Por José
Francisco Gomes de Lima
Por volta de
1916 a 1920 O Cangaço ganharia três novos cangaceiros oriundos da Chapada do
Araripe no Cariri cearense. O Cangaceiro João Ricardo vulgo-gavião, tinham
outros dois irmãos que consequentemente enveredaram o Cangaço. Eram eles;
RAIMUNDO PENTEADO é RUBIÃO.
Esta família era de raízes de trabalhadores do campo. Eles Eram negociantes e
também possuíam alguns animais para almocrevaria. Um dia eles toparam de frente
com a volante comandada pelo tenente PEREGRINO MONTENEGRO. A volante de
Montenegro não era muito bem falada naquele tempo. Por onde esta volante
passava não deixava boas lembranças.
(Observação)
esse peregrino É o mesmo do episódio de Ioiô Maroto.
Pois bem. Um
dia a volante encontrou os irmãos em uma estrada perto da cidade de Porteiras
no Ceará. Houve um bate-boca e um dos irmãos que estava bêbado leva uma surra.
No meio do alvoroço os irmãos se dana no mato e fogem. Começou aí a perseguição
aos irmãos porque no meio da briga um soldado quebrou a coronha de um fuzil que
caiu no chão. Isso deixou o tenente Peregrino furioso.
A partir da a sociedade perde três trabalhadores e o cangaço ganha três novos cangaceiros.
No ano de 1923 Gavião é incorporado ao bando de Virgulino Ferreira da Silva vulgo Lampião. Dessa vez Gavião vai protagonizar um episódio parecido com o
que houve com ele e seus irmãos. No começo do ano de 1924 Lampião empresta
Gavião e mais 3 cabras a Antônio Padre. Antônio padre era natural de Salgueiro
no Pernambuco e almejava raptar GENEROSA uma filha de Arlindo Rocha. Arlindo
Rocha neste tempo era apenas um comerciante e fazendeiro da região das
Barrocas.
E daí que o jogo muda. Arlindo Rocha sofre muitas ameaças vindo de Antônio
Padre que no passado foi um trabalhador de Arlindo Rocha. Neste tempo Lampião
não se envolveu porque ele se encontrava baleado. Este foi o motivo para que Lampião emprestasse Gavião e mais três cabras a Antônio Padre. Segundo relatos
Gavião liderava o bando quando eles estacionaram em um pé de imbu no sítio
pilão.
Arlindo Rocha recebe uma informação preciosa de um amigo. Esta informação seria
que o bando de Antônio Padre estava nas regiões e montando um plano para
uma possível invasão às Barrocas. Numa impressionante manobra de logística
Arlindo Rocha reúne cabras de sua família e amigos e de imediato vão em direção
ao sítio Pilões.
A partir desse
momento Arlindo Rocha já não é mais um simples comerciante. Depois do que iria acontecer
ele seria obrigado a incorporar-se nas volantes Pernambucanas para perseguir
cangaceiros.
Dá para perceber que o sertanejo antes de tudo é um forte. Gavião é Arlindo
Rocha usaram o que eles tinham a sua disposição para enfrentar os obstáculos da
vida.
Arlindo Rocha usa de uma Agilidade igual a de uma raposa e de modo
surpreendente abre fogo contra Antônio padre que se encontrava no meio do
bando. Antônio Padre é varado de bala. Gavião que estava conversando com ele, é
baleado. Os cangaceiros não reagiram pois Arlindo Rocha pegou todos com as
calça na mão.
Antônio Padre já morto ,'mas sem saber' agarra no ombro de gavião que mesmo
ferido consegue transportá-lo por uns 150 metros na caatinga. Chegando em um
barranco gavião ver que o seu amigo Antônio Padre já começa a amolecer devido à
imensa quantidade de sangue deixado no caminho. Gavião deixa o seu companheiro
dentro de uma pequena grota e em seguida partiu em direção ao sítio alazão onde
ele tinha um tio que morava lá.
O FIM DE
GAVIÃO
Ao chegar nas
imediações na casa de seu tio Gavião fica embaixo de um Juazeiro. Logo ele
recebe água e alimentação. Passado alguns dias debaixo desse Juazeiro Gavião
foi visto por um Vaqueiro. Gavião pede ajuda o vaqueiro e sem saber
do Fogo dias antes vai até Arlindo Rocha para avisar que tinha um homem no mato
quase morto. Gavião estava com sua perna em situação de emergência. Já tinha
até apodrecido o ferimento.
O vaqueiro então vai avisar Arlindo Rocha do ocorrido. Arlindo Rocha ao saber
dá notícia manda seus dois homens de confiança até o local indicado pelo
Vaqueiro. A partir daí entra em cena MARCULINO MATIAS LEITE é JOÃO MATIAS ROCHA
e mais uns dois cabras, homens de inteira confiança de Arlindo Rocha.
Ao chegar no local Marcolino, João Lica e os outros encontra o cangaceiro que
estava deitado na sombra do Juazeiro. Gavião não esboçou nenhuma reação. já
sabia que aqueles homens eram parentes de Arlindo Rocha. Marcolino chega
próximo de gavião e pergunta:
- Ei cangaceiro, si fosse eu qui tivesse no teu lugar o qui tu fazia cun
eu?
Gavião respondeu:
- Eu fazia o mesmo qui voceis vão fazer com eu. Agora eu só quero uma
coisa: Eu não quero ver voceis atiranu neu. Queru que voceis atiri neu pelas
costas".
João Lica disse:
- Tá serto. Apois vá pra ali.
Nesta hora de
bastante aflição o cangaceiro se arrasta e fica ajoelhado de costas para os
seus algozes. Os cabras de Arlindo Rocha descarregam seus rifles nas costas de Gavião de maneira muito feroz. Gavião baleado recebe aquelas descargas de
chumbo nas costas encerrando sua jornada no cangaço.
Ali ele cai tendo seu
sofrimento encerrado. Marcolino e João Lica então cava uma cova e faz o enterro
do cangaceiro em cova Rasa. Acabou-se ali a história de um homem muito valente e respeitado até mesmo por Lampião.
Esta postagem
é apenas um resumo do que estar por vim de um grande documentário sobre Arlindo
Rocha e o fogo dos Pilões que será exibido em breve no canal cangaçologia. As
gravações foram feitas em dezembro de 2019 junto com netos de Arlindo Rocha e
netos de João Lica e parentes da família.
Fonte: arquivo
pessoal - Lampião governador do Sertão.
Agradecimestos:
Luis rocha, Renato rocha é ze de peinha.
Apoio: rota do
cangaco
"Deus
estar no comando"
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