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domingo, 13 de março de 2022

O CURIOSO DIA EM QUE PADRE CÍCERO ENCONTROU LAMPIÃO — QUE FOI ENGANADO

Por LIRA NETO

Frente a frente pela primeira e única vez, o episódio rendeu uma peculiar narrativa

Lampião (à esqu.) Padre Cícero (à dir.) - Wikimedia Commons

Ali estavam, frente a frente, pela primeira e única vez, os dois maiores mitos de toda a história nordestina. Uma terceira figura era indiretamente responsável pelo singular encontro: Luis Carlos Prestes, o comandante da Coluna Prestes, movimento militar guerrilheiro que desde o ano anterior serpenteava pelo interior do país, enfrentando as tropas do presidente Artur Bernardes.

Quando a marcha da coluna rumou para o Nordeste, o governo federal não teve dúvidas: convocou os chefes políticos locais para formarem exércitos próprios e assim combater os rebeldes. No livro O General  Góes Depõe, da  década  de 1950, o próprio general Góes Monteiro, chefe de estado-maior das operações contra a Coluna Prestes, assume que partiu dele a ideia de convocar jagunços e cangaceiros para fazer frente ao avanço de Prestes.

No Ceará, coube ao deputado Floro Bartolomeu, médico e aliado político do Padre Cícero, fazer o convite oficial ao bando de Lampião para se engajar no “Batalhão Patriótico”. Em fevereiro de 1926, Cícero ainda tentou uma solução pacífica. Assim, enviou ao bando uma carta em que incitava a depor armas.

Em troca, prometeu abrigo em Juazeiro do Norte, onde seriam submetidos a um tratamento justo. De acordo com o relato de Lourenço Moreira Lima, secretário da Coluna Revolucionária, a mensagem foi recebida.

“Tivemos a oportunidade de ler essa carta escrita com uma grande ingenuidade, mas da qual ressaltava o desejo íntimo e sincero do padre no sentido de conseguir fazer a paz”, escreveu Moreira Lima em seu diário de campanha, publicado em 1934.

O pedido, como se sabe, foi ignorado. Quando Lampião chegou no dia 4 de março à cidade de Juazeiro do Norte, atendendo ao chamado de Floro, este não se encontrava mais por lá. Doente, o deputado federal viajara para o Rio de Janeiro, onde acabaria morrendo.

Padre Cícero se viu então com um problema nas mãos: recepcionar o bandido e seus cabras na cidade e mais ainda, cumprir o que havia sido combinado entre Lampião e o deputado, com a devida aprovação do governo federal: o cangaceiro deveria receber dinheiro, armas e a patente de capitão do “Batalhão Patriótrico”.

Lampião e outros 49 cangaceiros ocuparam uma casa próxima à fazenda de Floro, nas imediações da cidade, e, em seguida, alojaram-se em Juazeiro do Norte, no sobrado onde residia João Mendes de Oliveira, conhecido poeta da região.

Foi lá que o Padre Cícero encontrou o bando. Os bandidos, ajoelhados, teriam escutado padre tentar convencer seu líder de largar o cangaço logo após voltasse da campanha contra Prestes. Mandou-se então chamar o único funcionário federal disponível na cidade, o agrônomo Pedro de Albuquerque Uchoa, para redigir um documento que, supostamente, garantiria salvo-conduto ao bando pelos sertões.

O papel, como Lampião viria a descobrir tão logo saiu da cidade, não tinha qualquer valor legal, o que não o impediu de assinar, daí por diante, “Capitão Vírgulino”, um título que não existia.  Ciente da desfeita, o cangaceiro não se preocupou mais em dar combate à Coluna Prestes.

Já obtivera dinheiro e armas em número suficiente para seguir seu caminho de bandoleiro. Mais tarde, Uchoa justificou seu papel no episódio: diante de Lampião, assinaria qualquer coisa. “Até a destituição de presidente da República”, disse.

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/o-curioso-dia-em-que-padre-cicero-encontrou-lampiao-que-foi-enganado.phtml

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O CARIRI CANGAÇO CHEGA AO "LERUAITE" DO FESTEJADO HUMORISTA FALCÃO...

 

Falcão e Manoel Severo: Cangaço no Leruaite...

Aconteceu na noite do ultima quinta-feira, dia 10 de março a gravação de mais uma edição do programa "Leruaite" protagonizado por um dos mais festejados humoristas cearenses e do Brasil; compositor, cantor, ator e arquiteto: Falcão. Dessa vez Falcão recebeu para uma conversa pra lá de animada o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa que levou na bagagem o lançamento da mais  nova edição do Império do Bacamarte, do escritor Joaryvar Macedo e também a dinâmica agenda do Cariri Cangaço 2022, com grandes eventos em Paulo Afonso em março, Piranhas em julho e Serra Talhada em novembro.

Cartunista Valber, Manoel Severo e Falcão
Trio "Tô nem vendo..."
"Padre Cicero, Floro Bartolomeu, dona Fideralina e Lampião invadiram 
o Leruaite de Falcão, com Manoel Severo"

O clima de descontração que invade o ambiente muito antes do inicio das gravações acabou trazendo para a sala de visitas do Leruaite, alguns dos mais fortes personagens do sertão de outrora, do Ceara e do Nordeste. Padre Cícero, dona Fideralina, Monsenhor Afonso Pequeno, coronel Santana, Floro Bartolomeu, e não poderiam faltar, Lampião e Maria Bonita.

"Fomos convidados pelos amigos Tarcísio Matos e Hélio Santos para trazer ao Leruaite o lançamento da nova edição do Império do Bacamarte do grande Joaryvar Macedo, como também apresentar a agenda Cariri Cangaço 2022, agora juntar esse povo todo; Padre Cicero, Lampião, Fideralina, Floro... toda essa gente com o Falcão, vocês imaginem o que pode ter saído, é aguardar a exibição para conferir, valeu Leruaite, abração Falcão !" confirma Manoel Severo.

Andressa Katlinn e Falcão
A primorosa arte de Valber e o resultado: o cangaceiro Manoel Severo

"Apresentado pelo humorista e cantor Falcão Maia, o programa Leruaite é um dos mais populares da TV Ceará em formato de talk-show e traz consigo toda a graça do humor cearense. Entrevistas com personalidades da cultura local, músicas, beleza, elegância e muita “fuleragem”, Leruaite vai ao ar toda quinta-feira, às 22h, com reprise sempre aos domingos, 16h. O telespectador pode acompanhar o programa na íntegra pela TV, Portal, Youtube e redes sociais da TVC."



Gravação do Programa Leruaite.
TV Ceará, 10 de Março de 2022

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/03/o-cariri-cangaco-chega-ao-leruaite-do.html

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JESUÍNO BRILHANTE - O CANGACEIRO (1972) - FILME COMPLETO

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=C9VcR4F4Qkg

Filme baseado na história de Jesuíno Alves de Melo Calado "Jesuíno Brilhante", natural de Patu/RN e foi dos precursores do cangaço no Nordeste brasileiro.

Também chamado de "Jesuíno Brilhante" ou "O Cangaceiro Romântico", nasceu de uma família aristocracia rural sertaneja, no sítio Tuiuiú, região da cidade de Patu, e virou bandoleiro em 1871 pelo fato de seu irmão ter apanhado no meio da rua de sua cidade natal e pelo roubo de uma cabra que lhe pertencia[2].

Diferente da filosofia dos cangaceiros do século XX, que roubavam e pilhavam, Jesuíno Brilhante foi considerado um cangaceiro gentil-homem, um tipo de Robin Hood, pois adorava e era adorado pela população pobre e sempre os ajudavam em questões financeiras e sociais, como subtrair dos coronéis o que era dos nordestinos, quando saqueava os comboios de alimentos que eram enviados pelo governo, para as vítimas das secas, mas que ficavam nas mãos dos poderosos e nunca chegavam à população. Além disto, também era defensor dos fracos, das crianças agredidas, dos velhos e das moças ultrajadas. Entre 1871 e 1879, o cangaceiro romântico implantou um “Estado Paralelo” nos sertões brasileiros[3][4].

O desfecho final de Jesuíno de Melo Calado foi numa emboscada na região das Águas do Riacho de Porcos, na cidade de Brejos do Cruz, na Paraíba, quando levou dois tiros e morreu pouco depois no local denominado de "Palha".

Seus restos mortais estão desaparecidos, pois após a sua morte, seu corpo foi levado pelo médico Francisco Pinheiro de Almeida para exposição no Colégio Diocesano de Mossoró por longos anos e na sequência, fez parte do acervo museológico do alienista Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, que por fim, removeu do acervo sem dar paradeiro do destino final.

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