Quando pressente o perigo a águia voa bem alto a procura do céu... No topo da montanha faz o seu esconderijo, e por lá se aninha.
Essa é a história da menina chamada Durvinha. Que muito cedo se apaixona pelo perigo. Seu nome era Vírginio! Cunhado e braço direito do capitão Virgulino. Durvinha foge de casa e no cangaço faz seu enlace.
Sua família paga caro pela ousadia da menina. Irmãos e pais torturados. Casa queimada a vingança estava consumada. Mas, era tarde para se arrepender... nem criando asas... não havia mais estrada de volta para casa.
Durvinha segue
seu destino. Dias de
amores, dias de glórias, vitórias e derrotas fora ela colecionando pelo
caminho.
Passando se os
anos, Durvinha sofre um terrível desengano. Seu grande
amor tomba ferido e vem a falecer.
Ela agora
estava só e sem destino. Moreno
cangaceiro e amigo de lutas de Virgínio.... decide dali em
diante, da cangaceira ser o protetor marido.
E pelas
caatingas continuam as pelejas. O destino
cruel outra vez bate à porta: Numa emboscada... O cangaço é
dizimado..
O jeito era
fugir para não morrer. Durvinha e
Moreno se embrenham na mata. E lá decidem
viver.
Criando seus
filhos da pesca e da caça. Eram dois, e
um só segredo a esconder. Os anos se
passam... agora o velho
cangaceiro meio confuso, já não queria com
esse segredo morrer.
Revela para a
filha o passado obscuro que os dois para debaixo do tapete de suas memórias
decidiram varrer.
E assim o
segredo dos dois veio à tona, Apareceram
rostos e nomes... somem as
sombras.
No capítulo
final: Ela a
cangaceira mais linda... morre jurando
o seu amor pelo homem que para ela foi o mais belo, do passado o elo... no qual de
amor ela veio se perder.
Moreno, não se
sabe se por amor ou lealdade protege a linda cangaceira até sua hora
derradeira. E assim...
Entre o tempo
e o espaço.... histórias de
amor, lutas e mistérios Permeiam os
personagens do lendário cangaço.
Quer
ajudar nosso canal? Nossa chave Pix é o e-mail: narotadocangaco@gmail.com -
Visita que fizemos à fazenda do Cel. Hercílio Brito, local onde Lampião e Maria
estiveram por algumas vezes sob a proteção do afamado coronel. Link desse
vídeo: https://youtu.be/HqPBf3gxcB4
Programa "Conversa e Convidados", capitaneado no YouTube pelo professor e pesquisador do Cangaço, Adriano Carvalho, recebe Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço para um bate papo pra lá de especial. Tudo o que você queria saber sobre a criação desse empreendimento onde o Brasil de alma nordestina se encontra.
João de Sousa Lima apresenta o Cariri Cangaço na SEDUC com Elza Brito; Secretária Municipal de Educação; professor Pedro Gomes e professora Bel Anjos.
Continuam as reuniões preparativas para o Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022, na manha do ultimo dia 19 o presidente da Comissão Organizadora do evento, Conselheiro João de Sousa Lima esteve na sede da SEDUC - Secretaria de Educação de Paulo Afonso. Na oportunidade, João de Sousa, que também é Presidente do Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso, apresentou aos participantes da reunião os principais pontos do Projeto Cariri Cangaço.
Estiveram presentes ao encontro, além de João de Sousa Lima, a professora Elza Brito; Secretária Municipal de Educação; o professor Pedro Gomes; Subsecretário Municipal de Educação; e a professora Bel Anjos, técnica daquela secretaria. "Paulo Afonso estará recebendo esse renomado acontecimento entre os dias 24 e 27 de março e sem dúvidas alunos e professores da Rede Municipal de Ensino estarão participando desse importante evento que é o Cariri Cangaço, que esclarecerá fatos históricos vividos em diversos povoados de Paulo Afonso" confirma a representante da SEDUC.
"Para nós que fazemos o Cariri Cangaço esta manhã tem um significado muito grande e extremamente importante, quando recebemos o apoio da SEDUC através da secretária Elza Brito e dos professores Pedro Gomes e Bel Anjos; a certeza da participação dos professores e principalmente dos filhos e filhas de Paulo Afonso, através dos alunos da rede municipal de ensino, nos enche de entusiasmo e aumenta nossa responsabilidade, sem dúvidas teremos um grande Cariri Cangaço" reforça o Conselheiro João de Sousa Lima.
João
Maurício (filho do cangaceiro Barra Nova e enteado de Sandes, ex-coiteiro que
virou volante) narra como os dois viraram coiteiros de Lampião, como foram
descobertos e o sofrimento que a família passou após a volante de Zé Joaquim os
pegarem. Link desse vídeo: https://youtu.be/FYAk-yi4Uk0
Joanna Epiphania Cardoso foi, em 11 de abril de 1931, vítima de algumas das piores violências. Junto com o marido, Manoel José Cardoso, foi capturada pelo bando de Lampeão, no arraial São Paulo, próximo a Uauá. Aos 23 anos de idade, estava no oitavo mês de gravidez de sua terceira criança.
Fora o homem acusado de ser
informante da polícia. Após Manoel ser assassinado, ela foi brutalmente
espancada com uma chibata e lateral de facão aplicada diretamente por Lampeão.
Teve cabelos da cabeça e genitália cortados a facão, por este cangaceiro.
Despida, fizeram-na montar em um burro e desfilar pelo arraial. Levada, só foi
liberada a quilômetros de distância. Foi apelidada, pela população,
"Joanna facão". Cometeu viver muito, falecendo na década de 1990.
Desenho meu.
Fonte:
"Cangaço na Bahia" - livro de minha autoria... atualmente no prelo...
Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, o rei do cangaço e a história do Combate de Abóbora, local onde o bando do famoso cangaceiro foi encurralado numa festa, pela Volante Baiana comandada pelo valente Tenente Odonel Francisco da Silva, num sangrento combate onde morreu o cangaceiro Mergulhão I, e da parte dos Volantes, morreram dois soldados e saíram feridos o Tenente Odonel, um Sargento e um Cabo.
Ouçam mais essa emocionante história do cangaço nordestino.
Vejo como uma constatação, o fato de aquele que se tornou o mais célebre dos cangaceiros que existiram nos sertões nordestinos, Virgulino Ferreira da Silva, o LAMPIÃO, apesar de ser uma das personagens mais biografadas da história, bem como ter produzido, com a sua marcante, temível e antijurídica presença na sociedade brasileira, gerador de impactos profundos, violentos, injustos, que tantos prejuízos causaram às populações sertanejas, lamentáveis momentos por estes vividos, ainda hoje, o cangaço, refletido simbolicamente, de modo favorável, positivo, com repercussão em todos os tempos, nos campos social, cultural, econômico, militar, jornalístico, político, histórico, cultural, artístico. Mas, do Lampião mesmo, o propriamente dito, ou seja, aspectos da sua personalidade, do seu natural pensar, traços culturais, hábitos, costumes, subjetividades, sestros, tipo de voz; quanto às suas razões, versões da vida, disso, dele, sabermos muito pouco, para não dizer, nada.
O Lampião verdadeiro, tenho comigo, escondeu-se, ofuscou-se, não deixou que dele muita coisa soubéssemos. Não apenas da Justiça, nem dos seus algozes militares e civis, inimigos outros, Lampião se ocultou. Foram 20 anos, tempo que abstraindo seus dias de fugas, correrias e combates, restaram muitos e muitos dias de misteriosas estadas. Pareceu viver escondido em si mesmo, o cangaceiro dos cangaceiros. Muitos até o viram, mas, praticamente, dele pouco disseram.
Fez-se, de propósito ou não, um ser para não ser conhecido, o chefe-mor dos cangaceiros. Porque até mesmo gente que com ele conviveu, cangaceiros remanescentes, contemporâneos seus, foram lacônicos no dizer sobre este homem, e contraditórios quando o comparamos. Há mais de três décadas leio sobre o fascinante tema, apenas por diletantismo e curiosidade, especialmente o cangaço promovido por Lampião. São livros, revistas, cordéis, jornais (ensaios, crônicas, contos, informes, notas, perfis, biografias, notícias, comentários), sem falar de vídeos, filmes, televisão, etc.
E é exatamente este meu saber do que formalmente disseram sobre Lampião, que me faz concluir que hora nenhuma achei Lampião, a não ser o Lampião que quiseram que eu visse. Quero dizer que, a depender do que estou a ler, é o Lampião que surge em mim. Porque no escrito de cada autor, ainda que sutilmente disfarçado, há um preconcebido Lampião. Militares volantes falaram de Lampião, alguns até escreveram livros, deram entrevistas, mas sobre a biografia de Lampião, apoucadas foram as informações.
Gente do seu tempo disse tê-lo conhecido, mas muitos são os Lampiões saídos dessas férteis imaginações. Anciões centenários, a maioria afirmam terem ficado frente a frente com rei do cangaço. Mas do Lampião, se é que estou sendo entendido, não nos chegou muito.
Não estou aqui tratando das suas reais façanhas e de seus verdadeiros crimes, que não foram poucas nem poucos. Refiro-me ao Lampião real, biográfico, histórico, portanto, porque o que tempos foi com o tempo sendo fabricado, forjado, a exemplo de quando colocamos palavras, palavrões, fraseados, ditos, piadas, pilhérias, em sua boca; quando lhe damos gestos; quando dizemos dos seu modo de viver o cotidiano, de conversar, dizemos das suas aptidões, de seus talentos; quando enfatizamos a sua coragem, a sua covardia; quando enchemos o seu coração de propósitos, sentimentos; quando o vitimizamos ou atribuímos seus malfeitos ao seu caráter.
Lampião, com isso, terminou se constituindo, pelas razões que ora apresento, e outras mais, que passa pela imprensa sensacionalista, que se apropriou de Lampião e por conta deste valioso produto auferiu bons lucros. Num ser em parte ficcional, caricaturado, romantizado, mítico. Há, mas ele se deixou fotografar, que o filmarem, dirão. Ainda assim, todas as suas fotos e imagens (em movimento), se muito representam, por um lado, pelo outro, no que me interessa, muito pouco dizem da persona do aventureiro e indomável bandoleiro pernambucano, este que, a propósito, completou neste tempo 100 anos que se iniciou no cangaço.
Lampião, o filho de dona Maria e seu José Ferreira, um dos poucos brasileiros que, passados mais de 80 anos de sua morte, ainda fascina, gera ódio, ressentimento, feição, simpatia; ainda interessa a milhares; ainda continua sendo traduzido, visto, revisto, reinterpretado, estudado, o protegido de Padre Cícero, o que reforça isto que eu digo, que cada um de nós carrega um Lampião na mente, ao qual chegamos pelo processo cognitivo da heurística, ou por razões outras, como as pontes dos idealismos, do humanismo, do fascismo, visto que todos nós precisamos de explicações para não enlouquecermos com a realidade.
Cantora e compositora morreu em sua casa, na capital fluminense
A cantora e compositora Elza Soares morreu aos 91 anos nesta quinta-feira (20) por causas naturais. A informação foi divulgada por familiares em conta que pertencia à cantora nas redes sociais.
“É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e compositora Elza Soares, aos 91 anos, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais”, diz o comunicado, assinado por Pedro Loureiro, Vanessa Soares, familiares e Equipe Elza.
O velório e sepultamento de Elza Soares será realizado nesta sexta-feira (21), no Theatro Municipal do Rio. Entre as 9h e 10h da manhã será fechado para familiares e amigos.
Entre 10h e 14h, o velório será aberto ao público.
Em seguida, o Corpo de Bombeiros fará o translado pela Avenida Atlântica até o cemitério Jardim da Saudade Sulacap.
Lá também será feito um velório, às 15h, restrito aos familiares e amigos. O sepultamento acontecerá às 16h, no setor do Cristo Redentor.
Leia mais sobre Elza Soares
“A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim”, conclui a nota.
Elza iria se apresentar no dia 3 de fevereiro, em São Paulo, e nos dias 19 e 28 de fevereiro, no Rio de Janeiro. A cantora tinha shows marcados ainda para Curitiba e Belo Horizonte e agenda até o mês de agosto.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que vai decretar luto de três dias na cidade a partir desta sexta (21).
Diversos artistas e escolas de samba prestaram homenagem à “Mulher do fim do Mundo”, ressaltando o legado social e musical da cantora e compositora.
Carreira
Nos últimos anos, Elza se manteve ativa no mundo musical e na militância política. Seus três últimos álbuns estiveram carregados da temática feminina.
Lançou, em 2019, o álbum “Planeta fome”, que foi um marco em sua carreira, onde abordou o período em que perdeu dois filhos para a inanição e ela própria quase morreu.
Antes, em 2018, lançou “Deus É Mulher” e, em 2015, Mulher do Fim do Mundo.
Ao todo, Elza Soares lançou 34 álbuns ao longo da sua carreira. Seu talento foi revelado em 1953, quando participou do programa “Calouros em desfile”, apresentado por Ary Barroso na Rádio Tupi.
“Entrei segurando minha roupa para ela não desmontar e arrastando uma sandália muito vagabunda, que era a única que eu tinha, e o Ary logo me olhou com aquela cara de quem ia aprontar alguma comigo”, lembrou a cantora na biografia “Elza”, escrita pelo jornalista Zeca Camargo.
“‘O que você veio fazer aqui?’, perguntou impiedoso. ‘Vim cantar’, respondeu Elza, achando que era melhor não ceder às brincadeiras. Ele dobrou então a provocação: ‘E quem disse que você canta?’ Outra resposta curta: ‘Eu, seu Ary’”, diz outro trecho do livro.
Em 2000, Elza Soares foi eleita a voz do milênio pela BBC.
Segundo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), a cantora e compositora tinha 864 gravações cadastradas.
Vida
Nascida em 23 de junho de 1930 na zona oeste do Rio de Janeiro, casou-se aos 12 anos com um homem dez anos mais velho, Alaúrdes Soares, e foi mãe aos 13. Elza perdeu dois dos cinco filhos por causa da inanição e ficou viúva aos 21.
Conheceu Garrincha nos anos 1960, com quem teve um filho. Eles ficaram juntos por 15 anos e, ao longo deste período, Elza sofreu com episódios recorrentes de violência doméstica, relatados anos depois.
Assim como Elza, Garrincha morreu também em um 20 de janeiro. Foi em 1983.
A cantora também foi samba enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, em 2020, com o tema “Elza Deusa Soares”.
Na divulgação da canção, a escola saudou a compositora e a descreveu como “incendiária” e “monumento vocal”.
“Deus é mesmo mulher. Deus é negra. / Ouçam a sua palavra que nos invade. / Salve a Mulher do Fim do Mundo. / Salve Elza Deusa Soares”, finaliza a sinopse.
Todos os
domingos estávamos a chupar as mangas ”Gobom”, carnudas, caroços quase
inexistentes, no sítio do senhor Olavo, na serra do Gugi ou almoçando no sítio
Cedro do Gugi, no pé desta serra, na casa do eterno candidato a vereador Jonas.
Isso tudo após um belo banho num poço aprazível do riacho Gravatá, afluente do
rio Ipanema. Duas léguas do centro de Santana até ali, o equivalente a 12
quilômetros, vencidos rapidamente a pé. Aproveitávamos o prestígio da família
Carvalho na serra do Gugi com José Carvalho e Mileno Carvalho e sítio Cedro do
Gugi com a amizade entre o senhor Jonas e nosso amigo Francisco de Assis que
sempre ia conosco. Após comermos a galinha de Jonas e dona Creusa, sua paciente
esposa, subíamos à serra para o sítio da família Carvalho, casa de dona Neném e
para o engenho de pau de Olavo para tomar caldo-de-cana a que eles chamavam de
“garapa”.
RIACHO SANTANENSE (FOTO: BIANCA CHAGAS).
Certo dia
fomos convidados para um almoço às margens do Gravatá onde estava havendo uma
festinha caseira, talvez de um batizado. Na hora da mesa muitas mãos nuas das
cozinheiras retiravam macarrão para os pratos e aquilo me deu náuseas. Aleguei
que não queria almoçar, estava de barriga cheia, mas fui contestado por uma
solteirona da cidade, no meio de todos. “Esse povo é fidalgo, não come na casa
de pobre, não”. Disfarcei a conversa daquela “doida”, mas fiquei morto de
vergonha. Tive que esperar pelos amigos até que eles resolveram retornar a
Santana. Aí sim, eu conheci na realidade o que povo falava: “duas léguas de
fome”, até chegar em casa.
Não faz muito
tempo assim, fomos convidados, eu e minha esposa, por uma exímia cozinheira,
para uma buchada em sua residência. Fomos com a maior satisfação parar no
Bairro Lajeiro Grande. Durante o almoço a cozinheira dizia: “Ah, minha gente,
pessoas da vizinhança se ofereceram para almoçar buchada com vocês. Cortei tudo
na hora dizendo que a buchada era para fidalgos, pessoas do sangue azul. Foram
gargalhadas para todos os quadrantes da casa com àquela
brincadeira. Logo veio à lembrança do almoço do Gravatá. E dessa
vez, a amizade verdadeira e sincera me deixou mesmo quase acreditando – de
mentira – que nós éramos fidalgos e de sangue azul.
Sangue azul
comendo buchada... Pode! Mas não era o sangue azul do Gravatá.
Zé Mulato não
queria passar vergonha. Deveria seguir a tradição da zona rural. Não era rico,
mas conhecido como barriga-cheia (pessoa equilibrada
financeiramente). E como não era todo dia que casava uma filha, sim,
faria uma festa para ninguém botar defeito. Mandou abater o maior e mais
gordo porco da fazenda; Galinhas, capãos, patos e guinés; um carneiro de 15
quilos e fez avaliação se precisaria matar um boi para assegurar a demanda. Um
carro de boi chegou da “rua” repleto de bebidas e descarregado na ampla
dispensa por trás da casa. Dona Creusa Mulato, sua esposa, trouxe as mais
famosas cozinheiras dos arredores para o preparo dos
quitutes. Outras pessoas vieram para ajudar a abater os
animais. Da cidade, foram convidados o padre e suas comadres da Igreja.
A sobrinha de
Dona Creuza, Tereza, que havia chegado recentemente de São Paulo, tomou à
frente da parte do cartório, da Igreja, do vestido da noiva e de coisas
semelhantes. Foi contratado um sanfoneiro que ainda se dizia parente de Luiz
Gonzaga. Enfim, dentro de um mês de corre-corre, estava tudo
preparado para o grande dia. Inúmeros cavaleiros acompanhariam os noivos a
cavalo e após o retorno da Igreja, teria início a festança em que Mulato
calculara em três dias. Um cabra mal-encarado, sobrinho do pai da noiva, estava
encarregado da segurança; esse nem bebia nem fumava, era só de olho duro em
possíveis malfeitos.
A festança
durou os três dias previstos por Zé Mulato. Forró dia e noite. Pela tradição, a
noiva só poderia dormir com o noivo após a festa. O que coincidiria com os três
dias previstos. Mas, devido o alto efeito da cachaça, não havia vigilância
sobre eles. E acontece que após o cair da tarde, quando começavam a chegar as
primeiras sombras da noite, ninguém via mais a noiva... Nem o noivo. Será que
estavam rezando! Bucho tinindo de tanta comida e cabeça nos pares do forró,
quem iria querer saber da noiva que não fosse a sua. E como tudo seus
mistérios, até Zé Mulato e Creusa caíram no sapateado da sanfona. Os noivos
estavam cansados de tanta espera.
A prima Tereza
lembrou-se que ali pertinho havia um belíssimo arvoredo. Mas...Pensando bem...