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terça-feira, 30 de abril de 2024

PARA NÃO SE ESQUECER: 2015...

 Por Manoel Severo Barbosa

O ano de 2015 foi sem dúvidas muito especial, definimos mais uma vez uma agenda intensa de atividades e em todas elas a marca inegável do trabalho em equipe e da firme disposição da integração da verdadeira alma nordestina. O Cariri Cangaço; esse empreendimento que tem a cara do sertão, une a cada ano, o Brasil da tez queimada pelo sol da caatinga na direção do fortalecimento de nossa memória e inigualável história.

Já somamos 5 estados; Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe; somos 16 municípios unidos ao sentimento de perpetuar o que temos de mais precioso. O Cariri Cangaço assume a cada ano o desafio de se reinventar, com ousadia e muito trabalho chegar a todos os recantos de nosso Brasil, aqui nosso principal combustível é o entusiasmo e a certeza de que vale a pena, e como vale !


Casarão de Patos de Irerê

A Emblemática Princesa Isabel...

Já havia muito tempo que planejávamos chegar a Princesa Isabel e a São José de Princesa, com sua emblemática Patos de Irerê, na querida Paraíba. As sagas de Zé Pereira, Marcolino Diniz, Xanduzinha, Quelé, enfim; não poderiam ficar fora de nosso Cariri Cangaço, pelo imenso significado que possuem para a historiografia da temática e para a própria história do Brasil...

Os primeiros contatos foram feitos através do amigo Carmelo Mandu que acabou proporcionando um momento precioso entre os organizadores do Cariri Cangaço; curador Manoel Severo e os Conselheiros Narciso Dias e Jorge Remígio e ainda o assessor Heldemar Garcia e Jair Tavares na residência do querido João Mandu, onde os contatos com Socorro Mandu e Emmanuel Arruda foram definitivos juntamente com a visita maravilhosa a Patos de Irerê com João Antas, para realizarmos o sonho chamado Cariri Cangaço Princesa 2015.

Depois recebemos a visita do prefeito de Princesa Isabel, Dominguinhos em Juazeiro do Norte ao lado dos secretários Valmir Pereira e Emmanuel Arruda, quando ao lado de Pedro Barbosa começamos a definir o formato do grande evento. Ali foi também definitivo o apoio de São José de Princesa com Rúbia Matuto e toda a comunidade de Patos de Irerê. Marcamos a data: O Cariri Cangaço Princesa 2015 seria no período de aniversário da cidade, 19 a 21 de março.

Não teria palavras para definir o grande significado do Cariri Cangaço Princesa, não só pelo público espetacular, com mais de 500 pessoas na noite de abertura e nos seguidos momento da agenda. Testemunhar a família princesense unida para contar a sua própria história não teve preço. Em Patos de Irerê, terras de São José de Princesa, do Coronel Marçal e pouso de Marcolino e Xanduzinha, território livre da guerra de princesa e dos memoráveis combates de trinta, a festa foi simplesmente espetacular; tendo a frente Rúbia Matuto e João Antas. Presença de amigos de todo o Brasil; mais de 100 pesquisadores invadiram a Paraíba num dos mais emblemáticos Cariri Cangaço de todos os tempos.

Poderia passar o dia inteiro citando e agradecendo a tantos e tantos amigos e valorosos colaboradores; mas não poderia esquecer da grande família Cariri Cangaço de Princesa e São José: Dominguinhos, Emmanuel Arruda, Valmir Pereira, Thiago Pereira, Sabrina Barbosa, os queridos amigos da família Mandu; Carmelo, Socorro, Pacelli, Marcelo, Sandro e os talentosos artistas do Abolição, além dos estimados Rosane e Roberto Gonçalves, Fábio Arruda e tantos outros como o impagável Paulo Mariano, o sensacional João Antas, Damião, Josefa e o povo querido de Patos, sem falar na espetacular Rúbia Matuto. Vocês foram os grandes responsáveis por tudo isso: Inesquecível Cariri Cangaço Princesa 2015!
Veja tudo visitando em nossa aba superior no ícone:
http://cariricangaco.blogspot.com.br/p/princesa-isabel.html

Piranhas, Alagoas

A Belíssima Piranhas...

Desde o ano de 2013, ainda no começo de nossas iniciativas com as Avante-Premiere na direção de alcançar outros públicos além do estado do Ceará; Piranhas através de nosso Conselheiro, talentoso pesquisador e turismólogo Jairo Luiz se apresentou como uma das mais espetaculares empreitadas com a Marca Cariri Cangaço. Na mais bela cidade ribeirinha do Brasil, às margens do Velho Chico, foi possível realizar um evento único que une qualidade, responsabilidade e uma beleza incomum, nascia o Cariri Cangaço Piranhas, no estado das Alagoas, já em sua terceira edição !


A tradição piranhense e seu legado dentro da historiografia do cangaço se consolidou de forma efetiva neste ano de 2015. Sob a batuta espetacular e um trabalho primoroso de Patricia Brasil, Celsinho Rodrigues e toda a equipe da municipalidade e demais parceiros, realizamos entre os dias 25 e 28 de julho uma edição para não ser esquecida. Uma surpreendente caravana de mais de 200 pesquisadores de todo o Brasil marcaram presença em terras alagoanas para vivenciar toda a magia de mais um Cariri Cangaço Piranhas.

A essa edição do Cariri Cangaço Piranhas 2015 tivemos a adesão de mais um estado; Sergipe com Poço Redondo; terra do inesquecível Alcino Alves Costa. Poço Redondo veio se somar ao evento trazendo o toque da homenagem especial ao querido Decano Caipira com a inauguração de Avenida e do Memorial Alcino Alves Costa, tendo a frente Rangel Alves da Costa e o casal, Conselheiro Cariri Cangaço, Archimedes Marques e Elane Marques, além da família do homenageado, numa recepção inesquecível, tendo a frente a querida Lena. 



Piranhas definitivamente firmou sua posição no Brasil como sede de um dos eventos mais qualificados sobre o tema cangaço no país. O Cuidado com toda a programação, o elenco de conferencistas, os temas, as visitas e todo o zelo dos organizadores com os mais de 200 convidados, tendo a frente o grande Celsinho Rodrigues, fizeram do Cariri Cangaço Piranhas 2015 um evento espetacular. Tivemos no total um público de mais mil pessoas em nosso Cariri Cangaço Piranhas, sensacional!


Não não poderíamos deixar de agradecer aos queridos amigos da Família Cariri Cangaço de toda Piranhas... Celsinho Rodrigues, Patrícia Brasil, Jaqueline Rodrigues; prefeito Manoel Brasiliano, estimado deputado Inácio Loiola e dona Chatia, Secretária Melina Freitas, amigos Reginaldo Rodrigues, Petrúcio Rodrigues, Cacau, Francisco e Washington Correa, e as presenças mais que honrosas de Seu Celso Rodrigues e o casal querido Paulo Britto e Ane Ranzan e toda família Piranhense.

Veja tudo visitando em nossa aba superior no ícone:
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No Ceará tem disso sim...

E em nossa quinta edição em terras cearenses, mais uma vez a festa e o calor alencarinos, se fizeram presentes com destaque para as espetaculares Lavras da Mangabeira e Missão Velha. Crato e Juazeiro do Norte completaram as honras da casa, encerrando a Agenda Cariri Cangaço 2015. 

Desta vez um recorte especial sobre o personagem emblemático que foi Padre Cícero Romão Batista. Em Lavras da Mangabeira, sob a sombras das árvores e com uma platéia mais que especial tivemos o "Pacto dos Coronéis" e depois em dois momentos em Juazeiro do Norte a figura do Santo Padre, com o "Muro do Valado" na serra do Horto e "As várias Faces do Santo do Juazeiro" no memorial que leva seu nome, sem dúvidas foram momentos marcantes para a grande festa que foi o grande Ano V.

 Edição de Luxo , Ano V , Cariri Cangaço em terras cearenses para não se esquecer...

Na bela RFFSA em Crato a magia de "Os Últimos Cangaceiros" trouxe ao debate o papel da sétima arte com direito a revelações maravilhosas da querida Neli Conceição, filha de Moreno e Durvinha em noite memorável e abertura no berço do Cariri Cangaço com Wolney Oliveira.

Lavras da Mangabeira em sua primeira realização dentro da Edição Oficial; anteriormente havia feito duas avante-première em 2013 e 2014; e Missão Velha, presente em todas as nossas edições foram simplesmente sensacionais e dessa vez, Missão Velha com as homenagens marcantes aos coronéis do cariri, com destaque para Quinco Vasques, Cel Santana e o Edson Olegário, mostrou a força das família caririenses. 

 Grande Família Cariri Cangaço vinda de todos os cantos do Brasil... Avante !

O Edição de Luxo - Ano V, com o envolvimento dos organizadores tendo a frente Cristina Couto em Lavras e Bosco André em Missão Velha tornaram suas programações simplesmente momentos para não se esquecer, aqui tivemos a estréia de quatro novos conferencistas que honraram sobre maneira a família Cariri Cangaço: Urbano Silva, Heitor Feitosa Macedo, Emerson Monteiro e Lailson Feitosa, sejam bem vindos! Nos resta agradecer; muito obrigado aos queridos amigos de nosso amado Cariri; Cristina Couto, estimado Tavinho; Ruy Gabriel, Cícera, Cecília e toda a equipe de Lavras; Bosco André, Tardiny, amigo Cicero Macedo, Niltim, Dr Cícero Landim, grande Antonio Edson Olegário.

Outro ponto marcante de nossa Edição de Luxo foi a posse no novo Conselho Cariri Cangaço , uma plêiade de verdadeiros gigantes, talentosos e apaixonados pelo seu chão e por sua história. O Cariri Cangaço tem a honra de ter dentre seus Conselheiros, homens e mulheres que dignificam a Alma Nordestina...A eles e a toda família Cariri Cangaço desta grande Nação chamada Brasil, a nossa enorme gratidão.


Conselho Alcino Alves Costa do Cariri Cangaço 2015/2017

Napoleão Tavares Neves, Barbalha CE
Juliana Pereira, Quixadá CE
Ivanildo Silveira, Natal RN
Ângelo Osmiro, Fortaleza CE
Honório de Medeiros, Natal RN
Narciso Dias, João Pessoa PB
Sousa Neto, Barro CE
Gerado Ferraz, Recife PE
Wescley Rodrigues, Sousa PB
Ana Lúcia Granja, Petrolina PE
Kiko Monteiro, Lagarto SE
João de Sousa Lima, Paulo Afonso BA
Archimedes Marques, Aracaju SE
Rostand Medeiros, Natal RN
Aderbal Nogueira, Fortaleza CE
José Cícero Silva, Aurora CE
Antônio Vilela, Garanhuns PE
Bosco André, Missão Velha CE
Múcio Procópio, Natal RN
Paulo Gastão, Mossoró RN
Kydelmir Dantas , Mossoró RN
Cristina Couto, Lavras da Mangabeira CE
Jorge Remígio, Custódia PE
Professor Pereira, Cajazeiras PB
Leandro Cardoso, Teresina PI

Só nos resta ressaltar o extraordinário trabalho e apoio dos Grupos de Estudo do Cangaço, parceiros de todas as horas, companheiros de jornada e sem dúvidas baluartes na defesa e manutenção de nossa memória. O Cariri Cangaço tem a honra de ter como "irmãos" nesta jornada a SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço,
o GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e
GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço.


Vamos em frente, muito obrigado 2015 
Então que venha o iluminado 2016.

Cariri Cangaço, Onde o Brasil de Alma Nordestina se Encontra!
Manoel Severo Barbosa

https://cariricangaco.blogspot.com/2015/

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NÃO DECIFREI AINDA...

 Por José Mendes Pereira

Benjamin Abrahão Botto  (Zalé, c. 1890 — Itaíba7 de maio de 1938), morreu aos 48 anos, durante o Estado Novo, foi um fotógrafo libanês-brasileiro, responsável pelo registro iconográfico do cangaço e de seu líder, Virgulino Ferreira da Silva — o Lampião. 

Na sua cintura tem uma pochete, e nela tem um nome, mas até agora eu não consegui decifrar que nome é. Acho que é devido a minha dificuldade na visão. Não é nome pequeno, mas eu não entendi ainda o que quer dizer o escrito. 

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DIA NACIONAL DA CAATINGA

 Por Guilherme Machado

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CANGAÇO UM TEMA ESTUDADO NO MUNDO TODO

Por Robério Santos

Lampião e seu grupo aparecem na capa do maior jornal Francês em Agosto de 1938. Sabiam que o cangaço é um tema estudado no Mundo todo? Pois é, eu tenho livros em francês, espanhol, alemão e italiano. Estudar não é venerar, saibam disso.

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LAMPIÃO...

 Joab Santos


Lampião no Reisado. Manoel Galdino.

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CANGACEIROS GAVIÃO E VENTANIA


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TRAJETÓRIA DO PALÁCIO AO LEITÃO

 Por Cangaço em Foco

https://www.youtube.com/watch?v=X1UDE0BJ1lM&ab_channel=CANGA%C3%87OEMFOCO

Trajetória completa do palácio 3 de Outubro ao Alto do Leitão em Barbalha/CE.

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PAU BRASIL E CANGAÇO, QUAL A RELAÇÃO?

Por Odilon Nogueira

Qual a relação de Pau Brasil com o fenômeno cangaço? Nesta fotografia na cidade no ano de 1983, o prefeito Luiz Nogueira ex volante que combateu o cangaço, recebe em sua casa seus tios e irmão, membros da família Ferraz Nogueira, conhecidos no ambiente de estudiosos do cangaço por NAZARENOS (força volante de Nazaré do Pico-PE) os maiores inimigos do Virgulino Ferreira o Lampião.

ADENDO:

A escritora e pesquisadora do cangaço Marilourdes Ferraz, disse em um comentário, na página do Lampião, Cangaço e Nordeste o seguinte:

Da esquerda para a direita, os irmãos Valdemar e Américo, com o sobrinho Luiz Nogueira, então prefeito da cidade baiana de Pau Brasil, ao lado do tio Luiz Nogueira (Luiz Flor), e Normando. 

Saudade de todos.

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segunda-feira, 29 de abril de 2024

1818 – UM MATRIMÔNIO AFRO-LUSITANO NO SERIDÓ POTIGUAR

 AUTOR – Antônio Luís de Medeiros – São João do Sabugi – RN

Se os portugueses discriminavam os índios, muito mais faziam com a raça negra. Então este casamento de um português com uma sua escrava foi um fato raríssimo ocorrido no nosso Seridó há mais de dois séculos.

Nosso saudoso Olavo de Medeiros Filho comentava conosco esse ineditismo. Ele fazia a comparação com o romance Iracema, de José de Alencar, sendo este a miscigenação do português com o índio enquanto o consórcio matrimonial de José Antônio da Costa com Rita Maria, sua ex-escrava seria a união de sangue ibérico com sangue africano.

Ao primeiro dia do mês de julho de mil oitocentos e dezoito, pelas oito horas da noite, nessa Matriz do Seridó, em minha presença e das testemunhas o Reverendo Manoel Teixeira da Fonseca e o Capitão Tomaz de Araújo Pereira, casado, se receberam em matrimônio por palavras de presente José Antônio Costa, europeu, natural de Santarém e Rita Maria, parda, que havia sido sua escrava. Natural da Vila de Icó, Ceará, donde justificam o estado de livre e desimpedidos e igualmente da naturalidade do contraente confinada aos banhos por faculdade do Ilustríssimo Senhor Provedor e Governador do Bispado Manoel Vieira de Lemos aos vinte e seis de maio do corrente ano, como consta dos papéis que ficam emaçados, e declarava o contratante ser filho legitimo de Antônio Pereira de Amorim e de Teresa Maria Maciel, moradores na dita Freguesia de Santarém, de Nossa Senhora das Maravilhas, no Patriarcado de Lisboa, e logo lhe dei as bênçãos  de que para tudo constar fia este assento que com as ditas testemunhas assino.

O Vigr° Francisco de Brito Guerra

                 Pe. Manoel Teixeira da Fonseca – Tomaz de Araújo Pereira

Fonte: 2º Livro de Casamento da Freguesia da Senhora Santana do Seridó, período de 1809/1821, fls. 124 / 125.

Documento de 1818.

Neste modesto trabalho, de poucas linhas, nossa intenção é comentar, superficialmente, a convivência harmoniosa de nossos antepassados com seus poucos escravos na região seridoense. Sendo a atividade pastoril a principal fonte de renda da população, poucas posses dos fazendeiros e dificuldade de sobrevivência era grande a desigualdade patrimonial entre a região litorânea e sertaneja nordestinas.

Com as agruras do meio enfrentadas tanto pelo senhor quanto pelos escravos formava-se um sentimento fraterno e mais humano entre ambos. Os escravos casavam religiosamente, moravam em suas casas, com suas esposas e os filhos, iguais aos “moradores livres”. Nunca encontramos resquícios de senzalas no Seridó. Só nos engenhos do brejo e outras regiões distantes. Nas grandes secas seus senhores passavam as mesmas privações que eles.

Casa Grande da Fazenda Dinamarca, Serra Negra do Norte – RN. Foto meramente iliustrativa – Fonte – Antônio Luís de Medeiros.

João Paulino, da fazenda Pitombeira, em São João do Sabugi, parecia ter mais escravos que bois. Diziam que ele e seu irmão o Ten. Cel. José Evangelista, da fazenda Ipueira, nunca venderam um só escravo.

Coma libertação da escravatura no Brasil, em 13 de maio de 1888, os antigos escravos permaneceram morando na mesma casa, plantando o mesmo roçado de miunças (ovelhas e cabras), com terreiro de galinhas, porco no chiqueiro e um jumento cargueiro para as suas necessidades.

Contrastando com todas as dificuldades do meio e da época, encontramos a maior fortuna do Seridó do século XIX, em Serra Negra, no inventário de Maria Jesus José da Rocha, pernambucana de Pau D’alho, falecida em 1854, esposa de Manoel Pereira Monteiro (o 3º), pais de Antônio Pereira Monteiro – Cangalha. Só para citar alguns dados: 62 peças em ouro, 41 em prata, 52 escravos, 50 bois mansos, 1.338 vacas paridas, 55 touros, 1.200 bois criados, 136 cavalos, extensas fazendas nas Províncias de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, 18 contos de réis em dinheiro e muitos outros bens.

Esperidião Medeiros com a família, cerca de 1918 a 1920 – Fonte – Antônio Luís de Medeiros.

Em antigas fotografias aparece sempre uma negra fazendo parte da família como mostra o registro acima de Esperidião Medeiros com a sua esposa e seus 12 filhos, possivelmente entre 1918 e 1920.

Quando faleceu a preta Irene, que havia sido sua ama na infância de Manoel Bandeira ele dedicou-lhe o poema, Irene no céu.

Irene Preta.

Irene boa.

Irene sempre de bom humor.

Imagino Irene entrando no céu:

– Licença meu branco!

E São Pedro bonachão:

– Entre, Irene. Você não precisa pedir licença.

Gentilmente após a publicação desse material, recebi no Facebook, de “Literatura do Seridó”, a informação que essa senhora da foto é Aureliana Aurélia de Albuquerque, ou, como era mais conhecida, “Dedé”.Agregada à família, cuja a criançada a consideravam como uma segunda mãe. Nasceu em Caicó no dia 16 de junho de 1876, e faleceu na mesma cidade, no dia 18 de janeiro de 1953, aos 77 anos de idade. E segundo o autor do texto a criança da foto é Aldo Medeiros, que foi casado com Dona Mili, filha do casal Dinarte de Medeiros Mariz e Dona Diva. Aldo e Dona Mili casaram no ano de 1940.
Extraído do blog Tok de História, do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros.
https://tokdehistoria.com.br/2024/04/29/1818-um-matrimonio-afro-lusitano-no-serido-potiguar/
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O FILME DE LAMPIÃO POR ARY LEITE

 Por Cangaço Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=LVi4bMwr098&ab_channel=Canga%C3%A7oAderbalNogueira

Para participar da Expedição Rota do Cangaço entre em contato pelo e-mail: narotadocangaco@gmail.com Seja membro deste canal e ganhe benefícios:    / @cangacoaderbalnogueira   Parcerias: narotadocangaco@gmail.com #lampiao #cangaço #maria bonita #cangaceiros

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CANGACEIRO ÂNGELO ROQU

Por Helton Araújo

Ângelo Roque da Costa, vulgo Labareda.

Qual opinião de vocês sobre esse cangaceiro?

Aproveite assista nosso último vídeo postado no canal Cangaço Eterno no YouTube, sobre os 10 volantes mais cruéis da história do cangaço. Segue o link abaixo.

https://youtu.be/EYVI-YRsDfE?si=hDgdmWe-1std0she

https://www.facebook.com/groups/893614680982844/?multi_permalinks=2188373104840322%2C2188125431531756%2C2187784891565810%2C2187336334943999%2C2187129928297973%2C2187146488296317%2C2187080361636263%2C2186623748348591%2C2186002198410746%2C2185782731766026&notif_id=1713976539884624&notif_t=group_highlights&ref=notif

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𝑶 𝑪𝑨𝑵𝑮𝑨𝑪𝑬𝑰𝑹𝑶 𝑬𝑵𝑮𝑬𝑵𝑯𝑬𝑰𝑹𝑶

Jaozin Jaaozinn

José Pereira da Cunha, conhecido como Ventania, nasceu no dia 1 de agosto de 1898, na cidade de São Raimundo Nonato/PI, porém, fora criado desde pequeno em Serra Talhada/PE junto com os seus pais. Fora, na infância, amigo de Virgulino.

Conta que participou do grupo montado por Zé Saturnino para buscar as cabeças de gado do fazendeiro José Nogueira, que foram roubadas pelos irmãos Ferreira's e pelo tio Antônio de Matilde.

Entrou no mundo das armas por causa de uma traição de sua futura esposa. Ocorreu em São Caetano/PE, faltando 20 dias para o casório, quando descobriu que sua noiva estava com outro. Acabou assassinando ambos e depois ingressou no grupo de Sinhô Pereira, no ano de 1919. Fez presença no combate do bando de Sinhô contra a força do capitão Jerimum, no Ceará, onde foram duramente repelidos.

Depois da passagem de seu chefe para o Goiás, em junho de 1922, começou a andar com Lampião e os remanescentes do antigo bando. Estando presente no bando do Rei do Cangaço, fez presença em inúmeros fogos:

Participou da invasão a cidade de Souza/PB, em 1924; participou do combate a Baixa Verde, na Paraíba, em 1924; participou do combate em Areias/PB, em 1924; participou da invasão a Mata Grande/AL, em 1925; participou do combate do Serrote Preto, em Alagoas, em 1925; participou do combate das Caraíbas, entre Floresta/PE e Betânia/PE, em 1926; participou do ataque a vila de Nazaré/PE e dos assaltos a fazendas locais, em 1926; foi um dos bandoleiros que estavam em Juazeiro do Norte/CE, em 1926; participou do combate da fazenda Abóboras, em Pernambuco, 1926; participou do combate da fazenda Serra Vermelha/PE, em 1926; participou do Massacre da família Gilo, em Pernambuco, no ano de 1926; participou da invasão a vila de São Francisco/PE, em 1926; participou do combate da fazenda Tigre, em Pernambuco, do ano de 1926; participou do Fogo da Serra Grande/PE, em 1926.

Foi capturado após um tiroteio ocorrido em Floresta/PE do bando de Lampião contra a força do Tenente Manoel Gomes, em março de 1927. Foi transferido para a cadeia de Recife/PE, permanecendo cerca de dois anos.

Depois da cadeia, se regenerou. Ingressou nos meios mecânicos como técnico de ortopedia, iniciando seu aprendizado em 1930, na cidade de Rosário de Santa Fé, na Argentina. Foi dono de uma oficina de engenharia na rua Imperial, em Pernambuco, que ajudou na fabricação de peças como braços e pernas mecânicas para diversos necessitados. Até a data da reportagem, foram contempladas cerca de 158 pessoas que perderam seus membros em acidentes de trabalho ou de trânsito.

𝐅𝐎𝐍𝐓𝐄𝐒: 𝘑𝘰𝘳𝘯𝘢𝘭 𝘋𝘪𝘢́𝘳𝘪𝘰 𝘥𝘢 𝘔𝘢𝘯𝘩𝘢̃/𝘗𝘌 - 1927; 𝘋𝘪𝘢́𝘳𝘪𝘰 𝘥𝘦 𝘗𝘦𝘳𝘯𝘢𝘮𝘣𝘶𝘤𝘰 - 1954/1956; 𝘑𝘰𝘳𝘯𝘢𝘭 𝘗𝘦𝘲𝘶𝘦𝘯𝘰/𝘗𝘌 - 1954; 𝘓𝘪𝘷𝘳𝘰 𝘊𝘢𝘯𝘨𝘢𝘤𝘦𝘪𝘳𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘈 𝘢 𝘡 - 𝘉𝘪𝘴𝘮𝘢𝘳𝘤𝘬 𝘔𝘢𝘳𝘵𝘪𝘯𝘴 𝘥𝘦 𝘖𝘭𝘪𝘷𝘦𝘪𝘳𝘢.

.𝑪𝑨𝑵𝑮𝑨𝑪̧𝑶 𝑩𝑹𝑨𝑺𝑰𝑳𝑬𝑰𝑹𝑶. 

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CONSPIRAÇÃO NO CANGAÇO: MATAR CANÁRIO ERA MISSÃO SECRETA DE PENEDINHO

Cangaceira Adília ao lado do seu companheiro Canário; foto do acervo de Benjamim Abraão

Na história dos conflitos humanos há uma lição irrefutável: os convertidos são os mais perigosos e letais porque a dissimulação é a sua principal arma psicológica – e isso independe do grau de instrução, mas da convicção do propósito a que se comprometeu o convertido.

Na Arte da Guerra, de Sun Tzu, escrito 2.600 A.C. são descritos cinco categorias de espiões, e o um dos tipos de agentes secretos é o “espião vivo” – aquele que retorna para relatar ou prestar contas ao seu chefe ou líder para receber a recompensa acertada.

Foi o caso do cangaceiro Teodomiro dos Santos, vulgo Penedinho, natural de Poço Redondo(SE), primo legítimo da cangaceira Adília, companheira do cangaceiro e subchefe de grupo Bernardino Rocha, vulgo Canário.

Penedinho entrou para o cangaço no início do ano de 1938, transitando ora sob a chefia de Zé Sereno, ora sob o comando de Português e até mesmo liderado por Canário, seu “parente”.

Teodomiro dos Santos ou Teodomiro de Calu, ingressou no cangaço com uma missão: matar o “Canário”.

Missão esta dada a Penedinho pelo coronel Antônio Caixeiro, pai do interventor do estado Sergipe, capitão-médico do Exército Eronildes de Carvalho, pai e filho, coiteiros e amigos de confiança de Virgulino Ferreira da Silva, Lampião.

Reza a lenda que certa feita, em 1938, o cangaceiro Canário enviou um bilhete ao coronel Antônio Caixeiro exigindo uma determinada importância em dinheiro ou joias, a ser enviada pelo portador.

– Volte lá e diga ao Canário que os outros que já são velhos no cangaço não me pedem dinheiro, agora ele que é novo no ramo vem me amolar! Foi à resposta de Antônio Caixeiro.

O mensageiro voltou até o bando de Canário e reportou ipsis litteris a resposta dada pelo famoso coronel.

Canário ouviu em silêncio o relato do seu mensageiro para depois despachá-lo de volta ao coronel, rico fazendeiro, chefe político e coiteiro famoso de cangaceiros, com outro recado, desta feita tremendamente ameaçador:

-“Se o senhor não mandar o dinheiro, o Canário vai desapropriar a sua fazenda Santa Filomena”. Simplesmente a melhor propriedade do coronel Antônio Caixeira, rica em recursos naturais e rebanhos de animais.

Ciente da ameaça o coronel Antônio Caixeiro, após a saída do mensageiro, que partiu sem um tostão, urdiu um plano audacioso: convocou um dos seus cabras de extrema confiança, trancou-se com ele num quarto do casarão da fazenda e detalhou seu plano seguido de ordens expressas.

“Você vai até o grupo de Lampíão como meu enviado e se apresente para ingressar no bando. Ganhe a confiança deles, encontre uma oportunidade e dê cabo à vida de Canário – o dinheiro que ele tem é muito, será todo seu, mais recompensa maior que lhe darei”.

Ordem dada é ordem cumprida.

Penedinho se apresentou no coito de Vurgulino, apetrechado de fuzil, punhal e revólver, suas “ferramentas de trabalho” quando a serviço do famoso coronel sergipano.

Virgulino Ferreira ouviu as razões de Teodomiro de Salu para entrar no bando, analisou-o de cima a baixo, e com sua voz sussurrante tomou a surpreendente decisão.

-“Não. No meu grupo não posso lhe aceitar”.

Mas a sorte acompanhava Teodomiro dos Santos, pois naquele exato momento, Canário que acompanhara toda a conversa com Virgulino Ferreira, interviu.

“Capitão, o menino fica comigo, no meu grupo”. Afinal, o cabra era primo da sua compaheira, tido praticamente como parente e ali mesmo foi batizado com alcunha de Penedinho.

O tempo passou. Os entreveros com as volantes, as razias do bando se sucediam e a “oportunidade” para Teodomiro cumprir a sua missão não surgia.

Certo dia, na fatídica madrugada de 28 de julho de 1938, o bando de Canário, acoitado no Cururipe, despertou com um tiroteio medonho para o lado do Rio São Francisco, e o próprio Canário, bandido experiente e calejado, já despertou gritando:

“Valha-me Nossa Senhora! Lá mataram Lampião”!

Bando de Corisco, fotografado por Benjamim Abraão, em 1936, acervo da Abba Filmes

Pressentimento este confirmado no mesmo dia da tragédia de Angico. Todos os cangaceiros dos subgrupos do bando de Lampião ficaram desnorteados, agora sem o chefe supremo, o provedor de armas, munição, mantimentos e planos.

Mas no dia 12 de agosto a tão esperada “oportunidade” por Penedinho surgiu praticamente do nada. O bando de Canário naquele momento formado por Penedinho, Adília e uma outra mulher; Sabiá, Delicado, Xexéu, Quina-Quina e Pitombeira estava num coito seguro, quando o chefe comunicou:

“Penedinho, você vem comigo, pois vamos buscar algumas encomendas”.

Os dois empreenderam a caminhada, pararam para comer e a dupla sentou á sombra de uma árvore. Canário relaxou a guarda, preparando seu almoço: farinha de mandioca com açúcar numa cuia e com o seu sexto sentido atilado percebeu Penedinho a manusear o mosquetão.

Bernardino Rocha, vulgo Canário, fotografado pelo libanês Benjamim Abraão, em 1936

– O que você está fazendo? Perguntou Canário.

Limpando a arma, Respondeu Penedinho.

Ato contínuo disparou o mosquetão à queima-roupa no peito de Canário, tiro efetuado tão de perto que o cangaceiro foi jogado a uns dois metros de distância.

Calmamente Penedinho degolou o chefe; percebendo a chegada do cachorro do bando intuiu que os demais cangaceiros estavam se aproximando e não esperou tempo ruim: abandonou ao local levando a cabeça de Canário, pendurada pelos cabelos compridos do facínora.

Já na presença Antônio Caixeira, Penedinho prestou contas; recebeu sua recompensa; o coronel chamou à fazenda o então sargento José Osório de Farias, chefe de volante que se tornaria famoso pelo nome de Tenente Zé Rufino, a quem o cangaceiro entregou a cabeça de Canário, recebendo em troca como bônus à anistia.

Fontes de consulta: “Lampião – As Mulheres e o Cangaço”, de Antônio Amaury de Araújo. “Cangaceiros de Lampião de A à Z”, de Bismarck Martins de Oliveira.

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