Por Carlos Alberto
Tudo indica que o termo cangaço tem derivação de canga, como atesta a maioria
dos pesquisadores, entre os quais, José Peixoto Júnior e Honório de Medeiros.
As peças canga e cangalha fazem parte do arreamento do animal. Onde o boi e o
jumento são subjugados ao utilizar essas peças em atividades de trabalho.
Então, o cangaceiro com a sua indumentária peculiar e os seus respectivos
acessórios, dá uma conotação de ser dominado pelos seus apetrechos, mas, só
aparentemente, pois, na realidade, um cangaceiro em combate era uma verdadeira
fera humana.
O cangaço foi um fenômeno social do Nordeste brasileiro, e, hoje, faz parte da
história e da cultura brasileira.
O tempo, o espaço e os atores sociais pertencentes ao fenômeno cangaceiro são
exaustivamente estudados, como ciência ou como memória. Todo ano, vários
estudos são construídos (teses) e desconstruídos (antíteses) para surgir uma
nova síntese. São manifestações em livros, periódicos, artes, etc.
No momento, tem referência o periódico, em forma de revista, de circulação
nacional e mensal, denominada de LEITURAS DA HISTÓRIA, editora Escala, edição
de número 91, 68 páginas. Pode ser adquirida nas bancas...
Na Edição mencionada, tem uma matéria de oito páginas, ou seja, das páginas 30
a 37, ilustrada com fotografias de Benjamin Abrahão e Outros, assinada pelo
Professor de História da Arte: Átila Soares da Costa Filho e com o seguinte
título: “MAIS QUE TEMIDOS: sinônimos de maldade, forjados pela desigualdade
social e fundiária”.
A manchete de capa do citado periódico é a seguinte: “PROSCRITOS RURAIS:...”.
O autor destaca que Lampião foi o protagonista de todo um elenco de
cangaceiros, indo de Lucas da Feira até a morte de Corisco, em 1940.
Também afirma que as causas do cangaço foram as desigualdades sociais e fundiárias
e a falta da presença do Estado, resultando como forma particular e autônoma de
banditismo.
A matéria está dividida partes. Primeiramente, o cangaço como fenômeno social
rural, tinha uma ação à margem da lei, mas, bastante atuante proscritamente no
sertão nordestino.
Cita como grande fato o documentário produzido por Benjamin Abrahão sobre
Lampião e seu bando, exibido no Cine Moderno, em 1938, na cidade de
Fortaleza-CE, como sessão privada para convidados.
Em pleno Estado Novo, Getúlio Vargas queria passar o Estado brasileiro como
moderno e o cangaço não tinha espaço para tal.
Num segundo momento, o Autor mostra a origem do cangaço, começando com Lucas da
Feira, passando por Jesuíno Brilhante, dando continuidade com Antônio Silvino,
surgindo Sinhô Pereira, protagonismo de Lampião e o fim, com Corisco.
Como terceira parte, é mencionada a morte de Lampião, em julho de 1938, e
causada pela volante de João Bezerra. Mas, também tem destaque a possibilidade
de envenenamento ou a saída clandestina para Minas Gerais, como fenômenos do
mito lampiônico.
E finalmente, encerra a matéria com a tradição e personagens únicos da cultura
nordestina e brasileira. Mesmo de forma inconsciente, mas, a rebeldia
cangaceira alimenta o imaginário e a alma do povo, como exemplo de “heroísmo”,
diante de tantos problemas políticos, econômicos, sociais e a falta do papel
institucional na tentativa de solucioná-los.
O Autor recomenda a leitura de livros, como ampliação do conhecimento, dos
seguintes pesquisadores do cangaço: Amaury Corrêa, Frederico Pernambucano de
Mello, Élise Jasmin, Firmino Holanda e Outros...
Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts
http://blogdomendesemendes.blogspot.com