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sábado, 23 de abril de 2016

A MORTE DE “PONTO FINO”

Virgínio é segundo da esquerda para direita e está sentado. - PS// O registro fotográfico na Fazenda Jaramataia, propriedade do interventor do Estado sergipano, foi colorizada por Rubens Antonio

Em 1927, depois de já ter perdido dois irmãos, Virgolino Ferreira, Lampião, recebe dois de sua família em seu grupo. Um, seu cunhado, Virgínio, depois usa o codinome “Moderno”, e o outro, seu irmão Ezequiel, que fica conhecido na história pela alcunha de “Ponto Fino”.

Ezequiel Ferreira 

Não há uma definição concreta por tal alcunha. Alguns autores dizem que era por ter boa pontaria, o que o próprio substantivo indica, porém, há aqueles que relatam que Ezequiel não tinha tanta malícia no manejo das armas e mais, outros, ainda dizem que jamais atirou.

Num local chamado Lagoa do Mel, em 23 de abril de 1931, o tenente Arsênio trava mortal batalha contra o bando de Lampião.


O Tenente estava bem informado sobre o paradeiro da horda, pelo coronel Petronilo, que vendo a chance de ficar livre do chefe cangaceiro, começa a informar a Força através de bilhetes.

Petronilo fora uma espécie de coligador do “Rei do Cangaço”. Ele comprava fazendas a mando de Lampião, com o dinheiro de Lampião, mas, em certa altura, não queria mais passar as ditas cujas para o verdadeiro dono. Com isso, a inveja e a cobiça, parte para o meio mais fácil, traí-lo.

Bem, a volante do tenente cai nos calcanhares do bando e, por fim, na Lagoa do Mel, o tiroteio fica intenso. Mais uma vez as baixas dos militares começam a crescer a olhos vistos. O tenente estava com uma metralhadora, porém, essa emperra e não mais funciona. Não tendo outro jeito, arranca-lhe uma peça importante, essa não mais funciona, e a deixa, partindo com o restante dos homens.

Foto cangaçonabahia.com - A Noite Ilustrada

As baixas da Força Policial chega em torno de 14 a 16 mortos. Do lado dos cangaceiros, os números são bem menores. No entanto, o “Rei do Cagaço”, perde seu irmão caçula, por quem tinha grande apreço. Dizem até, que após essa morte, ele fechou quase que por completo...na lama da Lagoa do Mel, nas quebradas do Sertão.

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: Ofício das espingardas

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O VELHO E A ESCADA PARA O CÉU

Por Rangel Alves da Costa

Nascido em família tradicionalmente religiosa, tendo desde cedo recebido os fundamentos cristãos, também desde jovem que começou a se preocupar com a salvação e a vida após a morte. Na sua mente, o comportamento humano sobre a terra, evitando o pecado e a desonra, talvez fosse como uma chave facilitadora da entrada no paraíso. Mas não somente isso.

Era preciso garantir sua subida ao céu a todo custo. Noites e mais noites acordadas, entre sonhos e pesadelos, imaginando como seria a morte pecadora e após ela os contínuos sofrimentos dos expurgados da salvação. Uns seguindo por uma estrada em brasas, outros caminhando entre flores e coros angelicais. E repetia a si mesmo que tudo faria para que o seu passo jamais fosse desviado da luz para a escuridão.

Católico fervoroso, obediente aos ensinamentos, fazia suas preces pontuais, carregava uma cruz de madeira sobre o peito, não perdia uma missa sequer. Lia e relia os evangelhos, os salmos, as lições sagradas. Servidor do próximo, fraterno com quem encontrasse, tudo fazia para não se sentir desviado daquela estrada de flores. Mas ainda assim continuava temendo os desvios após a morte.

Então, já passado dos sessenta anos, eis que começou a olhar para o alto, para o céu, com uma constância de se estranhar. No umbral da janela, sentado na cadeira de balanço debaixo da tamarineira, passando o tempo no banco da praça, ao invés de mirar os arredores se mantinha de olhos voltados para o alto, como a procurar qualquer coisa. Mas não procurava nuvem, passarinho ou a infinitude indecifrável, e sim imaginando qual seria a distância da terra até o céu.

Cada vez que olhava era como se imaginasse centenas de metros, quilômetros, distâncias e mais distâncias. Queria mesmo saber a distância entre o chão de sua casa até a porta do céu. Isso mesmo, subindo e subindo cada vez mais, como poderia alcançar os portais do paraíso. E assim porque há muito tempo planejava construir uma escada que chegasse até lá. Subiria, degrau a degrau, até alcançar seu lar de eternidade.


Não demorou muito e começou a colocar seu plano em ação. Viúvo, vivendo sozinho, ainda assim os filhos começaram a estranhar quando faziam visitas e sempre o encontravam ao lado de serrote, madeira, pregos, sempre juntando pedaços, batendo, pregando. Quando um dos filhos perguntou o que tanto fazia, a resposta tida foi simples: estou fazendo uma escada. Uma ótima atividade para passar o tempo, completou o filho. Contudo, não sabia que não era apenas uma escada, mas várias, muitas.

Quase todo o dinheiro da aposentadoria era gasto com madeira e pregos. Quase não saía mais de casa na dita ocupação de serrar, bater, pregar. Fazia uma escada após outra e cada uma que ficava pronta era colocada deitada num velho salão ali mesmo no quintal. Acumulava escadas como se acumulam sacos, fardos, velharias. E não pensava em parar o ofício até que suas forças permitissem. Quando sentisse que já estava fragilizado demais, então juntaria suas últimas forças para pregar uma escada na outra, sempre para o alto, e depois subiria até o céu. Cansando-se degrau a degrau, seu último suspiro seria já à entrada do paraíso. E estaria salvo. Assim imaginava.

Contudo, estranhando a ausência do religioso às suas missas, o sacerdote resolveu visitá-lo para saber se estava bem. Questionado pelo padre, pensou em inventar uma desculpa qualquer, mas logo recordou do pecado da mentira. E se mentisse não subiria nem dois degraus. Tinha que contar a verdade, não tinha saída. Ou a verdade ou a perdição. Contou tudo e muito mais detalhadamente acerca das escadas que estava construindo para chegar ao céu.

Diante do relato, imaginando a loucura tomando aquele bom senhor, o padre se fez de Tomé e pediu para conhecer as escadas. Estavam lá, empilhadas, tomando todos os espaços. Ante tal visão, o padre se fez cabisbaixo e assim permaneceu logo tempo, em seguida, já fora do salão, começo a olhar para o alto. E olhou e olhou. Depois se voltou para o velho e sorriu, docemente. Olhou no fundo dos seus olhos e disse:

“Meu bom amigo, milagres acontecem à nossa presença. E veja o que eu vi. Olhei para o alto e vi sua escada subindo, subindo, cada vez mais nas alturas, e você subindo degrau a degrau em direção ao céu. Mas ao chegar Deus o disse: Volte! Não é por escadas que se chega ao céu, mas pela caminhada na terra. Salvo estará todo aquele que reconhece no grão da terra a face do Pai. E toda sua vida foi de reconhecimento, por isto a terra mesmo o salvou. Aqui chegará na poeira do tempo, quando o seu grão em pó se tornar”.

Poeta e cronista
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ENTREVISTA COM DONA CYRA BRITO AO JORNAL BANDEPE (fevereiro de 1985)


ENTREVISTA COM DONA CYRA BRITO AO JORNAL BANDEPE (fevereiro de 1985)

Dona Cira Britto Bezerra, filha do prefeito da cidade de Piranhas, AL, e esposa do tenente João Bezerra, na época do cangaço.


Combateu, segundo relatos de historiadores, os cangaceiros comandados pelo chefe de subgrupo Gato. Um dos maiores, se não o maior, dos cangaceiros sanguinários. Na tentativa do mesmo resgatar sua companheira, a cangaceira Inacinha. 


Ela encontrava-se ferida e aprisionada. Para Gato, sua amada estava na cidade de Piranhas, AL. 


No entanto, por a mesma estar grávida e ferida na nádega direita, ferimento transverso, pois, ‘saiu’ o projétil na parte anterior, na altura da virilha direita, encontrava-se na cidade próxima, Olho D’água do Casado, só chegando a Piranhas após o ataque dos cangaceiros.

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: OFÍCIO DAS ESPINGARDAS

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ESTÁTUA VIVA

Por Geraldo Júnior

Na cidade que possui o maior número de nordestinos fora do nordeste não poderia faltar a figura do cangaceiro que é um dos mais representativos símbolos da nossa região.

Um flagrante feito nas ruas da cidade de São Paulo/SP de um artista que caracterizado de cangaceiro (Lampião) ganha a vida como Estátua Viva passando horas imóvel e contando com a contribuição financeira dos curiosos e transeuntes que apreciam a sua arte.

Essa fotografia foi registrada por Margarete Barbosa e pelos detalhes da imagem acredito que tenha sido realizada nas proximidades do Teatro Municipal de São Paulo/SP.

A arte das ruas simbolizando a rica e variada cultura nordestina.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior 
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=576267785870455&set=gm.1210844038928712&type=3&theater

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MAPA DA ROTA DE DESLOCAMENTO DA FAMÍLIA FERREIRA.


O mapa abaixo detalha a rota que a família Ferreira percorreu até chegar ao estado de Alagoas, onde faleceu em consequência da vida atribulada que levava D. Maria Lopes (Maria Sulena da Purificação) mãe de Lampião e onde foi morto pela polícia o pacato Sr. José Ferreira, patriarca da família.

Obs: A fonte do mapa foi perdida durante a renomeação de algumas imagens que foram realizadas por mim recentemente, porém quem souber identificar a fonte/origem, fique à vontade para citá-la.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior 
Grupo: O Cangaço
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MAIS UMA REVISTA SOBRE O CANGAÇO...

Por Carlos Alberto

Tudo indica que o termo cangaço tem derivação de canga, como atesta a maioria dos pesquisadores, entre os quais, José Peixoto Júnior e Honório de Medeiros. As peças canga e cangalha fazem parte do arreamento do animal. Onde o boi e o jumento são subjugados ao utilizar essas peças em atividades de trabalho. Então, o cangaceiro com a sua indumentária peculiar e os seus respectivos acessórios, dá uma conotação de ser dominado pelos seus apetrechos, mas, só aparentemente, pois, na realidade, um cangaceiro em combate era uma verdadeira fera humana.

O cangaço foi um fenômeno social do Nordeste brasileiro, e, hoje, faz parte da história e da cultura brasileira.

O tempo, o espaço e os atores sociais pertencentes ao fenômeno cangaceiro são exaustivamente estudados, como ciência ou como memória. Todo ano, vários estudos são construídos (teses) e desconstruídos (antíteses) para surgir uma nova síntese. São manifestações em livros, periódicos, artes, etc.

No momento, tem referência o periódico, em forma de revista, de circulação nacional e mensal, denominada de LEITURAS DA HISTÓRIA, editora Escala, edição de número 91, 68 páginas. Pode ser adquirida nas bancas...

Na Edição mencionada, tem uma matéria de oito páginas, ou seja, das páginas 30 a 37, ilustrada com fotografias de Benjamin Abrahão e Outros, assinada pelo Professor de História da Arte: Átila Soares da Costa Filho e com o seguinte título: “MAIS QUE TEMIDOS: sinônimos de maldade, forjados pela desigualdade social e fundiária”. 

A manchete de capa do citado periódico é a seguinte: “PROSCRITOS RURAIS:...”.

O autor destaca que Lampião foi o protagonista de todo um elenco de cangaceiros, indo de Lucas da Feira até a morte de Corisco, em 1940.

Também afirma que as causas do cangaço foram as desigualdades sociais e fundiárias e a falta da presença do Estado, resultando como forma particular e autônoma de banditismo.

A matéria está dividida partes. Primeiramente, o cangaço como fenômeno social rural, tinha uma ação à margem da lei, mas, bastante atuante proscritamente no sertão nordestino. 

Cita como grande fato o documentário produzido por Benjamin Abrahão sobre Lampião e seu bando, exibido no Cine Moderno, em 1938, na cidade de Fortaleza-CE, como sessão privada para convidados. 

Em pleno Estado Novo, Getúlio Vargas queria passar o Estado brasileiro como moderno e o cangaço não tinha espaço para tal.

Num segundo momento, o Autor mostra a origem do cangaço, começando com Lucas da Feira, passando por Jesuíno Brilhante, dando continuidade com Antônio Silvino, surgindo Sinhô Pereira, protagonismo de Lampião e o fim, com Corisco.

Como terceira parte, é mencionada a morte de Lampião, em julho de 1938, e causada pela volante de João Bezerra. Mas, também tem destaque a possibilidade de envenenamento ou a saída clandestina para Minas Gerais, como fenômenos do mito lampiônico.

E finalmente, encerra a matéria com a tradição e personagens únicos da cultura nordestina e brasileira. Mesmo de forma inconsciente, mas, a rebeldia cangaceira alimenta o imaginário e a alma do povo, como exemplo de “heroísmo”, diante de tantos problemas políticos, econômicos, sociais e a falta do papel institucional na tentativa de solucioná-los.

O Autor recomenda a leitura de livros, como ampliação do conhecimento, dos seguintes pesquisadores do cangaço: Amaury Corrêa, Frederico Pernambucano de Mello, Élise Jasmin, Firmino Holanda e Outros...

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts

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ACJUS


Sessão Solene da ACJUS-Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró, para Elogio ao Patrono dos Acadêmicos Benedito Vasconcelos Mendes e Wilson Bezerra de Moura, realizada na OAB-Mossoró, no dia 18-3-2016.

23/04/16 15:01:13: Benedito: http://youtu.be/-Lrp2_1orqc

Enviado pelo professor, escritor e presidente da SBEC Benedito Vasconcelos Mendes.

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LAMPIÃO O REI DO CANGAÇO filme completo 1964

https://www.youtube.com/watch?v=MAkn_7UlVJg

Publicado em 31 de janeiro de 2013
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