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domingo, 24 de setembro de 2023

A PIXAÇÃO DA FORTALEZA DOS REIS MAGOS – PASSARAM A BROXA PINTADA DE VERMELHO NA NOSSA CARA!

Por Rostand Medeiros 

Quem esculhambou com a Fortaleza dos Reis Magos no feriadão de 7 de setembro de 2023?

Não sei!

Qual o objetivo dessa ação?

Igualmente não sei!

O que sei é que a maioria das pessoas não estão interessados e nem comentando o que esse impensado ato quis apresentar. Só falam da pixação na Fortaleza, ou Forte, e do quanto se sentiram atingidas.

Foi uma besteira enorme. Foi algo que mexeu com uma situação que estava semimorta, na UTI mesmo, que são os sentimentos de pertencimento e de orgulho da maioria dos natalenses e potiguares pela sua terra e pela sua História.

A Fortaleza dos Reis Magos é um marco da nossa cidade e do Rio Grande do Norte, com uma trajetória que se inicia no final século XVI e está fixada no imaginário dos habitantes desta terra.

Certamente o Forte dos Reis Magos foi uma das primeiras referências visuais criadas no Rio Grande do Norte e divulgadas na Europa.

No passado, até os primeiros anos da década de 1950, quando para sair da nossa pequena e atrasada capital eram utilizados os navios de carga e passageiros, era a Fortaleza a última construção que se via. Na volta, viesse do Norte ou do Sul, era também a Fortaleza que primeiro se avistava dos tombadilhos.

Com o tempo, com a construção das estradas, da intensificação do tráfego aéreo, era para a Fortaleza que levávamos nossos parentes e amigos que visitavam Natal. A intenção era apresentar algo importante da velha “Cidade dos Reis”. Câmara Cascudo, por exemplo, levou muita gente interessante para ver aquela obra antiga e tem várias fotos sobre isso.


Faz tempo que nosso forte encanta os visitantes de Natal. Em 1928 essa mulher chamada Berta Lutz visitou a velha fortaleza e a achou “linda”. Em tempo, Berta Lutz foi uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil do século XX e nunca precisou fazer pichações em monumentos históricos para lutar e mostrar suas ideias.

Com o tempo a nossa Fortaleza se tornou o destino de milhares de excursões escolares, de escolas públicas e privadas, onde sei lá quantos mil alunos guardam na memória a experiência e a animação daquelas atividades. E foi isso que senti em minha primeira visita, acho que em 1973, ou 74, quando estudante do Colégio Salesiano São José.

Mas isso era no tempo que o ensino sobre a História do Rio Grande do Norte possuía uma outra dinâmica. Era quando nos colégios, cursinhos e nas faculdades sentíamos muita satisfação com as aulas de professores que transmitiam com eloquência e muita capacidade as batalhas ocorridas naquele local. Parecia que estávamos lá ouvindo os canhões e os gritos dos combatentes.

Era um tempo onde a nossa História era parte do currículo do vestibular e muito mais estudada. Mas hoje, com o ENEM nacional, já ouvi alguns professores comentarem “-Qual a real necessidade de se estudar a História do Rio Grande do Norte nas escolas, se não cai na prova?”

Se não tem tanta necessidade, o problema é que a Fortaleza está lá. Com suas histórias intensas, também tristes, às vezes terríveis. Mas é a nossa História. E não quero que ela seja reescrita usando tinta para agradar, ou fazer raiva, aos sobas de plantão!

O que fizeram com essa pixação foi muito além de vilipendiar um rico patrimônio da nossa memória e história. Praticamente passaram a broxa pintada de vermelho na nossa própria cara!

Foi quase como esculhambar a nossa casa e as nossas vidas. Tudo isso para transmitir uma mensagem que, certa ou errada, a nossa Fortaleza não foi erguido para virar outdoor de alucinados.  

Uma outra questão está no trabalho das autoridades constituídas sobre esse caso.

Percebo que as pessoas aguardam suas ações. Sinto falta da indignação pessoal de certas autoridades. Parece que “não estão nem aí” para o que aconteceu. Faltou uma fala mais pessoal sobre isso.

Sinto também que se algo seriamente válido não for feito, se essa gente não fizer valer sua autoridade, é de se questionar o que vem depois? Talvez queimar em praça pública os livros de Câmara Cascudo por sei lá o que?

Mas o que chama mais a minha atenção nessa triste situação é o ensurdecedor silêncio de certas entidades e de intelectuais ligados à história potiguar.

Para que serve esse silêncio?

Foto do tempo que o forte era apenas o forte e não um outdoor de malucos do “Bem”, em meio ao silêncio ensurdecedor das entidades que estudam e, na teoria, defendem e protegem a nossa História. 

Medo de serem excluídos do dinheiro das ditas “Leis de Incentivo à Cultura”, criadas para atender as paróquias e bolhas que satisfazem as autoridades que estão no poder com determinados discursos?

Ok, beleza! Se assim for, podem preparar mais tinta branca para esconder as novas “pinturas” que vão ser feitas nas muralhas da Fortaleza dos Reis Magos e em outros locais de interesse histórico! 

Não melindrar os poderosos e assim não afetar certos benefícios? 


https://tokdehistoria.com.br/2023/09/12/a-pixacao-do-forte-dos-reis-magos-passaram-a-broxa-pintada-de-vermelho-na-nossa-cara/

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SARGENTO LOURIVAL SEIXAS

 Acervo Beto Rueda

Sargento Lourival Seixas, componente volante da polícia baiana.

Fonte:

CASTRO, Felipe de. Derrocada do cangaço no Nordeste. Salvador: [s.n.], 1976.

https://www.facebook.com/groups/179428208932798/user/100000026208933

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SOLDADO HELENO TAVARES DE FREITAS.

Acervo  Beto Rueda

Soldado Heleno Tavares de Freitas, assassinado brutalmente durante o assalto do grupo de Lampião a cidade de Belmonte - PE. em 20 de outubro de 1922.

Fonte:

MOURA, Valdir José Nogueira de. Lampião e a aliança de Gonzaga. Recife: Cepe, 2022.

https://www.facebook.com/groups/179428208932798/user/100000026208933

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O AUGE DO CANGACEIRISMO

Por Beto Rueda

A partir da década 1920, com a ascensão de Lampião a mais importante líder de grupo, o cangaceirismo profissional alcançou o seu ápice.

A agitação causada pela presença da Coluna Prestes nos sertões do Nordeste logo no início do ano de 1926, indicou campo fértil aos cangaceiros, proporcionando atuações em grande escala.

A total desorganização em que mergulhava o sertão indicou o ano, apogeu absoluto em toda a história do cangaço. Para se ter uma ideia da atuação dos cangaceiros, vejam algumas ocorrências audaciosas do bando de Lampião no Estado de Pernambuco e Ceará. Também são conhecidas ações nesse ano nos Estados da Paraíba e Alagoas:

23 de fevereiro - Tocaia e mata o velho inimigo José Nogueira na fazenda Serra Vermelha, município de Vila Bela, atual Serra Talhada.

02 de março - Entra em Barbalha Ceará a frente de quarenta e nove homens, hospedando-se com o Estado Maior no Hotel Centenário, o melhor da cidade, onde se faz acessível a entrevistas com lideranças do município.

04 de março - Vai a Juazeiro do Norte Ceará e recebe em documento manuscrito a patente de capitão, a fim de combater ao lado das forças estaduais e federais a Coluna Prestes. Concede entrevista ao médico Otacílio Macedo e deixa-se fotografar com parte do bando por Lauro Cabral de Oliveira e Pedro Maia.

16 de abril - Invade Algodões causando espancamentos e estupros.

07 de maio - Invade Triunfo, no comando do grupo o imediato Sabino.

01 de agosto - Ataca novamente e incendeia a fazenda Serra Vermelha, matando duas pessoas e exterminando o gado e apiário.

14 de agosto - Interrompe as comunicações telegráficas, cortando fios e incendiando postes em Vila Bela.

19 de agosto - Invade a cidade de Tacaratu com noventa homens, fazendo cerco a casa de Manuel Vitor da Silva que resiste heroicamente a doze horas de combate e consegue fugir com um irmão ferido gravemente.

26 de agosto - Ataca a fazenda Tapera em Floresta, mata treze pessoas de uma mesma família, os Gilo, a frente de grande contingente.

02 de setembro - Invade Cabrobó, a frente de cento e cinco homens sob toque de corneta e perfeita formação militar. Hospeda-se na casa do chefe municipal e passa revista os alunos da escola local formados em sua honra.

06 de setembro - Invade Leopoldina fuzilando quatro residentes, saqueando o comércio, coletoria e destruindo o telégrafo.

01 de outubro - A frente de cento e vinte e seis homens põe em fuga força pernambucana que se defronta com o grupo, próximo a Floresta.

11 de novembro - Tiroteio com forças pernambucanas na fazenda Favela, Floresta, resultando dez soldados mortos e sete feridos.

24 de novembro - Sequestra viajantes da empresa Souza Cruz e Standart Oil Company, exigindo dezesseis contos de réis de resgate sob pena de morte.

25 de novembro - Tropas pernambucanas tentam resgatar os prisioneiros verificando-se combate na localidade Morada, Vila Bela. Lampião consegue manter os prisioneiros consigo.

26 de novembro - Na batalha de Serra Grande, a maior de todas em qualquer tempo da carreira de Lampião, enfrenta uma tropa de duzentos e sessenta soldados, com apenas noventa cabras. A tropa, no final, perde um total de vinte soldados e muitos feridos, envolvida desde a bocaina até as encostas interiores da serra, a intensa troca de tiros estendendo-se das 8h30 às 17h45, com os cangaceiros permanecendo no campo de luta até a noite, sangrando os soldados feridos e abandonados pelo comando.

12 de dezembro - Na localidade de Juá destrói a tiros cento e vinte e sete bois do fazendeiro Joaquim Jardim, estabelecido em Floresta.

Nos sertões do Nordeste, não era só o bando de Lampião que atuava. Outros bandos independentes também agiam: armados e fortemente municiados. Devastando, arruinando, depredando, arrasando tudo nas suas passagens sinistras.

No período de 1919 a fins de 1927 surgiram pelo menos quarenta e quatro grupos de cangaceiros.

REFERÊNCIAS:

MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil. São Paulo: A Girafa, 2004.

JASMIN, Élise Grunspan. Lampião, senhor do sertão: vidas e mortes de um cangaceiro. São Paulo: Edusp, 2006.

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OS JORNAIS NA ÉPOCA DO CANGAÇO

 Por Beto Rueda

Os jornais, na época do cangaço, criavam notícias sensacionalistas, muitas vezes genéricas ou falsas, sem maiores informações, com o objetivo de criar expectativa para a próxima ação e assim alcançar mais leitores. Lampião era o centro das atenções. Vejam essa nota de um periódico pernambucano:

"Segundo vem sendo divulgado, o famigerado bandido Lampeão está ferido no Estado de Sergipe onde se encontra em tratamento.

As mesmas informações, informações afirmam ainda que o tratamento desse perigoso bandoleiro é de natureza grave.

Em dia da semana próxima passada, a força volante do bravo tenente Manoel Netto, da Brigada Militar deste Estado, deparando o grupo de facínoras, empenhou-se com o mesmo em relhido combate que durou horas, sendo o qual foi posto em fuga desordenada. Lampeão, conduzido em rede.

O tenente Manoel Netto vem de há muito mantendo uma severa perseguição ao famigerado grupo de assassinos e ladrões que infesta o sertão do Nordeste.

São innumeros combates em que esse official da policia pernambucana se tem empenhado e galhordamente com o troço maldito de Lampeão."

Fonte:

Gominho, Leonardo Ferraz. Manoel Netto no rastro de Lampião. Floresta: TDA Gráfica, 2022.

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A COLUNA PRESTES E O REI DO CANGAÇO.

Por Beto Rueda

A Coluna Prestes foi um movimento tenentista que pretendia promover a insurreição contra o governo Arthur Bernardes e o poder das oligarquias ainda no período da República Velha, entre 29 de abril de 1925 a 3 de fevereiro de 1927.


Liderada por Luiz Carlos Prestes, Miguel Costa, Juarez Távora entre outros, foi uma marcha que percorreu 25 mil quilômetros pelo interior do país. Começou pelo Rio Grande do Sul e atravessou mais 12 Estados Brasileiros, encerrando a sua trajetória na Bolívia.

A Coluna, ao entrar no Ceará com estimados 1.500 homens, fez com que as autoridades locais se alarmassem; tinha que ser feito alguma coisa para conter aquele levante.


O Deputado Federal Floro Bartolomeu foi designado ao posto de comandante geral das operações pelo então presidente do Brasil. Por intermédio do Padre Cícero convidou Lampião que era seu devoto, para combater a coluna pois considerava o seu conhecimento de toda região e sua experiência nas táticas de guerrilha, fundamentais para o confronto.

Com a promessa de armamentos novos, isenção dos crimes praticados até então e a patente de capitão a Lampião, primeiro tenente a Antônio Ferreira da Silva e segundo tenente a Sabino Gomes, o chefe dos cangaceiros atendeu o pedido e partiu com seu grupo formado por 49 componentes para o encontro.


Passaram por Barbalha, acamparam na Fazenda Nova que pertencia a Floro enquanto se preparavam para entrar na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará. A presença do famoso bandoleiro nos arredores da cidade causou sensação, todos queriam vê-lo de perto.

No dia 04 de março de 1926, Lampião e seus cangaceiros entraram na cidade, foi uma enorme algazarra: muitos curiosos se concentraram nas ruas e praças por onde passava o Governante das Caatingas e seu grupo. Ficaram hospedados na casa de João Mendes, comerciante e poeta popular.

Lampião recebeu as visitas com cortesia e seu ar imponente. Deu algumas esmolas e jogou moedas para os meninos na rua, gestos de generosidade e sarcasmo. Estava gostando da estadia. Concedeu entrevista ao médico Otacílio Macedo contando as suas aventuras e apresentou os seus homens.

O ponto alto da visita foi o encontro com o Padre Cícero que o recebeu bem e o aconselhou a deixar o cangaço mas que não gostou do encargo da nomeação que tinha caído sobre os seus ombros. O padre mandou chamar o inspetor do Ministério da Agricultura Pedro de Albuquerque Uchôa para formalizar o ato. Esse documento em termos gerais concedia ao capitão Virgolino Ferreira da Silva e seus comandados, a "permissão" de viajar livremente, de Estado a Estado, em companhia dos Batalhões Patrióticos, na perseguição aos revoltosos.

Quando deixou Juazeiro poucos dias depois, Lampião pretendia cumprir o acordo. Foi pelo Sul, em direção à Bahia. No limite do Estado entretanto, ainda em Pernambuco, a polícia não reconheceu a sua patente e perseguiu o contingente. Desiludido, sentindo-se enganado, ele e seus cabras fizeram meia volta e pegaram o caminho para o Norte. Voltaram para o Ceará no início do mês de abril do mesmo ano em direção a Juazeiro do Norte, com intenção de pedir apoio ao Padre Cícero.

Antes que chegassem porém, o padre mandou avisar que não iria mais recebê-los.
Pelo descrédito das patentes e pelas promessas não cumpridas, Lampião voltou a praticar crimes como antes, continuou a ser o Rei do Cangaço. Durante o resto da vida se autodenominou capitão.

Pela força do destino, Lampião, seu grupo principal e a Coluna Prestes nunca entraram em combate.

REFERÊNCIAS:
CHANDLER, Billy Jaynes. Lampião, o rei dos cangaceiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
MACIEL, Frederico Bezerra. Lampião, seu tempo e seu reinado. Vol. III. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1985.
LUCETTI, Hilário. Histórias do cangaço. Crato: Gráfica Encaixe Ltda, 2001.
SOUZA, Anildomá Willans de. Lampião, o comandante das caatingas. Serra Talhada: [s.n.], 2001.
FERREIRA NETO, Cicinato. A misteriosa vida de Lampião. Fortaleza: Premius, 2008.

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CANGAÇO: MANÉ MORENO, ZÉ SERENO E A MORTE DE TORQUATO E FIRMINO

 Por Fatos na História

https://www.youtube.com/shorts/u7Ao4B_DHlA

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MANO ROCHA

 Por Fatos na História

https://www.youtube.com/shorts/10TBJpO35HI

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