A morte do cangaceiro azulão.
Na década de
1920 o cangaceirismo assolava os Estados nordestinos. na época a Paraíba vivia
em constantes combates contra o cangaceiro Virgulino ferreira (Lampião),o rei
dos cangaceiros que dizia livremente que a culpa daquele estado de coisas era
do coronel José Pereira Lima (Zé Pereira de princesa). Segundo o Cangaceiro, Zé
Pereira avia o traído e o roubando uma grande quantia de dinheiro. Para piorar
a situação para o lado de Lampião as volantes paraibanas aumentaram o nível das
perseguições. Mesmo assim alguns lugares como Patos de irerê na Paraíba era
coito seguro de Lampião.
Desde 1924
quando Lampião foi baleado na lagoa do Vieira no vizinho Estado do Pernambuco,
o trânsito do cangaceiro só aumentou na Paraíba e Santa Inês virou rota do
banditismo rural. Nesta época um bando de cangaceiros liderados por azulão
vivia fazendo coalizões com o bando de Lampião. Azulão era um homem perverso e
tudo indica que ele era paraibano. Seu bando variável de 5 a 10 homens e suas
atuações eram basicamente nos mesmos lugares. Devido à brutalidade de azulão e
a falta de insubordinação aliada a um desejo sádico te possuir mulheres,
Lampião decidiu expulsar do seu bando. Azulão tinha fama de praticar estupros
junto com o seu bando e de alguma maneira Lampião não aprovava as atitudes dele
e esse foi o motivo da separação. Na realidade Lampião detestava azulão, porque
o cabra era desprezível até mesmo para outros cangaceiros. Vira e mexe ele
mandava recado para pais de família dizendo que ia carregar as filhas que
estivesse em sua casa, ele dizia e fazia e por isso ele era temido. A ira de
Lampião só aumentava contra azulão que além de praticar estupros dizia ele que
era cabra de Lampião e a culpa sempre caia nas costas do rei do cangaço.
Em Conceição
na Paraíba o cangaceiro azulão e seu bando poserem suas garras numa pobre
moça,a família que na época tinha posses ficou bastante desmoralizada. Zé
Pereira foi cobrado e com o apoio do governo do Estado intensificou as ações
das forças volantes na região, porém depois do acontecido em Conceição, Santa
Inês foi palco de uma terrível visita do azulão e seu bando onde também
praticou estupros. O terror estava solto. Um dia azulão avisou que iria
carregar três filhas do senhor chamado José Nunes. O coitado do trabalhador
rural acuado e sem ter o que fazer mandou avisar a volante comandada pelo
Tenente Raimundo Quintino em Conceição na Paraíba, que o bando de azulão estava
em suas terras pronto para atacá-lo e ele precisava de uma rápida ajuda.
Em meados de
1927 a volante de Raimundo Quintino sofrendo forte pressão do coronel José
Pereira que exigia resultados satisfatórios estacionou próximo a fazenda de
José Nunes na Serra Pintada que na época pertencia a Conceição mas que hoje
pertence a cidade de Santa Inês. Raimundo Quintino era muito Valente e esperto,
sua força volante era composta por parentes incluindo um filho.ele soube que
próximo a fazenda do pobre trabalhador havia um caldeirão com água e ele
decidiu fazer ali uma espera,(Uma tocaia). Foi uma ideia de gênio pois não
demorou muitos dias e logo o bando de azulão se aproximou do caldeirão na serra
pintada. O cangaceiro mor, gostava de andar no meio da fila Indiana formada
pelo bando, mas quando chegou no caldeirão o cabra se antecipou e foi pular uma
cerca de faxina. Não deu tempo nem botar os pés no chão e logo o fuzil cantou.
Azulão foi varado de bala e ficou igual uma peneira, o resto do bando se
escondeu próximo a um embuzeiro e abriu fogo contra volante onde Raimundo
Quintino foi baleado no pé. O tiroteio não demorou muito e logo os cabras
sumiram no meio da caatinga. Azulão foi pego e amarrado em um jumento e levado
para a cidade de Conceição onde foi jogado numa calçada. No mesmo dia esta foto
abaixo foi tirada mas azulão não saiu na fotografia porque Raimundo Quitino não
queria que sua imagem fosse associada a um cangaceiro daquele nível. Note que
na foto abaixo, Raimundo Quintino o primeiro da esquerda para a direita está
com o pé enfaixado. E foi assim que uma onça terrível chamada azulão foi tirada
do pasto em Santa Inês-PB.
Agradecimentos:
Professor José
Fabio Nicolal.
Damião Holanda
de Lacerda.
Pesquisa de
José Francisco Gomes de Lima.
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