Autor – Rostand Medeiros
Nos velhos
tempos do sertão nordestino, na época do cangaço, onde quase sempre a justiça
estava junto aos mais fortes e destemidos, uma família seviciada poderia ter os
seus membros (principalmente mulheres) marcados pelo resto da sua existência.
A centro vemos Dona Maria Martins, a sua direita a filha que escapou da sanha dos cangaceiros e a sua esquerda está Romana, que segundo reportagem do jornal A Noite, foi estuprada por Lampião.
Dependendo das
ações hediondas praticadas e diante dos rígidos códigos morais do sertão na
época, se não houvesse algum membro do grupo familiar com disposição de buscar
a reparação, buscar a vingança, a chaga desta família poderia ser muito pior. Consequentemente a cortina de silêncio era ainda mais forte.
Lampião
Para as
vítimas e seus parentes continuarem tocando a vida em meio a muita dor e sangue
derramado, um remédio muito comum era total negativa em comentar fatos e tentar
buscar o esquecimento.
Existiram
exceções. Foram os crimes mais sanguinários e bárbaros, praticados
principalmente contra famílias inteiras, ou casos onde as sevícias foram tão
brutais, tão hediondas, que chamaram a atenção de toda uma comunidade e agora
estão registrados em muitos materiais produzidos sobre o tema.
Outras
exceções foram os raros relatos produzidos por jornalistas durante o período
dos conflitos, mostrando a dor daquela gente que vivia nos rincões esquecidos e
distantes do Brasil.
Aqui trago um
destes.
Correspondente
misterioso
Nos primeiros
seis meses de 1931 o Brasil ainda sofria as consequências do golpe que havia
implantado um novo regime político em outubro do ano anterior.
Administrativamente muitas mudanças ocorreram na estrutura e composição
aparatos de segurança pública pelo país, tornando-os limitados por certo
período de tempo em suas ações repressoras aos cangaceiros. Isso facilitou
muito a vida dos bandos de bandoleiros errantes pelo sertão nordestino,
principalmente o do chefe Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
Neste período
este bando atuava principalmente nos sertões baianos, onde praticavam suas
rotineiras rapinagens e as atrocidades não eram incomuns. Aparentemente tantos
foram os acontecimentos negativos naqueles primeiros meses de 1931, que o
jornal A Noite, do Rio de Janeiro enviou um correspondente e um fotógrafo
para o cenário dos acontecimentos[1].
O interessante
é que, mesmo lendo várias páginas deste periódico, estranhamente não foi
divulgado o nome do jornalista que realizou este trabalho. É dito apenas o
apelido do fotógrafo – João Batatinha. Provavelmente por questões de segurança
o nome do correspondente não foi divulgado.
“Iriam
assistir uma coisa bonita…”
Os dois
enviados do periódico carioca seguiram no dia 20 de abril de 1931 pela estrada
carroçável que ligava as cidades baianas de Uauá e Senhor do Bonfim, passando
em vários locais onde anteriormente foram atacados pelo bando de cangaceiros[2].
Um dos
primeiros relatos foi no lugar São Paulo, a cerca de 40 quilômetros de Uauá.
Ali Lampião buscou acertar contas com Manoel José Cardoso, conhecido como “José
Pequeno”[3].
A esquerda
vemos o fotógrafo João Batatinha, ao centro um guia sertanejo e a direita o
correspondente de A Noite, o qual não descobrimos sua identidade.
Testemunhas
comentaram que primeiramente escutaram o tropel de cavalos, seguido do som de
chocalhos batendo e vozes gritando palavrões. Lampião, que estava na ocasião
com óculos redondos e escuros, chegou com seus homens em galope largo, cercaram
sem demora o sertanejo José Pequeno e lhe indagaram se fora ele quem de outra
ocasião avisou aos policiais, ou “macacos”, a localização do bando naquele setor.
Independente dos rogos de inocência do homem e de Ana Cardoso, sua mulher, em
meia hora eles foram despidos, amarrados e colocados no lombo de um animal sem
sela.
Defronte a
capelinha do lugar Lampião mandou seus homens trazerem todos que ali moravam,
debaixo de cacete se fosse necessário, para verem o que ele fazia com
traidores. Logo homens, mulheres e crianças estavam reunidas diante do casal
despido e montado em um pangaré. Lampião foi logo anunciando que eles “iriam
assistir uma coisa bonita…”.
Ali, diante de
todos, sem nenhuma cerimônia ele sangrou Manoel José Cardoso, enfiando com
força seu grande punhal, até o cabo, na parte do corpo que fica entre o ombro e
pescoço. Os gritos provocaram risos dos cangaceiros e choro entre os membros da
pequena comuna. Segundo o correspondente a mulher Ana Cardoso ficou louca.
Além deste
espetáculo atroz, os cangaceiros mataram a tiros de pistola José Felix, que, a
pedido do sangrado José Pequeno, foi a Uauá informar a polícia sobre o
paradeiro de Lampião. O assassinato de Felix deixou ao desamparo mulher e larga
prole de filhos. Outro que foi atacado, sendo submetido a uma série de
torturas, foi o coronel João Antônio Cardoso, o mais abastardo do lugarejo[4].
Na fazenda
Tapuia, por volta da meia noite do dia 8 de abril, Lampião e seus homens atacam
a casa de Tibério Lucas Correa. Além de trabalhar na roça para manter mulher e
uma extensa família, Tibério mantinha um pequeno estabelecimento comercial para
atender os viajantes, onde não faltava uma cachaça “januariazinha” (cachaça
produzida em Januária-MG) e cigarros. Foi tido pelo correspondente como “Um
preto muito querido de todos que trafegavam pela estrada Uauá – Senhor do
Bonfim”[5].
Lampião e seus
cangaceiros foram logo mandando aquele sertanejo pobre abrir seu negócio e
colocar uma garrafa de cachaça, que logo foi esvaziada pelos sicários. Pediram
ouro e dinheiro, mas Tibério disse que nada tinha. Nesse momento a cabroeira
começou a descer dos animais e o assustado negociante empreendeu uma desabalada
carreira para o meio dos matos, enquanto os cangaceiros gritavam “O desgraçado
está fugindo! Mata! Mata!”. Por sorte ninguém atirou!
Quem teve de
aguentar a fúria de Lampião e seus homens foi Dona Lúcia, a mulher de Tibério,
que foi surrada a bofetadas, chicoteada e ameaçada. Lampião prometeu que na
próxima vez que ali retornasse matava seu marido. Depois mandou seus comandados
colocarem fogo na casa e só deixou a mulher e os outros familiares saírem a
pedido de um dos seus homens, que possuía um espírito mais humanitário naquele
momento de fúria gratuita.
Na ocasião da
visita do correspondente e do fotógrafo João Batatinha, o desolado Tibério e
seus familiares passavam o dia na casa calcinada e as noites vinham dormir no
meio da caatinga, onde o pobre homem havia sido picado no rosto por uma lacraia
e trazia a marca de mais este infortúnio[6].
“Montada,
dinheiro e ouro”
Para o
correspondente de A Noite, informações transmitidas por Martinho Malta, da
fazenda Mucambo, assaltada no dia 9 de abril de 1931, informava que o grupo de
Lampião tinha 15 componentes, sendo seu braço direito o cangaceiro Corisco e a
maioria destes utilizavam principalmente roupas de mescla. Estavam todos
armados de fuzis Mauser, vários portavam pistolas Parabellum, trazendo sempre
duas ou três cartucheiras largas e cheias de munições. Além destes aparatos
bélicos, estavam presentes os característicos chapéus de couro ornamentados e
os punhais, com alguns cangaceiros levando duas destas peças de cutelaria,
algumas com até 65 centímetros no tamanho da lâmina.
Foi comentado
ao correspondente de A Noite que os cangaceiros “Vivem sempre
satisfeitos”. Em alguns momentos trafegam nas estradas fazendo algazarras, em
outros seguem no mais completo silêncio. Fazem brincadeiras uns com os outros,
descompõem-se, normalmente se excedem, mas mantém muito respeito pela figura do
chefe Lampião[7].
Mas, apesar
das brincadeiras entre os membros do grupo, o que o correspondente não deixou
de ouvir naqueles ermos sertões foram informações de atrocidades praticadas
pelos cangaceiros.
Fazenda
Pereiro, onde estão os irmãos Francisco, João e Antônio Ferreira Barbosa e seus
familiares. Surras e casas saqueadas.
Na fazenda
Pereiro (ou Pereiros) o jornalista e o fotógrafo encontram Francisco Ferreira
Barbosa, conhecido como Chiquinho, também proprietário de uma bodega a beira da
estrada. Este se mostrava desembaraçado e comentou abertamente os problemas e
assombros causados perla presença de Lampião na região.
Narrou que
eram duas da manhã do mesmo 9 de abril quando Lampião chegou. Este lhe deu boa
noite secamente e foi exigindo “montada, dinheiro e ouro”. Chiquinho disse nada
ter, mas Lampião falou a seus homens “Traga uma luz. Vamos ver o ouro e o
dinheiro que ele está escondendo”. A mulher Alzira entregou aos celerados
algumas pequenas peças de ouro, mesmo assim Lampião retirou seu punhal e passou
a rasgar tudo que era de pano para encontrara algo mais.
Com o resultado
negativo nas buscas os cangaceiros foram para a bodega de Chiquinho, que ficava
defronte a sua casa, onde beberam muita cachaça, cerveja, quebraram louças e
obrigaram o dono a tomar três xícaras de bebida.
Ainda na
fazenda Pereiro atacaram as casas de João e Antônio Ferreira Barbosa, irmãos de
Chiquinho, onde não deixaram de se exceder nas barbaridades. Antônio foi
chicoteado no rosto impiedosamente e João foi surrado, teve a casa
impiedosamente revistada e muita coisa foi quebrada.
Depois
Chiquinho foi obrigado a servir de guia para os celerados. No caminho Lampião
perguntou quem tinha dinheiro na região e onde ele podia encontrar uma “viúva
apatacada”, uma viúva endinheirada. Logo chegam a fazenda Chumbado, onde
pernoitaram e o guia improvisado volta para junto de seus familiares transidos
de terror[8].
A pequena
Judite de nove anos, fotografada em Senhor do Bonfim.
Segundo a
narrativa do correspondente, outra das propriedades atacadas na região naqueles
primeiros dias de abril de 1931 foi a Olho D’água, do viúvo Francisco da Costa,
que estava fora e na casa onde estavam apenas duas crianças, a pequena Judite
de nove anos e seu irmão de cinco. Esta contou que os cangaceiros mal-encarados
chegaram comandados por Lampião e exigiram o que ali existisse de valor. O
irmão menor tentou fugir e foi detido por um cangaceiro com seu fuzil. Os
cangaceiros levaram um relógio, algum ouro e uma pequena quantia em dinheiro. O
correspondente encontrou as crianças aos cuidados de uma tia na cidade de
Senhor do Bonfim e esta informou que Judite e o irmão estavam em “um estado
nervoso de fazer dó”, o que hoje modernamente denominamos de “traumatizados”[9].
“Eu diria que
ele era pai do céu, quanto mais meu!”
No dia 21 de
abril vamos encontrar os dois homens do jornal A Noite seguindo pela
estrada que ligava Senhor do Bonfim a fazenda Riacho Seco[10].
Quando alcançaram o lugar Caldeirão, seguiram em demanda do sítio Vargem Seca,
onde deixaram o veículo. Percorreram a pé, por quatro quilômetros, até o sítio
Junco, onde o proprietário Manoel do Quinto acompanhou os visitantes por mais
outros quatro quilômetros, até finalmente chegaram à fazenda Passagem.
Joaquim Gomes
Cardoso, sua esposa e filho diante de sua casa no lugar Passagem.
Ali souberam
que os cangaceiros chegaram por volta das nove da manhã e foram direto para a
casa de Joaquim Gomes Cardoso, que possuía problemas físicos desde o
nascimento, que o deixaram com diferença no tamanho de suas pernas.
Pediram ouro e
dinheiro, mas Joaquim respondeu que nada tinha “por ser um pobre aleijado”.
Isso nada impediu que Lampião lhe roubasse uma sela, no que Joaquim tentou
demover o chefe cangaceiro do seu intento, pois não podia andar e precisava
daquele material para seus deslocamentos na região em um magro jumento. O
resultado foi uma terrível saraivada de chicotadas dada por um dos cangaceiros
presentes.
Vaqueiro
Manoel Cândido, que teve a casa invadida e a mulher igualmente estuprada pelos
cangaceiros no lugar Passagem.
Para parar a
tortura naquele indefeso deficiente físico o cangaceiro que batia disse “Se
quiser que eu pare tem de chamar Lampião de papai”. O corresponde de A
Noite perguntou se Joaquim disse aquilo e sua resposta foi até engraçada –
“Ora, seu moço, e quem é que não chamava? Eu diria que ele era pai do céu,
quanto mais meu!”[11].
Na reportagem
outras quatro casas foram visitadas na propriedade Passagem, com a mesma
repetição de saques e surras.
Os dois
enviados do jornal refizeram todos os oito quilômetros na volta até o veículo e
seguiram para Senhor do Bomfim e de lá para a propriedade Cachoeirinha, onde
uma família estava ali refugiada.
Romana,
estuprada por Lampião na fazenda Passagem.
Era a família
de Bertoldo Cândido dos Santos, que apresentou relatos ainda mais chocantes
sobre o momento que os cangaceiros estiveram na fazenda Passagem.
A mulher de Bertoldo,
Dona Maria Martins, contou que no dia do ataque só estava em casa a sua filha
Romana, conhecida como Bizunga. Ela reparava uma roupa e ao ver a chegada dos
cangaceiros tentou correr, mas foi impedida por Lampião que lhe apontou o fuzil
e intimou-a a parar.
Na mesma hora
o chefe disse a dois dos seus homens “Venham ver que coisa bonitinha tem aqui”.
Mandou seus comandados tomarem conta de Romana enquanto foi averiguar o que
acontecia nas outras casas da fazenda Passagem. Um dos homens ainda pensou em
avançar na moça, que possuía feições bastante generosas na opinião do
correspondente, mas foi impedido pelo companheiro por medo da reação do chefe.
Casa da
fazenda Pontilhão do Campo do Maio, também atacada pelos cangaceiros.
O enviado de A
Noite afirma que no retorno de Lampião a casa da jovem sertaneja,
aparentemente sem maiores delongas, partiu para cima de Romana e a estuprou.
Ela ainda foi ferida a punhal por tentar se defender. Não foi informado se
outros cangaceiros se aproveitaram sexualmente da jovem indefesa.
O
correspondente informou que a irmã de Romana havia escapado por se encontrar
fora de casa, mas em sua opinião o ataque sexual a garota havia desestruturado
de tal maneira sua família, que seu pai Bertoldo estava com características de
quem estava “variando”. Ou seja, ficando louco[12].
Mas este
flagelo não ficou restrito apenas a Romana. Manoel Cândido, ainda aparentado de
Bertoldo, teve a casa invadida e a mulher igualmente estuprada pelos
cangaceiros.
O material
iconográfico existente nas reportagens aponta que a atuação do bando de Lampião
nos sertões baianos, naqueles primeiros dias de 1931, era o ataque a pequenas e
simples propriedades e lugarejos. Talvez o número reduzido de cangaceiros não
trouxesse a Lampião a devida segurança para atacar locais maiores naquele
período[13].
Fogueira de
ódios e de vinganças
Nesta época o
jornal A Noite sempre trazia notícias relacionadas aos cangaceiros e,
segundo foi publicado posteriormente, a reportagem sobre aqueles três ou quatro
dias da passagem do bando de Lampião nas caatingas entre as cidades baianas de
Uauá e Senhor do Bonfim obteve extrema repercussão no Rio de Janeiro. Tanto que
a reportagem foi bastante ampliada na revista Noite Ilustrada, com a
publicação de uma grande quantidade de fotografias[14].
O idoso que
aparece na foto era conhecido na região de Senhor do Bonfim como “Velho Motta”.
Acreditavam que tinha entre 90 e 100 anos de idade em 1931 e que havia servido
junto a Antônio Conselheiro na Guerra de Canudos. Morava na fazenda Pontilhão
do Campo do Maio e nem ele escapou dos cangaceiros.
Não podemos de
deixar de comentar que, por mais interessante que sejam estas reportagens
produzidas em 1931, nada sabemos se os locais e as histórias transmitidas pelas
pessoas entrevistadas relatavam a realidade dos fatos. Nem sabemos o que ficou
da tradição oral sobre estes episódios. Seria necessária uma pesquisa de campo.
Mas não foi apenas o periódico carioca que tratou do tema. O autor e
pesquisador baiano Oleone Coelho Fontes, no seu ótimo livro Lampião na
Bahia, traz um capítulo inteiro dedicado a estes ataques em abril de 1931,
inclusive fazendo referência a atuação da reportagem de A Noite entre
Uauá e Senhor do Bonfim e ampliando os detalhes dos ataques[15].
Outro ponto a
ressaltar, é se existiu um possível direcionamento político com esta
reportagem?
Pessoalmente
eu não tenho uma resposta para este questionamento. Entretanto faziam apenas
seis meses que uma nova ordem política emanava do Palácio do Catete e o
revolucionário cearense Juarez Távora tinha tanto poder nos estados
nordestinos, que era conhecido como “Vice-Rei do Norte”. Consta que ele
desejava muitas mudanças nas relações de poder na região e menos de dez anos os
cangaceiros seriam retirados de circulação. Mas isso não acabou com a violência
do campo!
A cidade
baiana de Monte Santo, outro local visitado pelo correspondente de A Noite.
Vale ressaltar
que as reportagens produzidas pelo periódico carioca praticamente nada
comentavam sobre a violência praticada pelas autoridades policiais, que existia
e era tão feroz quanto à praticada pelos cangaceiros. No que ajudava a sempre
manter acesa a fogueira de ódios e de vinganças que notabilizou o sangrento
período do cangaço no Nordeste do Brasil.
Mesmo que os
artigos publicados nas edições do jornal A Noite do mês de abril de
1931 não sejam plenamente corretos, sejam imparciais e mesmo sem saber o seu
direcionamento político, ao ler este trabalho produzido há 84 anos à única
certeza que fica sobre as violências deste período é que os perdedores eram
sempre os mais fracos.
REFERÊNCIAS
[1] A
Noite foi um jornal vespertino criado pelo jornalista niteroiense Irineu
Marinho e lançado em 18 de julho de 1911 no Rio de Janeiro. Empreendedor,
Irineu Marinho vislumbrou já naquela época a ideia do conglomerado de mídia,
com uma ação dinâmica no jornalismo. Em 1922, sendo seu jornal acusado de
cooperar com o levante dos tenentes do Forte de Copacabana (18 do Forte),
passou quatro meses preso na Ilha das Cobras (baía de Guanabara), de onde saiu
com a saúde abalada. Partiu para a Europa com a família em 1924, de onde voltou
para fundar, em 29 de julho de 1925, O Globo – herdado por seu
primogênito, Roberto Marinho, com sua morte, em 21 de agosto, aos 49 anos.
Sobre o envio do correspondente e do fotógrafo, as razões do envio destes
profissionais não são comentadas.Ver –http://observatoriodaimprensa.com.br/armazem-literario/_ed723_irineu_e_o_jornalismo_no_seculo_20/
[2] Mesmo
aparentemente o trajeto realizado pelos enviados do jornal em 1931 ser
diferente das modernas estradas asfaltadas que ligam os dois municípios
baianos, segundo o jornalista, sem maiores paradas, o trajeto por eles
realizado levaria cerca de doze horas. Hoje é realizado, com tranquilidade, em
duas horas e meia.
[3] Ver
Jornal “A Noite”, Rio de Janeiro, edição de segunda-feira, 20 de abril de 1931,
2ª página.
[4] Ver
Jornal “A Noite”, Rio de Janeiro, edição de segunda-feira, 11 de maio de 1931,
3ª página.
[5] A
cidade mineira de Januária foi um importante entreposto comercial em uma época
que o Rio São Francisco permitia a navegação de grandes barcos a vapor. A
aguardente de Januária passou a abastecer todo o país, sendo apreciada e
elogiada pelos maiores conhecedores, tornando a cidade um sinônimo de cachaça
de qualidade produzida no Brasil. O primeiro engarrafador de aguardente em
Januária, segundo informações locais, foi o Sr. Abílio Magalhães em 1926 com a
marca “Januária Crystal”. Em 1928 o Sr. Claudionor Carneiro lançou a marca
“Januária”, que posteriormente teria seu nome alterado para “Claudionor”.
Outras marcas surgiram na cidade, muitas das quais já não existem mais. Verhttp://cachaca.januaria.zip.net/
[6] Ver
Jornal “A Noite”, Rio de Janeiro, edição de segunda-feira, 11 de maio de 1931,
3ª página.
[7] Ver
Jornal “A Noite”, Rio de Janeiro, edição de segunda-feira, 11 de maio de 1931,
3ª página.
[8] Ver
Jornal “A Noite”, Rio de Janeiro, edição de terça-feira, 12 de maio de 1931, 3ª
página.
[9] Ver
Jornal “A Noite”, Rio de Janeiro, edição de quinta-feira, 14 de maio de 1931,
1ª página.
[10] Segundo uma das notas do jornal, a
cidade de Senhor do Bomfim tinha no início da década cerca de 12.000 habitantes
e apenas 23 policiais para protegê-la, sendo raras as localidades que tinham
mais de 12 policiais. Ver Jornal “A Noite”, Rio de Janeiro, edição de
segunda-feira, 1 de fevereiro de 1931, 1ª página.
[11] Ver Jornal “A Noite”, Rio de Janeiro,
edição de quinta-feira, 14 de maio de 1931, 1ª página.
[12] Ver Jornal “A Noite”, Rio de Janeiro,
edição de quinta-feira, 15 de maio de 1931, 1ª página.
[13] Vale lembrar que antes destes ataques
no início do abril, Lampião evitou pela segunda vez um confronto contra os
defensores da cidade baiana de Itiúba. Verhttp://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2010/05/itiuba-repeliu-lampiao-2-por-rubens.html
[14] Ver Jornal “A Noite”, Rio de Janeiro,
edição de segunda-feira, 18 de maio de 1931, 1ª página.
[15] FONTES, Oleone Coelho. Lampião na
Bahia. 4a. ed. Petrópolis : Vozes, 2001. Páginas 214 a 217.
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
http://tokdehistoria.com.br/2015/07/06/as-faces-e-os-relatos-das-vitimas-de-lampiao-na-bahia/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com