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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

NOVO LIVRO NA PRAÇA "O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas. 
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
fplima1956@gmail.com

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2016/08/novo-livro-na-praca_31.html

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EX-CANGACEIRO "CANDEEIRO" - FALA QUE APÓS AS ENTREGAS DOS CANGACEIROS, ELE FOI SER "SOLDADO DA BORRACHA". MAIS UM SENSACIONAL VÍDEO DE ADERBAL NOGUEIRA

https://www.youtube.com/watch?v=sCoR6YDUVfQ&t=54s

Publicado em 8 de set de 2018
Um breve relato de Candeeiro na selva amazônica.
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BAIXAS

Morte de "Cirilo de Ingrácia"

A morte desse cangaceiro aconteceu em 5 de agosto de 1935, devido à fatos totalmente imponderáveis. Resumindo, o que aconteceu foi o seguinte. O grupo de Cirilo certa vez estava acoitado em uma fazenda no Salgadinho, povoado do município de Paulo Afonso e trouxeram uma bacia para uso geral. O chefe fez uma viagem rápida e na sua ausência Moça (companheira de Cirilo), disse a Zé Sereno:
Zé, apanhe água, bote no fogo pra morná, e lave meus pés; 
Sereno recusou-se a obedecer, o que causou discussão com a mulher de seu tio que terminou com a seguinte ameaça:
- Quando Cirilo voltar você vai ver se lava ou não lava.
No dia seguinte, ao retornar, ele foi colocado ao par do ocorrido e para demonstrar seu poder apanhou uma vara e ordenou ao sobrinho:
- Ou vai lavar ou vai apanhar !.
Zé Sereno manobrou o fuzil e disse:
- Se me bater não conto os buracos, e não fico mais junto.
Manoel. Moreno e Jararaca, parentes de Cirilo e também de Sereno se equiparam e acompanharam o jovem, deixando só o casal. Pouco tempo depois “Moça” deu a luz e os únicos que receberam o casal foram Corisco e Dadá.


 A esquerda, Zé Sereno
Foto colorizada por Rubens Antonio

Era tempo de inverno, chovia muito e Moça ficou na chuva. O marido queria que ela ficasse dentro de casa por dois motivos: proteção contra a chuva e evitar ser descoberta pelas volantes que sempre passavam por ali. Houve discussão e o cangaceiro acabou dando uns safanões na mulher que era muito teimosa. Corisco ordenou que Limoeiro fosse no dia seguinte buscar o enxoval de seu filho que estava para nascer e o Cirilo resolver acompanhar o jovem a fim de esfriar a cabeça.

Viajaram logo cedo. Quando chegaram na serra da Mata Grande viram uma casa e foram até lá pedir comida. Estavam conversando com os moradores quando foram avistados e atacados pelo subdelegado Agripino Feitosa e seus cinco acompanhantes armados.

Os cangaceiros fugiram, cada um indo para um lado. Limoeiro por ser moço e forte escapou ileso. Cirilo foi ferido e para esconder o rastro desceu para dentro do riacho e seguiu andando por dentro d'água, despistando os perseguidores. Mas a hemorragia do ferimento minou-lhe a resistência e ao tentar subir pela margem do riacho desmaiou pela perda de sangue e acabou morrendo. Ao ser encontrado ainda estava ereto apoiado no barranco, com as mãos crispadas.

Cirilo, morto, ao lado dos seus algozes

Limoeiro ao retornar ao grupo de Corisco contou o que acontecera. Não sabia ainda, da morte do companheiro, mas logo a notícia espalhou-se pelo sertão e até foto com os matadores ladeando o cadáver, que se vê em pé e amarrado em uma tábua, foi exibida por coiteiros ao grupo.

Moça ficou muito abalada com a morte do marido. Chorou. Lastimou-se, julgando-se culpada pela morte dele. Quando lhe foi sugerido que procurasse um novo companheiro, entre os componentes dos outros grupos e não entre os "meninos" de Corisco, a Joana Conceição dos Santos (este, seu nome real) recusou terminantemente essa possibilidade.


Moça
.
Dadá costurou-lhe algumas roupas e num vestido escuro colocou na bainha do mesmo o dinheiro que era do finado e também uma certa importância arrecadada entre os componentes do grupo de Corisco. Após permanecer algum tempo na casa dos familiares, Moça foi denunciada e presa. Teve sorte. Não foi judiada na cadeia onde permaneceu por pouco tempo, sendo logo libertada.

Ponto de vista: Ivanildo Silveira
Visualizando esta foto do corpo do cangaceiro Cirilo, se percebe, com relativa facilidade, que em volta da cabeça do famoso cangaceiro, há uma espécie de pano envolvendo todo o pescoço, como se fosse um cachecol. Ora, como é verificado na literatura lampiônica, cangaceiro nenhum, usava esse tipo de pano enrolado no pescoço, e sim, lenços de cores.

Para os pesquisadores/escritores do cangaço (Dr. Sérgio Augusto de Sousa Dantas e João de Sousa Lima ), esse detalhe do pano enrolado no pescoço do cangaceiro Cirilo, por ocasião da morte do mesmo, e, feitura da foto, foi para encobrir, que o famoso bandoleiro, já estava com a cabeça separada do corpo. Logo, o pano em volta do pescoço, foi a maneira encontrada para disfarçar essa realidade.

Observem, que a cor da roupa do cangaceiro, é totalmente diferente da cor do pano envolta do pescoço do mesmo. Note, também, as características do citado pano, que nada tem a ver com a indumentária cangaceira. O pano é um objeto estranho na composição da foto.

Em nossa modesta opinião, concordamos em gênero, número e grau com as observações dos dois grandes pesquisadores, acima nominados. Como se constata, trata-se de mais uma " Curiosidade do Cangaço ".
(*) O Texto principal foi extraído do livro "Lampião e as Cabeças Cortadas, pg. 29/31", do famoso autor e autoridade em cangaço, o Dr. Antonio Amaury Correia de Araujo.

Um abraço a todos, e façam suas observações, após a leitura do texto.

Ivanildo Alves Silveira
Colecionador/Membro da SBEC 
Natal – RN

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A POESIA DO SERTÃO NUBLADO

*Rangel Alves da Costa

Ontem a noite foi de chuva no sertão sergipano. Pouca chuva, mas alguma chuva, e fato sempre desejado pelo sertanejo. Qualquer pingo d’água é tido como dádiva sagrada.
O alvorecer ainda estava molhado, chuviscando de vez em quando. O tempo mais frio, mais preguiçoso, com pessoas recolhidas aos seus lares até um pouco mais tarde.
Como sempre acontece no sertão, o sol sempre bate à porta após o amanhecer. E chega volumoso, já aquecido, já ameaçador para o homem, mas principalmente para a terra e o bicho.
Dessa vez, contudo, a clareira não foi aberta. O domingo amanheceu entre o chuvisco e o nublado, quando o chuviscamento cessou o véu das nuvens continuou. Nada de sair o sol e de tempo aberto.
No sertão, o tempo nublado, como que nevoento, mais escurecido, acaba produzindo um retrato de mais singela poesia. Poesia escrita no ar, tracejada nas nuvens, versejante pelos arredores e horizontes.
Um tempo esmaecido, outonal, de cores ocres, ainda que não seja na estação da revoada das flores e folhas. Um retrato acinzentado, tingido na cor de uma leve melancolia. Sim, as cores do tempo chamam a outras visões sobre o instante.
No mundo acostumado pelo sol escaldante, pela luz encalorada por todo lugar, olhar para as distâncias e tudo avistar noutro semblante, certamente que causa estranheza na alma. E que se imagine o dia inteiro assim.
Como dito, desde a primeira alva do dia - e assim pelo dia inteiro - apenas o templo nublado por todo o sertão. Os matos parecendo sonolentos, os bichos mais recolhidos, as pessoas mais silenciosas, tudo mais entorpecido.
E em muitas pessoas a propensão às saudades, às melancias, às nostalgias, às saudades. Ora, sem dúvida que paisagens tão aflitivas que acabam escavando no mais profundo do baú das recordações.


E aquela brisa mansa chegando e passando. A leve ventania cantando e indo embora. As portas fechadas, as janelas fechadas, ruas de pessoas que apenas passam, e quase sem alegria. Apenas o nublado em tudo.
Certamente que muitos ficam desejosos que as nuvens acima logo se transformem em chuvaradas. Templo nublado é sempre esperançoso, é sempre uma promessa de a qualquer instante a chuvarada cair.
Uma aflição terrível também. O sertanejo logo começa a sonhar, a planejar, a querer que a chuva logo aconteça. Na chuva sua vida, sua sobrevivência, sua existência. E não só o homem, pois a terra também se remexe em suas entranhas e pede. E implora que chova logo.
Saí de Poço Redondo já depois do meio dia. Por lá deixei o mesmo quadro anuviado. Nem fazia sol nem chovia, não caia pingo d’água nem o braseiro tomava conta de tudo. Simplesmente o retrato esmaecido encobrindo tudo.
Pela estrada a mesma paisagem, a mesma cor, a mesma situação. Talvez o sertão inteiro assim, nublado, anuviado. No percurso, olhando as margens com suas casinholas, suas matarias, seus bichos e seus habitantes, sempre a mesma poesia enternecida.
No sertão, um tempo assim não se pode definir de outra forma senão através do poético. Uma poesia mista de alegria e tristeza. Alegria sim, pois porta aberta para a chegada da chuva. Porém, de tristeza também.
Uma tristeza diferente, sem dor, sem agonia, sem aflição. Uma tristeza de saudade, apenas. Mas não saudade de pessoa, daqueles que deram adeus ou de qualquer outra situação de partida. Apenas a tristeza saudosa trazida pelo olhar perante a paisagem nublada.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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FOI UM TEMPO QUE O TEMPO NÃO ESQUECE...

"O ataque à Fazenda Gilo" 

Por Aderbal Nogueira


Faz algum tempo, estive em Floresta, PE acompanhado do "Coroné Ângelo" e do Waldir Júnior, fazendo nossas pesquisas e fomos ao local onde se deu o cerco à Fazenda da família Gilo ocorrido em 28 de Agosto de 1926.  Gravamos o depoimento do senhor Cícero Pedro só um menino na época do ocorrido, porém ouviu durante muito tempo a história contada por seus familiares.

Cabe aos amigos pesquisadores analisarem o depoimento. Esse é mais um pedacinho da história.


Abraço a todos
Aderbal Nogueira



O que foi "A chacina da tapera"
Por Kiko Monteiro

Esse foi um dos atos de violência de Lampião que teve mais repercussão em todo estado de Pernambuco. Também a ocasião em que o Rei do Cagaço fora enganado por um "amigo" chamado Horácio Cavalcanti de Albuquerque, o Horácio Novaes ou Horácio Grande, devido a sua estatura física.

Horácio era membro de uma família honrada do Pajéu, mas se tornou um jagunço muito perigoso.

No ano anterior Horácio roubou doze animas da fazenda dos Gilo e foi vende-los em Lavras da Mangabeira cidade do estado vizinho, Ceará. Os ofertou para um coronel chamado Raimundo Augusto Lima (Foto).

Fonte Família Ferrer.com.br

Este coronel também foi prefeito da cidade de Lavras e em 1927, ano seguinte, deu combate contra Lampião no distrito do Tipi em Aurora-Ceará (domínios do nosso confrade José Cícero). 
Lampião que planejava saquear Lavras estava acoitado na fazenda Tipi cujo os donos eram inimigos declarados do Clã lavrense. Então, por que esperar? - Almoçar o inimigo antes que ele nos jante! Decidiu o Coronel. E, assim foi feito.

Sem perda de tempo Raimundo Augusto reuniu seus cabras e arrojou-se de surpresa sobre o bando facinoroso. Após breve combate Lampião e os do seu bando fugiam, deixando no local da refrega armas, mantimentos e vários cavalos utilizados pelo bando, e enfim o que não puderam conduzir.

Mais tarde ciente do crime e fazendo justiça o Coronel Raimundo devolveu os animais ao seu legítimo dono. Estes ao saberem da transação incriminaram Horácio espalhando pela região sua fama de "ladrão de cavalos".

Sabe-se que no sertão e principalmente no bando de Lampião admitia-se assassinos de toda espécie, mas ladrão e ainda mais de cavalo? Era algo abominável.

Horácio se sentido "humilhado" por Manoel prometeu vingança. E concretizou seu desejo depois de se unir a caterva de Virgulino. Durante os meses em que Horácio e Lampião andaram juntos, Horácio procurou envenenar seu companheiro contra os Gilo.

O golpe de Horácio contra os Gilo foi uma carta, escrita pela mulher como se fosse pelo chefe da família, endereçada a Lampião, o conteúdo da carta não só o insultava, como ainda colocava em dúvida a sua coragem.

A resposta da calúnia resultaria em um ataque, como desforra, este vingança se concretizou às 04:00h da manhã, num sábado, quando Lampião e Horácio, acompanhados de um grande número de asseclas abriram fogo contra a casa dos Gilo, onde estavam umas doze pessoas, entre estas Manoel Gilo, o homem que tinha acusado Horácio Novaes de roubo de mulas e burros de sua propriedade e por essa acusação, o mesmo foi condenado.

Também estavam dois de seus irmãos, seu pai o Sr. Donato, sua mãe e diversos outros parentes da família.

Os Gilo resistiram bravamente, tinham sido prevenidos de que este ataque estava sendo tramado, e a luta durou muitas horas, neste ínterim, alguns cangaceiros foram colocados ao longo da estrada que passava pela casa dos Gilo, de modo a interceptar todos os que se dirigiam a feira de Floresta, impedindo assim, que qualquer socorro pudesse ser dado a família assediada.

Por volta das 10:00h, quando cessou o fogo de dentro da casa, o mais velho dos Gilo (o único homem ainda vivo na casa) saiu e enfrentou os cangaceiros.

Lampião puxou do bolso a carta que ele acreditava ser do homem à sua frente, e começou a lê-la, Sr. Donato protestou e negou a autoria, acrescentando que não sabia ler e nem tão pouco escrever. Lampião, conforme dizem, estava propenso a acreditar na sua inocência, foi quando Horácio, que estava perto, levantou a pistola, atirou na testa, matando seu inimigo.

Ao todo, morreram treze pessoas na fazenda Tapera – Vila de Floresta, naquele dia, e conforme disseram as testemunhas, os corpos estavam espalhados por toda a casa, das 12 pessoas presentes, só não morreu a mulher de Gilo, e o único da família que escapou a exterminação foi o mais moço, ainda quase um menino, que tinha ido ao Ceará comprar açúcar, e portanto, estava ausente quando ocorreu o morticínio.

Duas pessoas que não pertenciam a casa também morreram, outras duas, uma tinha sido detida na estrada e a outra, um soldado da polícia de Floresta, que chegou depois do tiroteio.

Manuel Neto, que se recuperava de ferimentos no combate de Caraíbas.” correu até a cidade para pedir ajuda ao capitão Muniz de Farias que já tinha ciência das ameaças de Horácio contra Manoel Gilo. Muniz simplesmente recusou envolver seus homens.

Diante da recusa do capitão Manoel seguiu acompanhado de poucos homens precisamente dez dos bravos Nazarenos que dispunha, ainda trocou tiros contra "uma centena de bandidos", perdeu dois companheiros, e teve que recuar. Não por temer o grande inimigo, mas devido a sua condição física comprometida pela hemorragia de seus ferimentos.

 O bravo Manoel Neto

Depois de tudo consumado, “chegou ainda ali por perto o capitão Muniz de Farias, com grande contingente de força policial, mas nada mais fez a não ser, após informado da situação, regressar para Floresta, deixando de seguir no encalço do grupo, como desejava e pedia o bravo e destemido anspeçada Manuel Neto.

Lampião, reconheceu o erro de ter apoiado o facínora na sua vingança e não confiando mais em Horácio, apenas expulsou-o do bando.

Horácio com medo de futuras retaliações fugiu deixando família e teve seu paradeiro desconhecido pelo resto de seus dias.

Fontes do texto: Leonardo Ferraz Gominho, "Floresta uma Terra - um Povo".
                            Antonio Amaury e Vera Ferreira "De Virgolino a Lampião".
                            Blog do Sanharol

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MARIA BONITA E LAMPIÃO POR ZUZU ANGEL.


Por Zé Cangaço

Mineira do sertão das Gerais, Zuzu Angel, apesar de ter crescido na urbana Belo Horizonte, gostava de evocar a infância em sua Curvelo natal. Contava que era terra de gente brava e corajosa, narrava “causos” e dava sonoras gargalhadas, informando aos incrédulos, com um quê de provocação: “na minha terra, o clube mais chique se chamava Revolver Club”. Assim, ela procurava explicar, de forma bem-humorada, seus ímpetos de audácia, desafiando a opressão do regime ditatorial que se impôs à vida brasileira a partir de 1964.


Quanto maiores e mais numerosos eram os desafios, a indiferença, as negativas e hipocrisias, que era levada a enfrentar na busca do filho desaparecido, Stuart, e, depois, de seus restos mortais, mais ela se aproximava da História de nossos heróis, dos perseguidos, oprimidos, mártires e descamisados. Mais ela entendia a força ideológica de Tuti, apelido dado ao filho criança, e se impregnava com seus valores. Isso se refletia em sua criação, em seus vestidos. Nascia o Anjo. Sua marca.
Nascia também a liberdade de celebrar personagens controversos da vida brasileira, como Lampião e Maria Bonita, os Reis do Cangaço, tidos oficialmente como bandidos sanguinários, mas considerados pelo povo uma espécie de “Robin Hoods do Nordeste”, que roubavam dos ricos para dar aos mais pobres.


Lampião, Maria Bonita e seu bando exerceram sobre Zuzu forte fascínio, que pode também ser atribuído à sua criatividade e inspiração, por elaborarem e executarem os próprios guarda-roupas e acessórios, usando elementos da caatinga, sendo, segundo interpretação de Zuzu, os primeiros a ousarem a efetiva moda com brasilidade.

Assim, em fins dos anos 1960, Zuzu desenvolveu sua primeira linha Maria Bonita e Lampião e a levou para mostrar aos americanos. Toda em seda pura com estampas miúdas sobre fundo preto, em modelagem de macacões com saia-calça ou falsa-saia, cobrindo os joelhos (o comprimento à época era chamado à francesa "mi-mollet"), abertos na frente com zíper, e tendo acessórios de couro. Tudo com muita harmonia.


Tiras finas de verniz preto com ilhoses de metal prateado cruzavam o peito e a cintura inspirando cartucheiras. Cinturões de seda preta, com chapas de metal dourado incrustadas de pedras preciosas brasileiras. Chapéus de palha baku, em tons das roupas, preto, rosa, palha, ornados com chapinhas de metal dourado, pedras brasileiras, conchinhas. Botas justas de pelica, cano longo, com salto alto 6 cm. As moringas de coco enfeitadas com cordões de pedrinhas brasileiras. As cangaceiras de Zuzu eram, definitivamente, um charme.

Fonte: https://www.zuzuangel.com.br/…/maria-bonita-e-lampiao-por-z…

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fb_dtsg_ag=Adz_TC-LZ93WuWg97l4vc70_j7Fz-SD98YQgoZ7cwRoGLg%3AAdyKpK_UhB0bZT85WHYneRaF-tLzws-3AWyxPZ--xqYa_w

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EU TE ENSINO A FAZER RENDA, E TE ENSINO A... ATIRAR!



(As memórias de dona Constância Gomes de Sá)

“Os dedos de dona Constância trabalhavam rápidos, entre bilros, os fios e os alfinetes que pontuavam o desenho da renda. Ereta, sentada no banquinho, a almofada no colo, refazia, lentamente, um passado de mais de oitenta anos, quando ela e as irmãs adolescentes haviam enfrentado os cabras de Lampião.

- Desde doze anos de idade a gente aprendia a atirar. Não era para matar não, era pra espantar. Teve um dia que os homens tinham ido pras volantes e ficou só a gente, as moças. Trancadas numa casa, a gente viu eles chegar, cada uma ficou num canto pra eles pensarem que era muita gente. Atiramos pelos buracos das paredes, atiramos o que pudemos e eles foram simbora...”

Constância Gomes de Sá, nascida no dia 21/09/1894, era filha de Manoel Gomes de Sá Ferraz e Maria das Virgens de Jesus. Foi casada com Manoel Rodrigues de Carvalho deixando os seguintes filhos: Antônio, Maria, Alberto, Maria de Lourdes, Isnar e Iraci. O pai de dona Constância, o Sr. Manoel Gomes de Sá Ferraz, era vizinho e primo do coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, barbaramente assassinado no dia do ataque a cidade de Belmonte pelo bando capitaneado por Ioiô Maroto, Lampião e Tiburtino Inácio em 20/10/1922. Na ocasião, o Sr. Manoel Gomes de Sá Ferraz, ajudou a polícia local sob o comando de Sinhozinho Alencar a expulsar os cangaceiros atacantes, impedindo que se estendessem as consequências do assalto. Contam que a sua esposa dona Maria das Virgens o ajudava a carregar os rifles durante o tiroteio. 

O Sr. Manoel Gomes de Sá Ferraz (falecido em 24/8/1939 na fazenda Luiz Pereira em Belmonte aos 77 anos de idade), foi casado a primeira vez com Maria das Virgens de Jesus, e a Segunda, com Joana Pereira de Sá. Do primeiro matrimônio nasceram 7 filhos: João, Antônio, Constância, José, Margarida, Pedro e Manoel; do segundo, nasceram dois filhos: Antônio e Francisco Gomes de Sá Ferraz.

Valdir José Nogueira de Moura.

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A ILUSÃO DO CANGAÇO.

Por Gerado júnior

O depoimento de Sila revela parte da dura realidade do cangaço e expõe a ação violenta dos homens contra as mulheres sertanejas.

Confiram.

“No começo não tinha mulheres no grupo e os homens faziam o que queriam, eles chegavam a ser selvagens. Depois que Lampião carregou Maria Bonita, os homens começaram a ter mais disciplina em respeito às mulheres do bando.

Quando entravamos em uma cidadezinha, os cangaceiros não pegavam as mulheres à força como faziam no início porque a gente não deixava.

Eu mesma evitei que o cangaceiro Jurity (Manoel Pereira de Azevedo) se aproveitasse de uma moça. Foi muito bom a mulher ter entrado no cangaço”.

Ilda Ribeiro de Souza “Sila” companheira do cangaceiro Zé Sereno (José Ribeiro Filho), chefe de subgrupo do bando de Lampião.

Fotografia inédita.

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PROGRAMAÇÃO SÃO JOSÉ DE BELMONTE

PROGRAMAÇÃO CARIRI CANGAÇO
SÃO JOSÉ DE BELMONTE 2018

QUINTA-FEIRA 
Dia 11 de Outubro de 2018 

19h – Noite Solene de Abertura 
Castelo Armorial
São José de Belmonte
o
19h10min - Apresentação do Grupo de Bacamarteiros
Associação dos Bacamarteiros de São José de Belmonte
o
19h20min – Formação da Mesa de Autoridades
19h30min – Hino Nacional

19h30min – Apresentação do Cariri Cangaço
Por Conselheiro
HONÓRIO DE MEDEIROS 
Natal-RN
o
19h45min - Fala das Autoridades
o
20h20min - Entrega de Diplomas a homenageados
ROMONILSON MARIANO 
KAYSON DE OLIVEIRA PIRES 
ROBÉRIO CARVALHO BEZERRA
JACKSON CARVALHO 
VALDIR JOSÉ NOGUEIRA MOURA
Por Conselheiros e Pesquisadores 
JOÃO DE SOUSA LIMA
ELANE MARQUES
RODRIGO HONORATO
WILTON SILVA

20h40min -  Comenda ao Mestre Ariano Suassuna
"Personalidade Eterna do Sertão"
MANUEL DANTAS SUASSUNA
Por Conselheiros
IVANILDO SILVEIRA 
JULIANA PEREIRA

20h45min - Comenda ao Castelo Armorial
"Equipamento Imprescindível à Memória e Cultura do Sertão" 
CLÉCIO NOVAES
Por Conselheiros
WESCLEY RODRIGUES
CRISTINA COUTO

20h50min - A Força e a Tradição de São José de Belmonte
VALDIR JOSÉ NOGUEIRA MOURA

21h20min - O Legado do Cariri Cangaço
MANOEL SEVERO BARBOSA

21h45min - Coquetel de Encerramento
Castelo Armorial

SEXTA-FEIRA
Dia 12 de Outubro de 2018

8h30min - Saída para Visita Técnica
o
9h - Fazenda Cristóvão de Ioiô Maroto
São José de Belmonte
o
9h30min - Descerramento da Placa Comemorativa do
Marco da Fazenda Cristóvão
o
10h – Conferência: “A Trama da Invasão de Belmonte e a 
Morte de Gonzaga em outubro de 1922"
VALDIR JOSÉ NOGUEIRA MOURA
o
12h - Almoço 
o
14h - Visita Guiada e Comentada:
Centro Histórico de Belmonte
Rua Cel. Luiz Gonzaga Gomes Ferraz
Rua Soldado Heleno
Antiga Casa do Coronel Gonzaga Ferraz
COMISSÃO ORGANIZADORA LOCAL
o
 15h30min - Adro da Matriz de São José
CORTEJO DA CAVALHADA DE ZECA MIRON
O
16h20min -Estádio Carvalhão
Apresentação da Cavalhada de Zeca Miron 

NOITE
o
19h45min - Castelo Armorial
São José de Belmonte

Mestre de Cerimônia 
ROSSI MAGNE
20h - Comenda à Cavalhada Zeca Miron
MESTRE RÉGIS 
Por Conselheiro e Pesquisador:
KYDELMIR DANTAS
ROBÉRIO SANTOS
o
20h10min - Comenda à Associação de Bacamarteiros
ERNESTO SÁVIO CARVALHO
Por Conselheiro e Pesquisador:
EDVALDO FEITOSA
DANIEL WALKER
o
20h15min - Comenda ao IHGP-Instituto Histórico e Geográfico do Pajeú
AUGUSTO MARTINS
Por Conselheiro e Pesquisador:
GERALDO FERRAZ
HEITOR FEITOSA MACEDO
O
Noite de Conferências
O
20h30min -A Saga Carvalho e Pereira
HELVÉCIO NEVES FEITOSA 
DÊNIS CARVALHO
LUIZ FERRAZ FILHO
O
21h30min -Sinhô Pereira e Luis Padre
SOUSA NETO
JORGE REMÍGIO
O
Mesa:
MANOEL SEVERO
VALDIR JOSÉ NOGUEIRA

SÁBADO

Dia 13 de Outubro de 2018

8h30min - Saída para 
Visita Técnica
o
9h30min - "Casa de Pedra" - Serra do Catolé
São José de Belmonte
O
10h30min - Conferência:“O Fogo de 1924 e Ferimento no Pé de Lampião pela Volante de Teophanes Ferraz"
CLÊNIO NOVAES
O
11h - Visita ao Sítio Histórico da "Pedra do Reino"
Entrada do Rei e da Rainha da Cavalgada 2018, 
sob salva de tiros dos Bacamarteiros e Cruzamento de Lanças.
11h20min - Conferência: "A Espetacular Ilumiara Pedra do Reino"
MANUEL DANTAS SUASSUNA
O
12h - Conferência: “No Reino Encantado da Pedra do Reino"
ERNANDO ALVES DE CARVALHO
o
13h - Almoço
o
13h30min - Homenagem e Diploma ao "Tempero do Reino"
Por Conselheira e Pesquisadora:
LILI CONCEIÇÃO
RÚBIA LÓSSIO

o
NOITE
o
19h45min - Castelo Armorial
São José de Belmonte 
O
19h30min - Apresentação
RITA PINHEIRO
A Garimpeira da Cultura
Oo
20h15min – Entrega de Diplomas a Homenageados
CARLOS SANTOS 
ELIANE GIOLO 
JORGE FIGUEIREDO
CÍCERO AGUIAR
LUCIANO COSTA
Por Conselheiros e Pesquisadores:
MANOEL SERAFIM
PROFESSOR PEREIRA
LUIZ RUBEN BONFIM
CARLOS ALBERTO SILVA
Noite de Conferências
O
20h30min -A Pedra do Reino na Literatura Nacional e Internacional
DÉBORA CAVALCANTES DE MOURA
O
21h10min -Vídeo e Debate
"Mentiras e Mistérios de Angico"
ADERBAL NOGUEIRA
Laser Vídeo
O
Mesa:
JOÃO DE SOUSA LIMA
JULIANA PEREIRA
NARCISO DIAS

DOMINGO

Dia 14 de Outubro de 2018
o
9h - Visita Guiada ao Castelo Armorial

10h - Confraternização de Encerramento
Forró Pé de Serra




Realização
INSTITUTO CARIRI DO BRASIL
Co-realização
CASTELO ARMORIAL
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DE BELMONTE
O
Apoio
IHGP - INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PAJEÚ
ICC - INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI
SBEC- SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO
GECC - GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DO CEARÁ
GPEC-GRUPO PARAIBANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO
LASER VÍDEO
O
Mídia e Redes Sociais
GRUPO LAMPIÃO CANGAÇO E NORDESTE
GRUPO OFICIO DAS ESPINGARDAS
COMUNIDADE O CANGAÇO
GRUPO HISTORIOGRAFIA DO CANGAÇO
O CANGAÇO NA LITERATURA
GRUPO SERTÃO NORDESTINO
PROGRAMA RAÍZES DO SERTÃO
ODISSÉIA DO CANGAÇO

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