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domingo, 11 de abril de 2021

VENDE-SE

 Por Nathalia Oliveira

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A PASSAGEM DE VIRGÍNIO MODERNO POR PESQUEIRA

Por Junior Almeida

Contou-nos o bancário aposentado e também pecuarista Fred Brito, de 69 anos, residente em uma propriedade da zona rural de Buíque, Pernambuco, que na madrugada do dia 6 de junho de 1936 um grupo de 12 bandoleiros e mais uma mulher, sob o comando de Virgínio Fortunato da Silva, o cangaceiro Moderno, chegou à Fazenda Catolé, em Pesqueira, no Agreste do Estado, pertencente ao seu avô, Rogério Cavalcanti de Brito (1888-1974), chamado por ele, e todos os netos, carinhosamente de “Padre Dinho”, onde no local, a súcia fez prisioneiro um morador da fazenda, de nome Severino Panelada, forçando-o a bater à porta da casa sede, para acordar seu patrão e compadre.

O cangaceiro Virgínio Moderno

Severino quando bateu na porta, seu compadre Rogério perguntou o que se tratava, àquela hora da noite, tendo o morador respondido que sua esposa estava doente, precisando de ajuda, de um remédio de Dona Adelaide. A versão foi dita por Panelada conforme a orientação prévia dos cangaceiros. Rogério abriu a porta e foi logo rendido, sendo todos da casa abruptamente acordados.

Nessa época, a sua mãe, Lenira de Lima (1918-2010), era noiva do seu pai, Renato Tenório de Brito (1915-1979), filho mais velho do casal Rogério e Adelaide e, por uma grande falta de sorte, segundo Fred, sua mãe e uma irmã dela, a mais velha, de nome Irene, tinham ido à fazenda conhecer a família do futuro marido, portanto, ficaram também sob ordens dos sicários.

À esquerda da entrada do casarão, existia um quarto grande, usado para de orações, o qual era chamado por todos de o “quarto de São Pedro”, pois o fazendeiro Rogério era devoto do santo que a História diz ter sido o primeiro Papa. Nesse cômodo existia uma mesa de madeira, espécie de altar, forrada com elegante toalha de linho branco, que ia até o chão, e sobre ela vários santos e santas, dentre eles, uma bela imagem do santo pescador. O que pouca gente sabia, é que em baixo desse altar, ocultos pelo grande tecido, ficavam guardados dois rifles calibre 44.

Por ser aquele espaço um local sagrado da casa, ficou livre da sanha dos sicários, que reviraram tudo dentro da residência, à procura de objetos, joias, dinheiro e, claro, armas. No meio dos cabras, tinha um com um violão velho, com apenas três cordas. Enquanto a casa estava sendo saqueada, as mulheres foram obrigadas a cozinhar para o bando. Menos mal que a despensa estava abastecida, com produtos da própria fazenda e os comprados na feira de Pesqueira, que já naquela época, era realizada nas quartas-feiras. A cozinha da casa era enorme, do dizer de Fred Brito, “daria para fazer um forró naquele espaço” e, foi justamente isso que os cangaceiros queriam. Com o precário instrumento, ligeirinho improvisaram um “baile”. Um dos salteadores pegou na mão da menina/moça Lenira, de apenas 17 anos, e a chamou pra dançar. Sem receios, com coragem tirada não se sabe de onde, ela aceitou, mas o cangaceiro não quis dançar. Era um teste. O bandoleiro disse:

Eu peguei a sua mão e lhe chamei pra dançar, pensando que você não ia e, se dissesse que não dançava, eu ia fazer você dançar nua, aqui na vista da gente. Ia tirar a roupa e ia dançar nua.

Depois do ocorrido, Lenira disse que “se já estava pensando que morreria quando os cabras invadiram a casa, depois do susto que passou com a história da dança, achava que iria cair durinha ali mesmo”.

Casarão da Fazenda Catolé, em Pesqueira, Pernambuco, que serviu de cenário no filme "O Cangaceiro", de 1997.

Logo que invadiu a casa, Virgínio Moderno disse a que vinha: queria três contos de réis do fazendeiro, para que, segundo ele, pudesse deixar Rogério, sua família e propriedade em paz. O grande problema é que o fazendeiro não dispunha, naquele momento, de avultada quantia em casa, então, os cangaceiros, ao deixar a fazenda, o levaram como refém. Só para se ter uma noção do que daria para comprar com tanto dinheiro, naqueles dias um saco com 50 quilos de farinha de mandioca estava custando 18$000 (dezoito mil réis), o feijão preto, saco de 60 quilos, 36$000. Com mesmo peso, o feijão mulatinho era vendido por 60$000 e o milho a 17$000.

Fazendeiro Rogério Cavalcanti de Brito, dono da Catolé

Renato Brito, como já foi dito, era o filho mais velho de Rogério e Adelaide, e pediu permissão a Virgínio para selar um cavalo para seu pai ir montado, pois sabia que seu genitor não aguentaria o trupé da caminhada dos cabras. O argumento do primogênito, para o fazendeiro Rogério Brito ir montado, enquanto os cangaceiros iriam a pé, era que “se iam matar seu pai, que matassem logo, ou então permitissem ele ir a cavalo.” Com o consentimento de Moderno, o rapaz trouxe um animal de nome “Revoltoso”, para que o pai pudesse acompanhar a marcha do bando, perguntando em seguida ao chefe do bando, como faria para encontrá-los depois, para pagar o dinheiro do resgate. Virgínio respondeu:

Nós vamos para os lados de Boa Sorte (atual venturosa). Você é um homem de fazenda, vai saber pegar o rastro de 13 pessoas e apenas um cavalo.

Mesmo casarão em tempos atuais

Depois da saída do grupo da Fazenda Catolé, levando seu proprietário como refém, Renato Brito foi até Pesqueira, distante quatro léguas da Catolé, arranjar o dinheiro do resgate com amigos. Fato curioso, é que os cabras do bando trocaram de roupa na fazenda, deixando para trás as vestes sujas de tantas andanças e combates, com algumas delas até manchadas de sangue, peças essas, que depois foram expostas nas Casas José Araújo, na cidade de Pesqueira.

Casarão da Fazenda Catolé, fonte Blog Pesqueira Eterna e Lendária.

Na terra do doce e da renda, Renato conseguiu o dinheiro com Severino do Leite, e célere, seguiu a pista do bando, encontrando-o no local Carrapateira, meia légua depois de Venturosa, sentido Garanhuns. No local, um fato inusitado aconteceu: ao receber o pacote de dinheiro, Moderno conferiu o valor e devolveu para Rogério, dizendo que mesmo que seu filho não tivesse conseguido a quantia exigida, não matariam o fazendeiro, pois, segundo o cangaceiro, “um homem bom daqueles não se matava”. Especula-se que ou Virgínio costurou um acordo futuro, para proteção ou outro tipo de vantagem, ou durante a caminhada, o fazendeiro fez, na medida do possível, amizade com os cabras, pois, se sentiu tão à vontade, ao ponto de pedir a Virgínio um cachorro que acompanhava o bando, tendo Moderno dito que não dava “porque aquele cão pagava muitos dos cabras ruins sob seu comando”. Rogério e Renato Brito, pai e filho, voltaram para sua Catolé, em Pesqueira, depois das cinco da tarde daquele dia.

Sobre essa passagem do cunhado de Lampião por Pesqueira, o Diário de Pernambuco publicou no dia 7 daquele mês a seguinte nota:

BANDIDOS NO LUGAREJO IPANEMA. O COMANDANTE DE UMA DAS FORÇAS VOLANTES TELEGRAFA A SECRETÁRIA DE SEGURANÇA.

Ontem, à noite, a Secretária de Segurança recebeu telegrama do comandante de uma volante em Pesqueira. Informava que alguns bandidos passavam pelo lugarejo denominado Ipanema. A volante saiu em seu encalço, travando ligeiro tiroteio. Os cangaceiros, porém, fugiram em debandada. A polícia não sabe si se trata de Lampião ou do grupo de Virgínio.

No dia 9 o mesmo jornal publicou:

OS BANDIDOS EM PESQUEIRA

UM TELEGRAMA DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL

Recebemos ontem de Pesqueira o seguinte telegrama: “PESQUEIRA, 7 – Confirmando meu telegrama publicado nesse jornal sobre a passagem de um grupo de cangaceiros neste município, foi atacada, ontem, a fazenda Catolé, distante apenas 15 quilômetros desta cidade. Foi sequestrado pelos assaltantes o proprietário da mesma fazenda sr. Rogério Brito, para cujo resgate exigiram três contos de réis. (a) Antônio Araújo, presidente da Associação Comercial”.

Seis décadas depois da invasão da Catolé, um número bem maior de cangaceiros esteve na propriedade, com direito a cavalos, tiros e mortes, mas tudo isso de mentirinha, é claro, pois na verdade, o que aconteceu naquela propriedade, foram gravações de cenas da refilmagem do filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, de 1953. Na nova versão, que estreou nos cinemas de todo Brasil em 1997, o ator Paulo Gorgulho, fazia o papel do Capitão Galdido, e Luíza Tomé, viveu Maria Bonita. O elenco ainda contava com o experiente Joffre Soares, Ingra Liberato, Jece Valadão, Othon Bastos, o sanfoneiro Dominguinhos, dentre outros. A bela casa da Fazenda Catolé nem de perto se parece com as dos tempos de Rogério Brito, muito menos da época que o filme “O Cangaceiro” teve algumas cenas gravadas lá, o que não faz tanto tempo. Recentemente (2020) um youtuber da cidade de Pesqueira esteve no local e mostrou que o que fora um imponente casarão, hoje está em ruínas.

*Fontes: Fred Brito, Canal Raniery Mendonça, no Youtube, Blog Pesqueira Lendária e Eterna e Jornal Diário de Pernambuco.

**Fotos: Cangaceiro Moderno, fonte Blog do Mendes; Casarão da Fazenda Catolé, fonte Blog Pesqueira Lendária e Eterna; Print do filme O Cangaceiro, de 1997; Ruínas do casarão, fonte Canal Raniery Mendonça, no Youtube; Fazendeiro Rogério Brito.

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ZÉ RUFINO

 Por Rubens Antonio

José Osório de Farias, o José Rufino, originalmente José de Rufina, pernambucano, comandante de pelotão volante baiano que se tornou o maior eliminador de cangaceiros. Imagem retificada por mim.

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FAMÍLIA DE DADÁ E AMIGOS

 Por Ilana Borboleta

Nessa foto tem eu, o cordelista Machado, minha vó Dadá, minha irmã Iliane, Zé Umberto Dias cineasta e escritor, minhas duas tias maternas.

Estamos na casa de minha vó Maria Celeste.

Em Salvador Bahia.

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ANTÔNIO MARROCOS E LAMPIÃO.

 Por Luís Bento

Antônio Marrocos de Carvalho que era cobrador de Imposto de Renda Estadual no Distrito de Macapá ( JATI ), foi surpreendido, certa noite, pela visita de Lampião, levado à sua casa (foto) por Manuel Pereira da Silva - Né Pereira, que exercia o cargo de Sub-Delegado daquele Distrito. ( Como é sabido, Lampião era ligado à família Pereira por forte amizade. )

Marrocos Anselmo Pereira meu primo avô Antônio Marrocos de Carvalho.

Fiel à tradição sertaneja e por ser parente e amigo de Né Pereira, Marrocos recebeu a visita com bastante cordialidade.

A partir de então, tendo fracassado em duas emboscadas contra Marrocos, no caminho de Jardim, os seus adversários políticos denunciaram-no ao Chefe de Polícia como Coiteiro de Lampião, razão pela qual ele passou a ser fortemente perseguido.

Virgulino Ferreira da Silva - Lampião.

Meses depois, novamente à meia-noite, Né Pereira bateu a porta de Marrocos. Ao abri-la, verificou a presença de Virgulino. Sem convidá-los a entrar, Marrocos explicou-lhes o que lhe vinha correndo. A seguir, dirigindo-se a Lampião sugeriu-lhe que, embora contasse com sua atenção, não voltasse a visitá-lo, a fim de confirmar as acusações que lhe estavam sendo feitas pelos chefes situacionistas de Jardim.

( Casa ) onde morou Marrocos, Rua Sabino Pereira - JATI - Ce.

Em resposta, Lampião pediu-lhe que telegrafasse ao Chefe de Polícia comunicando que ele, naquela noite, passava em Macapá com destino ao Cariri. Tal sugestão foi ratificada na manhã do dia seguinte, quando Marrocos, dirigindo-se a Brejo dos Santos, de onde enviaria o despacho. Apesar de todo isso, quando o Tenente José Bezerra chegou a Macapá, foi direto à casa de Antônio Marrocos e sugeriu-lhe que, para desmentir as acusações de que estava sendo alvo, deveria unir-se à sua tropa em perseguição ao bando de Lampião.

Manuel Pereira da Silva, Né Pereira. Sub-Delegado do então Macapá, hoje JATI-Ce.

Logo de início, alegando tratar-se de uma calúnia já desmentida, Marrocos recusou a sugestão. Mas, após prolongada polêmica, para não demostrar covardia, ele resolveu incorporar-se à volante, o que resultaria no seu fuzilamento pelas costas.

O assassinato de Marrocos a exemplo de tantos outros, caracterizam-se a época sombrio do apogeu a era do Coronelismo.

Fonte- Separata da Revista Itaytera

" Otacílio Ancelmo " Pág 184 - 185.

LUÍS BENTO

JATI 06/03/2021

https://www.facebook.com/luis.bento.39142/posts/905290663568986

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LEITORES, SÓ COMO ARQUIVO. nÃO FAZ PARTE DO CANGAÇO

 Por José Mendes Pereira

Como o texto é muito bem narrado pelo Sosígenes Bittencourt resolvi fazer a postagem em nosso blog - http://blogdomendesemendes.blogspot.com como arquivo.

OS CARRASCOS DE HENRY BOREL

Por Sosígenes Bittencourt

O Vereador Jairinho, antes de consumar a morte do pequeno Henry, com a megera Monique, já batia na cabeça do menino e dava-lhe pontapé na barriga. Jairinho é político carioca - a maior concentração de desordeiros e ladravazes, por quilômetros quadrados, do mundo.

Monique sabia das perversidades praticadas pelo psicopata e fazia vista grossa. A megera era divorciada do pai do infante e queria, junto com o carrasco, divorciar-se do menino.

O que causa maior repugnância na chacina é que a megera era a única alternativa de sobrevivência do próprio filho, quem poderia e deveria ter-lhe salvado a vida, porque engravidara e fora sua maternidade natural.

Se o Cérebro é a sede da Razão, e o Coração é o termômetro do Amor,

de que artefatos humanos é formado este casal de namorados, estes fantoches do Mal. Não são loucos, porque loucos não sabem o que fazem nem como se defender. Eles são psicopatas, porque sabem o mal que praticam e tentam forjar inocência para fugir do castigo. São tarados que se saciam na amargura do semelhante, sádicos empedernidos, desalmados sanguinários. São cúmplices na execução do menino que lhes serviu de nutriente à sede incontida de sangue.

A diferença entre Herodes e os infanticidas de nosso tempo é que Herodes não era pai das crianças que mandou matar.

Justiça! Justiça! Justiça!

Sosígenes Bittencourt

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MORADA DE SEU MANOEL GOMES DA ROCHA (Noia Gomes no Sítio São francisco - Jati-CE.

 Por Luis Bento

Morada de Manoel Gomes da Rocha(Noia Gomes), localizada no sítio, São Francisco Jati-Ce. Registro de desentendimento de seu Noia e Pedro Carolino (meu tio) com o grupo de Cangaceiros chefiado por Moreno no ano de 1937. 

Pesquisador escritor Luis Bento de Sousa (Luis Carolino). Lampião figura, controvérsia.

https://www.facebook.com/luis.bento.39142/posts/407344533363604

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ARLINDO ROCHA – INDOMÁVEL CABECILHA DE VOLANTE

Por João Costa

Os admiradores, pesquisadores e mesmo estudantes (como eu) do fenômeno Cangaço, somos seduzidos à duas coisas erráticas: demonizamos cangaceiros e cangaceiras transformando-os em súcubos ou íncubos, ou tratamos os policiais volantes, de carreira ou contratados pela Polícia, como paladinos do bem; aprendemos que no cangaço não houve heróis nem bandidos, o razoável é tratar como homens da lei versus homens fora-da-lei.

Dito isto, causa admiração a trajetória de volantes famosos e seus cabecilhas, exatamente porque foram arrastados para guerra por conta de vinditas e intrigas pessoais. Uma biblioteca inteira não esgotaria a saga dos Nazarenos, nem um compêndio sintetizaria a aventura militar de Arlindo Rocha – e é sobre ele a prosa de hoje pedindo, antecipadamente, desculpas por imprecisões.

Arlindo Rocha não foi um militar de carreira, mas as circunstâncias o arrastaram para o combate ao cangaço de maneira individual, inicialmente, e de forma corporativa quando galgou patente e promoções na Polícia de Pernambuco.

Próspero comerciante em Barreiros, lá por volta de 1924, Arlindo Rocha recebe um bilhete de Virgulino Ferreira, Lampião, pedindo munição de guerra e suprimentos. Sua reação foi instantânea: rasgou o bilhete na frente de várias pessoas presentes em seu estabelecimento, inclusive coiteiros do bandoleiro.

Na sequência, novo bilhete de Lampião para Arlindo Rocha avisa que o bando, em breve, estaria de passagem por sua propriedade para "arrancar as orelhas dele e de familiares", sem deixar de pé casa, plantações e animais. Tudo viraria cinzas.

Diante de uma sentença de Lampião, cristão nenhum tinha a quem recorrer ou apelar.

Arlindo Rocha não teve dúvida do caminho a seguir: reuniu dezenove parentes, distribuiu armamento, munição, apetrechos e foi à guerra por conta própria; mas toda guerra tem custos financeiros e Arlindo não suportou os gastos com uma milícia privada.

Politicamente habilidoso, pede e obtém socorro do chefe político de Salgueiro, coronel Veremundo Soares que o incorpora à Polícia Miliar já como terceiro-sargento e os demais parentes milicianos como soldados volantes, transformados agora em Força Auxiliar Arlindo Rocha.

Designação merecida. Não demorou muito, Arlindo Rocha e sua tropa eliminam dois cangaceiros em Brejo Santo, Ceará e, de quebra, deixa vários feridos que foram capturados. Por outro lado, Arlindo Rocha parecia ter o corpo fechado.

O homem é uma fera já foi baleado várias vezes e não morreu; tem corpo fechado, diziam seus subordinados.

Em telegrama ao governo de Pernambucano o comandante da PM Theopanhes Torres relatou o seguinte sobre Arlindo Rocha:

“O referido inferior, pelo modo como vem se conduzindo desde o início da campanha contra os bandoleiros...É merecedor da estima e admiração de seus superiores, já tendo recebido diversos ferimentos nos combates em que tem tomado parte”.

A volante do já então tenente Arlindo Rocha nesse mesmo ano de 1924, durante combates ferrenhos, despacha para o outro mundo cangaceiros famosos como Antônio Padre e Gavião. E também contabiliza derrotas, pois em 1926 participa da Batalha de Serra Grande, relatada até hoje como a maior vitória de Lampião sobre as forças volantes.

- Hoje os cangaceiros vão comer bala, foi a frase dita por Arlindo Rocha em tom de bravata antes da batalha, porque quem comeu bala foi ele.

Levou um tiro na boca que destruiu parte da mandíbula, ferimento este que lhe trouxe problemas de mastigação e uma cicatriz atroz por toda a vida.

Em fevereiro de 1927 Arlindo Rocha em companhia do também tenente Eurico Rocha e do sargento nazareno Manoel Neto cercam a fazenda do coiteiro Antônio Teixeira Leite, o famoso Antônio da Piçarra.

É noite de chuva e trovoada, a tropa se abriga debaixo de moitas de marmeleiros, eis que um relâmpago clareia o lugar, um vulto surge em cima de uma cerca e um soldado da volante de Arlindo Rocha não titubeia e dispara um tiro certeiro.

Pou!

Começava ali o início do fim do célebre cangaceiro Sabino Gomes, o mais importante cangaceiro do bando de Lampião.

O tenente Arlindo Rocha é descrito como homem moreno, alto e magro, cicatriz profunda na face esquerda; tornou-se comandante das tropas volantes pernambucanas que varriam para fora do estado bandoleiros famosos, inclusive o Lampião e seu bando.

A trajetória de Arlindo Rocha, de simples comerciante em Barreiros a comandante de tropa, causava inveja na corporação e gerou até motins liderados por oficiais que não o aceitavam e se recusavam a seguir suas ordens.

Por último e não por fim, em 1928, Arlindo Rocha vai a Vila de Pau Ferro, município de Água Belas, à frente sua última missão: desta feita não mais com fuzil na mão, mas à frente de uma missão de inteligência por demais secreta.

Trata-se de encontro decisivo entre Arlindo Rocha, enviado do governo, e o coronel Francisco Martins Albuquerque, coiteiro de Lampião e chefe político.

Arlindo Rocha está em companhia de um tal Paulo Lopes, conhecido como Sebasto, o primo queridíssimo de Virgulino Ferreira da Silva.

Rocha vai direito ao assunto porque ele sabe que o teor da conversa travada ali, chegaria aos ouvidos de Lampião, “mais rápido que ligeiro”, na linguagem sertaneja..

- Estou aqui em missão secreta designada pelo chefe-geral da Polícia. Este aqui é Sabasto; levem-no até Lampião com o ultimato: ele deve se entregar e ser recambiado com segurança para Cadeia do Recife, ou deve deixar o estado de Pernambuco.

O resultado dessa reunião ocorreria dias depois. Em agosto, informantes reportam uma visita de despedidas feita por Lampião a uma irmã que reside nas proximidades de Pedra de Delmiro e vem a público o teor de um telegrama da Polícia de Floresta para o chefe de polícia, em Recife;

“Comunico vossência que bandido Lampião, companhia cinco comparsas bastante municiados, dia 19 corrente atravessou rio São Francisco, proximidades de Sobrado, município Tacaratu, destino estado da Bahia. Saudações, Augusto Ferraz, delegado de Polícia.

Acesse: blogdojoaocosta.com.br

Fonte de consulta. Apagando Lampião, Vida e Morte do Reio do Cangaço, de Frederico Pernambucano de Melo.

Foto1. Tenente Arlindo Rocha(em pé) sentados: Theophanes Torres e Eurico Leão. Foto 2. Virgulino Ferreira. Foto3. Volante de Arlindo Rocha.

 https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5/posts/3615841825193642?comment_id=3615874341857057&notif_id=1618138249511865&notif_t=feed_comment&ref=notif

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A GAROTA ZEFINHA | CONTOS INÉDITOS DO CANGAÇO | CFVB #005

 Por Josevaldo Matos - Contos e Fatos

https://www.youtube.com/watch?v=xIEvdFeA8a8&ab_channel=JosevaldoMatos-ContoseFatos

“O nordestino é, antes de tudo, um forte!”... Já dizia o jornalista Euclides da Cunha, no seu clássico “Os Sertões”. O sertão do nordeste brasileiro passou por um dos seus piores capítulos da história. Além da sêca que os assolava nas décadas de 20 e de 30, vivia também um dos seus piores momentos: A presença do Cangaço lampiônico.

Na história de hoje, vocês ouvirão (de novo) uma testemunha ocular da saga mais atraente da história nordestina, o Cangaço.

A senhora Josefa Francisca de Carvalho Filho, (Dona Zefinha de Vaqueiro), no auge dos seus quase 95 anos nos conta histórias inéditas da sua infância e adolescência na época do Cangaço, (década de 1930), na região de Jeremoabo e Sítio do Quinto, BA, onde cangaceiros passavam e buscavam coitos, como por exemplo nas Fazendas Caritá, Tinguí, Araticum, Marotos, Umbuzeiro e demais localidades pertencentes hoje ao município de Sítio do Quinto, (próximo a Jeremoabo), onde ela nasceu e vive até o dia de hoje.

Dona Zefinha cresceu ao lado do seu pai e irmãos testemunhando a passagem de cangaceiros no seu cotidiano. Era comum a garotinha Zefinha brincar com Lampião e Maria, os quais a pegavam no colo e brincavam. Melhor do que eu narrar aqui as suas histórias é vermos e ouvirmos a própria nos contar.

Já peço, de antemão, que nos ajude no sentido de “curtir esse vídeo” e principalmente se INSCREVER aqui no nosso canal. (Lembre-se de ativar o sino das notificações, com isso vocês serão informados quando postarmos novos vídeos).

Um forte abraço do amigo Josevaldo Matos.

(Vamos viralizar esse vídeo?)

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CANGAÇO - PERGUNTAS E RESPOSTAS - 25

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=im8WFA1huEg&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Cangaço - Perguntas e Respostas - 25 Nesse quadro "Perguntas e Respostas", tento responder as indagações feitas pelos amigos sobre a história do cangaço. 

Qualquer pessoa pode fazer suas perguntas nos comentários abaixo de qualquer um dos vídeos que venha a assistir. Esse quadro é postado de 15 em 15 dias. 

Link desse vídeo: https://youtu.be/im8WFA1huEg

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