Cangaço - Raso da Catarina e lampião por João de Sousa Lima - parte 1
Primeira parte da live com João de Sousa Lima, transmitida em 26/01/2021.
Contatos de João de Sousa Lima:
(75) 98807-4138
joaoarquivo44@bol.com.br
Link desse vídeo:
https://youtu.be/K3ThpvHpB-Q
Cangaço - Aristeia e sua entrega
- Aristeia fala de um tiroteio onde ela fugiu levando o filho de Moreno e Durvinha nos braços.
- O tiro que Moreno dava para o grupo se encontrar.
- O medo após a morte de Catingueira e a sua prisão.
- Explicações de Amaury e João de Sousa.
Link do vídeo:
https://youtu.be/5rH0WpkRnFk
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A partir desse clip postarei uma série de vídeos com João de Sousa Lima e a ex-cangaceira Aristéia.
Imagens: Ricardo Cajá
Música: Cangaceiro do Mato (Jadilson Ferraz)
Instrumental: Beto Sousa
Link desse vídeo:
https://youtu.be/prK7pXSsztw
Lembro-me que o real (moeda brasileira), foi criado no governo Itamar Franco no ano de 1994, para resolver uma das
maiores crises inflacionárias do mundo. Na época das maquininhas de remarcar,
os preços chegavam a subir três mil por cento ao ano no Brasil. O Plano
conseguiu reduzir a inflação a níveis aceitáveis.
Lembro-me que alguns meses passados, o então ex-governador do Estado do Rio Grande do Norte, um dos maiores oradores do Estado, que votei uma única vez para vê-lo eleito a Deputado Estadual, o senhor Aluízio Alves, disse em uma determinada emissora de rádio, que o real dentro de 6 meses estaria totalmente desvalorizado.
O que se ver até hoje, independentemente de presidente da república, 26 anos depoisque foi criada a nossa moeda brasileira, o real continua bastante forte.
O ex-governador do Estado, apesar de ter sido um político bastante admirado no Rio Grande do Norte, errou, quando afirmou isso. São 26 anos que se passaram.
Ruas enfeitadas, festas por todos os lados, emoção à flor da pele, demonstrações de “patriotismo”: no Brasil e em muitos países, a cada quatro anos, vemos repetir-se a força de mobilização de uma Copa do Mundo de Futebol, cujas finais, que atualmente contam com 32 seleções nacionais, envolvem mais público, movimentam mais recursos e angariam mais prestígio do que os Jogos Olímpicos, outro grande evento esportivo que reúne mais de 20 modalidades.
As primeiras ideias de organizar uma competição mundial de futebol surgiram em 1905, em um cenário em que havia muitas iniciativas de criação de movimentos internacionais (escotismo, esperanto, Cruz Vermelha, jogos olímpicos, entre outros). As iniciativas, todavia, não chegaram a se concretizar por questões operacionais ou políticas, como a Primeira Guerra Mundial.
Somente a partir da década de 1920, quando a FIFA (Federação Internacional de Futebol Association, órgão máximo da modalidade, criada em 1904) era dirigida por Jules Rimet, houve esforços mais sistemáticos no sentido de operacionalizar a proposta, que culminaram com a organização da primeira Copa do Mundo, em 1930, no Uruguai, graças em grande parte ao desempenho da diplomacia do país-sede.
Ao contrário dos Jogos Olímpicos, organizados por cidades, as Copas do Mundo sempre foram promovidas por países. Do primeiro torneio, apenas 14 equipes nacionais participaram, sendo nove do continente americano e cinco do europeu.
Naquela ocasião, provavelmente não se imaginava que a competição iria crescer de tal forma que envolveria praticamente todos os países do mundo. Vale citar que a FIFA possui mais associados do que a Organização das Nações Unidas (ONU). Também no Brasil, essa primeira edição não teve grande impacto, inclusive pelo fato de a equipe representativa ser fruto de uma cisão entre paulistas e cariocas.
A seleção brasileira obteve um modesto sexto lugar. O Uruguai foi o campeão, o que não surpreendeu por sua condição de bicampeão olímpico (1924 e 1928) e país-sede.
A segunda edição do evento foi realizada em 1934, na Itália. A competição começava a tornar-se mais popular, tendo sido inscritas 32 seleções para 16 vagas, tornando necessária a organização de eliminatórias. Tal Copa coincide com o avanço do fascismo na Itália, bem como de regimes autoritários na Alemanha, na Espanha e Portugal. Foi concebida por Mussolini como uma forma de provar ossupostos avanços possibilitados pelo novo regime. Até mesmo facilitou-se a naturalização de estrangeiros, a fim de fortalecer a seleção italiana. Curiosamente, um brasileiro, Anfilogino Guarisi, foi campeão jogando pela equipe da casa.
Os torcedores brasileiros somente se empolgaram com a Copa do Mundo a partir de 1938, realizada na França. Com os problemas de organização no futebol nacional bastante amenizados, em função da intervenção governamental (já em pleno Estado Novo), enviou-se uma equipe forte, que contou com grande apoio popular. O Brasil conquistou o terceiro lugar, tendo uma participação bastante destacada: perdeu a semifinal para a Itália, um jogo bastante controverso por problemas de arbitragem. Leônidas da Silva foi o artilheiro da competição.
Deve-se ter em conta que, no cenário brasileiro, o futebol começava a ser mais comumente mobilizado como elemento discursivo na construção de uma identidade nacional, inclusive por uma reabilitação dos fenômenos culturais considerados mestiços, momento que tem como uma importante marca a difusão das ideias de Gilberto Freyre.
Algo que contribuiu e foi mesmo fundamental para o crescimento da popularidade do futebol e das Copas foi a atuação dos meios de comunicação. No Brasil, se em 1930 os torcedores tinham de esperar pelas notícias nas redações dos jornais, em 1938 já era possível acompanhar os jogos pelo rádio e também se podia assistir posteriormente às partidas nos cinemas.
Em 1958, os jogos já podiam ser acompanhados pela televisão, sempre alguns dias depois de sua realização. Ao vivo, isso somente se tornou possível a partir da Copa de 1970. Nessa ocasião, fora introduzido o recurso do replay e, no decorrer do tempo, cada vez mais inovações tecnológicas marcariam as coberturas esportivas. A transmissão dos jogos tornou-se um verdadeiro espetáculo, transmitido por muitas emissoras de todo o mundo, que pagam direitos caríssimos e buscam a todo custo conquistar o público.
A Copa do Mundo é o evento líder mundial de audiência televisiva. Na última edição do evento, realizada no Brasil, em 2014, estima-se que houve cerca de 4,5 milhões de espectadores por partida, média superior à obtida na África do Sul.
Vários recordes mundiais foram também quebrados nos outros meios de comunicação, inclusive na internet.
Aproximadamente 1 bilhão de torcedores acompanharam on-line os jogos pelo site da FIFA No Brasil, se em 1938 o interesse foi grande, a Copa do Mundo tornou-se mesmo uma febre quando o país organizou a edição de 1950, construindo para tal o que na época seria o maior estádio do mundo e que ainda hoje, já bastante modificado por reformas recentes é uma das grandes referências do futebol mundial: o Maracanã.
Depois de duas goleadas na fase final, ninguém esperava que o Uruguai fosse sair vitorioso na partida decisiva contra a seleção brasileira. A derrota por 2 × 1 foi uma das maiores tristezas do esporte brasileiro, para alguns foi mesmo encarada como uma marca das debilidades da nação.
Na ocasião, a competição era retomada depois do fim da Segunda Grande Guerra, e o Brasil, com a organização do evento, vislumbrava demonstrar seu protagonismo no novo tabuleiro internacional. Essa postura tornou-se comum no decorrer do século, inclusive em função da Guerra Fria: os blocos socialista e capitalista transferiram parte de seus conflitos e enfrentamentos para as instalações e competições esportivas.
Depois do fracasso na Copa de 1950, repetido na edição de 1954, realizada na Suíça, o país finalmente sagrou-se campeão em 1958, na Suécia, em um torneio que ficou marcado pela aparição internacional de uma das maiores estrelas da história do futebol e do esporte do século: Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, na época com 17 anos.
A seleção brasileira voltaria a se sagrar campeã em 1962, na Copa do Chile, onde o grande destaque foi Garrincha, não se saindo bem em 1966, na Inglaterra, uma edição marcada pela violência e pela benevolência dos árbitros com a equipe da casa, que se sagrou vitoriosa em uma final extremamente polêmica com o time nacional da Alemanha.
Em 1970, no México, a equipe nacional tornou-se a primeira tricampeã da competição, após uma fase da preparação marcada por conflitos internos, com o técnico João Saldanha sendo substituído por Zagalo, mas também por grandes investimentos no treinamento. Nunca antes uma seleção brasileira fora tão bem preparada, com tanta antecedência.
Muitos autores sugerem que esses investimentos estariam ligados à vontade dos militares, que comandavam o regime de exceção em vigor no país, de provarem o quanto eram adequadas suas propostas para o país. Além disso, estariam relacionados com uma estratégia de dispersão e distração da população brasileira. Tais hipóteses têm sido muito contestadas. Independentemente das polêmicas, não se pode negar a ampliação da atenção ao esporte a partir de então, bem como o forte clima de patriotismo que cercou a participação da seleção brasileira no México.
As Copas de 1974 (Alemanha), 1978 (Argentina, uma edição muito polêmica em função de o país-sede viver um período ditatorial, liderado por militares, que cometiam constantes desrespeitos aos direitos humanos), e 1982 (ao contrário da anterior, marcada pelo processo de redemocratização da Espanha) foram marcadas por muitas mudanças, uma tentativa de a FIFA se sintonizar com o novo cenário internacional, algo que imediatamente repercutiu no aumento do número de participantes nas finais do evento e numa maior atenção para as equipes asiáticas e africanas.
Além disso, melhor se estruturavam as estratégias de negócios ao redor do futebol. Em 1982, pela primeira vez foi introduzido o conceito de “patrocinador oficial”. Se as primeiras propagandas apareceram de forma muito embrionária já na Copa de 1934, a partir da Espanha essa relação comercial tornou-se cada vez mais intensa. Basta lembrar que, no Brasil, o personagem “Pacheco”, parte da propaganda de uma empresa de lâmina de barbear, tornou-se um dos mais populares até hoje.
Por trás dessas mudanças, deve-se citar o nome de João Havelange, que desde 1974 assumira a FIFA e veio a tornando uma das mais poderosas instituições do mundo. O dirigente tornou o futebol em um grande negócio global. As Copas do Mundo passaram a ser um dos principais palcos de lançamento de novidades, de estratégias comerciais e de badalação, a faceta mais conhecida de um dos esportes mais influentes e populares.
Se essas mudanças definitivamente projetaram o futebol, também trouxeram muitos problemas. Muitas têm sido as denúncias de que o aspecto esportivo está sendo abandonado em função dos lucros e do benefício dos investidores, para além de problemas de falcatruas financeiras diversas.
A Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, foi o momento auge desses problemas, uma expressão das ambiguidades que cercam o evento. Se de um lado alcançou popularidade e impacto jamais visto, foi marcada também por manifestações e insatisfação da população com os gastos públicos excessivos e com a interferência da FIFA na governança nacional. Se de um lado, observou-se um dos melhores resultados técnicos, foram também descobertas ilegalidades nos negócios que cercam a competição.
Somente no futuro será possível melhor precisar o impacto dessas ocorrências, mas provavelmente durante muitos anos ainda persistirá a articulação entre governos instituídos e mercado na promoção das Copas do Mundo. As próximas edições já têm sido marcadas por polêmicas em função das características autoritárias do governo de Putin, cuja Copa de 2018 ocorreu na Rússia e da compra de votos na escolha da sede de 2022 (Qatar), denúncia ainda não confirmada, que está sendo apreciada pela FIFA, que
também tem sido compelida a adotar posturas mais transparentes em função de escândalos financeiros que cercam o mundo futebolístico.
Fonte
Livro – Enciclopédia de guerras e revolução, Volume 1, 1901 a 1919, páginas 338 a 342. Organizadores – FRANCISCO CARLOS TEIXEIRA DA SILVA, SABRINA EVANGELISTA MEDEIROS e ALEXANDER MARTINS VIANNA.
Referências
HELAL, Ronaldo, CABO, Álvaro do. Copas do Mundo: comunicação e identidade cultural no país do futebol. Rio de Janeiro: EdUerj, 2014.
HOLLANDA, Bernardo Borges Buarque de; MELO, Victor Andrade de (orgs.). O esporte na imprensa e a imprensa esportiva no Brasil. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012.
MASCARENHAS, Gilmar, BIENENSTEIN, Glauco, SANCHEZ, Fernanda (orgs.). O jogo continua: megaeventos esportivos e cidades. Rio de Janeiro: EdUerj, 2011.
PRIORE, Mary Del; MELO, Victor Andrade de (orgs.). História do Esporte no Brasil: da colônia aos dias atuais. São Paulo: Editora Unesp, 2009.
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros.
Após a morte do famoso e sanguinário Virgolino Ferreira da Silva, o capitão Lampião, os cangaceiros que sobraram da sua "Empresa de Cangaceiros Lampiônica e Cia", ficaram sem chefe, isto é, como batalhão de militares sem comandante. Alguns deles tentaram dominar o bando, mas ninguém entendia mais de cangaço do que o velho guerrilheiro Lampião.
Grupo de cangaceiros de Lampião
E sendo assim, foi criado o indulto (que deveria ter sido criado muito antes), pelo então presidente da república Getúlio Vargas. O indulto é um ato de clemência do Poder Público, uma maneira de extinguir o cumprimento de uma condenação imposta ao sentenciado, desde que se enquadre nos requisitos pré-estabelecidos no decreto de indulto.
Grupo de cangaceiros de Moreno e Durvalina
Os decretos de indulto, costumam ser publicados em dias. No meio destes marginais sem chefes, estavam Corisco e sua esposa Dadá, o Moreno e Durvinha, Zé Sereno e Sila, e outros mais.
Grupo de cangaceiros de Corisco e Dadá
Agora, os remanescentes de Lampião eram obrigados a se entregariam às autoridades, ou seriam mortos pela polícia. E com isso, todos resolveram marchar para os pés das autoridades, tendo como um dos protetores, o capitão Aníbal Ferreira, que os julgou com o coração e não com a razão, libertando-os.
Foto do capitão
Aníbal Ferreira gentilmente cedida para o nosso blog pelo professor e
pesquisador do cangaço Rubens Antonio.
Mas numa condição: Aquele que voltasse a praticar os meus atos de antes, seria preso e julgados pela justiça. Nada melhor do que isso. Nenhum dos cangaceiros voltou à antiga vida, todos passaram a ser homens honestos e trabalhadores.
Grupo de cangaceiros de Zé Sereno e Sila
Se as autoridades tivessem pensado isso antes, e tivessem oferecido ao rei Lampião este mesmo acordo, quantos pais de famílias e famílias inteiras teriam se salvado das mãos dos cangaceiros, principalmente das garras do capitão Lampião? O problema era que as autoridades não queriam baixar a cabeça ou se humilharem diante do facínora, perverso e sanguinário capitão Lampião. Segundo os pesquisadores e escritores, ninguém mais voltou a praticar crimes contra ninguém.
O pastor Feliciano Teixeira, na porta da sala onde morreu Severino
Somente Severino Garcia Santos, o cangaceiro Relâmpago, que chegara ao Rio de Janeiro na década de 40, e faleceu aos 84 anos, e mesmo apesar de sua idade, um ano antes de morrer, o Relâmpago fora preso por esfaquear o agente de trânsito do Detran, Jorge de Oliveira Ribas, de 66 anos, após uma discussão sobre o preço de uma cabeça de peixe, num bar na Praça Tiradentes.
O cangaceiro Relâmpago
Na época, o ex-cangaceiro se vangloriara dizendo que, quando vivia no sertão, tivera 12 mulheres e matara mais de 20 pessoas com Lampião. Esta é uma informação do jornal "O Globo" publicado no dia 19 de abril de 1991.
Os penúltimos facínoras que desistiram do movimento social de cangaceiros foram Moreno e Durvalina. Sua data de desistência, segundo ele aos repórteres e pesquisadores, foi no dia 02 de fevereiro de 1940. Esta data ficou marcado em sua mente para sempre.
Clique e leia - https://www.otempo.com.br/diversao/magazine/pesquisador-narra-a-trajetoria-do-casal-que-fugiu-do-cangaco-1.310696
Os últimos cangaceiros que fecharam o movimento social de cangaceiros no Nordeste do Brasil, foram Corisco e Dadá, quando foram surpreendidos pela volante do tenente José Rufino, no dia 25 de maio de 1940.
Se você quiser saber mais um pouco sobre o cangaceiro Relâmpago clique neste link abaixo.
Se os cangaceirólogos acharem que o texto não está de acordo com a realidade, estou aqui para receber as correções. Nada me fará chateado, ao contrário, passarei a saber a verdade.