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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

OS LENÇOS AINDA MOLHADOS

*Rangel Alves da Costa

Madrugada de 05 de julho de 1993. O telefone tocou na hora mais inesperada e assustadora. Do outro lado, com a voz embargada, a amiga Sônia Godoy esforçou-se para dizer em poucas palavras: Houve um acidente na estrada de Canindé e seu irmão Alcimar morreu. Ele e Marcinho de Zé de Lídia.

Dois jovens, dois rapazinhos na bela flor da mocidade. Dois jovens abrindo a porta da vida, sendo mais velho Alcimar com 21 anos de idade, mas meninos ainda pelo percurso imaginado que ainda teriam pelo chão sertanejo. Um golpe duríssimo, doloroso demais, inesquecível, abrindo chagas nos corações familiares que jamais estarão completamente curadas. Por isso os lenços ainda molhados de Poço Redondo.

E Poço Redondo já perdeu muitos de seus filhos ainda jovens demais para partir. Eis sempre o pensamento humano ante o infortúnio e sempre contestando os chamados de Deus. Por mais que os destinos já estejam escritos por mãos sagradas, ainda assim muito difícil aceitar acontecimentos que sempre chegam como punhalada na alma. E os lenços molhados se encharcam de tristeza e sofrimento.

Jaminho, meu primo Jamisson Freitas, não está mais entre nós desde 05 de fevereiro de 2011, e eis um adeus angustiante demais apenas por relembrar. Também rapazinho, menino ainda, ou um jovem esbanjando simpatia, beleza pessoal, alegria e amizade aonde chegava. Inesquecível o seu jeito bonito de ser, contente demais com a filhinha Sophia, cheio de planos e sonhos. Mas eis que novamente o caminho da vida é interrompido cedo demais, num espanto anestésico que ainda nos dificulta acreditar. Por tais razões que os lenços de Poço Redondo ainda vivem melancolicamente encharcados.


Os motivos, as situações, os modos, nada disso releva quando se fala em sofrimento pela perda. Um adeus forçado, a perda do filho, do irmão, do parente, do amigo, é o que dói perante o acontecido. A despedida de qualquer pessoa próxima ou conhecida já motiva indescritível sofrimento, mas se imagine o tamanho da dor ao ter - de repente revelada diante de si - que se despedir de um jovem no seu mais belo instante da vida ou mesmo de alguém que cedo demais faz prostrar de dor a família e todo o sertão. E por isso mesmo os lenços molhados nunca secam nos varais da memória.

Manoel Messias, ou Mané Messias de Cordélia, ainda parece sorrir perante sua família e amigos de seu Poço Redondo. Com seus óculos, seu jeito inconfundível de ser, sua feição alegre, não haveria como não profundamente comover perante o acontecido, perante o adeus ainda numa fase florescente na vida. Com seu irmão Toinho, o eterno Toinho de Cordélia, mesmo numa idade já mais avançada, havia acontecido o mesmo. E assim porque sempre dilacera ter de se despedir daqueles que parecem que sempre estarão ao nosso lado.

Certamente alguns imaginam que aos poucos o tempo vai enxugando os lenços, acalantando os sofrimentos, até mesmo fazer esquecer os entes queridos e seus adeuses. Ledo engano. Não há tempo ou idade que faça deslembrar ou diminuir na memória quem realmente se ama e que, pelos chamados de Deus nos acasos da vida, já não se fazem presentes nos seios familiares, entre os amigos, na normalidade da existência. Não há como se esquecer da vida presente em Leto, nosso amigo Juquinha. A dor de ontem certamente será o mesmo sofrimento toda vez que o coração ou a memória chamar o seu nome, relembrar sua face amiga entre nós.

E tantos e tantos amigos, parentes, conhecidos, já partiram assim, na flor da idade, nos anos de bem viver, em instantes ainda produtivos. Arnon de Dona Hélia, como era mais conhecido. Hélio e Zélio de Tonho de Ulisses, Elder, Gladston, Arnon Dias de Adelvan, Zé de Delino. O nome de Zé de Delino, aliás, nem precisaria ser relembrado pelas pessoas, parentes ou amigos, pois é o próprio Poço Redondo, no seu chão e seu caminho, que haverá sempre de cultivar sua memória.

Não precisam dizer que me esqueci de mencionar muitos outros nomes. Sei disso. Reconheço a falta de menção, mas é que o espaço é curto e os lenços se encharcam ainda mais. E a memória, as lembranças e as saudades nos chamam a fazer orações. 

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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DOUGLAS APRATTO TENÓRIO

Clerisvaldo B. Chagas, 01 de dezembro de 2016 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.600

Infelizmente não pude comparecer ao evento cultural acontecido no Instituto Histórico e Geográfico. Querendo conversar com o meu ex-professor Douglas Apratto Tenório, dos velhos tempos do Colégio Guido de Fontgaland, terminei por perder a grande oportunidade em revê-lo. Tive o privilégio de ser o seu aluno numa situação em que precisava evoluir com boas aulas. Lembro bem do tema das suas últimas apresentações na minha turma que foi sobre a Antártida. Apesar da minha voracidade em leitura geográfica, aprendi coisas sobre o Continente Gelado à luz do professor.

Professor e historiador Douglas Apratto. Foto: (Ailton Cruz)

Saindo para outro colégio, perdi de vista o excelente mestre até que o descobri fazendo a história alagoana no papel. 

Em um dia cheio de tantas notícias péssimas no Brasil, quase que o lançamento da obra “Imago Controversa” passa ao largo da mídia estadual. Não é por ter perdido o lançamento que deixarei de adquirir o livro do professor que esbanja segurança e conhecimento como sempre fez diante dos seus alunos.

(...) “No livro Imago Controversa: A emancipação de Alagoas, o professor e historiador Douglas Apratto Tenório exerce todo o seu poder de expressão e conhecimento para defender uma ideia: a de que Alagoas sempre teve condições econômicas, políticas e sociais de se emancipar. Na obra, palestras, convenções e reflexões que o vice-reitor do Centro Universitário Cesmac compilou em homenagem aos 200 anos de Maceió. “Ano que vem comemoraremos o bicentenário do Estado, um marco fundamental que, infelizmente, ainda está envolto em uma polêmica” (...).

Estamos vivendo uma época em que a leitura parece ser valor em extinção. Não somente a leitura, mas pessoas dedicadas à cultura numa magnitude estelar semelhante ao meu velho mestre professor e historiador Douglas Apratto Tenório.


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ASCRIM/PRESIDENCIA – COMUNICADO ESPECIAL – FRENTE PARLAMENTAR E POPULAR EM DEFESA DA UERN – VEREADOR FRANCISCO CARLOS - OFÍCIO Nº 303/2016.


MOSSORÓ(RN), 01.12.2016,


PREZADOS ASSOCIADOS DA ASCRIM,

PREZADOS POTENCIAIS CANDIDATOS A ASSOCIADOS DA ASCRIM,

COMUNICAMOS QUE O PRESIDENTE DA ASCRIM, FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO, FOI CONVIDADO PELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR VEREADOR PROF. FRANCISCO CARLOS CARVALHO DE MELO, E ESTARÁ PRESENTE AO ATO DE LANÇAMENTO DA FRENTE PARLAMENTAR E POPULAR EM DEFESA DA UERN, HOJE(1º.12.2016), ÀS 9HS, NO PLENÁRIO DA CÂMARA MUNICIPAL DE MOSSORÓ.

NA OPORTUNIDADE O PRESIDENTE PODERÁ FAZER PRONUNCIAMENTO SOBRE O TEMA, ENTRE OUTROS “UMA MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE EM DEFESA DA UERN, PROPOSTA DE ELABORAÇÃO DE LEI PARA ENCAMINHAMENTO A CÂMARA DOS DEPUTADOS, INCLUSIVE CRIANDO DISPOSITIVO LEGAL PARA SUSTENTAÇÃO FINANCEIRA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE.

O ATO DO LANÇAMENTO SUPRAMENCIONADO, SERÁ VEICULADO PELA TV CÂMARA MUNICIPAL(CANAL 07).

SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
PRESIDENTE DA ASCRIM

C/CÓPIA PARA TODOS ASSOCIADOS DA ASCRIM,
C/CÓPIA PARA TODOS POTENCIAIS CANDIDATOS A ASSOCIADOS DA ASCRIM

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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REVIVENDO A INTRIGANTE MARANDUBA

Por Manoel Severo
Juliana Pereira e Alcino Costa e a Caravana Cariri Cangaço na Maranduba

Na semana passada, dia 26 de novembro, revivemos a grande batalha da Serra Grande, em seus 90 anos de história, sem dúvidas um marco dentro da historiografia cangaceira. Dentre outros registros tivemos a expedição dos confrades Louro Teles e Marcelo Alves, artigo postado neste mesmo blog. Quando falamos em Serra Grande, nos remetemos invariavelmente a outros dois combates célebres: Serrote Preto e Maranduba, que formam o mais famoso triunvirato  dos confrontos entre o rei vesgo, Lampião e as forças volantes...

Permitam nos transportar para as terras áridas da acolhedora Poço Redondo em Sergipe; berço do querido e inesquecível Alcino Alves Costa, patrono do Conselho Consultivo do Cariri Cangaço; ali, quando ainda era Porto da Folha, está localizada a Fazenda Maranduba, onde em janeiro de 1932 teríamos o emblemático "combate da Maranduba". "Nunca vi tanta bala como em Maranduba..." confessa Manoel Neto, o "Mané Fumaça" Nazareno...

Estive em Maranduba por quatro vezes; 2009 e 2010 ao lado de Alcino Alves Costa e ainda no carnaval de 2012 em Caravana Cariri Cangaço, ao lado do mesmo Alcino, Juliana Pereira, João de Sousa Lima, Aderbal Nogueira, Múcio Procópio, Lívio Ferraz, Afrânio Gomes e Luiz Camelo, depois mais recentemente em grande visita com mais de 150 pesquisadores durante o Cariri Cangaço Piranhas 2015, tendo a frente Archimedes e Elane Marques.


 Fazenda Maranduba e os Umbuzeiros históricos...
 Manoel Severo e a Cruz dos Nazarenos... 
A literatura do cangaço, a partir de pesquisas dedicados e criteriosas de vários escritores, vaqueiros da historia , como também depoimentos de remanescentes do fenomenal "fogo da Maranduba" nos trazem um cenário e um desfecho extremamente surpreendentes. As circunstancias tanto anteriores, como o próprio fogo e suas consequências nos colocam mais uma vez diante de um dos mitos do cangaço: A genialidade de Virgulino Ferreira da Silva

Maranduba ficou célebre na historia do cangaço e na memória de quem viveu o episódio, vamos recorrer a relatos de contemporâneos dos acontecimentos “uma coisa que foi muito comentada e com curiosidade, foi que no local em que aconteceu o fogo de Maranduba, durante vários anos, das árvores e dos matos rasteiros não ficaram folhas. Tudo era preto, como se tivesse passado um grande fogo. As árvores ficaram completamente descascadas de cima abaixo, de balas”, verdadeiramente um cenário de guerra...

 Escombros da antiga casa da Fazenda Maranduba
 Aderbal Nogueira, Lívio Ferraz, Afrânio Gomes e Mucio Procópio na 
Caravana Cariri Cangaço na Maranduba. 

Como em Serra Grande, o que poderia ter sido determinante para a fragorosa derrota das forças volantes em Maranduba ? Mesmo de maneira empírica, ficamos por várias horas olhando aquela imensidão de caatinga, relva rala, vegetação rasteira e mesmo compreendendo as mudanças que o tempo invariavelmente impôs ao lugar, parecia que era realmente uma loucura a investida do grupo militar em circunstancia tão adversa de terreno e localização. Será que mesmo depois de tanto tempo perseguido e combatendo Lampião, homens experimentados como Manoel Neto, Liberato de Carvalho, Zé Rufino dentre outros valorosos volantes, haveriam de mais uma vez menosprezar a capacidade estratégica de combate do rei dos cangaceiros ?

Pouco tempo antes havíamos tido o episódio das "ferrações" na vizinha Canindé do São Francisco, tendo como personagem principal Zé Baiano. Será que a perversidade do selvagem ato dos cangaceiros unido ao cansaço de longa perseguição ao bando acabou de alguma forma interferido na lucidez e zelo dos comandantes das tropas diante da eminente possibilidade de "pegar" Lampião ? Novamente o fator numérico se fez de rogado e a superioridade numérica dos soldados não se mostrou eficaz...


Manoel Neto

Muito se fala do espetacular senso estratégico de Virgulino, sua sagacidade em combate e sua lucidez que acabam se confirmando novamente em Maranduba. O confronto se deu lá pelo meio dia e se prolongou até o final da tarde. Relatos indicam que o bando estava se preparando para comer distribuídos entre os sete famosos umbuzeiros e as pias; depressões naturais nas rochas; fonte preciosa de água . Até que ponto e em que momento crucial Lampião identificou a aproximação das volantes e que tempo teve para "arquitetar" a ação de seus homens ? Em nossas visitas ficávamos a imaginar como poderia ter se dado...

Mané Neto comandava seus homens, dentre esses; inúmeros Nazarenos, já cansados da longa jornada desde Jatobá e estavam na vanguarda do combate. Em seguida se aproximavam os baianos de Liberato de Carvalho, dentre esses, Zé Rufino, que estavam na Malhada da Caiçara quando souberam do acontecido em Canindé ... As tropas desesperadas no encalço de Lampião acabariam envolvidas pelo gênio beligerante de Virgulino que acabou deixando os soldados sob várias linhas de tiro e que durante cerca de cinco horas haveriam de decretar mais uma vexatória derrota das volantes.

Ex-Cangaceiro Ângelo Roque

Vamos nos remeter ao depoimento de Labareda; cangaceiro Ângelo Roque que participou nesta batalha, prestado a Estácio Lima e publicado no livro O Mundo Estranho dos Cangaceiros, descreve o que aconteceu, neste dia, no seu linguajar típico: “... Nóis cheguêmo na caatinga de Maranduba, pru vorta di maio dia, i tratemo di discansá i fazê fogo prôs dicumê, i nóis armoçá. Mas a gente num si descôidava um tico, i nóis sabia qui as volante andava pirigosa. Inquanto nóis discansava, botemo imboscada forte, di déiz cabra pra atacá us macaco qui si proximasse. Nóis cunhicia us terreno daqueles mundão, parmo a parmo. Us macaco num sabia tanto cuma nóis. Todos buraco, pedreguio, levação, pé di pau, pru perto, nóis sabia di ôio-fechado, i pudia tirá di pontaria sem sê vistado. Nisso, vem cheganou’a das maió macacada qui tivemos di infrentá. I us cumandante todo di dispusição prá daná: Manué Neto, qui us cangacêro tamém chamava Mané Fumaça, Odilon, Euclides, Arconso e Afonso Frô. Tamém um Noguêra. Nesse bucadão di macaco tava u Capitão ou Tenente Liberato, du izérto. Dizia us povo qui ele era duro di ruê. I era mesmo. Brigava cuma gente grande, i marvado cumo minino. Mas porém, valente cumo u capêta. Di nada sirvia a gente gostá i tratá com côidado um mano qui êle tinha na Serra Nêga. Essa Força toda dus macaco si pegô mais nóis na Maranduba. Nóis era trinta e dois cabra bom. U Capitão Virgulino tinha di junto, nessa brigada, us principá cangacêro: Virgino, Izequié, Zé Baiano, Luiz Pêdo, i seu criado Labareda. Dus maiorá só fartava mesmo Curisco sempre gostô di trabaiá sozinho, num grupo isculido dicangacêro, mais Dadá. Briguemo na Maranduba a tarde toda i nóis cum as vantage cumpreta das pusição, apôis us macaco num pudia vê nóis. A volante di Nazaré deve tê murrido quaji toda. Caiu, tamém, matado di ua vêis, um dus Frô, qui si bem mi alembro, foi u Afonso. Cumpade Lampião chegô pra di junto do finado i abriu di faca a capanga dêle, i achô um papé qui tinha iscrito um decreto dizeno qu ele já tinha dado vinte i quatro combate cum u cumpade Lampião. Veio morrê nu vinte i cinco. A valia qui tivemo nessa brigada foi us iscundirijo. Morrero, aí, trêiz cangacêro i trêiz ficô baliado. Us istrago qui fizemo nessa brigada foi danado ! Matemo macaco di horrô !”

Alcino Alves  Costa e Manoel Severo, retornando da Maranduba ainda em 2009.

O olhar sereno e perdido do mestre Alcino Alves Costa, parecia vislumbrar as nuances e detalhes da batalha, a qualquer momento poderíamos ouvir os estampidos do emblemático confronto. E o Caipira de Poço Redondo confessa: "Severo, esse Virgulino era mesmo genial !" E humildemente precisei me render ao velho amigo.

Hoje Maranduba mantem os velhos umbuzeiros, testemunhas mudas da grande batalha, do horror e da genialidade do rei Lampião, ali ainda podemos ver a "Cruz dos Nazarenos", onde foram sepultados 4 homens de Nazaré: Hercílio de Souza Nogueira e seu irmão Adalgiso de Souza Nogueira (primos dos irmãos Flor), João Cavalcanti de Albuquerque (tio de Neco Gregório) e Antônio Benedito da Silva (irmão por parte de mãe de Lulu Nogueira, filho de Odilon Flor).

Alguns Flagrantes do Cariri Cangaço Piranhas 2015 em visita a Maranduba

Vendo de perto a lendária Maranduba, sua geografia, vegetação, pisando aquele chão, vendo in loco como as tropas da policia se posicionaram e se aproximaram, o recuo estratégico dos cangaceiros;  o cerco, a emboscada, só assim, vamos entender o quanto foi surpreendente o desempenho e a resistência dos 32 homens de Virgulino contra as forças de baianos e pernambucanos de Manoel Neto e Liberato de Carvalho. Realmente a intrigante Maranduba ficou para a história...

Manoel Severo
Curador do Cariri Cangaço

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2016/12/revivendo-intrigante-maranduba.html

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LAMPIÃO: CHACINA DO CARRO QUEBRADO

Por Raul Meneleu Mascarenhas

Lampião era desalmado sim! Nunca e por mais que tentem dizer que a sua história era de um revolucionário social, como alguns teimam em defender, o que ele era mesmo; era bandido sanguinário. 


Para mostrar isso, conto apenas uma de suas peripécias que todos que pesquisam o cangaço sabem de cor e salteado: O massacre de operários que faziam uma estrada de rodagem que ligaria Juazeiro a Santo Antonio da Glória (Que não consegui identificar Santo Antônio da Glória nos mapas anexos).


Quando ele soube que as obras tinham sido reiniciadas foi verificar, pois alguns meses atrás ele aconselhara suspender as obras, com a ameaça de matar os trabalhadores. Depois das ameaças, a obra fora paralisada, mas o governo mandou que fosse reiniciada e fornecera armas aos trabalhadores.


No dia 18 de outubro de 1929, Lampião apareceu para "vistoriar a obra" e cumpriu a promessa. Assassinou nove trabalhadores, que não tinham traquejo de armas, embora armados estivessem. Nem chegaram a empunha-las.

Essa covardia de Lampião nos é contada em diversos livros, com algumas variáveis, mas esse assassinato de trabalhadores ocorreu e está documentada.

http://meneleu.blogspot.com.br/2016/12/lampiao-chacina-do-carro-quebrado.html

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AS MULHERES CANGACEIRAS


Num levantamento de mais de 1000 títulos, a maioria no acervo pessoal, são poucas as Mulheres Cangaceiras que foram contempladas pelo “Jornal do Povo”: Os folhetos ou romances de cordéis. Logicamente, a mais ‘biografada foi MARIA BONITA, em seguida DADÁ e pronto... Afora SILA e LÍDIA, praticamente mais nenhuma teve ‘direito’ a uma biografia não autorizada.


Este trabalho apresenta os nomes de 86 Mulheres que, por qualquer motivo (amor, aventura, ilusão ou rapto) ingressaram no cangaço a partir de 1930. Foi baseado nas fontes de pesquisas seguintes: AMANTES E GUERREIRAS - Geraldo Maia Do Nascimento. Mossoró - RN, Coleção Mossoroense, 2016; CANGACEIROS. Élise Jasmin. Terceiro Nome, 2006. DADÁ. José Umberto Dias. Salvador - BA, 1989. DICIONÁRIO BIOGRÁFICO: CANGACEIROS & JAGUNÇOS. Renato Luís Bandeira. Salvador. 2ª ed. 2015; GUERREIROS DO SOL. Frederico Pernambucano de Mello. Recife, 1985; LAMPIÃO: AS MULHERES E O CANGAÇO – Antônio Amaury Correia de Araújo. São Paulo - SP, 1984; LAMPIÃO ALÉM DA VERSÃO: MENTIRAS E MISTÉRIOS DO ANGICO. Alcino Alves Costa. Aracaju – SE. 1999; MARIA BONITA: A TRAJETÓRIA GUERREIRA DA RAINHA DO CANGAÇO. João De Sousa Lima. Paulo Afonso – BA. 2005.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=344234212609297&set=a.110106342688753.1073741828.100010681625071&type=3&theater

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CANGAÇO LAMPIÃO NA SERRA GRANDE PARTE 2

Por Louro Teles

Publicado em 10 de jun de 2013

Este Vídeo Mostra o Verdadeiro Local do Combate da Serra Grande, Nele Veremos que Tudo Aconteceu No Município de Calumbi, e Não e Serra Talhada Como Se Pensava.

Pesquisador - Lourinaldo Teles.
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CATARINA A SECRETÁRIA

Por Vanessa Campos
Esta foto é da artista plástica Luciana Severo

Ela nasceu no povoado Brejo de Burgo, pertencente a Glória, antigo nome de Paulo Afonso, Bahia e recebeu o nome de Catarina Maria da Conceição. Sua família tinha o DNA do cangaço, uma vez que suas cinco irmãs eram cangaceiras do bando de Corisco, inclusive ela. Seus nomes:  Júlia, Rosa, Joana, Sabrina e Joaquina que tinham seus companheiros no mesmo bando.

Colorida pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Catarina era uma curibeca, no dizer do pesquisador Renato Bandeira, ou seja, uma mestiça.  Entrou no cangaço para seguir “Nevoeiro”, mas ele morreu logo em combate.  

Nevoeiro é o terceiro

Quando esteve com Corisco, Catarina virou uma espécie de secretária de Dadá, a mulher de Corisco, o mais famoso cangaceiro depois de Lampião. Catarina seguia os passos da estilista do Cangaço, ajudando nas tarefas, fazendo seus mandados etc.

“Sabonete" o secretário particular da rainha do cangaço Maria Bonita. - José Mendes Pereira Mendes disse: - Nesta foto a gente percebe que Maria Bonita ainda era muito jovem. Talvez não era, mas aparenta uma mocinha ainda muito de pouca idade. Mas como a maioria das fotos foi feita por Benjamim Abraão, é possível que apenas pareça ser jovem.

Seu nome era Nascido Manuel Rosa o Sabonete e foi morto em combate em 1932. Ele aparece no filme de Benjamin Abraão entregando joias a Maria Bonita.

O cangaceiro Borboleta está nesta foto, mas não marcaram cada um com o seu nome, por isso, o http://blogdomendesemendes.blogspot.com não tem como identificar os cangaceiros, mas segue os nomes de todos, mesmo sem identificá-los na foto. -  São eles: Zé Sereno, Criança, Balão, Jurity, Novo Tempo, Pernambucano, Laranjeira, Candeeiro, Ponto Fino II, Quina-quina, Marinheiro, Cacheado II, Beija-Flor, Devoção, Borboleta, Chá Preto, Penedinho, Cuidado, Azulão.

Ilustrado por José Mendes Pereira

http://www.mulheresdocangaco.com.br/catarina-a-secretaria/

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ACERVO BIBLIOGRÁFICO DO CANGAÇO....AS REVISTAS ...!


Além dos livros, dvd´s/documentários, jornais, existem as revistas famosas ( O Cruzeiro; Manchete, Fatos e Fotos; Veja, Isto é..etc..) que desde a década de 1930, trazem importantes matérias sobre fatos e personagens do cangaço.

Trata-se de uma boa fonte de consulta e aprendizagem.
Acima, foto de minha pequena coleção de REVISTAS "O CRUZEIRO"...

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta


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FINALMENTE DESVENDADO O MISTÉRIO DA MORTE DE DELMIRO

Por Tadeu Rocha (*)

Recife, 11 de junho de 1978

“Coronelismo” sertanejo eliminou Gouveia em 1917 e multinacional “matou” sua fábrica de linhas em 1929


Delmiro Gouveia foi morto, no pioneiro núcleo industrial de Pedra (Alagoas), em 10 de outubro de 1917. A fábrica de linhas, que ele inaugurara em 1914 e seus herdeiros venderam em 1927 aos industriais recifenses Menezes Irmãos, foi condenada à morte no dia 2 de novembro de 1929, em Paisley, na Escócia.

Após 28 anos de pesquisas sobre a vida e a obra de Delmiro Gouveia, chegamos à absoluta certeza da autoria intelectual do crime que vitimou o Pioneiro de Paulo Afonso, acarretando um atraso de quarenta anos para uma grande parte do Nordeste.

As pesquisas que iniciamos em janeiro de 1950, na cidade alagoana de Santana do Ipanema, e que nos permitimos escrever inúmeras reportagens no DIÁRIO DE PERNAMBUCO, a partir de fevereiro de 1953, e publicar três edições de uma biografia do Pioneiro de Paulo Afonso, somente agora chega m ao seu termo, com seguro depoimento colhido no Estado de Goiás. Na cidade de Porto Nacional, em meados de 1948, um certo senhor Raimundo Lopes, idoso e doente, identificou-se como sendo, realmente, José Gomes de Sá e declarou, perante quatro testemunhas categorizadas, que foram ele e o “Coronel” José Rodrigues (de Piranhas) os mandantes da morte violenta de Delmiro Gouveia, no centro industrial da Pedra, na noite de 10 de outubro de 1917.

ERRO JUDICIÁRIO

Ainda no dia 16 de abril de 1967, aqui mesmo nas páginas do DIÁRIO, documentalmente revelamos que não houve “caso” de mulher no traiçoeiro assassínio do genial captador da força de Paulo Afonso. Cinco anos mais tarde, precisamente no DIÁRIO de 20 de julho de 1972, denunciamos a existência de “erro judiciário no Processo Delmiro”, provando que os operários sertanejos Róseo Morais do Nascimento e José Inácio Pia, apelidado de Jacaré, pernoitavam na estação ferroviária de Japaratubinha (hoje Muribeca), no interior de Sergipe, quando Delmiro foi assassinado, no centro industrial que ele mesmo fundara, no sertão de Alagoas.

Decorridos menos de cinco anos e meio da nossa denúncia pública (e confirmando o álibi do Sr. Róseo e do finado jacaré), o historiador Moacir Sant’na, diretor do Arquivo Público de Alagoas, descobriu em sua repartição um “conjunto de autos de perguntas”, referentes ao Processo Delmiro, mas que a ele nunca foram anexados, se bem que existentes desde os fins de 1918. O citado historiador tornou pública essa notável descoberta, numa entrevista ao Jornal de Alagoas, edição de 10 de dezembro do ano passado.

FONTE INESPERADA

Nos fins de 1977, fomos fazer novas pesquisas em Maceió, no Arquivo Público e no Instituto Histórico de Alagoas. Visitando o criminalista Antônio Aleixo Paes de Albuquerque, advogado do Sr. Róseo Morais do Nascimento, ele nos informou de que tivera ligeiro contato, na capital alagoana, com o Desembargador Lúcio Batista Arantes, presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Este Desembargador mostrou interesse em conhecer melhor a vida e obra de Delmiro Gouveia, de quem ouvira falar por uma circunstância toda especial, no interior de Goiás, nos fins da década de 40.

Róseo e Jacaré, acusados e condenados...inocentes???

Escrevemos ao ilustre magistrado, pedindo-lhe alguns dados sobre a vida do “Coronel” José Gomes de Lima e Sá, que se evadira de jatobá (hoje Petrolândia) e se refugiara no norte de Goiás, logo após a morte violenta do Pioneiro de Paulo Afonso. O Desembargador Batista Arantes confiou a resposta de nossa carta ao Dr. José Cortez de Lucena, que foi promotor Público em Goiás, tendo sido removido para a Comarca de Porto Nacional, pela Portaria nº 36, de 4 de maio de 1948, do Procurador Geral de Justiça daquele Estado.

AUTÊNTICO DEPOIMENTO

As informações do antigo Promotor Público de Porto Nacional constituem minucioso e autêntico depoimento, como veremos em seguida. Ainda em meio ou junho daquele ano, o Dr. Cortez de Lucena foi procurado pelo Pe. Luso, que também trabalhava em Porto Nacional, “para acompanhá-lo até uma das pensões daquela localidade, para assistir à confissão de uma pessoa que solicitava a presença do Dr. Promotor”.

Vejamos o depoimento do referido Promotor: “Lá chegando, deparei-me com um homem de idade um tanto avançada, contorcendo-se sobre uma cama, coberto de suor, que, apesar de ser ali conhecido por Raimundo Lopes, identificou-se como sendo José Gomes de Sá, que desejava morrer com sua consciência aliviada de um grande crime praticado contra a pessoa do Coronel Delmiro Gouveia, no lugar conhecido por Pedra do Coronel Delmiro, em Alagoas, e pelo qual estavam sofrendo três inocentes de nomes José Inácio Pia, vulgo Jacaré, Róseo Morais e Felix de Tal; que ele e José Rodrigues, de Piranhas, eram os únicos responsáveis”.

Concluindo o seu minucioso informe, escreve Dr. Cortez de Lucena: “tomada por termo a confissão, perante os testemunhos do padre luso, do advogado Oswaldo Leal e do fazendeiro Pedro Castanheira, foi dito documento concluso ao MM. Juiz de Direito da Comarca – Luiz do Couto Cornélio Brom – para ser encaminhado ao então Egrégio Tribunal de Apelação de Alagoas, para os devidos fins de Direito. O que julgo tenha acontecido”.

Esse termo de auto-identificação pessoal e confissão pública de José Gomes de Sá não foi encontrado no arquivo do tribunal de Justiça de Alagoas, ao que nos informou o Desembargador Hélio Rocha Cabral de Vasconcelos, em carta de 14 de abril deste ano. Como tem acontecido a muitos outros arquivos, o do Tribunal de Justiça alagoana também foi vítima da injúria do tempo e descaso dos homens.

SOBREVIVEM TESTEMUNHAS

Conseguimos saber o nome completo e o endereço atual do sacerdote que convidou o Dr. José Cortez de Lucena a testemunhar, com duas outras pessoas de categoria, a confissão pública do suposto Raimundo Lopes, nos meados de 1948. O nome desse padre é Luso Matos, que continua residindo em Porto nacional, conforme resposta telegráfica do Sr. Bispo daquela Diocese goiana, Dom Frei Celso Pereira de Almeida, ao Monsenhor Severino Nogueira.

Quanto ás duas outras testemunhas da confissão pública de Raimundo Lopes, que então revelou ser, na verdade, José Gomes de Sá, recebemos autorizada informação do Sr. Jurimar Macedo, Prefeito de Porto nacional. Em telegrama de 6 do corrente, ele esclarece: “advogado Oswaldo Leal já falecido vg Pedro castanheira reside em Pium”, que é uma cidade vizinha a Porto Nacional, na Microrregião Médio Tocantins-Araguaia, no Estado de Goiás.

CRIME TRAIÇOEIRO E BEM PLANEJADO

Os “coronéis” José Rodrigues de lima e José Gomes de Lima e Sá estavam estrategicamente situados nas extremidades da Estrada de Ferro Paulo Afonso, o primeiro em piranhas, no estado de alagoas, e o segundo em jatobá, no território pernambucano. A meio caminho, no km 54 dessa ferrovia, Delmiro Gouveia fundara o núcleo industrial da pedra, que ele próprio dirigia autoritariamente, como todos os civilizados dores de terras ou apóstolos de almas. Por isso mesmo, os dois inimigos do sertanista moderno encontraram, facilmente, quem o eliminasse.

Os “Coronéis” José Gomes e José Rodrigues aproveitaram-se do ódio que votava a Delmiro o pequeno agricultor Herculano Soares Vilela, em um sítio na Serra do Cavalo, perto da cidade de água Branca. Os dois mandantes do crime forneceram as armas e o “serviço” foi feito com precisão, pelo próprio Herculano, seu cunhado Luiz dos Angicos e seu “cabra” Manuel Vaqueiro. O crime foi traiçoeiro e rápido, às oito e meia da noite de 10 de outubro de 1917. Sabe-se que o agricultor Herculano confessou a autoria material do crime, antes de morrer. Entretanto, os seus familiares jamais quiseram dar testemunho sobre essa revelação.

SENTENÇA DE MORTE À LINHA “ESTRELA”

Antes que a finança internacional pretendesse matar Delmiro Gouveia, o “coronelismo” nordestino o eliminou. Decorridos 12 anos da morte do Pioneiro de Paulo Afonso, a Machine Cottons conseguiu fechar a fábrica de linhas da Pedra, através de um contrato firmado em Pais-Ley, na Escóssia, exatamente no dia de Finados do ano da Graça de 1929.
Foi o que dissemos e documentamos no capítulo Sentença de Morte à Linha “Estrela”, de nosso livro DELMIRO GOUVEIA, O PIONEIRO DE PAULO AFONSO.Essa fábrica de linhas, inaugurada por Delmiro Gouveia em 6 de junho de 1914, foi vendida por seus herdeiros , em 7 de maio de 1927, aos industriais recifenses Menezes Irmãos. Sem o apoio do Presidente Washington Luís e do Congresso Nacional, os Meneses foram obrigados a aceitar a pena de morte contra a sua indústria de linhas, decretada na Escócia, no dia de Finados do ano de 1929.

(*) Advogado, Escritor e Jornalista.


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FINAL DE ANO NA ESCOLA

Por.Zé Ronaldo

Final de ano na escola
É aquela agitação
Corta-se o game e a bola
Só pensam na aprovação
Chegam cedo não demoram
Tem os que fazem oração.

Estão cheios de conteúdos
Para os provões estudarem
Se preparam para o futuro
Querem aos livros se agarrarem
Os que estavam no escuro
De repente se acordaram.

Chegam cedo com os amigos
E começam a estudar
Prestem atenção no que eu digo
Pois quero lhes preparar
Que o estudo é o futuro
Para a vitória alcançar.

Deem valor aos professores
Com respeito e atenção
Pois eles passam valores
Através da educação
E ainda tem os gestores
Sempre lhe estendendo a mão.

Você nem sabe nem ver
O que fica lá por trás
Uma equipe com prazer
Trabalha sempre e faz mais
Dando o máximo pra vocês
E as coordenadas gerais.

Em contato com as famílias
Vão sempre incentivando
Para o filho ou a filha
De notas irem melhorando
De diários são umas pilhas
Que eles vão aprontando.

Busquem o tempo que perderam
Com conversas sem sentidos
Estudem e façam reforços
Pois nem tudo está perdido
Você passando de ano
Tem futuro garantido.

Depois que passarem pelas provas
A bonança com certeza chegará
E juntinhos com seus pais
Irão todos juntos festejar
Desfrutando amor e paz
Nas praças do seu lugar.

Final de ano é assim
Um rebuliço danado
Mais bom é chegar ao fim
Com nome de aprovado
Pois nenhum professor quer
Ver o aluno reprovado.

Vou aqui me despedir
Desejo um Feliz Natal
Se gostou destes versinhos
Divulguem para Pombal
Pois assim você me ajuda
Nesta rede virtual.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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