, nas décadas de 1920 e 1930, pelo mais célebre de todos os cangaceiros que já existiram, o pernambucano do vale do Pajeú, Virgulino Ferreira da Silva, o LAMPIÃO, e, lustrado romanticamente, digamos assim, pela cangaceira baiana, MARIA BONITA, companheira deste famanaz bandoleiro – trouxeram, em profusão, ao público leitor, não raro em grandes e sensacionais reportagens, notícias, informes e relatos das ocorrências relacionadas à este período de sofrimento e dor porque passaram as populações sertanejas.

Jornais e revistas que, concomitantemente, também divulgaram vasta literatura sobre este fenômeno social, mais das vezes pela pena de grandes escritores, na forma de crônicas, poesias, opiniões, crítica literária, entrevistas, etc.

Cangaço, onde história, literatura e outras expressões, andam juntas, de mãos dadas, simbioticamente ajustadas, formando um todo, de saberes, ideias, percepções, de interpretações, conceitos; cangaço que foi, de um certo ponto de vista, o último dos grandes “gritos” que se ouviu no Sertão.

Resolvi, neste 2019, transcurso de 100 anos que Lampião iniciou a sua ilíada de fugas, correrias, lutas e práticas criminosas, pelas terras áridas do Nordeste, resgatar, para os dias atuais, das páginas da nossa imprensa, alguns artigos, não meramente noticiosos, mas aqueles que trazem no âmago certa literatura, alguns dos quais de cunho eminentemente literário, versando justamente sobre cangaço, Lampião e Maria Bonita.

E sobre literatura, permitam-me esta divagação: Que as notícias dos fatos e acontecimentos produzidos por este banditismo, permaneçam nas páginas da imprensa, eis que não há nenhum prejuízo para elas, uma vez que foram e continuam sendo reproduzidas nas inúmeras obras a respeito deste fascinante tema.

Porém, quanto aos artigos literários, não posso concordar que fiquem sepultos, inertes, como a décadas estão, jazendo num esquecimento que dá pena; muitos dos quais, relíquias, ricos de substância e beleza, verdadeiros quadros produzidos com pinceis de sabedoria, de eloquência, e cores nascidas das palavras, quando harmônica e esteticamente arrumadas. Literatura. São construções quase que existências vivas, ávidas por interlocução, empatia, desejosas por motivar, ensinar - ainda que escritas ligeiramente, em artigos curtos, para leitura rápida, como as produzidas principalmente nos jornais. Não, deixarmos tais esquecidas como estão, desprestigia e desrespeita seus autores e priva as gerações futuras de valiosos conteúdos, elementos essenciais, constitutivos do conhecimento sobre o cangaço.

Uma outra coisa: A respeito destes textos, que ora apresento, esclareço que, no que diz respeito à fidelidade factual, a verdade dos fatos, eles não devem ser vistos de forma absoluta como algo essencialmente histórico, pois isto é próprio da história, enquanto narrativa das ocorrências passadas, a “ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem no tempo”, muito embora a literatura seja uma transmissora de conhecimento, de informação, e instrumento, mesmo, no processo de edificação e de formatação da própria história.

Não confundir, portanto, literatura e história.

Literatura é a grande reveladora de sentimentos e de emoções. É estilo, estética, ritmo, beleza textual, manuseio escorreito e fogoso da língua. Literatura, de fato, mais do que a história e qualquer outra ciência, é quem verdadeiramente nos conduz ao interior de nós mesmos, às complexas e profundas dimensões da nossa mente, da nossa alma; é ela que nos faz perguntar, responder, duvidar; nos faz assistir mais de perto ao outro; enxergar o outro em nós, como se diante do espelho.

Sobre a literatura, esta magistral ferramenta da expressão humana, diz o escritor e jornalista José Castelo: “Vivemos imersos em um grande mar que chamamos de realidade, mas que a literatura desmascara isso – que não passa de ilusão. A realidade é apenas um pacto que fazemos entre nós para suportar o real. A realidade é norma, é contrato, é repetição, ela é o conhecido e o previsível. O real, ao contrário, é instabilidade, surpresa, desassossego. O real é o estranho. A literatura tem o poder de interrogar, interferir e desestabilizar a existência. É nas frestas do real, como uma erva daninha, que a literatura nasce. A literatura não é um divertimentoo; tampouco é um saber especializado. Ela é um instrumento, precário e sutil, de interrogar a vida. Desloca nossas certezas, transformando-as em incertezas. Em vez de nos oferecer respostas, nos faz novas perguntas – desagradáveis e perturbadoras.”

Que os textos enfeixados neste e-book, compilação que fiz com gosto, elaborada com a pretensão única de trazer ao público dos nossos dias, um conjunto de expressões, pareceres e sentimentos, leve-nos pela empatia para mais perto de Maria Bonita e de Virgulino Lampião; faça-nos entender e compreender o cangaço, os seus símbolos, as suas representações, os seus significados – pelo olhar de grandes literatos, extraordinários pensadores, escritores de escol, romancistas consagrados, grandes cronistas, escritores que, em relação a esses seus trabalhos, foram lidos apenas por alguns leitores, quando da edição dos diários e periódicos; para, depois, serem degustados apenas por um ou outro frequentador de acervos.

Pelo olhar de um Rubem Braga, de um Graciliano Ramos, Coelho Neto, José Ferreira Lima, José Lins do Rego, Alceu Amoroso Lima, Austregésilo de Athayde, Tristão de Athayde, Aurélio Buarque de Holanda, José Ferreira Lima, Rachel de Queiroz, Antônio Callado, Roberto Lyra, João do Norte (Gustavo Barroso), Manuel Bastos Tigre, Cypriano Lage Hermeto Lima, Mucio Leão, Luís Luna, Affonso Romano de Sant’Anna Costa Rego, Rangel Alves da Costa, Alberto Frederico Lins, Archimedes Marques, Leonardo Motta, Joel Silveira, Prado Ribeiro, João Ribeiro, Zozimo Lima, Humberto de Campos, Medeiros e Albuquerque, Robério dos Santos, Freire Ribeiro, Nelson Maia Machado, Afonso Arinos, João Ribeiro, e tantos outros, em pseudônimos, anônimos.

São mais de trezentas composições, 551 páginas, extraídas dos mais importantes jornais e revistas do país, todas por mim digitalizadas, com tão somente a necessária atualização ortográfica, distribuídas em ordem cronológica de publicação, desde 1925, conforme Sumário a seguir, com seus respectivos títulos, nomes dos autores, dos jornais e revistas, e datas em que vieram à luz.

Encerro, informando que a parte maior do material desta coleção colhi na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional, e o restante, nos acervos virtuais dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e o Estado de S. Paulo, além dos jornais sergipanos disponibilizados no site da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Um obrigado especial ao meu filho Thiago Correa, pelo tanto que me ajudou nesta construção.

Antônio Corrêa Sobrinho

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BENJAMIN ABRAHÃO: ENTRE ANJOS E CANGACEIROS

 Autor Frederico Pernambucano de Mello

Adquira este livro do escritor e pesquisador do cangaço Frederico Pernambucano de Mello com o professor Pereira através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

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