Com uma arma
apontada para a cabeça, Helena tem que escrever a biografia de Virgulino
Ferreira da Silva, o Lampião. Com o rei do cangaço, não tem brincadeira.
Promessa é promessa. E deve ser cumprida a qualquer custo. Helena é a narradora
de Lampião na Cabeça, primeiro livro de Luciana Sandroni pela Editora
Rocco. Por meio da personagem, a premiada escritora de
livros infanto-juvenis recria a controversa trajetória de Lampião
– do menino tranquilo ao temido cangaceiro que entrou para a história como
um homem perigoso e violento – em um livro instigante, que conta ainda com
belas ilustrações e projeto gráfico assinados por André Neves.
Em suas
pesquisas, Helena descobre que Virgulino foi um menino esperto e inteligente.
Terceiro de nove filhos, cresceu ouvindo as histórias dos cangaceiros famosos
cantadas pelos artistas populares da época e brincando de “Polícia e
cangaceiro”, o equivalente ao “Polícia e ladrão” da cidade. Desde os seis anos,
ajudava o pai com os carneiros e as cabras na pequena fazenda da família, e na
juventude se tornou muito habilidoso na arte do couro, além de ótimo vaqueiro,
excelente dançarino de xaxado e tocador de sanfona de oito baixos. Mas por que
então foi se meter no cangaço?
Lampião de
Mario Cravo
Virgulino
virou Lampião para vingar a morte do pai, em 1921. As rixas entras as famílias
eram muito comuns na época e a justiça era feira “aqui e agora”. Uma vingança
puxa outra e... Virgulino nunca mais deixou de ser Lampião. Atuou no cangaço
dos 19 aos 41 anos, tornando-se o bandido mais importante do século XX.
Eternizou a imagem do cangaceiro – chapéu de couro com a aba virada para cima
enfeitada com moedas de ouro, as cartucheiras se cruzando no peito – e até hoje
é amado e odiado.
Se Lampião foi
uma espécie de Robin-Hood do sertão ou apenas um cabra da peste egoísta e
sanguinário que espalhava o medo e a opressão pelos povoados onde passava, até
hoje há controvérsias. Mas que sua história é fascinante, quanto a isso não
resta dúvida. É justamente essa história aberta a várias interpretações que
Luciana Sandroni conta no arretado Lampião na cabeça. Com uma narrativa
criativa, que mistura ficção e dados reais e reflete ainda sobre o papel do
escritor, a autora mostra que toda história pode ser contada de várias
maneiras. E é bom não se esquecer disso, senão o couro vai comer!
Fonte:http://bemolariaramos.blogspot.com.br
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/06/lampiao-na-cabeca-de-luciana-sandroni.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário