Por Capitão Bonessi
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quinta-feira, 1 de outubro de 2020
OS ETERNOS MISTÉRIOS DE ANGICO PARTE I
IGREJA MATRIZ DE PARIPIRANGA/BA - CIDADE INVADIDA POR LAMPIÃO EM SETEMBRO DE 1936.
Por Sérgio A. Dantas
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O CICLO DOS HOTEIS
Clerisvaldo B. Chagas, 1 de outubro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.381
Parece que o ciclo das coisas que cercam os homens, é igual ao próprio ciclo da vida humana. Hoje refletimos sobre os hotéis, em todos os lugares do Brasil substituídos por simples pousadas. Voltando os tempos em algumas décadas, tínhamos em Maceió o magnífico Hotel Bela Vista, onde a cabeça de Lampião passou uma noite, imediatamente a ser levada para Salvador. Foi demolido. O Parque Hotel, onde se hospedavam os prefeitos do interior em missões na capital, deixou de existir. O não menos famoso Hotel Lopes, final e início de linha das antigas “sopas” Santana – Maceió e vice versa, parou de funcionar. Um grande hotel que no momento nos foge o nome, situado na Rua do Sol, também na capital, tão bem frequentado, cerrou suas portas com fim melancólico, abandonado à própria sorte, foi aos poucos sendo transformando em coisas. Todos eles tinham nome firme espalhados no estado.
Em Santana do Ipanema não foi diferente, fechou o Hotel Central, um dos mais antigos de cidade e conhecido como Hotel de Maria Sabão. Deixou de existir o Hotel Santanense no Bairro Monumento, chamado Hotel de Dona Beatriz. Antes mudara de dono, depois... O adeus para sempre. Seguindo a sequência, encerra as atividades o Hotel Avenida, ainda no Bairro Monumento, apelidado o Hotel de Seu Leusínger. E por fim o Hotel conhecido como de Maria Valéria, à Avenida Nossa Senhora de Fátima. Também fecharam alguns pequenos hotéis e hospedarias sem nomes no lugar Maracanã e na periferia do quadro da feira semanal.
Após certo período sem hotéis, começam então, a aparecer as pousadas, muito mais simples, sem almoço, sem jantar, apenas com pernoites e café da manhã acompanhado de preços populares. Santana se encheu de pousadas, sendo raríssimo a implantação de hotéis. Em Maceió, após a fase das pousadas, voltas à moda os grandes hotéis de luxo internacionais, dessa vez não mais no Centro, mas, principalmente, nos balneários onde imperam o luxo do litoral.
Cada um desses antigos hotéis tinha seus acervos orais de histórias e mais histórias que mereciam ser contadas de outra maneira. Mas os fantasmas que habitavam as ruínas, foram espantados para sempre com o novo ciclo das coisas.
Todo somos vítimas dos freios de arrumação que mexe com a vida dos humanos e dos seus temporários bens.
A HISTÓRICA DEPOSIÇÃO DO CORONEL.
Por Luis Bento
No Nordeste Brasileiro, o Cariri cearense foi um dos pontos onde o coronelismo mais teve força. A região sentiu a força do cangaço e teve líderes políticos que comandaram a " ferro e fogo ", deixando marcas definitivas na formação Cultural do povo. O Coronel José Belém de Figueiredo foi um deles.
Conhecido e temido pelas inúmeras arbitrariedade que cometia ele foi deposto em 1904 após um movimento de residência liderada pelo Coronel Antônio Luis Alves Pequeno cerca de um ano
antes. O movimento nasceu numa reunião ocorrida no sobrado de Pequeno. A vigência de um regime republicano, contudo teve seu efeito na queda de Belém.
O Crato enfrentava uma série crise política, agravada depois de um grupo de jovens, enquanto realizava uma serenata, ser atacado a bala pela guarda de Coronel Belém. O episódio ocorreu cerca de um mês após a reunião no sobrado e vitimou Horácio Jácome Pequeno, um desses jovens, familiar do Coronel oposicionista.
Os contrários a Belém promoveram fortes campanhas contra o governo. A mobilização ganhou forte adesão popular por conta do assassinato de Horácio, cujo cadáver acabou transformando em símbolo de resistência. Ao ponto de o Jornal Correio do Cariry publicar um tributo proclamando o jovem como herói.
O culto a Horácio, a vigência de um regime republicano e a insatisfação popular quase que generalizada tornaram a gestão de Coronel Belém insustentável. A reposição dele é considerada um Marco de uma conguista do poder pela população a partir de ideias liberais.
Nomear o ' povo ' como agente responsável pela deposição do Coronel Belém não é somente uma retórica, uma figura de linguagem usada para dar maior intensidade ao fato de si. Trata-se de uma estratégia de apropriação de uma comunidade, cujo protagonismo maior cabe ao coletivo, senhor de suas ações e projeções, frisa o Historiador Carlos Rafael Dias.
A queda do Coronel Belém alçou Coronel Pequeno ao posto de liderança mais importante do Cariri. Ele já tinha sido aclamado anteriormente a esta condição na reunião ocorrida no sobrado de sua casa, quando ficou decidido o enfrentamento ao já instável oligarca. Foi então, no período de seu mandato como intendente que o Coronel Antônio Luis se veria em meio a um ferrenho embate político entre as lideranças do Juazeiro e do Crato.
" O Juazeiro era, então, um próspero distrito do Crato, iniciando, naquele momento, uma campanha separatista visando sua autonomia política, tendo a frente Padre Cícero e um aguerrido pelotão de soldados da causa, com destaque para o médico Floro Bartolomeu, o Padre Joaquim Alencar Peixoto e o Professor José Marrocos", acrescenta Carlos Rafael.
CASA DE CULTURA
APOIO, Prefeitura Municipal de Jati-Ce
DIRETOR DE CULTURA
Luís Bento de Sousa.
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FAZENDA RAMADA
Por Rostand Medeiros
Casa secular da Fazenda Ramada e ao fundo a Serra da Rajada, município de Carnaúba dos Dantas, Rio Grande do Norte. Esse foi o local de nascimento do cel. Joaquim Paulino de Medeiros, fazendeiro atacado na sua Fazenda Rajada pelo bando de cangaceiros comandados pelo paraibano Chico Pereira, no dia 1 de fevereiro de 1927.
A Fazenda Rajada não é muito distante da Fazenda Ramada e em 1927 pertencia ao município de Acari.
Adendo:
Se eu não estiver enganado certa vez em uma visita que fiz ao escritor e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros, que estava hospedado no Hotel Thermas em Mossoró, me disse que o coronel Joaquim Paulino de Medeiros o Quincó da Fazenda Ramada, era seu avô.
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EMERY COSTA 5 MESES JÁ SE PASSARAM DEPOIS QUE VOCÊ FOI PARA PERTO DE DEUS
Emery fez história no jornalismo mossoroense (Foto: reprodução)
CONFIRA A TRAJETÓRIA JORNALÍSTICA DE EMERY COSTA
Emery Costa falecido no dia 1º. de maio de 2020 em decorrência da covid-19, marcou época no jornalismo mossoroense. Foram 55 anos trabalhando em rádio e jornal impresso.
Nascido em 13 de fevereiro de 1946, Emery iniciou a carreira radiofônica aos as 17 anos na recém-inaugurada Rádio Rural. O rádio estava no sangue de Emery.
Antes de iniciar na atividade profissionalmente, ele costumava ouvir os grandes nomes da radiofonia local e visitava os estúdios da Rádio Tapuyo onde pegava as laudas descartadas pelos locutores para treinar.
Nesse período ele apresentou a “Voz do Estudante”, programa do Centro Estudantil Mossoroense (CEM), na Radio Tapuyo que depois se transferiu para a Rádio Rural. Foi nesta emissora que ele passou a atuar profissionalmente aos 17 anos, primeiro como redator do programa “Flagrantes da Cidade”. Lá ele trabalhou também como locutor e fez história apresentando o programa Ponto por Ponto. Por muitos anos ele foi o diretor da emissora.
Em 1970 estreou no jornalismo impresso nas páginas de O Mossoroense. Lá ficou até 1975. Seu sucesso profissional o empurrou para a política de forma inesperada. Foi o vice de Lauro da Escóssia Filho pelo MDB nas eleições de 1972 contra a chapa Dix-huit Rosado/Canindé Queiroz pela Arena.
Aquela eleição foi definida por 16.194 x 11.995, maioria de 4.199 para Dix-huit/Canindé. Emery dizia, e cumpriu a palavra, que aquela seria sua única experiência como candidato. Depois desse pleito, a vida do jornalista não foi fácil. Passou a sofrer com a censura dos militares que trabalhavam no Tiro de Guerra em Mossoró. Este é um assunto que ele não gostava muito de comentar.
Após 20 anos, Emery ainda foi secretário de comunicação da Prefeitura de Mossoró na última passagem de Dix-huit Rosado pelo Palácio da Resistência. Antes disso, ainda foi um dos fundadores do Jornal Gazeta do Oeste em 1977.
Após 12 anos, Emery retornou ao Jornal O Mossoroense exercendo a função de diretor entre os anos de 1987 e 88. Foi neste jornal que ele escreveu por quase 30 anos a principal coluna do veículo.
Emery ainda trabalhou no Diário de Natal atuando como colunista além de colaborar como correspondendo do Diário do Nordeste, Rádio e TV Verdes Mares de Fortaleza.
No Observador Político da 93 FM e TV Mossoró ele fez parceria por anos com Edmundo Torres, Laíre Rosado e tantos outros profissionais que passaram pela bancada.
Em 2018, após 55 anos atuando como jornalista ele decidiu se aposentar. Seu último trabalho foi apresentando o programa Ponto por Ponto.
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TODO SER É ASSASSINO
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de setembro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.388
Durante a seca de 1970 Santana do Ipanema ainda era a capital do feijão. O governante municipal, na época, senhor Henaldo Bulhões Barros. Para Santana convergiam os produtos dos municípios vizinhos e, carretas e mais carretas do Sul do Brasil vinham pegar o feijão da última safra de antes da seca. A Praça Coronel Manoel Rodrigues da Rocha – Praça da Matriz – tornou-se ponto de estacionamento daquelas carretas carregadas de grãos. Diante de tanta riqueza alimentar, algumas mulheres, crianças e adolescentes, catavam no calçamento alguns caroços de feijão que escapavam das carretas. Como se diz por aqui, era de cortar coração a cena inacreditável da fome. Pessoas transformadas em galináceos em pleno centro da cidade.
Tornou-se rotina a mendicância pelo centro, ruas e periferias. Além da humilhação dos mendigos, ainda se encontravam pessoas ricas e arrogantes pelo caminho. “Só dou esmola a cego e aleijado”, dizia um, “Não tenho esmolas para dá; quem tem obrigação com vocês é o governo”. Dizia outro. Não iremos citar os seus nomes, pois iríamos desagradar seus familiares, mas nada custa indagar, mesmo sem resposta: Como estão as almas daqueles arrogantes após a partida do planeta? Muitos descendentes ainda hoje brigam na Justiça pelo “ouro” dos insensatos.
Mas agora, em 2020, após longo período sem vermos pedintes nas ruas, a fome voltou e vai arrochando tudo. Mendigos voltam a pedir de casa em casa contando a situação sinistra que estão passando com à família. Isso faz lembrar Cachoeirinha, Pernambuco, “Aqui você não vê mendigo, todos trabalham na cidade. Quando aparece alguém pedindo é pessoa de passagem”, dizia o saudoso José Henrique que fabricava arreios para aquele lugar. Nada demais pedir desculpa ao pedinte quando não tiver de verdade o que oferecer. Mesmo assim corre o risco – se o que pede for humorista e improvisador como era o cego Zequinha Quelé, morador do sítio Travessão: “Perdoe, ceguinho, não tenho agora...”.
A bacia do perdoe
Deixei lá no Travessão
Sou homem, não sou menino
Todo ser é assassino
Só meu padre Ciço, não...
SECA (FOTO: DIÁRIO CAUSA OPERÁRIA).
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LAMPIÃO, REI DO CANGAÇO / GOVERNADOR DO SERTÃO
Por Osvaldo Abreu ( Abreu) Alto da Compadecida , 30 de setembro de 2020