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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

O CANTOR JOÃO MOSSORÓ FARÁ SHOW AMANHÃ, DIA 06 DE JANEIRO DE 2018 NO RIO DE JANEIRO


O cantor João Mossoró fará show amanhã, (sábado), no dia 06 de janeiro de 2018, 
no Rio de Janeiro, no bairro Benica no"Mercadão Cadegue".
Uma festa portuguesa,  no "Cantinho das Concertinas".



Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções.

Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

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O MILÉSIMO ARTIGO

Por Geraldo Maia do Nascimento

Portanto, escreve sobre tudo o que tens visto, tanto os eventos que se refere ao presente como aqueles que sucederão depois desses. Apocalipse 1:19 Hoje peço licença aos meus leitores para contar uma história diferente: a trajetória dos mil artigos publicados sobre Mossoró e região, sendo a maior parte deles na coluna do jornal “O Mossoroense”. Não nasci em Mossoró, mas tenho por essa terra um respeito e um carinho muito grande. Quando aqui cheguei, há quase vinte anos, desejoso de conhecer a cidade onde ia morar, comecei a pesquisar sua história, a verdadeira alma da cidade. O que encontrei me fascinou. E seguindo a sentença bíblica, passei a escrever sobre todos e sobre tudo o que diz respeito a Mossoró. Venho descrevendo-a em prosas e versos.  Devo alertar, no entanto, que na verdade sou apenas um apaixonado pela História de Mossoró, sendo esse o motivo das minhas pesquisas. Não tenho qualificação nem títulos que credenciem as minhas observações, mas o que registro são baseados em fontes documentais. Não seria leviano para agir de outra forma. Nesses anos de pesquisas, tenho encontrado algumas incorreções na história local e embora sabendo que isso incomoda algumas pessoas, tenho tentado resgatar a verdade, mesmo que esta não seja tão bonita quanto à fantasia dada como oficial, mas claro, sempre baseado em vasta documentação. Na busca de conhecer a história da cidade, fui lendo sua biografia oficial e fazendo anotações em cadernos; os hiatos que ia encontrando, me levavam a outras fontes e de fonte em fonte fui me abastecendo de um conhecimento que muito me ajudou na minha sede de conhecimento. Procurei conhecer os monumentos da cidade, saber quem eram aquelas pessoas que estavam representadas em praça pública e quais teriam sido seus feitos? Os velhos casarões da cidade que ainda estavam preservados, quem foram os seus moradores e o que fizeram por Mossoró? E assim fui enchendo cadernos e mais cadernos de anotações, que me serviram, e que ainda me servem, de base para escrever artigos sobre a Cidade de Mossoró. Existia, na época, um caderno de cultura que era publicado todo domingo e encartado no jornal “O Mossoroense”, que se chamava “Caderno 2”. Criei coragem e enviei, via e-mail, a minha primeira colaboração para “O Mossoroense”, sem conhecer ninguém por lá, sem nem ao menos saber se eles aceitavam esse tipo de colaboração. Mas qual não foi a minha alegria quando abril o jornal do domingo e vi o meu texto lá publicado. Guardo o recorte do jornal até hoje com o maior carinho. A data? 09 de maio de 1999. Esse recorte me deu ânimo para mandar outras colaborações, sempre sobre a história de Mossoró, que continuaram sendo publicadas semanalmente. Um dia o editor me convidou para assumir uma coluna fixa no jornal, toda quinta-feira, com o título de “Nossa História”. E escrever passou a ser para mim um sacerdócio, uma missão honrosa. E por vários anos alimentei semanalmente esta coluna, falando da história de Mossoró, das lutas de seu povo, de suas personalidades, corrigindo algumas inverdades e revelando outras histórias pouco conhecidas, graças a contribuição de leitores que me paravam nas ruas para socializar seus conhecimentos de histórias pouco publicadas. Com o passar do tempo, o jornal foi se modernizando e outro caderno cultural passou a ser encartado aos domingos, que era o “Caderno Universo”. E minha coluna semanal voltou a ser editada aos domingos, nesse novo Caderno. Durante todo esse período, colaborei com outros jornais e revistas locais, principalmente em datas históricas da cidade e graças a essas colaborações, conheci outros pesquisadores como Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, Raimundo Soares de Brito, João Batista Cascudo Rodrigues, Wilson Bezerra de Moura, Filemon Pimenta e muitos outros que já vinham, a muito, com essa mesma missão de contar a história de nossa cidade. Vingt-un, Raibrito e João Batista não estão mais entre nós. Eles que foram os guardiões da história, transformaram-se em história. Coube a nós outros, continuar na batalha. Graças também à essa coluna, fui incentivado por Vingt-un Rosado a transformar parte desse material em livros, e assim nascia: “Fatos e Vultos de Mossoró – Acontecimentos e Personalidades”, Mossoró na Trilha da História”, “Jararaca – Prisão e morte de um cangaceiro”, “Amantes Guerreiras – A presença da mulher no cangaço” e outros. As colunas semanais e os livros me abriram portas, de modo que hoje pertenço a maioria das entidades culturais de Mossoró e até da capital, como o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e a Comissão Norte-rio-grandense de Folclore. Mais uma mudança no jornal “O Mossoroense”, transformaram-no em meio digital. E minha coluna continua a sair semanalmente, com melhor apresentação, já que o processo digital permite o uso de maior espaço e de ilustrações, inclusive coloridas, o que torna a leitura mais compreensível. E de semana em semana lá se vão dezenove anos e hoje eu chego ao milésimo artigo publicado nos jornais e revistas locais, sendo a grande maioria nas páginas de “O Mossoroense”. Agradeço aos nossos leitores pelas sugestões que me são enviadas, pelo incentivo da leitura semanal, pelos convites para palestras e entrevistas sobre os mais diversos temas da nossa história. Hoje, aposentado, escrever se tornou para mim uma terapia ocupacional. E, seguindo a recomendação bíblica, vou continuar escrevendo, deixando o registro para a posterioridade.  

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CHEGOU A REVISTA QUE LAMPIÃO LIA, QUANDO FOI FOTOGRAFADO EM 1936, EM PLENA CAATINGA NORDESTINA.!

Por Voltaseca Volta

Confira!

Após pesquisar/procurar a revista A NOITE ILUSTRADA, de 27-05-1936, por mais de 05 anos, finalmente, essa semana, consegui comprá-la e, recebê-la. 

A capa traz a famosa modelo americana ANN EYEARS, com a manchete: "A sereia e sua rede", se referindo ao vestuário que a mesma estava divulgando na praia, em Santa Mônica - Estado da Califórnia.

Acima, FOTO COMPARATIVA, da Revista e, da que Lampião estava lendo em 1936... Finalmente, um sonho que realizei.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=777939735741336&set=gm.753613131514300&type=3&theater

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"EU E MEU PAI O CORONEL JOSÉ PEREIRA: 1930 - O TERRITÓRIO LIVRE DE PRINCESA"


Dr. Aloysio Pereira lançou em 2013 este livro com 526 paginas, título: "Eu e meu pai o coronel José Pereira: 1930 - O Território Livre de Princesa" Uma obra com muitas informações sobre o Cel. Zé Pereira, a Guerra de Princesa e tantos outros assuntos polêmicos que envolveu um dos mais poderosos coronéis do Nordeste. "Zé Pereira de Princesa". 

Quem desejar adquirir este e outros livros, contato: franpelima@bol.com.br e whatsapp 83 9 9911 8286.

https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/160c40a2a2b3cd37

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CORONEL MANUEL ARRUDA DE ASSIS.

Por Jerdivan Nóbrega Araujo

Gente das ruas de Pombal

Cel. Arruda.

O coronel Manoel Arruda nasceu no dia 03 de Janeiro de 1898, na cidade de Pombal, no mesmo dia mês e ano do nascimento de Luiz Carlos Prestes, por coincidências do destino ele veio se enfrentar com a Coluna Prestes em combate épico no ano de 1926. 


Coronel Arruda ingressou na Policia Militar Paraíba em 1919, quando tinha 20 anos de idade. Ainda criança veio com a família para Guarabira em 1904, ali permanecendo ate 1910, quando retomou a Pombal. Eu  conheci Arruda em Pombal e Preste em João Pessoa, em um comício do PDT no Ponto de Cem Réis. 

Arruda morreu em 1991, sem nunca ter casado. Era filho de João Dantas de Assis, presidente da câmara municipal no ano de 1891, e Antônia Duarte de Arruda. Fez carreira na polícia militar da paraíba, ascendendo de soldado ao posto de tenente coronel, a maior patente estabelecida na corporação. Em meio às diversidade dos sertões nordestinos, com bravura, combateu bandidos e cangaceiros.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

C O N V O C A Ç Ã O

A Diretoria da Associação dos Docentes da UERN – ADUERN/Seção Sindical do ANDES/SN, no uso de suas atribuições legais e regimentais, CONVOCA todos os professores da UERN para participarem da Assembleia Geral Extraordinária, que se realizará na Área de Lazer Prof. FRANCISCO MORAIS FILHO, no dia 04 de janeiro de 2018, quinta-feira, em primeira convocação, com 20% do número de sindicalizados, às 8h:30min; em segunda convocação com 10% do número de sindicalizados, às 8h:45min; ou, em terceira e última convocação, com qualquer quórum, às9:h, oportunidade em que serão apreciados os seguintes pontos de pauta:

1.  INFORMES;
2.  ESCOLHA DE DELEGADOS PARA O 37º CONGRESSO DO ANDES QUE SERÁ REALIZADO NO PERÍODO DE 22 E 27 DE JANEIRO EM SALVADOR-BA;
3.  BALANÇO DA GREVE.  

         Mossoró (RN), 02 de janeiro de 2018

                             Profª. Rivânia Lúcia Moura de Assis
                                               Presidenta

Jornalista

Cláudio Palheta Jr.

Telefones Pessoais :

(84) 96147935
(84) 88703982 (preferencial) 

Telefones da ADUERN: 



ADUERN
Av. Prof. Antonio Campos, 06 - Costa e Silva
Fone: (84) 3312 2324 / Fax: (84) 3312 2324
E-mail: aduern@uol.com.br / aduern@gmail.com
Site: http://www.aduern.org.br
Cep: 59.625-620
Mossoró / RN
Seção Sindical do Andes-SN
Presidenta da ADUERN
Rivânia Moura

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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MANOEL CAVALCANTE DE ARAUJO O CANGACEIRO DÉ ARAÚJO


Dé Araújo, o meu tio avô que foi cangaceiro no grupo de Sebastião Pereira e também com Lampião, de quem já falei aqui e que foi tema de um livro de Geraldo Ferraz, escreveu para meu pai, José Firmo de Araújo, que era seu afilhado, contando sua história no cangaço, a qual irei transcrever aqui exatamente como ele escreveu. Como é uma longa história, vou repassar por partes...

Biografia

Aos 25 dias de Outubro de 1905, na Fazenda Umbuzeiro, no Município de Floresta, nasceu um menino do sexo masculino, filho de João Antonio de Souza Araujo e Pacífica Benvinda Cavalcanti, que na Pia batismal recebeu o nome de Manoel Cavalcante de Araujo Dé. Em 1907, seu progenitor mudou-se para a Fazenda Ipueira, onde aos 7 anos de idade passou a frequentar a escola primária do Prof. Pedro Calassa. Em 1916, passou a residir com seu irmão Emílio na cidade de Floresta. Em 1917, Emílio abriu 2 casas comerciais, uma na Vila Nazarethe e outra em Santa Maria. Eu então passei a trabalhar com o meu irmão. Passava a semana em Nazarethe e, aos domingos, seguia para Santa Maria para fazer a feira da 2ª feira. Tudo parecia muito bem, quando em uma tarde de 5ª feira um indivíduo me agrediu, tentando retirar do meu balcão uma caixa de sabão que meu irmão havia tomado emprestado e que eu ignorava. Os meus planos comerciais desmoronaram-se. Tudo para mim era trena. Os meus pais fizeram com que eu continuasse na escola em Floresta e não viajei mais. Assim foi o ano de 1918. Em 1919, mudamos novamente para Serra do Catolé, depois de vender a Fazenda Ipueira, fomos trabalhar na nova residência, mas tudo para mim era amargo, queria me vingar, pois já tinha 15 anos e não podia ficar desmoralizado. Fugi dos meus pais e fui ser cangaceiro. Com 8 dias depois, na cidade de São Francisco, na margem do Pajeú, fui retirado do grupo por meu padrinho de batismo Antonio Ferraz. Fui verificar praça na Polícia Estadual, no ano de 1921. Depois de receber as primeiras instruções, fugi novamente da Polícia e fui novamente procurar Sebastião Pereira, chefe de um grupo de cangaceiros e a ele contei minha história. Aí, troquei o meu fuzil pelo rifle cruzeta 44 e disse o meu novo chefe “você tem jeito para ser cangaceiro”, eu então apenas não tinha medo, mas não compreendia nada. Viajamos, o inverno era abundante, a caatinga estava verdejante e completamente cerrada. Fomos na Fazenda Pedreiras de propriedade de José Saturnino. O grupo era composto de 11 cangaceiros, Sebastião (Sinhô Pereira), Lampião, Antonio Ferreira, Livino, Antonio Vitorino, (colega gato), Mergulhão, Vicente Maruim, Meia-noite, Sabiá, Vareda e Dé Araujo. Na manhã seguinte foi morto na Fazenda Pedreiras o cangaceiro (João Branco) companheiro de José Saturnino.

CONTINUA...

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?multi_permalinks=753570121518601%2C753550628187217&notif_id=1515156828395106&notif_t=group_activity

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O LIVRO O FOGO DA JUREMA JÁ ESTÁ À VENDA COM O PROFESSOR PEREIRA


Se você está interessado no livro "O FOGO DA JUREMA" é só entrar em contato com o professor Francisco Pereira Lima lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba, que ele tem e está disponível aos amigos.

São 318 páginas, preço R$ 50,00 com frete incluso.
Pedidos: franpelima@bol.com.br e fplima156@gmail.com




COMBATE de SERROTE PRETO e, a INCRÍVEL HISTÓRIA DO SOLDADO ANANIAS CALDEIRA DE OLIVEIRA...

Material do acervo do pesquisador do cangaço Voltaseca Volta

Lampião fugia de um combate na cidade de Mata Grande-AL, no dia 21 de fevereiro de 1925, sábado de carnaval, quando foi perseguido pelas volantes paraibanas do Ten. JOAQUIM ADAUCTO / e do Ten. FRANCISCO DE OLIVEIRA, além de uma volante pernambucana comandada pelo Ten. JOÃO GOMES , tendo ido se instalar com seus homens na Fazenda SERROTE PRETO, a qual fica na divisa dos Estados de AL e PE. O total de homens das forças volantes beirava 90 policiais, enquanto os cangaceiros chegava perto dos 40.

Os cangaceiros ao chegarem na Fazenda SERROTE PRETO, grande parte deles se alojaram numa casa de taipa, com um curral ao lado, enquanto outros, ficaram numas pedras, nos arredores da casa, dando a retaguarda.

O Ten. FRANCISCO OLIVEIRA que vinha na frente com seus homens no encalço dos bandoleiros, ordenou que seguissem imediatamente visando alcançar, o mais rápido possível, o local onde estava Lampião e seu grupo, no que não concordou o Ten. JOÃO GOMES, da força pernambucana, que disse: “ – Os cangaceiros já comeram, meus soldados não vão ficar sem comer “ . Surpreso, o Ten. Francisco Oliveira respondeu: “ – A força da Paraíba, quando tem notícia de cangaceiros, encosta logo “ e, seguiu com sua força.

Logo que chegaram nas proximidades da casa da Fazenda Serrote Preto, receberam uma forte descarga de tiros, vindo do lado dos cangaceiros. Tombaram mortalmente, os soldados Artur, Diménio, Virgolino, e, um negro muito disposto. Também foi morto o Ten. FRANCISCO OLIVEIRA e, ferido o Tenente JOAQUIM ADAUCTO. Os soldados da volante pernambucana que haviam chegado com um atraso, atiravam em direção à casa, atingindo, também, alguns companheiros da volante paraibana, que ficaram na linha de fogo cruzado.

Alguns soldados da volante de FRANCISCO DE OLIVEIRA procuraram se abrigar num trecho de um pequeno serrote ( pedras), de onde passaram a atirar nos cangaceiros. O soldado ANANIAS CALDEIRA DE OLIVEIRA, por sua vez, ficou amparado numa ponta de curral. Dali ele tinha perfeita visão da porta traseira da casa, planejando:

“ – O primeiro que colocar a cabeça, eu derrubo “.

O que ele não esperava é que os cangaceiros abrissem uns buracos na parede da casa, por onde começaram a atirar em sua direção. Surpreendido pelo inesperado ângulo de tiro, ANANIAS OLIVEIRA foi ferido DUAS VEZES. Um dos tiros fraturou-lhe o BRAÇO e, o outro, atravessou a sua FACE lado a lado, à altura do malar. ANANIAS contou, mais tarde, que o tiro recebido no rosto causou tal hemorragia que o sangue jorrava pelos dois lados, em arco.

O SOLDADO ANANIAS, já ferido, ouviu várias vezes LIVINO (irmão de Lampião) gritar, de dentro da casa:

“ – Espere ai, macaco, que nós já vamos sangrá-lo ! “

ANANIAS acabou sendo retirado do local pelo soldado Manoel Gabriel que, por ironia, era seu inimigo pessoal. Ele foi levado até um certo ponto , a partir de onde o sargento JOSÉ GUEDES encarregou de levá-lo mais para dentro do mato, isso, acontecendo, em pleno combate. Ali, sozinho, ANANIAS acabou desmaiando, em consequência da grande perda de sangue.

Ao escurecer, o tiroteio cessou, já que ambos os lados tinham esgotado a munição.

No terreiro da casa havia ficado um soldado ferido, sem conseguir se mover. Implorava ao Tem. João Gomes que mandasse tirá-lo dali, porque os cangaceiros ameaçavam sangrá-lo. O sargento JOSÉ GUEDES chamou a atenção do oficial pernambucano, já que ele não ia buscar o ferido e, ouviu dele :

“ – Cada um que cuide de si “

ANANIAS entrevistado pelo pesquisador Dr. Amaury Araujo (em João Pessoa- PB, no ano de 1969), informou-o que aquela altura, a maioria dos soldados já haviam fugido. Os sobreviventes, liderados pelo sargento JOSÉ GUEDES, apanharam os feridos e, aqueles que puderam arrastaram-se para MATA GRANDE, de onde, depois de receberem os primeiros socorros, foram encaminhados para Paulo Afonso.

Assim como os soldados, também os cangaceiros tinham pago um alto preço durante a batalha. ASA BRANCA, GURI E CORRÓ estavam mortos dentro da casa. FATO DE COBRA, CAPUXU E QUIXABEIRA foram feridos.

Alguns cangaceiros, assim que perceberam a retirada dos soldados, saíram com candeeiros, examinando os corpos caídos. No terreiro da casa ainda estava caído o soldado ferido que o Tenente JOÃO GOMES recusara a socorrer. O cangaceiro JUREMA, aproveitou a ocasião e o sangrou.

Por volta da meia-noite, O SOLDADO ANANIAS voltou a si, anda zonzo. O silêncio era total. Sua sede era arrasadora. Seus lábios estavam inchados que pareciam beiços de cavalo. Sentia que todo o seu rosto também estava inchado e desfigurado. A muito custo, apesar da tonteira, conseguiu se levantar e caminhar sem rumo definido. A vegetação, um macambiral muito grande , era agressivo e dificultava o avanço. Logo suas calças estavam destruídas pelos galhos, tornando-se imprestáveis para protegê-lo.

Ao amanhecer de segunda-feira, dia 22, ANANIAS viu-se à beira de uma estrada. Escolheu uma direção e seguiu em frente, sentindo sua fraqueza crescer, e o mal estar causado pelos ferimentos agravar-se com a fome e sede. O sol nasceu e apareceram moscas varejeiras que vagueavam sobre suas feridas, cada vez mais infeccionadas. Mas ANANIAS estava determinado a não se deixar vencer. Amarrou um lenço preto no rosto, protegendo-o contra os insetos e, prosseguiu sua penosa jornada, pensando: 

“ A esta altura, se escapei de morrer a bala, vou morrer de fome e de sede “.

Ao seu redor não havia nada para comer ou beber. Lá pelas 22 h, tendo caminhado desde a meia-noite do dia anterior, ANANIAS estava cansado, ferido e cada vez mais enfraquecido. Ouviu um galo gritar. Deixando a estrada, foi em direção ao som, entrando por um varedo de bode, passando por uns umbuzeiros e chegando, finalmente, aos fundos de umas casas.

PENSOU:

“- Não vou chegar pelos fundos, senão poderão pensar que sou um malfeitor e vão querer me matar “.

Encontrou forças para dar a volta e chegar à frente das moradias; entrou numa delas, feita de palha e, deparou-se com uma velha, a quem perguntou:

“ – Dona, será que a senhora pode arrumar água morna com sal, prá eu lavar meus ferimentos ? “

- O senhor é praça ou cangaceiro ? – Ouviu em resposta.

“ – Sou soldado das forças da Paraíba.” – Disse ANANIAS. 

A velha levantou-se e foi providenciar, voltando com o que tinha sido pedido. ANANIAS despiu sua túnica e lavou seus ferimentos. Depois tomou muita água, saciando sua sede. Para sua surpresa ficou sabendo, mais tarde, que aquelas casas pertenciam a Mata Grande.

Durante as 24 horas de sua jornada, a maior parte do seu tempo arrastando-se, pois não conseguia andar regularmente. ANANIAS havia avançado, apenas, duas léguas. Embora, ainda não estivesse totalmente refeito. ANANIAS sentou-se na calçada em frente à casa. Aproximou-se um senhor vestido de cáqui.

ANANIAS perguntou-lhe:

“ – O senhor sabe informar onde está a força policial da Paraíba ? “

- Posso. Está em Paulo Afonso.

Tão logo conseguiu andar, ANANIAS seguiu para a cidade indicada, reencontrando seus amigos e, companheiros, sendo cuidado pelo farmacêutico João Gaudêncio, que o incluiu entre seus pacientes.

Ali em Paulo Afonso faleceram em consequência dos ferimentos, um soldado e o Tenente JOAQUIM ADAUCTO . A contagem final da batalha acusou, além de inúmeros feridos, a MORTE DE DOIS OFICIAIS E DEZ SOLDADOS.

OBSERVAÇÕES – 

1º) Matéria compilada da obra “ De Virgulino a Lampião “, pgs 109/110, autor Antônio Amaury Correa de Araújo / Vera Ferreira.
2º) Foto do soldado ANANIAS CALDEIRA DE OLIVEIRA ... pertencente ao acervo particular do escritor, acima citado.
3º) Fotos de Serrote Preto, A CRUZ DOS SOLDADOS e, demais, acervo Volta Seca...

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