Por José
Romero Araújo Cardoso
Estruturar
pólo turístico sustentável na área correspondente à caverna calcária do Poço
Feio representa alento importante à economia e à consciência dix-septiense, em
vista que se apresentam carentes de perspectivas mais otimistas com relação à
melhoria da qualidade de vida da população e à preservação ambiental.
Pólo turístico
sustentável é garantia de geração de emprego e renda e respeito à natureza,
contrapondo-se ao irracional uso presente da área do Poço Feio, marcado pelo
desgaste acentuado do meio ambiente natural graças, principalmente, à forma
como o turismo predatório tem, continuamente, se efetivado.
Infra-estrutura
e dedicação são exigências essenciais para a consolidação de empreendimento
desse porte, sendo indispensável à participação da gestão pública para a
concretização de sonhada sustentabilidade, articulando-se com setores privados
que realmente possuam embasamento ideário calcado na defesa intransigente da
natureza, não apenas busque maximização de lucros e minimização de custos.
A riqueza
natural representada pela área do poço feio ainda não foi dimensionada,
principalmente em razão que as perdas devido a não existência de racional
indústria do turismo vêm inibindo geração de renda, desperdiçada cotidianamente
por não existir empreendimentos turísticos que primem pela sustentabilidade.
População
bastante necessitada de estruturas que viabilizem a geração de emprego e renda,
o povo dix-septiense viu e sentiu dia-pós-dia, era-pós-era, importantes
atividades econômicas serem fragmentadas, como o cultivo de alho e cebola e a
extração de gesso. Elevar a economia, proporcionando o desenvolvimento
regional, também se constitui em bases do desenvolvimento sustentável.
Postura
absolutamente irracional é desprezar potenciais econômicos magníficos,
sobretudo localizados no semi-árido nordestino onde os indicadores
sócio-econômicos revelam-se extremamente incipientes e contrastantes.
Aproveitar benesses naturais de forma sustentável para melhorar as condições de
vida da população deve constar nas bases filosóficas de qualquer ação humana,
principalmente em se tratando de áreas frágeis que revelam estupendas
intervenções antrópicas, como a do Poço Feio, localizado na comunidade rural do
sítio Bonito, município de Governador Dix-sept Rosado/RN.
Para que um
pólo turístico sustentável obtenha sucesso e longeva existência, garantindo às
gerações futuras seu usufruto, torna-se necessária vigília permanente,
independente de qualquer posição político-partidária ou ideológica. O
desenvolvimento sustentável deve ser independente de qualquer querela
administrativa, pois é à natureza e à humanidade que estes possuem vínculos
funcionais intrínsecos.
Transformar a
área do Poço feio em pólo turístico sustentável seguramente é garantia de
melhor relação do homem com a natureza, tendo em vista que os impactos
ambientais tornam-se cada dia mais preocupante em razão do advento da
pós-modernidade e suas máquinas fantásticas, frutos da incrível dinâmica do
consórcio que a ciência vem efetivando com a técnica.
Rica em
reservas calcárias, a área do Poço feio precisa urgentemente ser preservada,
pois precisamos evitar incalculável desastre ambiental e cultural, pois, marca
indelével da identidade dix-septiense, o Poço Feio deve ser visto como um dos
mais belos patrimônios naturais do Estado do Rio Grande do Norte, do Nordeste,
do Brasil e do mundo.
Posicionar-se
favorável à vida e ao meio ambiente, tanto natural como artificial, é a única
maneira de buscarmos construir um mundo melhor, com paz e harmonia do homem com
as belezas que a natureza, criação Divina, nos presenteou e que precisamos
conservá-las para nossos filhos, netos, bisnetos, trinetos, etc.
(*) José
Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor da UERN. Mestre em Desenvolvimento e
Meio Ambiente.
Envio do autor
http://blogdomendesemendes.blogspot.com