Por Kydelmir Dantas
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Mossoró-RN
Por Kydelmir Dantas
Por José Cícero
Muitos o
tinham simplesmente como 'o retratista'. Outros, o chamavam apenas de 'o
batedor de chapa ou de retrato'. Era como se o mesmo não tivesse um nome de
batismo. O termo fotógrafo, ainda era pouco usado naquela época pela maioria da
população da minha antiga cidadezinha. Coisas de uma M. Velha passado, que hj
não existe mais.
Embora já
tivéssemos o famoso foto Saraiva do Crato, como ainda, seu Basílio, Gilvan
Duarte e Pio Luna. Decerto, apenas os dois últimos tive o prazer de conhecer. O
primeiro, apenas pelas narrativas domésticas da minha mãe como por meio das suas
fotografias em preto e branco e em papel. Lembro que também já existiam os
famosos binóculos(monóculos) coloridos.
Falo do homem
quase místico que ficava todas as segundas-feiras com sua lambe-lambe montada
sobre um tripé de madeira no portão lateral do velho mercado das confecções que
ficava quase em frente a residência de seu Rubens, depois da farmácia Popular
de Zé Landim. Mais precisamente entre o café de Toinha de Valentin e a loja dos
Quinderés (dona Vicência).
Menino curioso
e provinciano, às vezes eu descia da rua Epitácio Pessoa (onde eu morava) no
dia da feira, somente para contemplar de perto aquele homem esquisito e de
poucas palavras a realizar o seu bonito ofício de retratista. Para mim ele não
era apenas um batedor de retrato, mas um grande mágico. De modo que eu achava
bonito e profundamente interessante aquele processo quase divino de congelar o
tempo e a imagem em 3x4 das pessoas... primeiro diante de um objeto de madeira
e pano puido. Depois mergulhando um retalho de papel negativo numa bacia de
porcelana cheia de água. Deslumbrado eu achava encantador ver as imagens sendo
depuradas paulatinamente. Ganhando contorno e nitidez até a sua forma final. E
quando o negativo não funcionava era descartado e eu o levava para casa para
brincar de fotógrafo de lambe-lambe.
Um dia minha
mãe me levou para que eu fosse retratado por ele. Fiquei literalmente em
êxtase. Era uma foto para minha ficha escolar quando adentrei o grupo Novo, o
então colégio Francisco Arraes Maia que ficava à margem da linha do trem nas
proximidades da indústria Linard entre o antigo Gesso do triângulo de reversão
da Reffesa, a rua do besouro e a casa de Zé Leandro.
Ele metia a
cara e as mãos naquele tubo de tecido e madeira. Mexia alguma coisa na sua
estranha máquina lambe-lambe e no final, saía algo inusitado que, sobre o
incrível milagre da bacia d'água ganhava forma no papel.
Recebi a minha
foto. Mamãe disse-me que ficara boa, mas eu não. Achei-me parecido demais com o
anão que naqueles anos atuava no famoso seriado de TV chamado de A ilha da
fantasia. Mas eu estava feliz pq finalmente fui retratado pelas famosas
objetivas do homem retratista do portão do mercado. Nunca soube do seu nome e
tampouco de onde era e até hoje que fim o levou. Confesso que vivi e nunca
esqueço aqueles momentos.
E, como tudo que existe de uma maneira ou de outra está condenado a ser história, memória ou a cair de vez no esquecimento total, eu recordo e escrevo aqui. Porque no fundo, só o que é lembrado com saudade e emoção poderão ser eterno.
José Cícero
M. Velha
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Por Ivanildo Silveira
(Cortesia de
Rubens Antônio)
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Clerisvaldo B. Chagas, 6 maio de 2022
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.697
Maravilha o poder da Web. Inúmeras postagens de vídeos por todos os lugares, principalmente as divulgações amadoras sobre aspectos de feiras e feiras de gado. As feiras de gado estão mostradas pelos estados de Pernambuco e Alagoas, pelo menos são as que mais aparecem. É óbvio que estamos vendo uma melhora significativa no aspecto físico, na qualidade dos bichos, na distribuição do espaço e em mais caprichados currais. Muitas delas respeitando o espaço de cavalos, bovinos e animais menores, mas ainda não vimos postado, um sistema de alimentação, bebida e sombra para isto, a não ser das árvores surgidas do acaso. Feira de gado deveria ser igualmente a uma exposição agropecuária com toda a estrutura para o bem estar animal.
Destaque em
Alagoas é a Feira de Gado de Dois Riachos e a chamada Feira dos Cavalos no
distrito palmeirense de Canafístula Frei Damião. E a feira no geral que era
coisa da Idade Média, para surpresa de muitos, resistiu à modernidade do
Supermercado, do Mercadão, do Mercadinho, do hiper e de outras formas de vendas
nas cidades e capitais. Os destaques são justamente as Feiras Camponesas e as
feiras de gado que ninguém vai levar uma vaca para vender no Mercadinho. Ao
contrário de quem pensava que as feiras iam acabar, viu o diferente: cada vez mais
revigoradas e divulgadas. No caso da feira de animais de porte, entra e circula
milhões de reais nesses municípios que descobriram a mina. Isso sem contar com
as prestações de serviços nos entornos dessas feiras, consideradas comércios
miúdos, mas que arrecada muito dinheiro e assegura a dinâmica do movimento
feireiro.
Almoço quase sempre com galinha de capoeira, a bebida, os artigos de couro, os doces diversos e até cangas, vara-de-ferrão e acessórios para montarias, tapiocas, milho assado, água de coco e muito mais. Como foi dito, parece um negócio miúdo, porém bastante dinâmico e que assegura a sobrevivência de inúmeras famílias e o próprio andamento da feira. Esse movimento que teve início defronte os castelos medievais, portanto, atesta a força da compra livre e da validade desse sistema secular. Nem o moderníssimo sistema de compras pela Web conseguiu abalar as feiras de gado nordestinas. Para quem gosta do ramo, uma grande atração pessoal.
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