Por José Mendes Pereira
O saudoso fotógrafo e pesquisador do cangaço, José Geraldo Aguiar, que escreveu o livro: "LAMPIÃO, O INVENCÍVEL DUAS VIDAS, DUAS MORTES", pelo que vi, ele não leu nada sobre a morte do Padre Cícero Romão Batista de Juazeiro. Veja o que ele fala sobre o suposto Lampião que não morrera em Angico no Estado de Sergipe: "- Tive acesso também à identidade, certidão de nascimento, ele usou 13 anos em Minas Gerais para permanecer na clandestinidade. Tive acesso a vários objetos de Lampião. Ele estava com 41 anos de idade. Fugiu do cerco da Polícia de Sergipe com apoio de Padre Cícero e outras pessoas. Eu tive essa dádiva de encontrá-lo".
O fotógrafo pisou na bola, quando aceitou o que disse o Lampião de Buritis, afirmando que quem o ajudou a fugir do cerco da Polícia de Alagoas foi o Padre Cícero e outras pessoas. Outras pessoas, tudo bem, mas padre Cícero ter ajudado o capitão fugir do cerco policial, é invencionice, porque quando o grupo de Lampião foi atacado na Grota de Angico pelas volantes do tenente João Bezerra da Silva, na madrugada de 28 de julho de 1938, padre Cícero já estava descansando no seu túmulo desde julho de 1934, pois ele faleceu no dia 20 deste mês.
o fotógrafo e escritor José Geraldo Aguiar
Ainda disse o escritor: "- Vários escritores já disseram que ele não morreu em Angico, eu não sou o primeiro, só que eu tive dádiva de encontrá-lo. Fui o último amigo e confidente, estava com a história toda, só que ele me pediu para não divulgar nada enquanto estivesse vivo".
Se fosse mesmo Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião de Pernambuco, o destemido, o perverso e sanguinário, por que ele pediu para que o pesquisador não divulgasse nada enquanto ele estivesse vivo?
Acima, Lampião de Pernambuco, abaixo, Lampião de Buritis-MG
O certo é que, sem sombra de dúvidas, este Lampião era mesmo lá de Buritis, das terras do Estado de Minas Gerais, temendo que fosse descoberta a sua verdadeira farsa, passando por todos os seus amigos e admiradores como que ele fosse o valente de Pernambuco, Virgulino Ferreira da Silva o Lampião de Maria Bonita, filho dos sofridos José Ferreira da Silva e dona Maria Sulena da Purificação.
Claro que o José Geraldo Aguiar o que escreveu foi baseado nas informações do seu depoente, no caso, o famoso Lampião de Buritis, que não tem nenhuma semelhança com o Lampião verdadeiro das terras de homens valentes ao extremo, lá de Pernambuco.
Lógico que eu não estava lá na Grota de Angico no momento da chacina, mas quem estava lá, não mente, um deles, Manoel Dantas Loyola, o cangaceiro Candeeiro que, afirma em vídeo, gravado pelo cineasta Aderbal Nogueira que, Lampião e Maria Bonita morreram naquela madrugada de inferno.
Se você quiser saber mais sobre o Lampião de Buritis clique neste link:
http://www.nosrevista.com.br/2010/01/28/biografo-de-lampiao-afirma-que-o-rei-do-cangaco-nao-foi-assassinado-em-sergipe/
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