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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Estudo de Fontes... Cangaço - Rubens Antonio


Veja bem leitor, o que disse Lampião, segundo material do acervo do professor e pesquisador do cangaço, Rubens Antonio.

Elle, o terrivel facinora, costuma dizer:
"– A mim os macacos respeitam. Eu sou o pé de dinheiro delles".
No meu entender, ele quis dizer que enquanto os policiais o conservassem vivo, eles estariam empregados, e não iria faltar dinheiro para sustentarem as suas famílias. 
Esta é a minha opinião, poderá ter outro significado. 


http://cangaconabahia.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

"Lembranças de uma Guerra".

Por: Aderbal Nogueira

Saudades de meu amigo Pompeu Aristides de Moura. Um homem de valor.


Atenciosamente,

Aderbal Nogueira

Guerreiros do Sol em sua 5ª Edição


Por: Professor Pereira
Professor Pereira e esposa

Prezado Alfredo Bonessi


Ok. Agradeço a preferência. Estou às ordens.

Fiz o pedido do livro 


Guerreiros do Sol  5ª edição, de Frederico Pernambucano de Mello. 


O preço de venda será R$ 60,00 com frete incluso para todo Brasil.

Por gentileza divulgue entre os amigos

Saúde e paz. Prof.  Pereira

Enviado pelo pesquisador do cangaço:
Capitão Alfredo Bonessi

15 de setembro de 1926, no “A Tarde”

Por: Rubens Antonio

É O FLAGELLO DOS SERTOES DO NORTE

Lampeão atravessa a fronteira bahiana

MAS A POLICIA EM NUMEROSOS CONTINGENTES, CORRE-LHE NO ENCALÇO

Lampeão é o typo do nosso bandido nordestino, vagamente romantico e religiosos até a superstição, matando e roubando com o rosario numa mão e o punhal na outra.

Em constantes razzias pelas regiões despoliciadas, constituem esses bandoleiros um flagello como são as seccas ou as enchentes, as febres epidemicas, males esses de origem commum, oriundos que são todos eles da nossa civilização defeituosa, da vagarosa e difficil penetração.

O sertanejo acceita-os todos, resignadamente, oppondo-lhes fraca resistencia, confiando na justiça e no amparo do governo, que nunca lhes falta, mas que por força da propria organisação politica, não é de molde a extirparl-os radicalmente, restabelecendo nesses rincões hostis, um regimen de ordem e continuada garantia do trabalho.

Lampeão, bandido a muitos annos, mas de celebridade recente, pode se orgulhar de un triste titulo – o de mais temido e poderoso pelo numero de capangas arregimentados, de quantos correm nos sertões do Nordeste. As suas victimas não mais numerosas que as figuras do seu bando. É esse salteador de estradas, rude e valentão, desconfiado e astuto, que dorme na campina, tendo o sellim por travesseiro, cheios de bentinhos e rezas cujo contato pensa absolver de todos os crimes – que acaba de invadir a Bahia, cahindo como uma tromba sobre as populações inermes, cujos haveres e vidas estão desgarantidos.

Immediatamente avisado, o chefe de Policia da Bahia não demorou em attender os appellos.

É claro que essas providencias por mais promptas fossem ordenadas, não evitarão os primeiros damnos, as primeiras lagrimas dos que assistem as scenas de vandalismo. Mas elles serão escorraçados como já teem sido de outros logares, até que melhor occasião se offereça para um cerco em regra, com a captura final.

A policia da Bahia, no particular, - e é justo que se diga – se moveu com uma presteza elogiavel.

O primeiro rebate veio de Santo Antonio da Gloria. Immediatammente partiram, com aquelle destino, um contingente de 100 homens, via ´Propriá, sob o commando do capitão Côrtes e mais dois, com menores efectivos, sob as ordens do tenente Alfredo Gomes e outro official. O governo utilizou assim novas forças, de preferencia a utilizar as do contingente do tenente-coronel Pedro, em outra missão qual a de combater os revoltosos e portanto subordinado ao commando supremo do general Mariante.

Ainda em defesa das populações ameaçadas por Lampeão, segue, hoje, um reforço de 100 homens, sob a direcção dos tenentes Hermogenes Pires e Othoniel dos Santos Lima.

UM APPELLO DESESPERADO

De Joazeiro, recebemos, hoje, mais o seguinte telegramma.

JOAZEIRO, 14 – Acabo de receber o seguinte telegramma de Curaça: “Positivo vindo de Orocó, diz que Lampeão está ali. Minha loja foi destruida. Grupo atravessando rio. Lampeão promette invadir Curaçá e outros pontos. Reina grande pavor. Resta confiarmos medidas urgentes do governo.” ( Do correspondente)

SANTO ANTONIO DA GLORIA JÁ ESTÁ TRANQUILLO

O sr. governador do Estado recebeu hontem esse despacho agradecendo as providencias tomadas:

“SANTO ANTONIO DA GLORIA, 14 – Em nome do commercio de do povo, agradeço a Vossencia a presteza das providencias para guarnecer esta localidade, contra a imminente invasão do bandido, estabelecendo a tranquilidade. A população está satisfeita com a disciplina modelar do bravo Capitão Arthur Côrtes. Saudações. – Heron Carvalho, Intendente.”

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
Rubens Antonio 
Do Blog: Cangaço na Bahia

19 de setembro de 1926, no “Correio do Bomfim”

Por: Rubens Antonio


Lampeão em scena!

O celebre bandido Lampeão, cuja historia é assignalada por crimes horriveis, accossado pelas forças de Pernambuco e Alagoas, entrou com o seu bando na Bahia, atravessando o S. Francisco nas alturas de Barrinha.

O Governo do Estado deu logo providencias a respeito, seguindo para aquella zona, por diversos pontos, fortes contingentes de policia.

Ouvimos que a incursão do bandido prende-se tambem á tragica lucta de familias importantes em Chorrochó, lucta que se desenvolve ha tempos, havendo encontros e mortes.

Parece, que, desta vez, será pacificada aquela infeliz região, pois a policia leva ordens severas.

O sr. cel João Borges, Intendente de Uauá, hontem nesta cidade, recebeu de Curaçá desmentindo a incursão na Bahia do celebre facinora Lampeão com o seu bando.

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço, 
Rubens Antonio, do blog: 
Cangaço na Bahia.

Bando em 1926

Por: Rubens Antonio

Primeiro de pé, à esquerda, meio cortado, Antônio Ferreira. Primeiro de joelhos, à frente, da esquerda para a direita, Virgulino Ferreira. Segundo de joelhos, à frente, da esquerda para a direita, Mergulhão.Terceiro de joelhos, à frente, da esquerda para a direita, Mormaço. Quarto de joelhos, à frente, da esquerda para a direita, José Côco(?).

Esta foto foi batida no mesmo dia e sítio que a foto referencial de Antônio Ferreira e Virgulino Ferreira:


Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
 Rubens Antonio, do blog: 
"Cangaço na Bahia".


Carnaval em Mossoró - 15 de Fevereiro de 2012

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 1913, no domingo de carnaval, a sociedade mossoroense teve grande surpresa quando um grupo de cavalheiros e crianças saíram fantasiadas pelas ruas da cidade. No mesmo dia houve um baile no Teatro Almeida Castro, onde a fina flor da sociedade mossoroense travou um verdadeiro combate de confete, serpentina e lança-perfumes. Na segunda-feira seguinte, houveram outros bailes carnavalescos em residências, sempre com muita animação. 

Informações do jornal O Mossoroense

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fonte:

Recibo perseguição ao bando - 12 de Julho de 1929


Transcrição:

Recebi do Snr. Cap. Hercilio Rocha, cmt. das forças em perseguição ao banditismo, a quantida de tresentos e cinco mil e cem reis, constante da relação abaixo de despezas feitas por mim de Janeiro até a presente data, com a perseguição Lampião.


Relação:

Telegrammas passados constantes dos recibos juntos – 109#100 
Pago a um portador do Te. J. Candido de Fonseca a Chorrochó – 3pl – 10#000
Idem a quatro portadores de Abaré á Chorrochó, conduzindo telegrammas – do cap. Hercilio – 21#000
Idem, idem a tres outros – 17#000
Pago por uma bolsa de couro, para munição de Metralhadora Hotchkiss – 30#000
Pago por um telegramma passado pelo Sgt. Diamantino – 5#000
Idem, a um portador de Abaré a Chorrochó – 23–2–a á noite – 6#000
Idem a um portador de Salgado Melão a Geremoabo 25#000
Idem a quatro portadores de Pinhão (Sergipe) a S.Paulo, Coité, Barreiras e Carira – 22–4o – 30#000
Idem a um portador de Abaré a Chorrochó – 8–5o – 5#000
Idem, idem – 11–5–o – 5#000
Idem a um portador com sete animais de Carira (Sergipe) a Chorrochó – 4o–1929 – 21#000
Idem a um portador de Abaré a Chorrochó – 18–5o – 5#000
Idem, idem 24–5o – 5#000
Idem, idem 28–5o – 5#000
Idem, idem, 1o–6o, á noite – 6#000
Somma 205#100

Uauá 12 de julho de 1929
2o Ten. Manoel Campos de Meneses

Confere. Para perseguição de Lampeão e seu bando, durante os mezes de janeiro a junho. Em 1–o de Julho 929
Cap. Hercilio Rocha
Cmt. forças perseguição


Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: Rubens Antonio

14 de setembro de 1928, no “Diario de Noticias”:


Por: Rubens Antonio
.
A presença de Lampeão, na Bahia, provoca noticias dos sertões

HA ESPERANÇAS DA SUA CAPTURA, EM SANTO ANTONIO DA GLORIA

A permanencia de Lampeão e seu grupo de malfeitores nos sertões do nordeste da Bahia dá logar a que continuem vindo de lá noticias a respeito da sua incursão e dos seus assaltos á propriedade alheia, formando um ambiente de terror em toda a zona, cuja população, seriamente sobresaltada, indaga da acção das forças policiaes dos Estados que estão no encalço do temivel bandoleiro.

É, realmente, de causar especie o nenhum resultado obtido pela policia destacada em perseguição do famigerado Virgolino erreira e seus sequazes que, constituindo um pequeno grupo, conseguem burlar os cercos e os ataques daquella, transpondo fronteiras, obtendo munições, invadindo propriedades e tudo fazendo para resistir aos combates dos seus eprseguidores, que, quando muito, declaram que travaram com elles tiroteios, sem outro resultado senão a apreensão de algumas munições abandonadas pelos bandidos em fuga.

E tão longe vae o tempo em que se iniciaram as providencias para a captura dos malfeitoes, que infelizmente, é geral a descrença da sua desapparição dos sertões do nordeste.

Noticias de Santo Antonio da Gloria

Recebemos, hoje, do sr. Acelino Barbosa, commerciante probo, em Santo Antonio da Gloria, uma missiva em que este distincto sertanejo nos dá noticia de Lampeão, referindo–se aos planos da policia bahiana destacada naquella zona.

Diz–nos o missivista:

“Os srs. 1° tenente Waldemar Lopes e 2° dito José Campos de Aragão têm desenvolvido uma actividade inconfundivel, não medindo sacrificios para a repressão do grupo do famigerado Lampeão, que ora se encontra no interior deste municipio, vindo do Estado de Pernambuco, onde, con seguinto ulludir a força estacionada em Tacaratú, sob o commando do sr. 2° tenente Optato, da Força Publica do mesmo Estado, atravessou o rio S. Francisco, no logar denominado Carurú, fronteira do nosso Estado.

Assim é que, no dia 26 do mês p.p., na Serra da Gangorra, houve um tiroteio das nossas forças com o grupo, caindo ferido um dos bandidos, sendo appreendidos diversos objectos, accrescendo ficar desnorteado, perdido em densa caatinga.

Espera–se que o exito seja infallivel, cabendo dest’arte a victoria, á Bahia.
O sr. Acelino Barbosa conclue a sua carta lamentando que o sr. Petronillo Reis, o fazendeiro em cuja propriedade esteve, ha dias, Lampeão, fingindo–se de sargento da policia pernambucana, – não tivesse prendido o bandoleiro e os seus terriveis companheiros de façanhas, á falta de força e munição para fazer effectiva a captura dos homens que são o terror do nordeste.

Enviado pelo professor: 
Rubens Antonio, do blog: 
Cangaço na Bahia

Estudo de Fontes... Cangaço

Por: Rubens Antonio

Há ainda uma quantidade expressivíssima de documentação relacionada ao Cangaço soterrada em arquivos. Neles poucos se aventuram com luvas de latex e máscaras, e tempo e mais tempo folheando velhos jornais e abrindo antigas pastas, atrás dos dados e informações necessários à percepção da dimensão verdadeira do que foi o Cangaço. Este fenômeno é comum em praticamente todas as áreas de estudos histórico-culturais.

Somente o Arquivo Público do Estado da Bahia avaliou, há pouco tempo, que cerca de 94% do seu acervo permanece virgem. E há muitos outros sítios de pesquisa e estudo.

Abaixo, como exemplo, um pequeno documento inédito, um pedaço de um folheto apócrifo difundido em Salvador, em 1933, pela oposição ao governo:


Transcrevendo:

CAMPANHA CONTRA LAMPEÃO

É o mais rendoso dos negocios que a revolução trouxe á Bahia. Lampeão, cujo bando tomou conta de todo o nosso nordeste, vem sendo combatido agora, e desde outubro de 1930, por cerca de tres mil e duzentos contos de réis. Elle, o terrivel facinora, costuma dizer:


– A mim os macacos respeitam. eu sou o pé de dinheiro delles.

A um sertanejo de Santo Sé, que lhe entregou 20:000$000 de economias e artigos de commercio, fanfarronou alegremente, segundo se vê no “O Estado da Bahia”: Preciso de dinheiro. Os tenentes da Bahia custam muito caro.

Os males que elle espalha são innumeros e conhecidos. Haverá quem diga:- Os bens que elle fomenta não são tambem pequenos...

No correr da campanha o miseravel devastou e vae devastando, deixando–a, sem garantias de qualquer especie, a quarta parte do Estado.

Para utilizar as matérias deste blog, atentar para:
Como citar

Enviado pelo professor: 
Rubens Antonio, do blog:
"Cangaço na Bahia.

Benjamim Abraão e Lampião


Benjamin Abrahão Botto, por ocasião do primeiro artigo do Diário de Pernambuco consagrado à sua reportagem, datando de 27 de dezembro de 1936, declara possuir um certificado assinado por Lampião, atestando a sua presença ao seu lado:


“Ilmo Sr, Benjamin Abrahão 

Saudações

Venho Ilhi afirmar que foi a primeira peçoa que conciguiu filmar eu com todos os meus peçoal cangaceiro, filmando asim todos us muvimento da noça vida nas catingas dus sertões nordistinos.
Outra peçoa não conciguiu nem conciguirá nem mesmo eu consintirei mais.

Sem mais do amigo

Virgulino Ferreira da Silva

Vulgo Capm Lampeão”


Fonte: 
http://www.natrilhadocangaco.com.br/projeto.php


Lembrando ao leitor que a grafia é do capitão Lampião, não podendo ser corrigida.

Fotos que intrigam...


Estaria ele falando ao celular em pleno 1936?!

 Foto de Benjamim Abraão Botto, Sírio libanês, repórter, fotógrafo e cineasta do rei do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, afamado capitão Lampião. 


Irmãos gêmeos, separados na maternidade?

À esquerda, é o cangaceiro Sabonete, e a direita é Edson Arante do Nascimento, o rei do futebol, Pelé.

Blog: "Lampião Aceso"

Mulher que interrogou assassino do Presidente Kennedy diz à Globonews que:

Lee Oswald: cem por cento dos estudos sérios o apontam como único atirador

Lee Oswald apertou o gatilho porque queria entrar para a História

Fonte:  Geneton Moraes Neto
A Globonews exibe neste sábado, às 21:05, no DOSSIÊ GLOBONEWS, uma entrevista exclusiva com a mulher que teve a chance de interrogar longamente aquele que, pouco tempo depois, se tornaria um dos mais célebres assassinos da História: Lee Harvey Oswald, o homem que matou o Presidente John Kennedy.


Uma busca rápida na Amazon – a maior livraria virtual do planeta – indica que há 5.351 livros sobre o assassinato do presidente Kennedy. É uma obsessão americana.

Alguém já disse que é fácil explicar a existência de tantas e tantas teorias conspiratórias sobre o crime : é difícil imaginar que um homem fracassado, anônimo, desimportante e confuso possa, sozinho, tirar a vida de um Presidente jovem, bem-sucedido, carismático e popular. Mas pode. E foi o que aconteceu. Como a desimportância do assassino não combina com a dimensão da tragédia, os chamados “conspiracionistas” produzem, até hoje, todo tipo de teoria para dar um toque de grandeza à trama.

O novo livro de Stephen King, fabricante habitual de best-sellers, chama-se….”22/11/1963″.  Aos que nasceram ontem: sexta-feira, 22 de novembro de 1963, foi a data em que o um ex-fuzileiro naval chamado Lee Oswald disparou três tiros contra a comitiva do Presidente Kennedy numa praça em Dallas, no Texas.

22/11/1963: o Presidente Kennedy desembarca em Dallas com Jaqueline. Meia hora depois, seria atingido pelas balas de Lee Oswald

Jonathan Demme, diretor do filme “Silêncio dos Inocentes”, não perdeu tempo: já comprou os direitos para filmar o livro. O enredo não chega a ser original, mas deve garantir um bom filme de suspense:  alguém descobre que uma universidade americana desenvolve secretamente uma experiência de viagem no tempo. Resultado: volta ao dia 22 de novembro. Tenta influir no chamado “curso dos acontecimentos”.

Já se perdeu a conta de quantas e quantas teorias conspiratórias foram arquitetadas para tentar explicar a morte de Kennedy. Autores sérios – como o advogado Gerald Posner, autor do excelente “Case Closed” – confirmam: todas as análises feitas até hoje comprovam, sem sombra de dúvida, que as balas que mataram Kennedy só podem ter vindo de um lugar, com exclusão de todos os outros - a janela do sexto andar do Depósito de Livros Escolares do Texas. É uma questão de balística. Todo o resto é hipótese sem comprovação prática.

As balas só podem ter saído de uma arma: justamente, o rifle que foi encontrado na janela. As ranhuras encontradas nas balas que atingiram o Presidente casam perfeitamente com o rifle. E o rifle pertencia a uma pessoa, sem qualquer dúvida: Lee Harvey Oswald. A história se fecha assim.

Fonte: pilulapop.com.br

O promotor Vincent Bugliosi publicou há pouco um livraço de mil e tantas páginas chamado “Reclaiming History: The Assassination of President Kennedy”. Passou vinte anos pesquisando as circunstâncias do assassinato. Queria publicar o livro definitivo sobre o caso. Tive a curiosidade de ler os principais trechos. Bugliosi não deixa margem a dúvidas: Oswald foi o único atirador. Os que acreditam em teorias conspiratórias podem continuar imaginando todas as conexões possíveis, mas os fatos são indesmentíveis: Oswald disparou três tiros contra o carro do Presidente. Acertou dois. Ponto final.

A BBC de Londres produziu um documentário chamado “Kennedy Assassination : Beyond Conspiracy”, encontrável, aliás, no You Tube, como quase tudo que se produz no planeta…O documentário prova - com tecnologia de hoje - que Oswald foi o único atirador.

O fato de Oswald ter sido assassinado dois dias depois, diante das câmeras de TV, por Jack Ruby, dono de boate revoltado com a morte do Presidente, só serviu para alimentar a torrente de teorias. De novo: jamais alguém conseguiu provar consistentemente a existência de vínculos entre Jack Ruby e a Máfia, por exemplo.

Justiça se faça: há teorias conspiratórias que fazem todo sentido. O problema é que pesquisadores sérios não podem ( nem devem ) se deixar levar pelas tentações da imaginação. Um exemplo: uma das mais recorrentes teorias diz que Kennedy planejava promover, no final de 1963, uma redução do número de tropas americanas deslocadas para o Vietnam. A intenção de Kennedy foi descrita num documento. O chamado “complexo industrial-militar” não teria gostado nada da ideia porque perderia bilhões de dólares. Indústria armamentista vive de guerra. Resultado: a mão invisível do tal “complexo industrial militar” teria tramado o assassinado do Presidente. Faz sentido ? Faz. Mas, uma voz impertinente pergunta, para silêncio geral: cadê as provas?

O diretor Oliver Stone assume esta teoria conspiratória, no filme JFK. É um bom filme de “suspense”. Em alguns momentos, é arrebatador, como na cena do assassinato. Não por acaso, ganhou o Oscar de melhor montagem. Mas não se segura como documento histórico, porque apresenta como verdade consumada aquilo que é, na melhor das hipóteses, uma teoria discutível.

O irmão de Lee Oswald, Robert Oswald, resolveu parar de falar sobre o caso. Incomodei-o por telefone. O homem poderia ter desligado na hora por ter sido importunado pela enésima vez. Mas foi razoavelmente atencioso. Deu-se ao trabalho de dizer que - de uns anos para cá – resolvera guardar silêncio sobre o irmão. Já dissera e repetira que não tinha dúvidas de que Oswald agira sozinho. Numa gravação para a TV americana, disse que “se houve alguma conspiração, foi dentro da cebaça de Lee” . Ainda assim, Robert Oswald pediu que eu escrevesse dizendo o que eu queria. A mensagem – um pedido de entrevista - ficou sem resposta.

2013 vai marcar os cinquenta anos da morte de Kennedy. Vem aí uma torrente de livros, além do filme de Jonathan Demme. A obsessão continua. Mas tudo que tinha de ser investigado já foi. Não há crime que tenha sido tão esmiuçado. Cada metro quadrado da Dealey Plaza foi vasculhado. Cada frame de cada filme foi dissecado. E nada: ninguém nunca conseguiu provar que houve outro atirador, além do solitário Oswald, escondido na janela do sexto andar.

Gravei em Boston uma entrevista com Priscilla Johnson McMillan, a mulher que teve a chance de interrogar longamente Lee Oswald, em Moscou, na época em que ele tentava conseguir uma cidadania soviética. Tempos depois, ele se tornaria um dos mais célebres assassinos da História. Resultado:  Priscilla virou fonte importante de consulta sobre Lee Oswald. Porque pode dar um depoimento pessoal sobre ele. Priscilla foi ouvida pela comissão que investigou o assassinato do presidente. Terminou escrevendo um livro, hoje esgotado, objeto de desejo de colecionadores : “Marina & Lee” . Priscilla Johnson ficou amiga íntima da viúva de Lee Oswald, uma russa chamada Marina, fonte fundamental para o livro.

Por uma grande coincidência, ela tinha trabalhado com o então senador John Kennedy. É a única pessoa que conheceu tanto o Presidente quanto o assassino. Historiadora e jornalista, Priscilla já publicou livros sobre outros temas, como o ex-líder soviético Nikita Kruschev. Mas nada ocupa tanto suas atenções quanto a história daquele ex-fuzileiro que subiu ao sexto andar do Depósito de Livros, com um rifle camuflado, disposto a sair de uma vez por todas do anonimato.

Trechos da entrevista de Priscilla Johnson McMillan para a Globonews, em que ela dá pistas sobre o homem Lee Harvey Oswald:

Fonte: pbs.org

“Marina – com quem conversei por vários meses  - me contou  que ela e o marido falavam muito sobre os Kennedy. Falavam sobre os filhos e as ideias de Kennedy. Oswald parava para ouvir quando Kennedy falava no rádio. Os Oswald não tinham televisão em casa. Marina me contou que tivera em Minsk, na Rússia, um namorado que se parecia com Kennedy. E ela mantinha na mesa da sala de estar, nos EUA, uma foto de Kennedy, tirada da revista “Life”, para se lembrar do namorado. Logo no início de 1963, ela escreveu ao ex-namorado dizendo: ”Eu me arrependo de ter casado com Lee Oswald. Queria ter casado com você.” Mas Oswald interceptou a carta… Depois de visitar Oswald na prisão, quando ele foi preso por matar o policial Tippit e, possivelmente, por matar o presidente, Marina viu que ele parecia muito arrependido. Ela me disse: “Eu vi a culpa em seus olhos”.  A irmã do presidente Kennedy, Eunice, uma vez me perguntou: ”Por que Oswald odiava tanto meu irmão a ponto de matá-lo”?  

Kennedy morto - Fonte: publiqueideias.com

Tive que responder: “Oswald gostava do seu irmão. Gostava de Jacqueline Kennedy.”  Mas havia vários aspectos de Kennedy que faziam com que Oswald quisesse se parecer com ele. Kennedy era um escritor com livros publicados. Oswald queria ser escritor. Kennedy era um oficial da marinha que lutara na Segunda Guerra Mundial. Oswald fora fuzileiro naval, mas fora rebaixado duas vezes do posto de cabo para o de marinheiro. Kennedy era um grande herói. Oswald gostaria de ser um. Como o presidente, Oswald era casado e tinha dois filhos. Havia semelhanças. Oswald lia bastante sobre Kennedy. Discordava de algumas de suas políticas, mas concordava, principalmente, com a dos direitos civis. Havia,então, esse apreço. É preciso se importar e gostar de uma pessoa antes de odiá-la a ponto de querer matá-la”.

Fonte: en.wikipedia.org

“O maior motivo pelo qual Oswald matou Kennedy foi entrar para a História. Depois que Oswald saiu da minha sala, - já era tarde da noite -, sentei à minha escrivaninha e escrevi um artigo sobre ele. Eu levei a história no dia seguinte ao Telégrafo Central de Moscou, onde a imprensa ocidental submetia seus artigos ao censor. Entreguei meu artigo, mas o censor não cortou nada. Perguntei a Oswald que vida ele levaria se ele tivesse que voltar aos EUA. Oswald me disse: “Minha mãe trabalhou a vida toda. É um bom exemplo do que acontece com trabalhadores nos EUA.”  Oswald achava que se tornaria apenas um trabalhador comum e teria uma vida horrível, como ele achava que a mãe tinha nos EUA”.

“Marina me contou que Oswald não teria cumprido ordens, não teria participado de uma conspiração. Se alguém lhe dissesse para atirar em outra pessoa, ele se recusaria pelo simples fato de que alguém mandou que o fizesse. Oswald resistia tanto a receber ordens que não teria atirado em ninguém se alguém o mandasse fazer algo assim. Teria feito o contrário”.

Extraído do blog: "Jardimtudo", da Escola Estadual Amaro Cavalcanti, em Jardim de Piranhas-RN.

UMA TESE NUNCA TARDIA: O FOMENTO AO ÓCIO E À PREGUIÇA COMO POLÍTICA DE GOVERNO (Artigo)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

UMA TESE NUNCA TARDIA: O FOMENTO AO ÓCIO E À PREGUIÇA COMO POLÍTICA DE GOVERNO

Sempre fui contra políticas governamentais que fomentam o ócio e a preguiça. Dar dinheiro ao povo, bolsa alimentação e mais uma série de vantagens assistencialistas sob a desculpa de que a pobreza necessita de assistência governamental, nada mais é do que criar e manter uma classe de não-trabalhadores sobrevivendo em função da mendicância oficial.

Aliás, programas como o Bolsa Família e o Fome Zero são políticas sociais meramente eleitoreiras muito parecidas com uma lei inglesa bem antiga: a Lei dos Pobres, de 1601. Lá não deu certo por razões óbvias, vez que esta lei elizabetana mantinha, sustentando de tudo, uma imensidão de pobres, desvalidos, desempregados e até preguiçosos.

Tratando sobre a referida lei inglesa de 1601, logicamente comparando-a às nossas políticas assistencialistas, diz Alfredo Peringer (http://www.midiaamais.com.br/brasil/932-alfredo-marcolin-peringer):
“Exemplo clássico desse equívoco foi a “Lei dos Pobres de Elizabeth”, criada por Elizabeth I da Inglaterra, no início do séc. XVI. A rainha, inconformada com o alto número de pobres, velhos e desvalidos no seu reino, quis resolver o problema por decreto, doando-lhes dinheiro. Mas, como o autointeresse prevalece nas ações humanas e a Lei premiava o ócio, os indivíduos começaram a largar os empregos, alguns até a se mutilar, para se enquadrar nos benefícios, formando um exército de aleijados e de desempregados que demandavam cada vez mais verbas públicas para assisti-los”.

Qualquer semelhança com as leis eleitoreiras brasileiras não terá sido mera coincidência. Aliás, como é peculiar na inventividade governamental brasileira, a pobreza aqui não é vista como consequencia da falta de trabalho – o que também não é gerado a contento - ou das condições desfavoráveis na vida do trabalhador, mas como um necessário exército de submissos aos programas sociais e sempre aptos a escolher nas urnas o seu grande benfeitor.

Consequencias visíveis dessas políticas eleitoreiras são pessoas capazes e aptas ao trabalho simplesmente fugirem de qualquer ofício; o nascimento de filhos em número cada vez maior nas famílias pobres, vez que a quantidade destes tem peso no aumento do recebimento das esmolas; a criação de uma leva infinda de preguiçosos, indolentes, ociosos, com força e capacidade física, porém permanentes inimigos do mundo produtivo. Ora, por que dar com prego numa barra de sabão se todo mês tem dinheiro e sempre chega alimentação?

Lá na Inglaterra, após anos e anos de aplicação, o Parlamento deu um basta no vergonhoso festim proporcionado pela Lei dos Pobres. Diferentemente do que ocorre no Brasil, onde todo ato assistencialista possui um caráter discricionário, o Parlamento inglês se baseou no pensamento filosófico vigente então negando a validade da política assistencialista e afirmando que não cabe ao governante sustentar a pobreza, pois a manutenção de constante ajuda aos pobres estimularia a preguiça, e que cada um que fosse capaz deveria ser responsável pela sua manutenção e pelo progresso social. Assim, ao deixar de receber o fácil sustento, cada um procuraria uma colocação no mercado de trabalho.

E foi neste sentido que em 1834 o Parlamento se posicionou, emendando a referida Lei dos Pobres e acabando de vez com os vergonhosos privilégios dos preguiçosos. Privilegiando os ideais do liberalismo, a diminuição da intervenção estatal em matéria assistencial objetivou mostrar que cada indivíduo deve ser capaz de buscar o melhor para si e sua família; a miséria não pode ser fomentada sob pena de gerar mais miséria pelos proveitos obtidos na condição de miserável; as ações de governo devem ser mínimas e dirigidas apenas aos enfermos, às crianças e aos idosos.

Por lá a coisa realmente mudou e quem quisesse se manter teve que arregaçar as mangas e voltar ao mercado de trabalho. E aqui, como será? Ora, num País de discursos governamentais contraditórios, talvez o governo queira esconder a pobreza por debaixo do pano, através do gasto público com assistencialismo eleitoreiro, ao mesmo tempo em que fomenta o nascimento de novos pobres e miseráveis para continuar como o “grande pai”.

E logicamente que esse “grande pai” vai querer o reconhecimento dos filhos através do voto.


Rangel Alves da Costa* 
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
http://blograngel-sertao.blogspot.com