História íntima de Luiz Gonzaga - A garçonete
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Certa vez, a
gente tinha ido a Brasília fazer um show. Você sabe que Seu Luiz comia demais,
né? Mas também não escolhia comida. O que viesse, ele comia. Tanto que às vezes
nos shows batia uma diarréia que ele tinha que ir no banheiro dali mesmo…
Aí era dez e
meia e eu liguei para ele para a gente almoçar. “E porque ainda não veio?”, ele
me disse no telefone. Consegui um carro emprestado com um amigo da rádio
nacional e levei ele para um restaurante em Taguatinga.
Ele olhou para
o lugar e disse, com aquela voz dele:
- Aí, rapaz, parece que aqui não tem
comida não.
Mas logo depois emendou.
- Mas se não tiver comida a gente come
aquela garçonete ali…
Fomos bebendo
uma cachacinha e só começamos a comer depois de meio dia. E eu comecei a ver
que Seu Luiz beber tava pedindo coisa demais, só para a garçonete vir na mesa.
Lourdes, era o nome dela. Até que era bonita, morenona, Seu Luiz tinha bom
gosto.
Aí eu tive que
dizer:
- Ô, Seu Luiz, assim é o senhor que vai pagar a conta, fica pedindo um
monte de coisa que a gente não vai comer…”.
Só fomos
terminar de almoçar umas 17h e, quando a gente tava levando ele de volta para o
hotel, ele viu uma placa assim grande, e, como era cego de um olho, perguntou o
que estava escrito.
- Casa do
governador - respondemos.
- Eita, agora
que lembrei que ontem ele foi me receber no aeroporto e tinha me convidado para
almoçar lá… - ele disse.
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