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segunda-feira, 23 de junho de 2014

EM 1930, NUMA DAS COLUNAS DO EXTINTO “SERGIPE JORNAL”, DE 05/12/1930, UM TAL HAROLD DISSE ASSIM DO CANGACEIRO "LAMPIÃO”:


Está, quase, um personagem mitológico, o tal senhor Lampião.

Daqui para ali. Daqui para acolá. Ora desaparecido, ora depredando uma localidade quando era esperado n’outra – eis o que vem de há muito acontecendo com o mais refinado salteador e facínora dos últimos anos em terras do nordeste brasileiro.


Apesar de quantas precauções têm sido tomadas. Malgrado os cercos, perseguições, diversos reforços para capturá-lo e aos seus daninhos companheiros, baldadas tentativas, infrutíferas despesas, até o momento pelas diminutas vantagens alcançadas.

A continuar nesse pé, fácil será, daqui a muitos anos, após a morte, por velhice, dele e dos seus asseclas, surgida nova e gárrula geração, as velhinhas contarem à petizada, como se fora conto da carochinha: “Foi um dia um bandido chamado Lampião.

Fonte: facebook


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Há 92 anos, Lampião assaltava a Baronesa de Água Branca

Uma das primeiras fotografias do bando de Lampião (primeira a esquerda). Nessa fotografia de 1921 ou 1922 está ainda o seu irmão, Antônio Ferreira (último à direita), o outro irmão, Levino Ferreira (terceiro) e o irmão de criação e amigo, Antônio Rosa Ventura (segundo).

Nesta segunda-feira (23), há exatos 92 anos, em 23/06/1922, o cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, entrava na vila de Água Branca (AL), assaltando e levando grande quantia de dinheiro do casarão da Baronesa de Água Branca, Sra. Joana Vieira Sandes. A mesma era viúva do barão Joaquim Antônio de Siqueira Torres, que teve de seu primeiro casamento o Cônego Torres, o padre que havia batizado o menino Virgulino quando estava na titularidade de vigário de Serra Talhada (PE). O titulo de baronato, ao qual o coronel Joaquim tinha ganhado do Imperador D. Pedro II, foi em razão do mesmo ter construído com recursos próprios a matriz da vila de Água Branca (AL), que lhe emprestou o nome.

Cerca de um ano depois da morte dos pais, Lampião esqueceu a jura de vingança que tinha feito e voltou a região de Alagoas para fazer um saque a maior vila da região. Pertencente ao bando de Sinhô Pereira e Luiz Padre, o cangaceiro se juntou aos irmãos e companheiros da vida de crime e andou pela região em busca de dinheiro para manter armando seu bando. Para isso, mandou bilhetes aos principais fazendeiros da região pedindo ajuda em dinheiro para comprar munição, porém, em um desses bilhetes que chegou ao consentimento da baronesa, a mesma mandou uma resposta para o portador que tinha dinheiro, mais era pra comprar de bala para seus jagunços “arrancar a cabeça dos bandidos”.


Fotografia da Baronesa de Água Branca, Joana Vieira Sandes, que foi assaltada há 92 anos pelo bando de Lampião. A mesma era tia e madrasta do Cônego Torres, ex-vigário de Serra Talhada (1884/1892), que havia sido o padre que batizou o menino Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião.

Sem se intimidar com o poderio que por ventura a jagunçada da baronesa poderia ter, Lampião mandou comprar algumas redes e as preparou, de acordo com os costumes locais de carregar mortos, onde um madeiro é colocado de um punho a outro, sendo carregado nos ombros por dois homens robustos. Preparou tudo com esmerado cuidado, seus homens vestindo-se como pessoas comuns do lugar, com roupas simples e chapéu de palha, descalços, ou arrastando sandálias. 

Fuzis, punhais e cartucheiras eram carregados no lugar onde deviam estar os mortos, enrolados em panos untados com groselha para aparentar sangue, dentro das ditas redes. Dirigiram-se esses à porta da delegacia de polícia local e, aos berros, um dos cabras de Lampião, disfarçado, gritou para o soldado de plantão: “Acuda, praça! Mande gente lá para as bandas do povoado da Várzea, que a cabroeira de Lampião está acabando com tudo ali; mataram estes daqui e ainda há mais gente morta aos montes. Ande depressa, homem de Deus!”. O despreparado do soldado chamou imediatamente o corneteiro, que tocou reunir. Foi o momento propício para a execução do plano de Lampião: as armas foram retiradas das redes e empunhadas contra o pelotão policial, que já estava perfilado, pronto para sair à procura dos bandidos.


Famoso casarão da baronesa na cidade de Água Branca (AL), assaltado pelo bando de Lampião em 1922. Após esse assalto, o cangaceiro de Serra Talhada (PE) se tornaria conhecido na mídia como comandante de um bando próprio de cangaceiros.

Aí, enquanto a polícia era rendida, outra parte do grupo já havia entrado na cidade e agia no saque ao casarão da Baronesa de Água Branca. Irreverente, Lampião foi até ela e, fitando-a com severidade, soltou o vozeirão: 

"– Então, Senhora Baronesa, vai arrancar-me a cabeça agora?. Venha, vamos dá uma volta pela cidade para que vosmecê e todos daqui saibam qui cum Virgolino não se brinca nem se manda recado desaforado”. 

E fez a respeitável senhora, dona de notório prestígio público, segurar seu braço e andar assim com ele desfilando pela cidade. Somente nesse assalto ao casarão sabe-se que o cangaceiro de Serra Talhada (PE) roubou a quantia de 20 contos de réis (180 mil reais), que a baronesa tinha escondido em um surrão de couro. Foi após esse assalto, que o cangaceiro se tornou conhecido pela mídia, liderando ele próprio esse subgrupo de bandoleiros. Cerca de dois meses depois, assumiria Lampião o comando do grande bando de Sinhô Pereira, que foi embora para Minas Gerais, ficando o mesmo com a chefia de alguns homens daquele famoso bando.

http://www.blogdeserratalhada.com.br/ha-92-anos-lampiao-assaltava-a-baronesa-de-agua-branca/

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Como morreu o cangaceiro Jararaca


Diz o jornalista Geraldo Maia que no depoimento baseado que Pedro Sílvio de Morais, um dos integrantes da escolta que matou o cangaceiro, fez ao historiador Raimundo Soares de Brito, dizia o depoente:

Escritor Raimundo Soares de Brito e o jornalista Geraldo Maia do nascimento 

“- Pelas onze e meia horas da noite, de um  luar claro e  frio, do mês de junho, uma escolta composta de oficiais, sargentos e praças, conduziu em automóvel o bandido, dizendo que ele ia para Natal. No momento da saída e ao dar entrada no carro, Jararaca disse que tinha deixado as alpargatas na prisão, e pediu ao comandante para mandar buscá-las, pois não queria chegar na capital com os pés descalços.

O tenente-comandante então disse que em Natal lhe daria um par de sapatos de verniz. Quando os automóveis pararam no portão do cemitério, Jararaca interrogou-os:

- Mas isto aqui é o caminho de Natal?

Como resistisse descer do automóvel, um soldado, empurrando-o, deu-lhe uma pancada com a coronha do fuzil. 

No cemitério, mostraram-lhe uma cova aberta lá num canto, e um deles perguntou-lhe: 

- Sabe para que é isso?

- Saber de certeza não sei não, mas, porém estou calculando. Não é para mim? Agora, isso só se faz porque me vejo nestas circunstâncias, com as mãos inquiridas e desarmadas! Um gosto eu não deixo para vocês: é se gabarem de que eu pedi que não me matassem. Matem! Matem que matam, mas é um homem! Fiquem sabendo que vocês vão matar o homem mais valente que já pisou neste...

Mas o Jararaca não teve tempo de dizer o que queria.

Um soldado por trás dele, deu-lhe um tiro de revólver na cabeça. Ele caiu e foi empurrado com os pés para dentro da cova.

Túmulo do cangaceiro Jararaca

gemaia@bol.com.br
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Velhos casarões de Mossoró

Por Geraldo Maia do nascimento

Os velhos casarões, que ao longo dos anos vêm desafiando a ação do tempo e do homem, guardam em suas estruturas histórias de um passado grandioso, onde homens bem-sucedidos no comércio ou na indústria, promoviam bailes e banquetes luxuosos para a sociedade mossoroense. O palacete do industrial Antônio Florêncio de Almeida é um exemplo disso.

Quem olha para o prédio onde hoje funciona a Secretaria de Finanças do município, não imagina que em outros tempos seus salões serviram para abrigar por várias vezes a sociedade mossoroense em suntuosos bailes e luxuosos banquetes, como nos informa o historiador Raimundo Soares de Brito em sua plaquete "Casarões e Monumentos contam a história - Coleção Mossoroense - série B - 1991.

Construída em 1930 para servir de residência ao seu proprietário, o industrial Antônio Florêncio de Almeida, teve como construtor o exímio mestre de obras Joãozinho de Zuza que, a exemplo de Francisco Paulino, João Dias e outros da mesma estirpe, tanto contribuíram para o embelezamento da cidade, à época em que viveram.

O prédio tem uma particularidade: foi o primeiro a ser construído em Mossoró utilizando-se em suas estruturas, vigas de cimento armado. É, a bem dizer, um marco no setor de construção civil da cidade de Mossoró.

Além da Secretaria de Finanças, o prédio já foi sede da prefeitura municipal,  durante as gestões dos prefeitos Antônio Rodrigues e Raimundo Soares de Souza, além de ter sido também sede da Câmara Municipal.


Outro prédio de grande importância para a história de Mossoró é onde funciona hoje a prefeitura municipal, o conhecido Palácio da Resistência. Era a casa do prefeito Rodolfo Fernandes e foi, durante o ataque de Lampião a Mossoró em 13 junho de 1927, a principal trincheira da resistência, daí o título. A trincheira ali improvisada, sob o comando do prefeito Rodolfo Fernandes, "foi a fortaleza inexpugnável que maior resistência ofereceu ao grupo de invasores", segundo Raimundo Soares de Brito. Lá foi instalado o QG da grande batalha.


A mansão do Coronel Rodolfo Fernandes foi construída no início da década de 20 para servir de residência ao seu proprietário. Ali também morou Duarte Filho, médico, político e figura de destaque que morreu como Senador da República. Nesse período, o velho casarão hospedou figuras ilustres e foi palco de reuniões políticas em campanhas memoráveis.

Buscamos informação sobre este casarão na obra de Raul Fernandes, filho de Rodolfo Fernandes, que dele fala em seu livro "A Marcha de Lampião - Assalto a Mossoró". Descreve Raul: - "Mansão sem estilo definido, de oitões livres e altas colunas nas varandas, aparecia imponente, senhorial. Tinha cinco amplos quartos, sala de estar, de visita e de jantar, afora as demais dependências.  Encravada no quarteirão, limitava-se à direita, com a moradia da esquina, na praça da Igreja de São Vicente de Paulo e, a esquerda, com um bloco de habitações conjugadas. O enorme quintal era dividido ao meio. Na frente, situava-se o prédio e atrás o curral do gado leiteiro e a garagem. Defronte da garagem, passava a linha férrea".

Por ter servido de cenário para o episódio do ataque de Lampião a Mossoró, sendo ali montada a principal trincheira contra os invasores, é que Dix-huit Rosado Maia, quando prefeito, para ali transferiu a sede do Executivo Municipal com o nome de Palácio da Resistência.

(Para conhecer mais sobre a história de Mossoró visite o site: w
ww.mossoro.cjb.net)
http://www2.uol.com.br/omossoroense/061202/nhistoria.htm

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Lampião na Cabeça de Luciana Sandroni


Com uma arma apontada para a cabeça, Helena tem que escrever a biografia de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Com o rei do cangaço, não tem brincadeira. Promessa é promessa. E deve ser cumprida a qualquer custo. Helena é a narradora de Lampião na Cabeça, primeiro livro de Luciana Sandroni pela Editora Rocco. Por meio da personagem, a premiada escritora de livros infanto-juvenis recria a controversa trajetória de Lampião – do menino tranquilo ao temido cangaceiro que entrou para a história como um homem perigoso e violento – em um livro instigante, que conta ainda com belas ilustrações e projeto gráfico assinados por André Neves.

Em suas pesquisas, Helena descobre que Virgulino foi um menino esperto e inteligente. Terceiro de nove filhos, cresceu ouvindo as histórias dos cangaceiros famosos cantadas pelos artistas populares da época e brincando de “Polícia e cangaceiro”, o equivalente ao “Polícia e ladrão” da cidade. Desde os seis anos, ajudava o pai com os carneiros e as cabras na pequena fazenda da família, e na juventude se tornou muito habilidoso na arte do couro, além de ótimo vaqueiro, excelente dançarino de xaxado e tocador de sanfona de oito baixos. Mas por que então foi se meter no cangaço?

Lampião de Mario Cravo

Virgulino virou Lampião para vingar a morte do pai, em 1921. As rixas entras as famílias eram muito comuns na época e a justiça era feira “aqui e agora”. Uma vingança puxa outra e... Virgulino nunca mais deixou de ser Lampião. Atuou no cangaço dos 19 aos 41 anos, tornando-se o bandido mais importante do século XX. Eternizou a imagem do cangaceiro – chapéu de couro com a aba virada para cima enfeitada com moedas de ouro, as cartucheiras se cruzando no peito – e até hoje é amado e odiado.

Se Lampião foi uma espécie de Robin-Hood do sertão ou apenas um cabra da peste egoísta e sanguinário que espalhava o medo e a opressão pelos povoados onde passava, até hoje há controvérsias. Mas que sua história é fascinante, quanto a isso não resta dúvida. É justamente essa história aberta a várias interpretações que Luciana Sandroni conta no arretado Lampião na cabeça. Com uma narrativa criativa, que mistura ficção e dados reais e reflete ainda sobre o papel do escritor, a autora mostra que toda história pode ser contada de várias maneiras. E é bom não se esquecer disso, senão o couro vai comer!

Fonte:http://bemolariaramos.blogspot.com.br

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/06/lampiao-na-cabeca-de-luciana-sandroni.html

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