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quarta-feira, 25 de setembro de 2019
RAÍ E AS BELEZAS DE SEU CURRALINHO
*Rangel Alves da Costa
Raí de Telma, Raí de Curralinho, ou o Rei Raí do Velho Chico, seja qual for a forma para identificar esse abnegado moço de aguçado senso de preservação histórica e cultural, e que desenvolve um trabalho que precisa ser melhor conhecido e valorizado.
Ora, não é todo dia que encontramos um filho da terra ribeirinha, gestado nas beiradas do São Francisco, que retribui ao seu berço familiar com a luta pela preservação de sua história, da sociedade de antigamente, da fé enraizada e cultuada desde os tempos mais antigos, de seus aspectos culturais e geográficos e, principalmente, de suas belezas naturais.
Raí faz tudo isso com maestria e precisão. Tecendo como uma arqueologia de seu Curralinho, ele vai buscando, escavando, catando pedaços do glorioso passado daquela ribeira de águas passantes. E também registrando pelas lentes tudo aquele remansoso modo de vida, o leito e as curvas do rio, os barcos adormecidos nos beirais molhados, os casarios de tantos fatos e histórias, as montanhas ao redor, o que resta da grandiosa arquitetura local.
Raí não se cansa de ir atrás de antigos retratos e depois repassá-los ao conhecimento de todos pelas redes sociais. E ele tem uma página exclusiva: “Belezas de Curralinho”. Aquelas feições antigas, aqueles rostos esbranquiçados ou amarelados da fotografia, tudo simbolizando a grandeza de outrora daquela bela ribeira. Um Curralinho de calçadas altas e olhos brilhosos e maravilhados pela chegada das grandes embarcações. Um Curralinho de por de sol sem igual entre os montes e da poesia e dos cantos das lavadeiras. Aquele Curralinho de Seu Neguinho, de Chico Bilato, de Dona Perpétua, e de tantos outros de vivências anteriores. Curralinho de Valter, de Ciano, de Seu Aloísio, de João de Virgílio, de Otaviano...
Tudo isso faz parte do resgate de Raí. E Raí faz bem em fazer assim. Motivos há muitos para que guarde em páginas vivas toda a grandeza de seu lugar. Curralinho precisa ser mais conhecido, mais admirado, mais reconhecido na sua importância não só no surgimento do atual município de Poço Redondo como no desbravamento dos sertões sergipanos. Mesmo que hoje esteja apenas como uma página amarelada num álbum da história, Curralinho já esteve assentado em letras douradas, em escritos que diziam de sua riqueza e essencialidade.
Para uma ideia de sua importância - e, como tal, deve ser reconhecido, preservado e valorizado -, Curralinho foi a porta de entrada para todo o Poço Redondo. Num tempo aonde a única forma de se chegar aos hostis sertões era através das águas do Velho Chico, foi em Curralinho que um dia aportou a primeira leva de desbravadores que deram início à povoação. Enquanto porto de chegada e partida de embarcações, as margens curralienses eram responsáveis por todo o abastecimento da região. O açúcar, a farinha, o café, a carne salgada, o tecido, tudo era desembarcado ali. E dali também partindo o carvão, o algodão, a madeira, o couro, o feijão e o milho.
Depois de atravessar o rio, em 1874 o beato e missionário Antônio Conselheiro, acompanhado de mais de uma dezena de fiéis seguidores, deu forma e vida à igrejinha de Nossa Senhora da Conceição, ainda bela e imponente no alto do monte curraliense. Em seguida, transformou em estrada uma vereda fechada em direção aos sertões baianos, desde a beira do rio até a divisa. A atual Estrada Histórica Antônio Curralinho, num percurso de 14 km entre a sede municipal e a beira do rio, e por muito tempo conhecida apenas como Estrada de Curralinho, nasceu daquela saga do beato Conselheiro.
Curralinho nascido de um, dois, três currais, na beira do rio. Os desbravadores chegavam do litoral e outras regiões, trazendo levas de animais na bagagem. Para que não se perdessem sertões adentro, então pequenos currais iam sendo levantados na beira do rio. Daí o nome “curralinho”, ou curralzinho, ou ainda pequeno curral. Quando os animais foram levados para outras localidades, aquelas beiradas de rio ficaram apenas para as embarcações e o seus habitantes. Um povo que ribeirinho que bastava lançar a rede para chegar peixe muito: tubarana, surubim, uma riqueza. Mas que hoje, ante a magreza do rio, apenas lança o olhar de saudade.
Parabéns, Raí. Curralinho, Poço Redondo e os sertões, precisam que o seu trabalho de coleta e preservação frutifique cada vez mais. Que seja como as águas de seu rio: sempre passam, mas sempre chegam, e sem jamais perder a poesia do encantamento.
Escritor
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DEIXA BALANÇAR
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de setembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
A primavera também chega para a área desportiva. Assim, após várias batalhas e muitas expectativas, os principais clubes de Alagoas contemplaram a chegada da recompensa nos estádios. O Centro Sportivo Alagoano (CSA) viu os seus esforços recompensados ao deixar a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, série A. O Clube Regatas Brasil (CRB), conseguiu entrar no G4 da Série B. Não é que o alagoano esteja desejando quase o impossível que seria ser campeão das duas séries. Mas, se os dois times alagoanos se firmarem entre os vinte melhores do Brasil, é sim motivo de vaidade obtida com muito trabalho, confiança e persistência na luta entre os grandes. O azul e o vermelho podem representar o estado na Série A, em 2020.
Os pulos das torcidas, nas vibrações do Estádio Rei Pelé, fizeram com que as arquibancadas balançassem. Segundo os entendidos, elas foram feitas para o balanço, mesmo. Mas as multidões não estavam testando nada, apenas extrapolando a alegria contagiante das conquistas. Além do nome da capital alagoana (que está atualmente com um número exagerado de turistas), cresce a circulação do dinheiro em torno do Rei Pelé e imediações. A bebida, o churrasquinho, a pousada, o taxista e os inúmeros empregos diretos e indiretos movimentam o estado inteiro, além do incentivo ao esporte. E numa situação de crise quando ninguém sabe para onde vai o país, é bom assinalar uma fonte segura de geração de renda e empregos.
A rivalidade existe entre os times azul e o vermelho, mas se ambos estão representado o torrão lá fora, a torcida, quando coerente é a bem da terra. Os benefícios do esporte são inúmeros e sem conta, principalmente para a juventude sempre ameaçada pelo fantasma da droga. Investir no esporte é salvar vidas, além de um leque de retorno infindável e seguro. Sem dúvida, toda a rede esportiva do interior acompanha e procura participar desses acontecimentos.
O Rei Pelé balançou.
Fez muito bem ter balançado.
Balança, Zé!
Deixa balançar.
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LUIZ GONZAGA E O RIO GRANDE DO NORTE
Por Kydelmir Dantas
"Esse é o
resultado de uma pesquisa de pelo menos 10 anos, que a realidade surgiu a
partir de uma palestra na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN),
semente plantada em 1997 e que foi se desenvolvendo até transformar-se neste
livro", conta Kydelmir Dantas.
Para
concretizar o desejo de eternizar em uma obra a relação do compositor
pernambucano com o Rio Grande do Norte, o historiador recorreu desde acervos
pessoais a arquivos do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga, em Campina Grande,
Paraíba. "As pesquisas foram realizadas na bibliografia Gonzaguiana, com
mais de 30 livros no meu acervo, e nos acervos de Raibrito, Lei de Câmara em
Natal, e em viagens pelo interior do Nordeste", complementa.
No livro,
Kydelmir Dantas aborda a afinidade das músicas do "Rei do Baião" com
o RN, encontrada em canções como Asa Branca, 13 de dezembro, A volta da Asa
Branca e ABC do Sertão. "Essa relação com o nosso Estado também é mostrada
através das canções de compositores potiguares: Celso da Silveira (Renascença),
Chico Elion (Ranchinho de Paia), Frei Marcelino (Meu Padim), Henrique Brito
(Queixumes), Jandhuy Finizola (Jesus Sertanejo) e Severino Ramos (Ovo de
Codorna). Sem deixar de citar os intérpretes do RN", destaca.
Para o
escritor, o livro não representa apenas uma homenagem a Luiz Gonzaga, mas sim
um documento que revela um capítulo da história do compositor popular.
"Está além dessa homenagem. É um capítulo da história dele, sua ligação
com nosso Estado potiguar", enfatiza. Apesar de não considerar seu
livro apenas uma homenagem ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, Kydelmir
Dantas avalia como muito positivas as atividades que estão sendo promovidas em
alusão à data.
"A meu
ver, nenhum artista brasileiro foi tão homenageado no seu centenário quanto o
'Gênio da Música Popular Nordestina' e um dos maiores nomes da Música Popular
Brasileira, Luiz Gonzaga, que levou o Nordeste pro mundo, através do 'Baião'
bem que merece todas as homenagens. Um bom exemplo deste reconhecimento é o
filme 'Gonzaga: de pai pra filho'. Mais do que um filme é uma história de vidas
paralelas e unidas pelos laços de sangue e da música. E, após a gravação da
'Marcha da Petrobras', em 1959, talvez seja esta a primeira vez que a empresa
apoia algo tão consistente em torno do "Rei do Baião". De parabéns
estamos todo(a)s os seguidores e os fãs de Gonzaguinha e Gonzagão, por tão bela
homenagem", conclui.
Adquira-o diretamente com o autor através do facebook página Kydelmir Dantas.
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"LAMPIÃO, O CANGAÇO E OUTROS FATOS NO AGRESTE PERNAMBUCANO".
Por José Mendes Pereira
Escritor Júnior Alneida
O escritor Júnior Almeida lançou o seu mais novo trabalho sobre cangaço com o título "LAMPIÃO, O CANGAÇO E OUTROS FATOS NO AGRESTE PERNAMBUCANO".
O jornalista Roberto Almeida escreveu o seguinte sobre o autor e sobre o livro:
"Com poucos mais de 40 anos de idade Júnior Almeida lançou seu primeiro livro, “A Volta do Rei do Cangaço”, uma ficção com um toque de Quentin Tarantino, pois mostra Virgulino vivo nos tempos atuais, como vítima de uma espécie de maldição que o torna imortal e não o deixa envelhecer.
“Tarantino mudou a história matando Hitler num atentado, por que não posso ressuscitar Lampião? ”, explicou Júnior, ao comentar o romance, que teve boa acolhida na região e em outras partes do país, principalmente pelos intelectuais apaixonados pelo inesgotável tema do cangaço. Agora, o escritor volta ao tema, mas desta vez deixa de lado a ficção e nos apresenta um trabalho de uma minuciosa pesquisa de campo, livros, jornais antigos e documentários, mostrando como o cangaço esteve presente em algumas cidades do Agreste Meridional, na primeira metade do Século XX.
O livro registra as ligações de coiteiros, volantes e cangaceiros com o Agreste Meridional, nas cidades de Águas Belas, Garanhuns, Angelim, Capoeiras, São Bento do Una, Caetés, Canhotinho e Paranatama, e a passagem de Lampião e outros bandoleiros por algumas delas. Na sua pesquisa, Júnior descobriu fatos relacionados com os “fora da lei do Sertão”, nunca antes revelados e o que são agora, neste livro que representa uma contribuição para a História do Cangaço, do Agreste, de Pernambuco e do Brasil.
Um dos personagens que chama a atenção, no trabalho, é José Caetano, um dos maiores nomes no combate ao cangaço, militar que lutou contra as forças de Antônio Silvino, Sinhô Pereira e Lampião. O destemido volante morou em várias cidades de Pernambuco e terminou a vida em Angelim, a pouco mais de 20 km de Garanhuns, onde está sepultado. Dona Branca, de Paranatama, que viveu até os 103 anos de idade, foi entrevistada mais de uma vez pelo autor do livro e passou informações bem interessantes da passagem de Lampião por Paranatama, alguns anos antes do bandido ser assassinado pelas forças volantes, em 1938.
Capitão Virgulino Ferreira passou uma das maiores humilhações de sua vida no ataque a Paranatama, que à época se chamava Serrinha: sua companheira, Maria Bonita, levou um tiro na bunda e os cangaceiros tiveram de fugir pressas, levando a mulher nos braços. Lampião saiu cheio de ódio a Serrinha e prometeu voltar um dia para incendiar a vila e matar todo mundo que morava no lugar. Tudo isso e muito mais, num estilo seco, objetivo, você vai encontrar em “Lampião, o Cangaço e Outros Fatos no Agreste Pernambucano”. Vale a pena a leitura pelas informações inéditas, por esse novo olhar no fenômeno do cangaço e pela identificação do autor com a realidade de uma parte do Agreste de Pernambuco.
Júnior se interessou por História e está fazendo História, com seus livros que falam de bandoleiros conhecidos, que retratam a luta das forças do governo contra os pistoleiros da primeira metade do século passado, com violências praticadas pelos dois lados e o povo pobre sofrendo, vítima dos cangaceiros, dos coronéis do Agreste e Sertão, do próprio Governo, que ontem, como hoje, tende a servir aos poderosos. Roberto Almeida"
Eu já recebi o meu e agradeço de coração ao escritor pela dedicatória e pelo excelente trabalho que acabou de nos entregar.
PARA ADQUIRI-LO ENTRE EM CONTATO COM O AUTOR ATRAVÉS DO FACEBOOK OU ZAP
879 9824 4582
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PARCEIRO DE LAMPIÃO NO BANDO DE ÂNGELO ROQUE
Saracura
foi cangaceiro no bando de Ângelo Roque, quando Lampião era só um cangaceiro.
Categoria
Licença
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MORTE E DEGOLA DE MARIA BONITA. ANÁLISE.
Material do pesquisador Geraldo Júnior
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PADRE CÍCERO ROMÃO BATISTA
A Oitenta e
Cinco anos, o Nordeste recebia esse convite (santinho), convidando os parentes,
amigos, romeiros e admiradores do meu Padim, para a missa de sétimo dias de sua
partida, para um lugar que com certeza ficar bem mais perto de Deus.
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JURI SOBRE LAMPIÃO..!
Por Volta Seca
Pelo que estou sabendo, irão participar juízes , promotores, advogados, estudiosos, escritores..etc.
UM júri verdadeiro, que irá dá o veredicto ( Lampião, culpado ou inocente ).
Todos irão se vestir à caráter.
Não só se vestir, mas um completo júri com direito a tudo previsto na lei. Juiz, acusadores, defensores, réu e, o corpo de jurados, além a platéia..!
Local: Petrolina..PE
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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"
(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799
Pedidos via internet:
franpelima@bol.con.br
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.: (79)9878-5445 - (79)8814-8345
Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br
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O LIVRO O FOGO DA JUREMA JÁ ESTÁ À VENDA COM O PROFESSOR PEREIRA
Se você está interessado no livro "O FOGO DA JUREMA" é só entrar em contato com o professor Pereira lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba, que ele tem e está disponível aos amigos.
Confirmar preço.
Pedidos:
franpelima@bol.com.br e
fplima156@gmail.com
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SÓ PARA DESOPILAR - SEU GALDINO CAÇADOR DE ONÇAS FALA A SEU LEODORO SOBRE O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DO BRASIL E DO MUNDO
Por José
Mendes Pereira
O conceito de
tecnologia diz que é um produto da ciência e da engenharia que envolve um
conjunto de instrumentos, métodos e técnicas que visam a resolução de
problemas. É uma aplicação prática do conhecimento científico em diversas áreas
de pesquisas. A partir do século XX, destacam-se as tecnologias de informação e
comunicação através da evolução das telecomunicações, utilização dos
computadores, desenvolvimento da internet e ainda, as tecnologias avançadas,
que englobam a utilização de Energia Nuclear, Nanotecnologia, Biotecnologia,
etc. Atualmente, a alta tecnologia, ou seja, a tecnologia mais avançada é
conhecida como tecnologia de ponta.
Parece que
muito antes da tecnologia chegar ao nosso conhecimento seu Galdino Borba(gato)
já estava por dentro de tudo como se adivinhasse o que viria de extraordinário
para as nações do mundo. Teria seu Galdino poderes para isso, adivinhar o que
surgiria no futuro?
Em um dos seus
encontros com seu compadre, amigo e vizinho de propriedade seu Leodoro Gusmão
seu Galdino contou o que se passara certa vez, quando ele saiu de Mossoró rumo
a São Paulo, fazendo um passeio com amigos em um avião da Varig, e aconteceu
uma coisa muito moderna e extraordinária que ele e os passageiros da aeronave
nunca tinham visto, e nem tão pouco ouvido falar o que se passou em plena
altura sob as nuvens.
Seu Galdino
falou ao compadre que quando eles sobrevoavam a grande capital do recife, no
Estado de Pernambuco, o avião teve um problema muito sério em uma das suas
turbinas, e cada passageiro pensou que a sua morte seria naquele dia. O avião
começou a falhar como se estivesse engasgado em alguma válvula ou outra coisa
semelhante, fazendo com que o avião ficasse com uma declinação de mais de um
metro.
O piloto por
ser um homem de muita cautela e experiência de sobra começou a falar lá da
cabine para eles, passageiros, que ninguém se desesperasse, pois já tinha
chamado o mecânico para solucionar aquele problema.
Seu Leodoro
Gusmão estava ali, apreciando a sua conversa. Sabia bastante que esse tipo de
socorro para avião em pleno ar estava mais longe do que se pensava. Se fosse
avião de guerra tudo bem, que em pleno vôo abastece de combustível um outro
avião. Mas avião de passageiro ele jamais tinha ouvido alguém comentar tal
coisa. Não era um satélite que os astronautas viajam nele para o espaço.
Mas seu
Galdino contava com segurança. Afinal, foi ele quem presenciou tudo e de dentro
do avião. Não adiantava seu Leodoro Gusmão querer desmentir o seu amigo,
compadre e vizinho de propriedade. Era um homem que gostava de sempre falar
mais um pouco pelas orelhas, mas que muitas de suas histórias tinham
fundamentos. E o que ele contava era coisas da evolução do mundo. Quem era
capaz de dizer que criaram um tal de computador em pleno século vinte? Ora!
Deixa de falar quando você não tem certeza daquilo que conta alguém.
E continuou
seu Galdino dizendo que o avião ficou parado no ar, parecia que estava
aterrissado ao chão. Não se balançava de jeito nenhum, nem o seu corpo e nem
tão pouco as asas. E com 20 minutos depois chegou o salva-vidas para reparar o
defeito do gigante.
O avião
socorrista parou sobre o outro e por cima o mecânico entrou com as ferramentas
de trabalho desceu pela porta de emergência, passando para dentro do avião
defeituoso. Disse mais que o avião socorrista ainda não era moderna e assim que
entregou o mecânico ao avião da Varig foi fazer voltas até que o mecânico
terminasse o seu ofício.
Seu Leodoro
Gusmão ouvia tudo aquilo o que ele lhe contava de olhos arregalados e firme ao
bocejar dos lábios do seu Galdino. Ficou ali quase sem voz, porque não queria
ficar adversário às conversas do seu compadre. Imaginava se o contrariasse iria
perder a sua amizade, e isso não faria, porque mesmo ele mentindo muito, era um
bom vizinho e servidor, quando várias vezes havia emprestado o seu pasto para
que ele colocasse dentro do seu roçado o minúsculo rebanho de gado.
Seu Galdino
contou ainda que com poucos minutos de trabalho do mecânico o piloto anunciou
aos passageiros que o problema tinha sido solucionado, e todos permanecessem em
suas poltronas, porque o avião iria continuar a sua viagem até São Paulo.
Com alguns
minutos de conversa contada pelo seu Galdino seu Leodoro disse que não podia
mais tardar, tinha algumas obrigações para fazer em casa. E se levantando do
lugar que permanecera por mais de 1 hora seu Leodoro despediu-se alegando que a
dona Gertrudes o esperava para irem a uma igreja lá em Mossoró, e a hora estava
se passando.
Ao sair da
companhia do seu Galdino ao chegar a uma cerca de pau-a-pique ele murmurejou
dizendo “- Meu compadre Galdino não tem jeito não! Dizer com todas as letras da
mentira que já existe avião que é concertado em pleno vôo, e além do mais, o
avião com defeito fica parado no ar. "- Mas que meu compadre mentirozinho
que faz gosto a gente apreciar as suas lorotas!”
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