O evento Trupé
Cultural, acontecido em Petrolândia, Pernambuco, foi um sucesso. O idealizador
do evento, o músico e empresário Jadilson Ferraz, conseguiu reunir os diversos
seguimentos da arte e reunir uma grande multidão que lotou a orla da cidade e o
Museu Restaurante Trupé cultural. O Museu foi também palco de várias apresentações.
O grande poeta Chico Pedrosa e as palestras de João de Sousa Lima lotaram o
espaço do Museu.Várias bandas regionais, grupos de bacamarteiros, xaxados e
danças abrilhantaram o palco principal. Destaque para o grupo Art Cênics de
Paulo Afonso.
Jadilson
Ferraz e João de Sousa Lima na grande Festa que foi o Trupé Cultura 2013 !
O empresário e
músico Jadilson Ferraz promoveu em Petrolândia, Pernambuco, o grande evento
Trupé Cultural.Durante os dias 03 e 04 de agosto a cidade foi palco de grandes
apresentações artísticas e culturais, com destaque para as peças de teatro,
bandas de músicas, grupos de danças e xaxados, concursos de poesias, mostras
culturais e lançamentos de livros . Na oportunidade o escritor e
historiador João de Sousa Lima fez palestras e realizou duas mostras sobre o
Cangaço e Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, ao tempo que aconteceram as exposições
foram também lançados os livros do escritor.
O cangaço foi sem sombra de dúvida um fenômeno
nordestino que teve as diversas motivações para sua origem, sendo, portanto, um
conjunto de fatores que conduziram os nossos jovens sertanejos às perigosas
aventuras.
E, por certo é um fenômeno ocorrido,
praticamente em uma única região do nosso vasto país: o Nordeste. Procurei
pesquisar nas outras quatro regiões, se encontrava vestígios do cangaço e,
apenas encontrei um episódio – que o tenho por isolado -, de um cidadão de nome
www.em.com.br
Januário Garcia Leal, de uma família renomada, que, revoltado com o assassinato
trágico de seu irmão, por sete indivíduos, que o ataram a uma árvore e lhe
arrancaram a pele até a morte, ingressou na vida do crime, juntamente a outros
familiares, e não deu trégua até matar todos os assassinos de seu irmão.
Informa a Wikipédia em data de
21.03.2013, que Januário, antes do crime havia sido nomeado Capitão de
Ordenança do Distrito de São José de Nossa Senhora das Dores, hoje Alfenas-MG.
Portanto, cidadão de uma família de posição social elevada.
orgedesiqueira.blogspot.com
“A Justiça colonial não tomou
providências, deixando impunes os sete irmãos que havia perpetrado a revoltante
barbárie” – informação da supramencionada fonte.
As centenas de cangaceiros dos relatos da
história do cangaço são filhos dos sofridos sertões nordestinos, especialmente
nos idos anos VINTE e TRINTA do século passado.
Vídeo com Lampião
Mesmo assim, há mais de cento e quarenta anos antes do ingresso de Virgolino na senda do cangaço, morria na forca em Recife,
o
oglobo.globo.com
Cangaceiro José Gomes - O Cabeleira,
que tinha como companheiros de infortúnio, seu próprio pai Joaquim Gomes (que o
ensinou a ser cruel) e Teodósio. Informa o escritor Franklin Távora em seu
romance O CABELIRA.
Lucas da Feira - blogdomendesemendes.blogspot.com
“Em 25 de setembro de 1849, Lucas da Feira,
o mais célebre bandido de seu tempo, foi enforcado num patíbulo erguido no
Campo do Gado de Feira de Santana” – Informa o escritor Nelson Cadena em
Memórias da Bahia.
Assim entendemos que, setenta anos, antes de
Virgolino entrar no cangaço, morria na forca, um indivíduo que era tratado como
cangaceiro. Lucas era tão perverso que a tradição relata que o
Dom Pedro II - www.diariodorio.com
Imperador D.
Pedro II, solicitou que o mesmo fosse conduzido a sua presença para que ele
conhecesse a fisionomia de alguém que era tão cruel.
Antes de Virgolino virar Lampião, existia o
cangaceiro romântico, Jesuíno Alves de Melo Calado, ou simplesmente Jesuíno
Brilhante.
Mais tarde, comandou um grupo de cangaceiros,
Manoel Batista de Morais, que passou a se chamar Antonio Silvino, apelidado de
O Rifle de Ouro.
cgretalhos.blogspot.com
Silvino
foi preso em 1914 quando Virgolino ainda era um adolescente de 16 anos e, pensava apenas no trabalho de almocreve
junto ao pai. Informa Semira Adler
Vainsencher da Fundação Joaquim Nabuco.
Sinhô Pereira -blogdomendesemendes.blogspot.com
Sebastião Pereira da Silva – o Sinhô Pereira,
foi o chefe de cangaço que, em 1922, abandonou o cangaço e entregou o grupo a um dos seus componentes – Virgolino
Ferreira da Silva, vindo a falecer em 1972.
Muitos foram os fatores que levaram os jovens
nordestinos a ingressarem no cangaço, começando pela própria aridez de um
sertão que, se com os recursos de hoje não propicia melhores dias para seus
habitantes, diga você, há oitenta e cem anos passados!
Porém,
conforme os escritos que acompanhamos, a maioria entrou no cangaço por algum
tipo de vingança, principalmente vingança contra aqueles que praticaram atos
violentos contra seus familiares, como foi o caso de Januário Garcia Leal, que
viu seu irmão João Garcia ser assassinado sem que houvesse providência. Antonio
Silvino, que teve o pai assassinado e nada aconteceu com quem cometeu o
assassinato. Sinhô Pereira, que passou pela mesma situação quando assassinaram
seu irmão Né Pereira. E, Virgolino, que embora já tivesse as suas desavenças
com a família vizinha, mas poderia ter sido evitado o pior, que foi a morte do
velho pai – José Ferreira.
Um renomado pesquisador do cangaço, cujo
nome não me recordo, afirmou que “entre os sertanejos, o filho que soubesse
quem assassinou o pai e nada fizesse como vingança, seria desprezado pela
sociedade do seu tempo. Era tido como um covarde”.
Tantos outros cangaceiros têm a sua história
de vingança.
E com essa coragem tão extremada dos nossos
jovens sertanejos, as conseqüências foram as mais desastrosas possíveis. Foram
mortes, sequestros, furtos para a sobrevivência de uma vida errante por entre
as caatingas, sem falar na grande quantidade de jovens que deixaram seus
familiares e ingressaram na Polícia e saíram a caçar, muitas vezes os próprios
conterrâneos, como aconteceu com o
Tenente Zé Rufino, que conhecia Virgolino, e ingressou na Força Policial, chegando a matar mais de vinte jovens-cangaceiros, conforme ele mesmo relatou em entrevista.
Assim foi o cangaço! Repleto de lutas,
vinganças e sofrimento. Só uma coisa eu digo: “Ninguém nasce cangaceiro”!
Ah, se os
tempos voltassem para vivermos novamente aquelas façanhas, que de vez por outra
nós as aprontávamos! Principalmente você, que não deixava ninguém quieto.
Sentirmos o cheiro do leite que bebíamos todas as manhãs fornecido pelo
programa do governo “Aliança para o Progresso”. Comermos aquele queijo de
cor alaranjada; não tenho plena certeza, mas me parece que o seu nome era
queijo do reino.
arranjodecraviola.blogspot.com
Almoçarmos
belas comidas feitas pela cozinheira Beatriz Melo, que em matéria de cozinhar,
era a melhor daquela instituição. Mas em contra partida, tínhamos um
jantar muito fraco, sopa feita de caldo de feijão, sem nenhum gosto de
carne, que até hoje, quando eu vejo sopa, não me sai da lembrança daqueles
tempos.
À noite, ao
chegarmos das nossas escolas, cada um recebia um pão com um taco de rapadura.
Alguns deles não queriam, porque já haviam merendado fora. Mas aquele que
merendava fora, era patrocinado pelos pais ou pelos parentes.
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Fugirmos da
presença da vice-diretora, em busca de um lugar seguro para fumarmos. Vício que
ela mesma era dependente, e até hoje, tenho notícias que ainda fuma. Mesmo ela
sendo fumante, combatia fortemente aos internos que também eram viciados.
sindicacau.blogspot.com
Permanecermos
nas calçadas da escola, após o jantar, vendo as lindas meninas passeando pelas
ruas dos antigos igapós, nas imediações dos Pereiros. Também para recebermos
ligações de várias mocinhas que viviam nos rodeando, como se nós fôssemos
artistas. Coisas de meninas novas.
Lembro que
duas vezes por semana, nós dois, saíamos em uma bicicleta cargueira, até a
Ilha de Santa Luzia, à Rua General Péricles, na Mercearia do Zé Maia
(cunhado da vice-diretora), para apanharmos uma porção de bananas para a escola,
e ao retornarmos, em vez de seguirmos para a instituição, ficávamos
sobre
telescope.blog.uol.com.br
a barragens
Jerônimo Rosado, e ali, nós comíamos bananas em abundância, e jogávamos as
cascas sobre a água, só para vermos elas passando de um lado para outro através do deslizar das águas.
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O nosso medo
era que ao chegarmos à escola, as bananas fossem contadas pelas empregadas ou
pela vice-diretora. Mas felizmente isto nunca foi feito, apenas nós temíamos. E
os assaltos às bananas continuavam. Mas tudo que nós fazíamos jamais nos
ridicularizou, apenas praticávamos coisas de adolescentes.
Nos dias de
hoje, tudo é diferente. Ninguém confia em ninguém. São poucos que praticam
certas desordens, e abandonam ao se tornarem adultos.
Aquela escola era nossa, e que todos os internos de qualquer instituição educacional praticam as mesmas desordens. Mas o bom é que não as leve para sua vida adulta.
Minhas Simples
Histórias
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
Paulo Afonso e
Piranhas desenvolveram Os Roteiros Integrados do Cangaço e estão realizando
seminários e palestras, consolidando as rotas e incentivando o turismo,
despertando pesquisadores, escritores, estudantes e curiosos para os fatos
históricos acontecidos nas duas cidades.
Em julho houve um grande encontro cultural em Piranhas e contou com a
participação de estudiosos do cangaço de várias partes do país.
Em Paulo Afonso as visitações ao Museu casa de Maria Bonita tem crescido a cada
dia.
Estive falando com o nobre pesquisador RANGEL COSTA, através o BLOG-RANGEL, que
o coiteiro Pedro de Cândido não merece ser chamado de traidor como às vezes
alguns pesquisadores (creio que poucos), o chamam.
Segundo o escritor João de Sousa Lima o Pedro é o da esquerda
Isto porque as
circunstâncias devem tê-lo conduzido a tal situação - a indicação do coito de
Angico. Estive gravando uma entrevista com um cidadão de Serra Talhada que
conhece familiares do povo de José Ferreira, e afirma que o coiteiro Pedro de
Cândido era homem de confiança de Lampião, e que foi forçado a levar a polícia
até o coito.
Lampião
Segundo meu entrevistado, "de boa vontade ele não o
faria". Não sei qual é sua opinião e do Professor RANGEL quanto ao
assunto.