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quinta-feira, 2 de julho de 2020

O REMORSO DE LAMPIÃO.


Por João Filho de Paula Pessoa

Contaram os moradores de Calumbi/Pe, que por volta de 1927 Lampião chegou à cidade num Domingo de feira, surpreendeu os moradores e foi acertar as contas com um desafeto seu que morava na cidade, Sr. Laurindo Cipriano, que ao saber da presença de Lampião, não teve tempo de fugir, pois os cangaceiros já estavam próximo à sua casa. Sr. Laurindo estava em companhia de seu filho de seis anos e só teve tempo de fechar a porta da casa e se armar. O Bando se posicionou em frente à sua casa e ordenou que Laurindo saísse, momento em que este gritou que não se entregava a bandido e o bando abriu fogo contra sua casa. Sr. Laurindo armado apenas com um rifle, enquanto os cangaceiros eram muitos e tinham forte armamento, não se rendeu e lutou bravamente. Após alguns instantes de tiroteio e percebendo que os tiros da casa cessaram, os cangaceiros arrobaram a porta e invadiram a casa, ao entrar se depararam com Sr. Laurindo ajoelhado e morto, ainda com o dedo no gatilho e seu filho de seis anos chorando e atingido na perna. Lampião ao ver a cena, silenciou, o bando também silenciou, Lampião enxugou os olhos e disse, “este homem não era para ter morrido, um sertanejo desse tinha que viver para tirar raça”. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 15/01/2020.


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CERTIDÃO DE NASCIMENTO DE LAMPIÃO


Certidão de nascimento de Lampião.
Museu do Cangaço.
Triunfo - PE.


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DONA MOCINHA IRMÃO DE LAMPIÃO E...


Dona Maria Ferreira (Mocinha) irmã de Lampião e Lili Neli filha dos ex-cangaceiros Moreno e Durvinha.


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LAMPIÃO REI DO CANGAÇO, VÍDEO REAIS COM MONTAGEM DE SOM


Amigo: esse vídeo é uma copia original do vídeo que tá hospedado no youtube, essa montagem de som foi uma ideia minha.na descrição do vídeo diz que o vídeo é original com efeito de som, e não com som original.

Música neste vídeo

Música
Artista
Zé Tapera & Teodoro
Licenciado para o YouTube por
SME (em nome de Sony Music Entertainment)

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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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SANTANA: A EVOLUÇÃO DA PAISAGEM



Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.337
CLERISVALDO B. CHAGAS
Todas as demolições marcantes de uma cidade, deveriam ser fotografadas em vários ângulos, oficialmente; bem assim a mesma obra que tomou o seu lugar. Isso iria para o acervo público e teríamos o registro da evolução da urbe. O que descreveremos abaixo é importantíssimo para a história de Santana do Ipanema entre a velha e a nova paisagem. Nenhuma foto achamos que contasse a história do elo entre duas ruas:  Benedito Melo (Rua Nova) e Antônio Tavares nos seus trechos finais. Também nenhum registro escrito foi encontrado. Essa crônica deveria ir para o acervo público com um pouco de luz da história local. Descrição histórica e única:
No final da Rua Nova, havia uma balaustrada de cerca de 300 metros de extensão. Ela limitava as ruas Antônio Tavares e Rua Nova. Servia como segurança porque a parte da Antônio Tavares era muito baixa com vários metros de desnível. Quase no meio da extensão da balaustrada havia uma escadaria de cimento. Para transitar de uma a outra rua, ou se usava a escadaria ou se rodeava lá pelo final da balaustrada que terminava na rodagem para Olho d’Água da Flores (hoje Rua São Paulo). O terreno baixo era ladeiroso, irregular, e cheio de mato ralo. Os balaústres eram desenhados e mantinham uma pequena plataforma na parte superior onde pessoas gostavam de sentar para apreciar o mundo.
Na gestão anterior a Paulo Ferreira ou na dele mesmo, a balaustrada foi demolida e no lugar dos degraus foi construída uma rampa, calçada ainda com pedras brutas do tempo de vila. (continuam lá) alguns prédios foram construídos no terreno baldio, inclusive a residência inicial de Paulo Ferreira. Depois o, então, prefeito, ergueu outra residência abaixo do início do balaústre, onde morou até o seu falecimento. Uma pequena praça foi construída na parte final da balaustrada. Daí para cá, as modificações não foram tão significativas assim. Esse episódio faz parte da junção Rua Nova, Rua Antônio Tavares e Rua São Pedro.
Tudo ali sempre foi tranquilo e abençoado pelo santo porteiro dos céus, o bom Padroeiro do Bairro que leva seu nome.

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LANÇAMENTO DO LIVRO

Autor: João de Sousa Lima

LIVRO ZÉ BAIANO

Autor Robério Santos

Adquira-o através destes endereços: Diretamente com o autor - Compras no número de 

WhatsApp 79 99969-5819 

ou com o professor Pereira:

franpelima@bol.com.br

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AUTO DA LIBERDADE - MOSSORÓ

Por Aderbal Nogueira - Cangaço

Encenação do ataque de Lampião a cidade de Mossoró RN
Música neste vídeo
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Artista
Alcione
Álbum
Tempo De Guarnice
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JORNAL DO BRASIL, 11 DE MAIO DE 1977 A CONTAGEM REGRESSIVA PARA A MORTE DE LAMPIÃO

Uma Interessante Entrevista Com Joca Bernardo, o Homem Que em Agosto de 1938 Informou a Polícia Quem Conhecia a Localização do Esconderijo de Lampião e Foi o Responsável Pelo Massacre de Toda Uma Família, Perpetrado Pelo Cangaceiro Corisco, Que Buscou Vingar a Morte do Rei do Cangaço.

Autor do texto – Jornalista Roberto Vilanova – Maceió, Alagoas.

Fonte – O blog TOK DE HISTÓRIA informa que recebeu o material original dessa reportagem com o nome do autor, o número da página (12), mas sem a indicação de data de publicação e do nome do jornal, ou revista. Sabemos que o Jornalista Roberto Vilanova publicou reportagem semelhante no Caderno B do Jornal do Brasil, edição de 11 de maio de 1977, página 5, sugerindo uma época da publicação original desse texto, que agora apresentamos. Com Exceção das Fotos Originais da Reportagem, Todas as Outras Fotografias Aqui Publicadas, São de Responsabilidade do blog TOK DE HISTÓRIA.

A história não reservou para Joca Bernardo, quase 80 anos de idade, uma linha sequer. Mas é bem melhor assim, porque ele entrou para a história intima do sertão como traidor de Virgulino Ferreira  – o Lampião, e, talvez por arrependimento, recusou receber o prêmio maior pela delação: a patente de sargento da Polícia Militar de Alagoas. Por causa disso sua esposa, desde essa época, lhe abandonou depois de argumentar e tentar convencê-lo de que não deveria jogar fora a sorte. Como jogou, ela preferiu ir embora para São Paulo no primeiro pau-de-arara que cortou as estradas secas do sertão, não lhe dando mais notícias.

Mas não é fácil encontrar Joca, apesar dele viver discretamente no distrito do Piau, pertencente a Piranhas, a mais de 350 quilômetros de Maceió, porque o sertanejo é, também, antes e tudo, muito desconfiado. Aliás, a sua própria existência só é sabida por quem conhece a fundo a história de Lampião, como o presidente da Arena de Piranhas, Antônio Rodrigues, que lhe descobriu para essa reportagem.

A bela cidade de Piranhas, Alagoas, a margem do Rio São Francisco  
– Foto – Rostand Medeiros.
Medo da morrer
A troca de identidade, complementada pelos cumprimentos à mão estendida, durou pouco, mas Joca Bernardo mantinha-se olhando por baixo dos olhos, como se estivesse diante de um Tribunal. À pergunta se escondia com medo de morrer, respondeu que não. E explicou que era para evitar comentários que, na certa, iriam lhe trazer recordações. E ele não deseja recordar as inconveniências naturais de um traidor. Nesse pé a conversa se expandiu e tomou gosto, porque se Joca se manteve, durante todo esse tempo, calado, chega mesmo um momento, principalmente na sua idade, em que o peso da consciência rompe a barreira do silêncio que se impõe por conveniências. 

O silêncio é quebrado também pelo conflito interno que Joca passou a viver logo depois da morte de Lampião, não porque traiu o bandido, mas porque, para escapar da morte que Corisco espalhou como vingança, acabou delatando um inocente. Ou seja, disse a Corisco, com quem se encontrou mais tarde, que o vaqueiro Domingos Silvino, empregado do sogro do tenente Bezerra, é quem havia delatado Lampião à polícia. Corisco foi à casa de Domingos e matou ele, a mulher, uma visita e três só deixou vivo apenas o de menor idade, Antônio Silvino, que mora hoje em Piranhas e não quer ver Joca na sua frente.

Joca Bernardo.
Foi o próprio Antônio Silvino quem relatou o massacre a sua família e, conforme Corisco disse a seu pai, Joca é o único responsável. Silvino falou que um dos cangaceiros chegou a puxar o punhal para matá-lo, mas Corisco o conteve. Nessa época, ele, Antônio, tinha 6 anos de idade e recebeu a missão de conduzir, de burro, as cabeças de toda a sua família que deveria ser entregue ao tenente Bezerra, em Piranhas, com um bilhete atrevido.

Silvino Ventura tinha seis anos de idade quando viu sua família ser covardemente trucidada pelo famigerado Corisco na Fazenda Patos e foi obrigado a transportar em um animal as cabeças cortadas de seus familiares para a casa do tenente José Bezerra, em Piranhas. Faleceu de um acidente em Piranhas, no dia 30 de julho de 1985, aos 54 anos de idade.
“Quando eu passei pelas ruas de Piranhas era dia de feira. O Corisco juntou as cabeças dentro de um caçuá e mandou eu tanger o burro. Nas ruas o povo pensava que o sangue que escorria era carne de bol. E quando eu parei na porta do tenente Bezerra foi que juntou gente”, conta Silvino.

A casa extremada era a residência do tenente José Bezerra, 
para onde a criança Silvino Ventura trouxe as cabeças 
ensanguentadas de seus familiares dentro de um caçuá, 
transportado por um animal – Foto -Rostand Medeiros.
Nega tudo
Joca Bernardo nega a delação ao vaqueiro Domingos Silvino, mas confirma que se encontrou com Corisco. Até o seu relato do encontro – surpresa e, até mesmo, as circunstâncias dele, Joca parece não mentir. Mas na reprodução do diálogo ele acaba revelando uma certa frieza:
“Eu tava juntando o gado quando o Corisco pulou de cima de um lajedo. O Corisco e mais uns cinco cabras, inclusive a Dadá, que foi a minha salvação. Aí o Corisco falou se era verdade que tinham matado Lampião Eu respondi que ouvi dizer. Até ele disse: vou matar muita gente para vingar a morte. E vou começar logo por você. Aí a Dadá ”ó xente, home. Que história é essa? A gente mata quem tem culpa, inocente não,” relatou.

Ruínas da propriedade Patos, onde a família Ventura foi trucidada 
– Foto – Rostand Medeiros.
A História, segundo se sabe através do Sr. Antônio Rodrigues, de tradicional família de Piranhas e político influente na região, é bem diferente. Corisco soube que Joca havia traído Lampião e foi procurá-lo. No encontro, disse que ia matá-lo e Joca, com medo, falou que se morresse, seria inocente. E lamentou que tivesse servido de coiteiro para Lampião e, agora, “qual o pagamento que recebia?”. Corisco titubeou, principalmente diante da interferência de Dadá, e resolveu tirar a história a limpo. Foi então que Joca Bernardo lembrou, maliciosamente, “onde Lampião teria passado antes de ir para Angicos”, seu até então inexpugnável esconderijo.

Lampeão, antes de atravessar o rio São Francisco, passou na fazenda do sogro do tenente Bezerra (o fazendeiro Antônio Brito). Com isso, Joca quis insinuar que o vaqueiro Domingos Silvino Ventura, sempre à disposição para cumprir ordens fazer recado do bando, teria denunciado os planos de Lampeão de se alojar em Angico por alguns dias. A verdade é que Corisco aceitou a justificativa, se não teria evitado o massacre da família Silvino Ventura, de quem sobrou, a propósito, apenas Antônio Silvino, o filho mais novo, na época, do vaqueiro.

Corisco.
Traição a Lampião
Na verdade, Joca Bernardo não tinha nada contra Lampeão – a quem ajudava, na medida do possível, para poder ir levando a vida sem ser molestado pelo seu bando, se bem que tivesse de enfrentar as inconveniências da polícia que sempre se confundia, pelas arbitrariedades cometidas, com os cangaceiros, às vezes, praticando horrores em nome da Lei que a bem da verdade era material, porque estava simbolizava na mira de um fuzil “bem azeitado e municiado”.

Assim, dentro do possível ou de acordo com os conformes, Joca e tantos outros coiteiros se prestavam ao serviço de acoitar Lampião e seu bando porque não tinha mesmo escolha. E entre ser morto pelos cangaceiros ou pela polícia, o que dá, no fundo, no mesmo, era preferível morrer tentando ser fiel a Deus e ao diabo, mesmo sem se saber quem era quem. Ou seja, quem era Deus e quem era Diabo.

Pedro de Cândido.
Mas como a miséria só quer começo, um dos maiores coiteiros de Lampião, Pedro de Cândido – ninguém duvidava da sua ligação com Lampião, mas Pedro vivia imune em Piranhas, no dia em que os cangaceiros se arrancharam em Angico, foi comprar queijo que Joca fabricava. E apesar de sempre levar dinheiro suficiente, dado por Lampião acabava usurpando o chefe e não pagava as mercadorias, o que criava, naturalmente, um clima de animosidade não só para ele, como para o bando.

Tiro fatal

Naquele dia, porém, Pedro de Cândido, inadvertidamente, engatilhou a arma que desfechou em Lampião o tiro fatal. Utilizando-se da fama de valente, talvez imposta pela condição de coiteiro chefe de Lampião, Pedro bateu à casa de Joca Bernardo para comprar “todos os que queijos que tivesse na hora ou a fazer durante os próximos 15 dias”, que era o tempo de descanso dos cangaceiros.

– Foto – Rostand Medeiros.
Joca respondeu que tinha uma encomenda de queijo do Juiz de Pão de Açúcar e não podia ceder o volume já encontrado pronto. O argumento não foi levado em consideração, porque Pedro de Cândido retrucou abusado: – “Cabra safado, eu tou pedindo o queijo e não quero saber de história. Vou levar tudo agorinha mesmo”, recorda Joca.

Apesar de se saber que Pedro era coiteiro de Lampião Joca ainda duvidou para quem seria tamanho carregamento de queijo até que descobriu:

– “Eu pensei assim” – conta ele – “o Pedro não negocia e se quer tanto queijo só pode ser pra muita gente. se é para Muita gente, Lampião tá por aqui.”

Ruínas da propriedade Patos – Foto – Rostand Medeiros.
Joca não reagiu e Pedro de Cândido levou todo o carregamento de queijo que havia sido encomendado pelo Juiz de Pão de Açúcar. Mas naquele mesmo dia o sargento Aniceto, que tinha ficado em Piranhas, enquanto o coronel Lucena, o tenente bezerra e o aspirante Chico Ferreira saíram em diligência por Delmiro Gouveia, atrás de Lampião foi informado da situação. O relate ainda é de Joca.

“Eu fui procurar o tenente Bezerra, mas ele não estava. Encontrei o sargento Aniceto e lhe contei: sargento, saber eu não sei não senhor, mas o senhor quiser saber onde Lampião tá escondido, aperte o Pedro de Cândido que ele diz. Agora só digo uma coisa ao senhor: Lampião está aqui por perto e não veio com pouca gente não. Têm uns 100 homens com ele. E contei também o caso dos queijos que o Pedro me tomou.”

Muro formado por pedras na propriedade Patos. – 
Foto – Rostand Medeiros.
A partir daquele momento começou a contagem regressiva da vida de Lampião e seu bando. Mas como o próprio Joca admite a delação não tinha a intenção de trair Lampião porque, do jeito que até hoje alguém afirme que o cangaceiro não morreu, naquele tempo acreditava-se na sua imortalidade, pelo menos à bala ou à faca. Joca desejava que Pedro levasse uma surra, através do “aperto” da polícia, e não admitia que a polícia desse fim a Lampião, porque o bandido sempre escapava aos cercos ileso, Mas não foi assim: o cangaceiro morreu mesmo.

Recusa

O sargento Aniceto se encarregou de assegurar junto ao tenente Bezerra e ao coronel Lucena o trabalho decisivo de Joca Bernardo, ajudando à Polícia. Aí os dois oficiais chamaram Joca a Piranhas e anunciaram o prêmio: 5 contos de réis e a patente de sargento da Polícia Militar de Alagoas, que lhe seria dada pelo Governo do Estado. Joca recusou as divisas e aceitou apenas o dinheiro, que acabou não recebendo em toda sua totalidade.

– “Eu acho que o Governador mandou o dinheiro todo, mas o portador ficou com um pedaço. Eu só recebi 1 conto e réis,” relembra.

Bela região do Rio São Francisco – 
Foto – Ricardo Trigueiro Morais.
Ele recusou as divisas de sargento, porque teria de vir morar na Capital e um sargento, naquela época, não ganhava suficiente para sustentar uma família. Então, Joca preferiu continuar tangendo gado e fazendo queijo, sem pagar aluguel de casa e sem ter outros gastos que naturalmente teria de assumir se mudasse de cidade e de vida. Mas sua mulher não aceitou a argumentação e como não pôde fazê-lo receber a patente, preferiu abandonar a casa. Foi morar em São Paulo.

Por ironia, quem recebeu as divisas foi o Pedro de Cândido. Joca, que pensava em se vingar da sua violência, não só lhe proporcionou a reaproximação com as autoridades de Piranhas e de Alagoas, como lhe deu a própria chance de ser autoridade, porque logo em seguida ser incorporado à polícia como sargento, Pedro foi nomeado delegado no sertão. E morreu assassinado por culpa, ao que se sabe, de seus dotes de “dom Juan”, sem que lhe respeitassem, ao menos, a posição de delegado.

Joca amarga a fama de traidor – na verdade o traidor é ele mesmo e se não fosse a aposentadoria do Funrural, engordada pelo frete que consegue tangendo urro carregado d’água, estaria na miséria. Sequer conseguiu o intento de fazer Pedro de Cândido levar uma surra porque Pedro, ao ser preso, não reagiu e nem foi difícil contar o esconderijo de Lampião.

Pescado no Tok de História


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